PORTAL G1. 13/07/2017. Projeções de crescimento para o PIB de 2017 mudam em meio à crise política. De 14 instituições pesquisadas pelo G1, metade piorou as expectativas para a economia brasileira após crise política se intensificar.
Por Karina Trevizan, G1
Projeções de crescimento para o PIB 2017 mudam em meio à crise política
A eclosão da crise política envolvendo o governo de Michel Temer após as delações da JBS fez alguns bancos e consultorias piorarem suas expectativas em relação à recuperação da economia neste ano. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, chegou a dizer que o próprio governo irá rever suas expectativas, mas depois voltou atrás.
De 14 bancos, agências de risco e consultorias pesquisados pelo G1, incluindo também o boletim Focus (relatório do BC que reúne uma mediana das projeções de mercado), houve 7 reduções no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2017. Outras 7 instituições mantiveram as previsões feitas antes de maio – mês em que surgiram as primeiras notícias sobre as gravações que o empresário Joesley Batista fez de conversa com o presidente Temer.
Previsões para o PIB
Projeções antes e depois das delações da JBS
Fonte: Levantamento G1
A piora nas expectativas acontece em meio a incertezas de que o governo Temer será capaz de aprovar no Congresso medidas econômicas consideradas necessárias para reaquecer a economia, como a reforma da Previdência. Enquanto isso, outros economistas avaliam que o impacto da crise política pode ser mitigado.
Por que reduzir a previsão?
Após as delações da JBS, o banco Fator reduziu sua projeção de alta do PIB de 1% para 0,4% em 2017. Para 2018, também houve piora nas estimativas, com o crescimento esperado passando de 2,3% para 1,7%.
A justificativa principal para a piora da previsão é o abalo na confiança dos empresários. Isso faria os investimentos, já cambaleantes, ficarem ainda mais reduzidos. Essa é a explicação de José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do banco. Segundo ele, isso se agrava em meio a um cenário de investimentos públicos em queda e consumo fraco, o que deixa o PIB sem um elemento suficientemente forte para puxá-lo para cima.
“Os investimentos do setor privado não vão acontecer. E os do governo, ao contrário, estão caindo”, acrescenta Gonçalves, citando a PEC do teto dos gastos, regra aprovada pelo Congresso que proíbe o governo de elevar suas despesas acima da inflação.
“Precisa lembrar que o governo vendeu a reforma da Previdência como forma de viabilizar a PEC do teto”, acrescenta Gonçalves. “Ou seja, é bastante razoável imaginar que essa PEC do teto está em risco. Corremos o risco de ter uma emenda constitucional que não pega.”
O economista credita a expectativa de piora da confiança às dificuldades do governo em aprovar no Congresso medidas para tentar reaquecer a economia, citando especialmente a reforma da Previdência. “Tudo que depende de negociação do governo passa a ser muito difícil de passar esse ano, principalmente como foi pensado, como foi enviado pelo governo para o Congresso”.
Gonçalves acredita que, apesar do cenário turbulento, o presidente Temer irá permanecer no cargo. “Do ponto de vista político, é mais interessante acalmar a situação para todos os partidos, à exceção talvez de um ou outro da oposição atual. Então, eu acho que isso retira um pouco da pressão sobre o presidente”, avalia. “De outro lado, é difícil imaginar que exista um sucessor. (...) Então, nosso cenário é de que a situação fica como está, em princípio até a eleição do ano que vem.”
A piora nas expectativas para o ano que vem também se deu pela expectativa de mais dificuldades para a aprovação da reforma da Previdência, especialmente por causa das eleições de 2018.
“Do ponto de vista de expectativas econômicas, eu acho que os sinais estão mais para 2019 do que para esse ano e meio que falta até a eleição.”
Por que manter a previsão?
A XP Investimentos manteve sua projeção para o PIB neste ano, com intervalo de 0 a 0,5%. A economista-chefe Zeina Latif justifica que os principais “canais" pelos quais a economia pode ser contaminada pela crise política não foram afetados de maneira tão intensa.
O primeiro, segundo Latif, é o mercado financeiro – que, após reagir com força às primeiras notícias sobre as delações da JBS, passou a operar mais acomodado, ajudado por um cenário externo positivo. “A contaminação da crise política na economia via mercado financeiro é limitada”, diz a economista.
