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November 11, 2019


US ECONOMICS



BOLIVIA



U.S. Department of State. 11/10/2019. U.S. Response to OAS Report on New Elections in Bolivia. Michael R. Pompeo, Secretary of State

We commend the professional work of the Organization of American States (OAS) technical mission which found numerous troubling irregularities with Bolivia’s October 20 elections. We fully support the OAS and Bolivian calls for new elections and a new Electoral Tribunal that can ensure free and fair elections that reflect the will of the Bolivian people. In order to restore credibility to the electoral process, all government officials and officials of any political organizations implicated in the flawed October 20 elections should step aside from the electoral process.

We urge the OAS to send a mission to Bolivia to oversee the new electoral process and to ensure that the new Electoral Tribunal is truly independent and reflects a broad swath of Bolivian society. The Bolivian people deserve free and fair elections.

We call on everyone to refrain from violence during this tense time and we will continue to work with our international partners to ensure that Bolivia’s democracy endures.



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ECONOMIA BRASILEIRA / BRAZIL ECONOMICS



BOLÍVIA



MRE. DCOM. NOTA-284. 10 de Novembro de 2019. Situação na Bolívia

O Brasil toma conhecimento do resultado da Análise de Integridade Eleitoral das eleições gerais de 20 de outubro, realizada pela Organização dos Estados Americanos (OEA), e expressa profunda preocupação com as graves irregularidades ali apontadas, que desqualificam o pleito e levam à necessidade de convocação de um novo processo eleitoral.

O Brasil considera pertinente a convocação de novas eleições gerais em resposta às legítimas manifestações do povo e às recomendações da OEA, após a constatação das graves irregularidades.

O Brasil estima que o novo sufrágio deve ser dotado de todas as condições para assegurar sua absoluta transparência e legitimidade. Nesse sentido, o novo sufrágio deve ser presidido por autoridades reconhecidas por sua honorabilidade e credibilidade para garantir o soberano desejo dos bolivianos, e contar com observação internacional em todas as etapas do processo.



CHILE



FGV. IBRE. 11/11/19. Entrevista de Carlos Peña à Conjuntura Econômica
Carlos Peña, advogado chileno reitor da Universidade Diego Portales

Observadas de fora, as manifestações populares no Chile surpreenderam pela adesão tão rápida e massiva, num país que é reconhecido por analistas brasileiros como referência de estabilidade macroeconômica na região. Como explicá-las?

Não é fácil explicar o que aconteceu. Mas alguns fatores saltam aos olhos. Em primeiro lugar, o Chile experimentou uma modernização muito rápida, que mudou as condições materiais da população. Esse tipo de modernização – que chamo de modernização capitalista – se legitima sob a promessa de expansão do consumo e do bem-estar. Quando este último falta, a legitimidade do sistema tropeça. É o que ocorreu no Chile: o desejo de uma expansão crescente do consumo e do bem-estar, em contraste com a promessa do presidente Sebastian Piñera – que voltou ao poder há apenas 18 meses com o lema “Tempos melhores virão” – , produziu frustração. A isso se soma o temor da classe média à velhice e à doença, que ameaçam seu ganho de bem-estar conquistado nas últimas décadas. A sombra do futuro os ameaça e o país tem sido lento em dar respostas, em promover um mecanismo que os proteja desse risco inevitável. Também há uma questão geracional que, em minha opinião, é decisiva: a geração nascida nos anos 1990 – que, apontam as pesquisas, foi a que mais participou das manifestações e lidera as demandas mais radicais – padece de certa anomia, de certa falta de contenção da subjetividade, o que Durkheim chamou de “mal do infinito”. Parece-me que isso é próprio de processos de modernização como o vivido no Chile. Ainda agregaria a esses elementos o fato de que o país – pensando agora de forma geral – sofre do paradoxo do bem-estar: a sociedade nunca esteve tão bem em suas condições materiais, mas, ao mesmo tempo, demonstra nunca ter estado tão insatisfeita. É possível que a massificação de bens posicionais, como o diploma universitário, seja fonte de frustração. Bens posicionais promovem bem-estar na medida em que são excludentes, algo que se perde quando são massificados. Isso, junto com os fatores que mencionei, produziu uma mudança de expectativas, um desejo de valores pós-materialistas na camada mais jovem. Daí a tensão cultural que se viu nos últimos dias e que – suspeito – ainda vai durar.

Qual, na sua opinião, deverá ser a estratégia para acalmar os ânimos da sociedade e encaminhar as representações a um acordo? Uma assembleia constituinte?

Não acho que uma nova constituição resolva os problemas no curto prazo, e me parece que todos os atores políticos concordam com esse diagnóstico. Considerar que uma nova constituição pode curar as feridas é uma forma de fetichismo que sequer os problemas e a urgência desses dias podem justificar. Acho, entretanto, que a oposição está sendo bem-sucedida em tornar esse tema uma forma simbólica de sair da crise de legitimidade vivida pela classe política. Mas é preciso distinguir três coisas: a necessidade de uma mudança institucional, a forma e o procedimento para levá-la a cabo e quanto as regras constitucionais limitariam o debate democrático, se esse tema seria aberto ou tenderiam a fechá-lo.

Em sua opinião, quais as implicações das manifestações chilenas no equilíbrio político do continente sul-americano?

Ao que parece estamos assistindo, na região, a certa debilidade de uma centro-esquerda simpática à modernização e focada na social-democracia, como foi, detalhes à parte, o governo de Lula, no Brasil, ou de Ricardo Lagos, aqui no Chile. O resultado dessa fraqueza é o triunfo de uma direita mais autoritária, como percebo o governo do presidente Bolsonaro, ou de uma esquerda mais próxima dos lemas dos anos 1960, como no caso do presidente eleito na Argentina, que luta contra o capitalismo, o imperialismo etc. Acho que o que acontece na região é uma perda do centro político em geral que impulsionou os melhores anos das últimas décadas. E o paradoxal é que isso parece ser resultado do sucesso modernizador que levou amplos grupos de média renda a melhorarem de vida e mudarem suas expectativas. Mas esse grupo, especialmente em matéria de segurança cidadã e previdência, continua insatisfeito. Tudo isso alimenta – junto com o surgimento de novas gerações que não viveram a velha América Latina, mais pobre e menos democrática – um mal-estar mudo que, de uma hora para outra, explode. Isso pode alterar o equilíbrio político da região? Sem dúvida, e acho que Piñera fará um giro lento, mas relevante, na direção de fórmulas mais social-democratas que o deixarão mais perto do centro-direita e mais longe da direita mais ortodoxa. Alguma lição para o caso brasileiro? Acho que sim. A mais importante é que a modernização – que também levou à ascensão uma ampla classe média no Brasil há alguns anos – exige identificar e atender as novas expectativas dos cidadãos, que não é mudar o modelo ou o tipo de modernização, mas o desejo de que esta esteja à altura de suas promessas de expansão do bem-estar e, principalmente, que seja capaz de atender ao risco do que Shakespeare chamava de “flechas do destino”: a doença e a velhice que ameaçam o bem-estar desse grupo que conseguiu melhorar de vida.




INDICADORES ECONÔMICOS - AMÉRICA LATINA



FGV. IBRE. 11/11/19. Sondagens e Índices de Confiança. Sondagem da América Latina. Indicadores de clima econômico do mundo e da América Latina pioram no quarto trimestre

O indicador Ifo/FGV de Clima Econômico (ICE) da América Latina — elaborado em parceria entre o instituto alemão Ifo e a FGV — registrou queda pelo terceiro trimestre consecutivo ao passar de 26,4 pontos negativos, em julho, para 28,2 pontos negativos em outubro.

O Indicador de Expectativas (IE), positivo desde julho de 2016, recuou no mesmo período de 17,2 pontos para 15,5 pontos. Já o Indicador da Situação Atual (ISA) da América Latina passou de 61,3 pontos negativos para 63,0 pontos negativos entre as sondagens de julho e outubro. Na média de 2019, houve piora tanto das expectativas quanto das avaliações da situação atual da economia na América Latina em relação ao ano passado. Neste ano, o IE médio ficou em 16,7 pontos ante 21,9 pontos em 2018; o ISA fechou o ano com uma média de 52,3 pontos negativos, bem acima dos já fracos 35,3 pontos negativos do ano passado.