Latif também aponta que a confiança dos consumidores e empresários também pode ser afetada pela crise política, mas diz que esse efeito é minimizado pelo fato de a economia já estar dando sinais de recuperação. Isso porque os índices de confiança são divididos entre expectativas para o futuro e percepção da situação atual.
“Pode ser que esse indicador mais ligado às expectativas sinta. Mas aquele associado às condições econômicas correntes, que vem numa tendência de alta e é menos volátil, ele deve seguir. Então, mesmo que a componente expectativas sofra, a componente situação atual segura”, aponta Latif.
“É claro que pode postergar investimentos via este canal de confiança? Sim, pode. Mas como também já não havia expectativa de muitos investimentos, então eu acho que não faz tanta diferença.”
Latif também não acredita que a crise política levará a uma diminuição do ritmo de corte de juros. “É um governo fraco? É. É um governo que precisa fazer concessões? É. Mas creio que não seria a ponto de prejudicar o caminho do Banco Central porque seria até um tiro no pé fazer isso. Porque, hoje, o único instrumento para a gente ter alguma recuperação da economia é via corte de juros.”
Sobre a dificuldade em se aprovar a reforma da previdência, Latif diz que a preocupação impacta as projeções para a economia nos próximos anos, e não no curto prazo. “O governo consegue (neste ano) fazer a gestão da política fiscal apesar de não ter a reforma"."A minha preocupação maior é de médio e longo prazo”.
A economista também cita a PEC do teto de gastos, mas ressalva que por si só, a medida não resolve o problema das contas públicas. “A regra do teto é o que contribui para essa ligeira calma dos mercados, porque sabem que, mesmo não tendo a reforma da Previdência, pelo menos no curto prazo você tem a amarra. (...) mas é óbvio que os analistas sabem que sem reformas estruturais você não consegue cumprir a regra do teto.”
Sobre a permanência ou não de Temer no cargo, Latif acredita que o efeito sobre as expectativas econômicas no curto prazo seja mínimo.
“Hoje, por incrível que pareça, a gente nem tem clareza do que é melhor para o Brasil. Hoje a gente não consegue dizer o que é melhor para a economia, o presidente ir embora ou não. O mercado não tem essa clareza e, na dúvida, ele acha que talvez não faça diferença.”
Expectativas do governo
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu no final de junho que o crescimento da economia em 2017 será menor do que o governo previa. A estimativa oficial era de 1%, e foi reduzida para 0,5%. Em coletiva de imprensa em São Paulo, o ministro diz que o crescimento será ainda menor.
Semanas depois, Meirelles voltou atrás e disse que o governo vai manter em 0,5% a sua projeção oficial de crescimento do PIB. "Nós continuamos com a previsão de crescimento. Vamos manter em 0,5% a estimativa de alta do PIB neste ano]", afirmou ele a jornalistas na Alemanha, onde participou da reunião do G20.
PORTAL G1. 13/07/2017. Mercado vê rombo de R$ 145 bi nas contas do governo neste ano e estouro da meta. Meta do governo para este ano é de déficit de até R$ 139 bilhões. Para analistas ouvidos pelo Ministério da Fazenda, porém, resultado negativo deve ser maior que este valor.
Por Alexandro Martello, G1, Brasília
Os economistas das instituições financeiras subiram de R$ 142 bilhões para R$ 145,26 bilhões a estimativa para o déficit primário do governo federal neste ano. O valor está acima da meta fiscal fixada para 2017, que é de um resultado negativo de até R$ 139 bilhões.
A estimativa está no mais recente levantamento feito pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, divulgado nesta quinta-feira (13) dentro do chamado "Prisma Fiscal".
O resultado significa que o mercado financeiro acredita que o governo não vai conseguir cumprir a sua meta fiscal e que as despesas devem superar as receitas com impostos (déficit). Essa conta não inclui os gastos com pagamento de juros da dívida pública.
Em março, diante da queda na arrecadação e aumento de gastos, o governo anunciou um bloqueio de R$ 42,1 bilhões no orçamento deste ano e um aumento da tributação sobre a folha de pagamento das empresas, além da instituição do IOF para cooperativas de crédito, para tentar atingir a meta fiscal deste ano. Depois, porém, liberou R$ 3,1 bilhões em despesas.
A dificuldade em atingir a meta fiscal está relacionada com o baixo nível de atividade da economia - que ainda se recupera de um cenário recessivo. Apesar da frustração de receitas, o governo confirmou o aumento de servidores públicos - com impacto de R$ 3,7 bilhões em 2017 e de R$ 10,91 bilhões até 2019.