O clima econômico da América Latina tem sido menos favorável que o da média mundial desde 2013, como mostra o Gráfico 2. A queda no ICE do mundo entre julho e outubro de 2019, de 10,1 pontos negativos para 18,8 pontos negativos, foi liderada pela acentuada piora do indicador que mede as percepções sobre a situação atual, de 5,4 pontos negativos para 16,4 pontos negativos, enquanto o IE passou de 14,7 pontos negativos para 21,1 pontos negativos. Ao contrário do que ocorre na América Latina, portanto, na média mundial os números dos indicadores de expectativas estão piores do que os da situação atual.

A deterioração do clima econômico nas principais economias contribuiu para a piora do ICE mundial. Destaca-se a evolução do clima econômico nos Estados Unidos, cujo ICE passou de positivo para negativo com a queda de 21 pontos do IE, de 30,9 pontos negativos em julho para 51,9 pontos negativos em outubro, enquanto o ISA manteve-se na zona favorável do ciclo, com um recuo de 4,7 pontos, de 49,1 pontos para 44,4 pontos. Todas as grandes economias estavam com o clima econômico desfavorável em outubro e apenas Reino Unido e Rússia registraram ligeira melhora no ICE em relação ao trimestre anterior.

Resultados para países selecionados da América Latina

A piora do ICE da América Latina entre julho e outubro é explicada pelos resultados negativos das principais economias da América do Sul. A maior queda de ICE foi registrada na Argentina, onde o indicador variou de 21,2 pontos negativos para 55,4 pontos negativos no período. O ISA argentino recuou, de 84,6 pontos negativos para 100 pontos negativos, ou seja, é unânime a avaliação de um quadro desfavorável da situação atual. A queda do IE, de 76,9 pontos positivos para 9,1 pontos positivos, no entanto, exerceu a maior contribuição para a queda acentuada do clima econômico do país.

No Brasil, o ICE registrou uma pequena piora ao passar de 23,2 pontos negativos para 25,0 pontos negativos com o recuo do IE, de 50,0 pontos positivos para 45,0 pontos positivos. O ISA ficou estável em 75,0 pontos negativos, resultado que se repete desde abril de 2019. A avaliação sobre a situação atual é negativa no Brasil desde julho de 2012. Expectativas mais favoráveis que a avaliação da situação atual vem sendo uma característica do Brasil em anos recentes.

O ICE passou de positivo para negativo entre julho e outubro no Chile e na Colômbia. No caso do Chile, o ISA se manteve inalterado em 10,0 pontos negativos enquanto as expectativas passaram de 40,0 pontos positivos para um saldo de 0,0 (zero) ponto. Na Colômbia, houve piora tanto das expectativas quanto da situação atual, sendo que as expectativas continuam na zona favorável. O clima econômico manteve-se na zona favorável no Paraguai, apesar da queda do ICE, de 9,9 para 4,0 pontos.

Houve melhora do clima econômico no Equador, no México e no Uruguai. Todos, no entanto, continuam com saldos negativos no ICE.

Principais problemas enfrentados pelos países

A Sondagem da América Latina de outubro traz resultados de uma enquete com os especialistas sobre os principais problemas enfrentados em cada país para manter a economia em crescimento. Pontuações acima de 50,0 pontos indicam que o item é considerado uma restrição (um problema relevante) para o crescimento econômico.

No Brasil os principais problemas, em ordem decrescente, são: infraestrutura inadequada; demanda insuficiente; falta de competitividade internacional; falta de inovação; corrupção; barreiras legais para investidores; falta de mão de obra qualificada; instabilidade política; aumento da desigualdade de renda e barreiras às exportações. A confiança na política do governo ficou na fronteira que divide as questões relevantes e pouco relevantes, com exatos 50,0 pontos.

Infraestrutura inadequada é um problema com pontuação de 100 pontos no Brasil, Colômbia, Paraguai, Peru e Venezuela. Só não é apontado como relevante no Chile e no Equador. Segundo os especialistas consultados, a Falta de confiança na política econômica é um problema apontado com maior frequência na Argentina e no México. O Aumento da desigualdade de renda não é considerado um problema na Bolívia e nem no Uruguai e novamente encontra os piores resultados na Argentina e no México.