Nesta quarta-feira, o ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União, leu nesta quarta-feira (12) durante a sessão do TCU um documento enviado ao Ministério do Planejamento no qual ele alertou para o risco de o governo federal não conseguir cumprir a meta fiscal prevista para este ano. Segundo a equipe econômica, não está afastada a possibilidade de aumentos de tributos.
Para o ano de 2018, o mercado financeiro subiu sua estimativa para o déficit primário de R$ 127,44 bilhões para R$ 129 bilhões. A previsão, apesar do aumento, está em linha com a meta fiscal que o governo busca revisar no Congresso Nacional. A proposta é de um rombo de até R$ 129 bilhões no ano que vem.
Medidas para reequilibrar as contas
Para a retomada da confiança na economia brasileira e a melhora do nível de atividade econômica, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem dito que é importante reequilibrar as contas públicas.
O governo já conseguiu aprovar no Congresso uma proposta de emenda constitucional que institui um teto para os gastos públicos por um período de 20 anos. A proposta prevê que a medida pode ser revista a partir do décimo ano de vigência.
Com o teto, as despesa de um ano não podem crescer acima da inflação do ano anterior, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Essa limitação envolve a União, o Legislativo, o Tribunal de Contas da União (TCU), o Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública da União.
Para os gastos com saúde e educação, a correção pela inflação começará a partir de 2018.
De acordo com analistas do mercado financeiro, a proposta, embora tenha impacto maior nas contas públicas no médio e longo prazos, tem pouca influência para melhorar o resultado em 2017.
Outra medida de ajuste já proposta pelo governo é a da reforma da Previdência Social. Ela institui idade mínima de 65 anos para homens e mulheres terem direito à aposentadoria pelo INSS.
Seis anos de contas no vermelho
Se o cenário para as contas públicas previsto pelo governo e pelo mercado se concretizar, serão pelo menos seis anos consecutivos com as contas públicas no vermelho.
O governo vem registrando déficits fiscais desde 2014. Em 2015, o rombo, de R$ 114,9 bilhões, foi recorde e gerado, em parte, pelo pagamento das chamadas "pedaladas fiscais" - repasses a bancos oficiais que estavam atrasados.
Para 2016, 2017 e também 2018, a meta é de rombos bilionários nas contas públicas. A previsão da equipe econômica é que as contas voltem ao azul somente em 2020.
IBGE. 13/07/2017. Em maio, setor de serviços varia 0,1% frente a abril
Na comparação com maio de 2016, setor de serviços registra queda de 1,9%. No acumulado em 2017, o índice ficou em -4,4% e no acumulado em 12 meses, -4,7%.
Período
|
Volume
|
Receita nominal
|
maio 2017 / abril 2017
|
0,1%
|
0,3%
|
maio 2017 / maio 2016
|
-1,9%
|
3,9%
|
Acumulado em 2017
|
-4,4%
|
1,3%
|
Acumulado em 12 meses
|
-4,7%
|
0,4%
|
No mês de maio de 2017, o setor de serviços ficou praticamente estável em relação a abril, com uma taxa de 0,1% no volume de serviços prestados, na série livre de influências sazonais, após ter registrado crescimento de 1,0%, em abril, e recuo de 2,6%, em março. Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o setor registrou queda de 1,9%, a menor desde abril de 2015, contra recuos de 5,7% em abril e de 5,2% em março. Com esses resultados, a taxa acumulada no ano ficou em -4,4% e, em 12 meses, -4,7%. A receita nominal em maio registrou variação positiva de 0,3%, em relação a abril, na série livre de influências sazonais, e a variação sem ajuste sazonal ficou em 3,9%, na comparação com mesmo mês do ano anterior. A taxa acumulada no ano ficou em 1,3% e, em 12 meses, 0,4%.
| TABELA 1 | ||||||||
|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
| INDICADORES DE VOLUME DE SERVIÇOS, SEGUNDO GRUPOS DE ATIVIDADES | ||||||||
| BRASIL - MAIO 2017 | ||||||||
| ATIVIDADES | TAXA DE VARIAÇÃO DE VOLUME (%) | |||||||
| MÊS/MÊS ANTERIOR COM AJUSTE SAZONAL | MÊS/IGUAL MÊS DO ANO ANTERIOR | ACUMULADO | ||||||
| MAR | ABR | MAI | MAR | ABR | MAI | NO ANO | 12 MESES | |
| BRASIL | - 2,6 | 1,0 | 0,1 | - 5,2 | - 5,7 | - 1,9 | - 4,4 | - 4,7 |
| 1 - Serviços prestados às famílias | - 2,7 | 0,1 | 0,5 | - 3,1 | - 3,3 | 1,0 | - 3,3 | - 4,1 |
| 1.1 - Serviços de alojamento e alimentação | - 2,0 | 0,9 | 0,3 | - 2,3 | - 2,4 | 1,4 | - 2,8 | - 4,1 |
| 1.2 - Outros serviços prestados às famílias | 1,4 | - 2,6 | - 0,1 | - 8,0 | - 8,3 | - 1,3 | - 6,2 | - 4,1 |
| 2 - Serviços de informação e comunicação | - 1,0 | - 0,5 | - 0,3 | - 2,0 | - 2,6 | - 2,9 | - 1,5 | - 2,2 |
| 2.1 - Serviços TIC | - 1,2 | 0,9 | - 0,4 | - 1,4 | - 0,9 | - 1,0 | - 0,1 | - 1,2 |
| 2.11 - Telecomunicações | - 2,1 | 0,9 | - 0,3 | - 1,6 | - 1,9 | - 0,5 | - 0,8 | - 2,2 |
| 2.12 - Serviços de tecnologia da informação | - 0,3 | 1,4 | - 1,4 | - 2,3 | 1,7 | - 3,7 | 1,2 | 1,4 |
| 2.2- Serviços audiovisuais, de edição e | ||||||||
| agências de notícias | - 0,8 | - 5,2 | - 1,1 | - 4,1 | - 10,8 | - 13,1 | - 7,7 | - 7,9 |
| 3 - Serviços profissionais, administrativos | ||||||||
| e complementares | - 1,0 | 0,1 | 2,4 | - 10,0 | - 11,4 | - 5,7 | - 9,0 | - 6,4 |
| 3.1 - Serviços técnico-profissionais | - 1,2 | - 2,0 | 0,7 | - 17,4 | - 20,5 | - 11,1 | - 16,5 | - 14,4 |
| 3.2 - Serviços administrativos e | ||||||||
| complementares | - 1,6 | 1,7 | 2,4 | - 6,4 | - 7,1 | - 2,7 | - 5,3 | - 3,2 |
| 4 - Transportes, serviços auxiliares dos | ||||||||
| transportes e correio | - 1,2 | 1,3 | - 0,2 | - 1,9 | - 1,5 | 4,9 | - 1,2 | - 5,6 |
| 4.1 - Transporte terrestre | - 3,3 | 1,8 | - 0,4 | - 5,4 | - 4,2 | 3,2 | - 3,1 | - 7,8 |
| 4.2 - Transporte aquaviário | 6,0 | 9,2 | 10,0 | 0,9 | 19,5 | 25,7 | 6,4 | - 7,6 |
| 4.3 - Transporte aéreo | 1,0 | - 6,9 | - 3,8 | - 9,4 | - 20,0 | - 17,5 | - 16,2 | - 6,4 |
| 4.4 - Armazenagem, serviços auxiliares | ||||||||
| dos transportes e correio | 0,1 | 0,3 | 0,9 | 5,0 | 3,6 | 9,9 | 4,4 | - 1,6 |
| 5 - Outros serviços | - 1,7 | - 6,7 | 6,2 | - 14,7 | - 16,6 | - 6,2 | - 10,3 | - 5,2 |
| Atividades turísticas | 0,6 | - 1,9 | - 2,6 | - 5,0 | - 6,2 | - 5,2 | - 6,7 | - 4,2 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio
Na comparação com abril, na série livre de influências sazonais, os resultados por atividade apontam crescimento em Outros Serviços, com 6,2%; Serviços profissionais, administrativos e complementares, com 2,4% e Serviços prestados às famílias, com 0,5%. Apresentaram recuos em relação ao mês imediatamente anterior os segmentos de Serviços de informação e comunicação, com -0,3%, e de Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, com -0,2%. O agregado especial das Atividades turísticas apresentou retração de 2,6% em relação a abril.