O cálculo da média das pontuações de cada país mostra que aquele que apresenta menos problemas, de acordo com os especialistas, é o Chile (35,8 pontos), seguido do Uruguai (37,5 pontos), Paraguai (46,7 pontos), Equador (49,4 pontos), Bolívia (52,2 pontos), Peru (54,2 pontos), México (58,7 pontos), Brasil (60,9 pontos), Colômbia (61,0 pontos), Argentina (63,3 pontos) e Venezuela (100 pontos).

Ressalte-se que, exceto o tema do aumento da desigualdade social (que está presente como problema no Chile), as outras questões são direcionadas especificamente para restrições ao crescimento e não refletem indicadores de bem estar.



INFLAÇÃO



FGV. IBRE. 11/11/19. Índices Gerais de Preços. IPC-S Capitais. Inflação pelo IPC-S avança em seis das sete capitais pesquisadas

O IPC-S de 07 de novembro de 2019 registrou variação de 0,01%, ficando 0,10 ponto percentual (p.p.) acima da taxa divulgada na última apuração. Seis das sete capitais pesquisadas registraram acréscimo em suas taxas de variação.

A tabela a seguir, apresenta as variações percentuais dos municípios das sete capitais componentes do índice, nesta e nas apurações anteriores.


DOCUMENTO: https://portalibre.fgv.br/navegacao-superior/noticias/inflacao-pelo-ipc-s-recua-em-cinco-das-sete-capitais-pesquisadas-7.htm

FGV. IBRE. 11/11/19. Índices Gerais de Preços. IGP-M Primeiro Decêndio. IGP-M varia 0,08% na 1ª prévia de novembro

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) variou 0,08% no primeiro decêndio de novembro. No mesmo período de outubro, o índice havia registrado alta de 0,68%.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,09% no primeiro decêndio de novembro. No mesmo período do mês de outubro, o índice havia subido 1,02%. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais subiram 0,47% em novembro, após registrar alta de 0,14% em outubro. A principal contribuição para este avanço partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 0,58% para 2,55%. O índice correspondente aos Bens Intermediários passou de 1,22% no primeiro decêndio de outubro para 0,81% no primeiro decêndio de novembro. Contribuiu para o movimento o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 6,72% para 2,23%.

A taxa do índice referente as Matérias-Primas Brutas passou de 1,77% no primeiro decêndio de outubro para -1,12% no primeiro decêndio de novembro. Contribuíram para a queda da taxa do grupo os seguintes itens: minério de ferro (3,05% para -10,29%), café (em grão) (3,47% para -0,85%) e laranja (10,33% para 5,19%). Em sentido oposto, vale citar cana-de-açúcar (-0,80% para 1,11%), bovinos (1,34% para 2,74%) e milho (em grão) (5,26% para 6,72%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu 0,06% no primeiro decêndio de novembro, ante -0,01% no mês anterior. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação, com destaque para o grupo Habitação (0,04% para -0,24%). Nesta classe de despesa, vale mencionar o comportamento do item tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de 0,09% para -1,40%.

Também foram computados decréscimo nas taxas de variação dos grupos Vestuário (0,31% para -0,04%), Comunicação (0,15% para -0,05%), Transportes (0,27% para 0,24%) e Educação, Leitura e Recreação (0,03% para -0,01%). Nestas classes de despesa, as maiores influências observadas partiram dos seguintes itens: roupas (0,60% para -0,03%), tarifa de telefone móvel (0,33% para -0,02%), serviço de reparo em automóvel (1,05% para -0,01%) e passagem aérea (-0,79% para -2,71%).

Em contrapartida, os grupos Alimentação (-0,45% para -0,31%), Despesas Diversas (0,06% para 0,15%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,21% para 0,26%) apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, vale mencionar o comportamento dos itens: carnes bovinas (0,62% para 1,40%), cigarros (0,00% para 0,39%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (0,18% para 0,50%).

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,29% no primeiro decêndio de novembro, taxa superior a apurada no mês anterior, quando o índice havia subido 0,11%. Os três componentes do INCC registraram as seguintes taxas da variação na passagem do primeiro decêndio de outubro para o primeiro decêndio de novembro: Materiais e Equipamentos (0,26% para 0,75%), Serviços (0,13% para 0,18%) e Mão de Obra que não variou pelo segundo mês consecutivo.