Na comparação maio de 2017 frente a maio e 2016, os resultados por atividades sem ajuste sazonal, apontam para crescimentos nos Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (4,9%) e nos Serviços prestados às famílias (1,0%). O crescimento observado nos Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio resulta do desempenho positivo do Transporte terrestre e aquaviário, bem como da atividade de Armazenagem, serviços auxiliares dos transportes e correio. Esse crescimento decorre da maior demanda dos setores industrial e agrícola e do incremento das exportações, destacando-se que essa taxa de 4,9% interrompe a sequência de resultados negativos registrados desde março de 2015. Já o crescimento observado nos Serviços prestados às famílias decorre da melhora no rendimento médio real de todos os trabalhos e da estabilidade dos preços praticados nesse segmento.
Registraram variações negativas de volume, os segmentos de Outros serviços (-6,2%); Serviços profissionais, administrativos e complementares (-5,7%) e Serviços de informação e comunicação (-2,9%). O agregado especial das Atividades turísticas registrou recuo de 5,2% frente a maio de 2016. Nos cinco primeiros meses do ano, os resultados acumulados apontam as maiores quedas para os segmentos de Outros serviços e Serviços profissionais, administrativos e complementares, ou seja, -10,3% e -9,0%, respectivamente. No que tange aos resultados acumulados em 12 meses, o segmento de Serviços profissionais, administrativos e complementares, registra a maior queda com -6,4%, seguido dos Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, com -5,6%.
Em termos de composição da taxa global de volume, sem ajuste sazonal, as contribuições positivas foram dos segmentos Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, com 1,2 p.p. e dos Serviços prestados às famílias, com 0,1 p.p. As contribuições negativas foram as seguintes: Serviços profissionais, administrativos e complementares, com -1,5 p.p.; Serviços de informação e comunicação, com -1,2 p.p e Outros serviços, com -0,5 p.p.
| TABELA 2 | ||||||||
|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
| INDICADORES DE RECEITA NOMINAL DE SERVIÇOS, SEGUNDO GRUPOS DE ATIVIDADES | ||||||||
| BRASIL - MAIO 2017 | ||||||||
| ATIVIDADES | TAXA DE VARIAÇÃO DE RECEITA NOMINAL (%) | |||||||
| MÊS/MÊS ANTERIOR COM AJUSTE SAZONAL | MÊS/IGUAL MÊS DO ANO ANTERIOR | ACUMULADO | ||||||
| MAR | ABR | MAI | MAR | ABR | MAI | NO ANO | 12 MESES | |
| BRASIL | - 0,6 | 0,4 | 0,3 | 0,7 | - 0,5 | 3,9 | 1,3 | 0,4 |
| 1 - Serviços prestados às famílias | 0,8 | 0,3 | - 0,1 | 0,8 | 1,1 | 4,9 | 0,4 | 0,2 |
| 1.1 - Serviços de alojamento e alimentação | 0,7 | 0,8 | 0,2 | 1,3 | 2,2 | 5,2 | 0,8 | - 0,1 |
| 1.2 - Outros serviços prestados às famílias | 2,9 | - 3,4 | 0,4 | - 4,6 | - 5,2 | 2,2 | - 2,4 | 1,3 |
| 2 - Serviços de informação e comunicação | - 0,2 | - 1,1 | - 0,2 | 1,4 | - 0,5 | - 1,0 | 0,8 | 0,0 |
| 2.1 - Serviços TIC | - 1,5 | 0,6 | - 0,5 | 1,4 | 0,4 | 0,3 | 1,5 | 0,6 |
| 2.11 - Telecomunicações | - 0,7 | - 0,4 | 0,2 | 1,2 | - 0,7 | 0,6 | 0,6 | - 0,5 |
| 2.12 - Serviços de tecnologia da informação | - 2,4 | 2,6 | - 2,7 | 0,5 | 3,5 | - 1,9 | 3,3 | 3,9 |
| 2.2- Serviços audiovisuais, de edição e | ||||||||
| agências de notícias | - 1,3 | - 4,3 | - 1,6 | 2,2 | - 5,2 | - 7,8 | - 2,6 | - 3,6 |
| 3 - Serviços profissionais, administrativos | ||||||||
| e complementares | - 0,5 | 0,6 | 2,9 | - 3,6 | - 5,1 | 0,8 | - 2,6 | - 0,3 |
| 3.1 - Serviços técnico-profissionais | - 0,6 | - 3,2 | 1,8 | - 11,1 | - 14,4 | - 4,6 | - 10,1 | - 8,3 |
| 3.2 - Serviços administrativos e | ||||||||
| complementares | - 2,1 | 3,0 | 0,8 | 0,0 | - 0,8 | 3,8 | 1,2 | 3,0 |
| 4 - Transportes, serviços auxiliares dos | ||||||||
| transportes e correio | - 0,1 | 0,8 | 1,0 | 5,0 | 4,5 | 11,6 | 5,6 | 1,0 |
| 4.1 - Transporte terrestre | - 0,4 | 0,4 | 0,5 | 1,3 | 2,5 | 10,6 | 3,7 | 0,5 |
| 4.2 - Transporte aquaviário | - 0,6 | 0,6 | 3,9 | - 5,7 | - 4,4 | - 0,5 | - 4,4 | - 10,8 |
| 4.3 - Transporte aéreo | 5,0 | - 5,1 | 1,2 | 19,0 | 17,8 | 17,9 | 12,0 | 2,9 |
| 4.4 - Armazenagem, serviços auxiliares | ||||||||
| dos transportes e correio | 0,1 | - 2,1 | 2,8 | 10,1 | 6,0 | 13,5 | 9,3 | 3,8 |
| 5 - Outros serviços | 0,1 | - 7,4 | 7,4 | - 8,4 | - 10,4 | 0,6 | - 3,6 | 1,3 |
| Atividades turísticas | 1,7 | 0,2 | 0,0 | 4,4 | 6,4 | 7,3 | 2,7 | 0,9 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio
Amazonas (6,2%), Rio Grande do Sul (4,1%) e Mato Grosso (3,2%) tiveram maiores variações positivas
No que se refere aos resultados regionais do setor de serviços em maio, com ajuste sazonal, as maiores variações positivas de volume, em relação a abril, foram registradas no Amazonas (6,2%), Rio Grande do Sul (4,1%) e Mato Grosso (3,2%). As maiores variações negativas foram observadas em Roraima (-5,3%), Rondônia (-4,8%) e Distrito Federal (-4,6%).
Quanto aos resultados sem ajuste sazonal, na comparação com igual mês do ano anterior, Mato Grosso com 8,6%, Paraná, com 6,9% e Rio Grande do Norte, com 2,7%, foram as maiores variações positivas. As maiores variações negativas foram registradas em Rondônia, com -20,4%, Amapá, com -18,5% e Roraima, com -16,9%.
Pernambuco (0,8%), Espírito Santo (0,5%) e Ceará (0,3%) tiveram variações positivas nas atividades turísticas
Em termos regionais, analisando-se os resultados de volume, na série livre de influências sazonais das Atividades turísticas, segundo as Unidades da Federação selecionadas, as variações positivas, por ordem de variação, foram as seguintes: Pernambuco (0,8%), Espírito Santo (0,5%) e Ceará (0,3%). As variações negativas foram registradas no Rio de Janeiro
(-5,4%), Paraná (-3,7%), Distrito Federal (-2,7%), Minas Gerias (-2,1%), Santa Catarina
(-2,0%), Bahia (-1,5%), São Paulo, Rio Grande do Sul e Goiás (todos com -0,5%).
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior sem ajuste sazonal, as variações positivas foram as seguintes: Pernambuco (10,1%), Goiás (7,8%), Santa Catarina (5,0%) e São Paulo (0,9%). As variações negativas foram as seguintes: Rio de Janeiro (-22,0%), Distrito Federal (-17,4%), Espírito Santo e Rio Grande do Sul (ambas com -10,0%), Paraná (-4,6%), Minas Gerais (-4,4%), Ceará (-0,3%) e Bahia (-0,1%).
Serviços jurídicos e de publicidade crescem em maio, mas setor de serviços fica estável
Os serviços jurídicos e de publicidade e propaganda foram os principais responsáveis pelo crescimento de 2,4% na atividade de serviços profissionais, administrativos e complementares,na passagem de abril para maio, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que o IBGE acaba de divulgar. Apesar da melhora, na comparação com maio de 2015, a atividade ainda registra queda de 5,7%.
Já os serviços de informação e comunicação, com -0,3%, puxaram o resultado para baixo em maio. Assim, com 0,1%, na passagem de abril para maio, o setor de serviços como um todo mostrou estabilidade no mês. O gerente da pesquisa, Roberto Saldanha, afirmou que “foi identificada estabilidade, com variação de 0,1%, que não tem relevância estatística.”