DOCUMENTO: https://portalibre.fgv.br/navegacao-superior/noticias/igp-m-varia-0-08-na-1-previa-de-novembro.htm



MINERAÇÃO



VALE. REUTERS. 11 DE NOVEMBRO DE 2019. Vale indica vendas de minério e pelotas em patamar mais fraco em 2019

SÃO PAULO (Reuters) - A Vale informou nesta segunda-feira que as vendas de minério de ferro e pelotas em 2019 deverão ficar entre 307 milhões e 312 milhões de toneladas, com o patamar mais alto do intervalo da estimativa ficando abaixo do projetado anteriormente.
Até o início do mês, a companhia projetava vendas de 307 milhões a 332 milhões de toneladas, esperando que elas se situassem entre o limite inferior e o centro da faixa.

A revisão no guidance, disse a companhia em fato relevante, deve-se à “maior visibilidade sobre as vendas previstas para o quarto trimestre”, que deverão ficar entre 83 milhões e 88 milhões de toneladas.

A empresa disse ainda que, para o primeiro trimestre, a expectativa é que produção e vendas fiquem entre 70 milhões e 75 milhões de toneladas, “em função da sazonalidade, do retorno gradual e seguro das operações e em linha com a estratégia de margem sobre volume”.

Por Roberto Samora



ENERGIA



UNICA. REUTERS. 11 DE NOVEMBRO DE 2019. Produção de açúcar do CS dispara 57,8% na 2º quinzena de outubro, diz Unica

SÃO PAULO (Reuters) - A produção de açúcar do centro-sul do Brasil na segunda quinzena de outubro somou 1,51 milhão de toneladas, alta de 57,8% ante o mesmo período do ano passado, informou a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) nesta segunda-feira.

Já a moagem de cana do centro-sul no período atingiu 32,6 milhões de toneladas, avanço de 30,65% ante o mesmo período do ano passado.

Por sua vez, a produção de etanol do centro-sul na segunda quinzena do mês cresceu percentualmente menos na comparação com o açúcar, para 2,05 bilhões de litros, alta de 45,35% ante o volume produzido no mesmo período do ano passado.

Por Roberto Samora

UNICA. 11 de novembro de 2019. VENDA DE HIDRATADO NO MERCADO DOMÉSTICO BATE NOVO RECORDE EM OUTUBRO

O volume de etanol hidratado comercializado pelas unidades do Centro-Sul no mercado interno somou 2,11 bilhões de litros em outubro, crescimento de 3,88% no comparativo com o volume observado no mesmo mês de 2018 (2,03 bilhões de litros). Essa quantidade representa um novo recorde de vendas do biocombustível no mercado doméstico em um único mês.

Na segunda quinzena de outubro, as vendas de hidratado atingiram 1,11 bilhão de litros, registrando incremento de 3,33% em relação a mesma quinzena do ano anterior (1,08 bilhão de litros).

O crescimento se deve, mais uma vez, a manutenção da competividade do biocombustível frente a gasolina na maior parte do mercado. Com efeito, dados compilados pela UNICA a partir de pesquisa realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) indicam uma paridade média de 66,9% entre os preços de bomba do etanol hidratado e da gasolina no Brasil na semana de 3 de novembro a 9 de novembro de 2019. Esse índice é muito abaixo dos 73% considerado como diferencial médio de rendimento técnico dos combustíveis nos veículos flex-fuel em condições de campo.

No caso do etanol anidro, o volume comercializado domesticamente na última metade de outubro atingiu 393,98 milhões de litros, 2,75% superior ao valor observado em igual quinzena de 2018 (383,44 milhões de litros).

É oportuno mencionar que as vendas de etanol anidro não incorporam as importações totais do aditivo, mas apenas o volume registrado via SAPCANA (Sistema de Acompanhamento de Produção Canavieira) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

No total de outubro, o volume de etanol (anidro + hidratado) vendido pelos produtores do Centro-Sul atingiu 3,08 bilhões de litros, sendo 227,59 milhões destinados ao mercado externo e 2,86 bilhões vendidos domesticamente.

Desde abril até o final de outubro deste ano, a quantidade de etanol comercializada pelos produtores alcançou 20,22 bilhões de litros, sendo 14,11 bilhões de hidratado e 6,11 bilhões de anidro. Deste total, 1,31 bilhão de litros foram destinados ao mercado externo e o 18,91 bilhões foram vendidos domesticamente.

Esse volume comercializado internamente representa um crescimento de 11,55% na comparação com o valor registrado ao mesmo período de 2018. Se forem consideradas apenas as vendas internas de hidratado, que somaram 13,72 bilhões no acumulado desde o início da safra, o aumento atinge expressivos 13,96% em comparação ao índice observado em igual período do último ano-safra.

Moagem

A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades produtoras da região Centro-Sul somou 32,63 milhões de toneladas na segunda metade de outubro.

Com isso, no acumulado desde o início do ciclo 2019/2020 a moagem alcançou 542,89 milhões de toneladas, 6,25% superior às 510,95 milhões de toneladas contabilizadas no mesmo período de 2018.

Até 1º de novembro deste ano, 67 unidades do Centro-Sul haviam encerrado a safra, contra 52 usinas até a mesma data de 2018. Essas 67 empresas registraram retração média de 2,9% na moagem e representaram 20% do total processado pelas unidades do Centro-Sul no último ciclo (113 milhões de toneladas).

Para a primeira quinzena de novembro, a expectativa é de que outras 57 unidades finalizem as atividades desse ciclo, ante apenas 34 verificadas em 2018.

Para o diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, “a expectativa é de que essa tendência de antecipação a moagem prevaleça nas próximas quinzenas. Esse cenário só deve mudar se as condições climáticas prejudicarem a operacionalização da colheita”.

Produtividade e qualidade da matéria-prima

Dados preliminares apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) baseados em uma amostra de 77 usinas indicam que a produtividade agrícola alcançou 68,23 toneladas por hectare colhido no mês de outubro. Trata-se de um incremento de 13,8% quando comparado com o indicador registrado em igual período de 2018.

A mesma amostra aponta crescimento de 6,5% no rendimento da lavoura desde o início de abril até 1º de novembro (79,8 toneladas de cana por hectare ante 74,9 toneladas na safra 2018/2019).

 A concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) atingiu 151,49 kg por tonelada de cana na segunda quinzena de outubro, com aumento de 13,19% em relação aos 133,83 kg na mesma quinzena do último ano.

No acumulado desde o início do ciclo 2018/2019 até 01 de novembro, o indicador atingiu 138,92 kg por tonelada, cerca de 1 kg menor ao valor apurado em igual período do ciclo 2018/2019.

“A curva de ATR foi deslocada nesse ano e o diferencial de qualidade vem caindo quinzena a quinzena. No final da safra, não devemos registrar diferença significativa em relação ao ATR observado no ciclo 2018/2019”, concluiu Rodrigues.

Produção de açúcar e de etanol

A fabricação de açúcar totalizou 1,51 milhão de toneladas na segunda quinzena de outubro ante as 959,61 mil toneladas na mesma quinzena de 2018. A produção de etanol, por sua vez, somou 2,05 bilhões de litros, com expressivo aumento de 45,35% na comparação com os valores observados no último ano.

“O deslocamento do pico de concentração de ATR e a maior moagem reduziram a flexibilidade das unidades produtoras no último mês. Nas próximas quinzenas, o ATR deve manter a tendência de queda e, com isso, vamos observar um mix de produção ainda mais alcooleiro”, explicou o executivo da UNICA.

Com isso, a fabricação de açúcar alcançou 25,22 milhões de toneladas desde o início da temporada 2019/2020 até 1 de novembro. “Foram 46,46 kg de açúcar fabricados por tonelada de matéria-prima processada nessa temporada, queda de 2,78% sobre o último ano (47,79 kg). Esse resultado permitiu uma redução de 720 mil toneladas na produção acumulada de açúcar até o momento”, observa Rodrigues.

Como reflexo, no acumulado até 1º de novembro, a proporção de matéria-prima direcionada para a fabricação de açúcar atingiu apenas 35,10% ante 35,83% na mesma data de 2018.

O volume acumulado de etanol, por sua vez, totalizou 29,56 bilhões de litros (8,95 bilhões de litros de etanol anidro e 20,61 bilhões de litros de etanol hidratado), registrando incremento de 8,57% em relação ao mesmo período do ciclo 2018/2019. Desse total, a produção de etanol de milho somou 739,02 milhões, com aumento de 100,47% sobre o volume apurado para o mesmo período de 2018.



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INDICADORES/INDICATORS





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BACEN. BOLETIM FOCUS: RELATÓRIO SEMANAL DE MERCADO
(Projeções atualizadas semanalmente pelas 100 principais instituições financeiras que operam no Brasil, para os principais indicadores da economia brasileira)



ANÁLISE



BACEN. PORTAL G1. 11/11/2019. Mercado financeiro eleva para 3,31% a estimativa de inflação em 2019. Previsão anterior era de 3,29%. Economistas ouvidos pelo Banco Central mantiveram estimativa de crescimento do PIB deste ano para 0,92%.
Por Alexandro Martello, G1 — Brasília

Os economistas do mercado financeiro elevaram sua estimativa de inflação para este ano de 3,29% para 3,31%.

A projeção consta no boletim de mercado conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (11) pelo Banco Central (BC). O relatório é resultado de levantamento feito na semana passada com mais de 100 instituições financeiras.

VEJA AS EXPECTATIVAS DO MERCADO PARA O IPCA DESTE ANO
04/01/1930/01/1028/02/1929/03/1930/04/1931/05/1928/06/1931/07/1930/08/1913/09/1920/09/1927/09/1904/10/201911/10/201918/10/201925/10/201901/11/201908/11/20193,23,43,63,844,2
20/09/19
 : 3,44
Fonte: Banco Central

A expectativa de inflação do mercado para 2019 segue abaixo da meta central, de 4,25%. O intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

Para 2020, o mercado financeiro manteve em 3,60% sua previsão. No próximo ano, a meta central de inflação é de 4% e terá sido oficialmente cumprida se o IPCA oscilar entre 2,5% e 5,5%.

Produto Interno Bruto

O mercado financeiro também manteve, na semana passada, a previsão de crescimento da economia brasileira neste ano em 0,92%. Para o ano que vem, a previsão de crescimento do PIB subiu de 2% para 2,08%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.

Para 2019, a previsão do Banco Central é de uma alta de 0,9%, e a do Ministério da Economia é de um crescimento também de 0,9%.

Outras estimativas

  • Taxa de juros - O mercado manteve em 4,5% ao ano a previsão para a taxa Selic no fim de 2019. Atualmente, a taxa de juros está em 5% ao ano. Com isso, o mercado segue prevendo queda nos juros neste ano. Para o fim de 2020, a projeção continuou em 4,5% ao ano, de modo que o mercado estima estabilidade na taxa no ano que vem.
  • Dólar - A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2019 permaneceu em R$ 4 por dólar. Para o fechamento de 2020, continuou em R$ 4 por dólar.
  • Balança comercial - Para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2019 recuou de US$ 47,50 bilhões para US$ 47 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado caiu de US$ 43 bilhões para US$ 42,95 bilhões.
  • Investimento estrangeiro - A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2019, ficou estável em US$ 80 bilhões. Para 2020, a estimativa dos analistas permaneceu também em US$ 80 bilhões.

BACEN. REUTERS. 11 DE NOVEMBRO DE 2019. Economistas ajustam expectativa de inflação em 2019 e PIB em 2020

SÃO PAULO (Reuters) - Economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central ajustaram suas estimativas para a economia brasileira e mantiveram as expectativas para a taxa básica de juros depois de o BC reforçar o tom de cautela.

O levantamento mostra que a expectativa continua sendo de que a Selic terminará este ano e o próximo a 4,5%. O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, vê a taxa básica de juros a 4,5% em 2019 e a 4,00% em 2020.

O BC vem reiterando que deve cortar os juros básicos em 0,5 ponto percentual em sua próxima e última reunião do ano, nos dias 10 e 11 de dezembro, após redução de igual magnitude que levou a taxa a 5%.

De acordo com o Focus, a inflação deve terminar este ano a 3,31%, uma alta de 0,02 ponto percentual em relação à semana anterior. Para 2020 permaneceu a conta de avanço de 3,60% do IPCA.

O centro da meta oficial de 2019 é de 4,25 por cento e, de 2020, de 4 por cento, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento continua em 0,92% em 2019, mas aumentou a 2,08% em 2020 de 2,00%.

Por Camila Moreira


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