O resultado de maio, no acumulado em 12 meses (-4,7%), pode significar uma reversão na tendência de queda no setor de serviços. “Em maio, o setor caiu menos, o que não deixa de ser um sinal de melhora, mas não dá para afirmar que é uma recuperação pois temos que verificar os próximos meses”, explicou Roberto Saldanha.
DOCUMENTO: http://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-detalhe-de-midia.html?view=mediaibge&catid=2102&id=966
APRESENTAÇÃO: http://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-detalhe-de-midia.html?view=mediaibge&catid=2102&id=965
MF. SPE. 13/07/2017. Fazenda divulga Prisma Fiscal de julho de 2017
O Ministério da Fazenda divulga nesta quinta-feira (13/07) o relatório Prisma Fiscal de julho de 2017.
Prisma Fiscal
O Prisma Fiscal é um sistema de coleta de expectativas de mercado elaborado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) para acompanhar a evolução das principais variáveis fiscais brasileiras. Ele oferece uma oportunidade para o aprimoramento dos estudos fiscais no País, além de facilitar o controle social a partir de uma ancoragem das expectativas quanto ao desempenho de importantes variáveis fiscais brasileiras.
Prisma Fiscal: http://www.spe.fazenda.gov.br/prisma-fiscal/historico-de-documentos/relatorio-mensal-2017_07.pdf
MF. SPE. REUTERS. 13 DE JULHO DE 2017. Mercado piora previsão para déficit primário em 2017 e 2018, mostra Prisma
SÃO PAULO (Reuters) - Especialistas do mercado pioraram as projeções para o déficit primário do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) tanto para este ano quanto o próximo, com queda nas arrecadações, mostrou o relatório Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda divulgado nesta quinta-feira
A expectativa agora é de rombo de 145,268 bilhões de reais para 2017, sobre 142,052 esperados antes, afastando-se ainda mais da meta de déficit primário de 139 bilhões de reais para o ano, naquele que será o quarto ano seguido em que o governo não consegue economizar para pagar juros da dívida pública.
Para 2018, ainda segundo o Prisma, a projeção de déficit passou a 129 bilhões de reais, contra 127,446 bilhões no relatório anterior. Os dados foram coletados até o quinto dia útil de julho.
A previsão de arrecadação federal também mostrou piora em ambos os anos, com estimativa de 1,34 trilhão de reais este ano e 1,439 trilhão em 2018, sobre 1,346 e 1,451 trilhão no levantamento anterior.
Para a dívida bruta, os números mostraram leves ajustes. Para 2017, os economistas passaram a ver 75,6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), sobre 75,47 por cento antes, enquanto para 2018 a estimativa agora é de 78,67 por cento, frente a 78,60 por cento.
Por Camila Moreira
MF. SPE. PORTAL UOL. AGÊNCIA ESTADO. 13/07/2017. Prisma: previsão de déficit primário do Governo Central avança para R$ 145,268 bi
Eduardo Rodrigues
Brasília
Os analistas de mercado ouvidos pelo Ministério da Fazenda pioraram todas as suas projeções para as contas públicas no boletim Prisma Fiscal de julho. O documento, divulgado na manhã desta quinta-feira, 13, pela Secretaria de Política Econômica (SPE) da pasta, mostra que os agentes continuam apostando que o Governo Central não conseguirá cumprir a meta de resultado primário de 2017 e terá um desempenho apenas suficiente para chegar na meta de 2018.
A mediana das projeções do mercado para o déficit neste ano passou de R$ 142,051 bilhões para R$ 145,268 bilhões, ficando mais distante da meta de saldo no vermelho em 2017, de R$ 139 bilhões.
Já para 2018, os analistas projetaram um déficit de R$ 129 bilhões, exatamente na meta estipulada para o próximo ano. No boletim de junho, as previsões indicavam o saldo negativo de R$ 127,446 bilhões, ou seja, com uma certa folga em relação à meta.
Os resultados pioraram porque o Prisma deste mês revisou para baixo as previsões do mercado para a arrecadação. Em 2017 essa estimativa caiu de R$ 1,345 trilhão para R$ 1,340 trilhão. Para 2018, estimativa recuou de R$ 1,451 trilhão para R$ 1,439 trilhão.
Já a estimativa para a receita líquida do Governo Central neste ano também caiu de R$ 1,144 trilhão para R$ 1,139 trilhão, enquanto para o próximo ano passou de R$ 1,230 trilhão para R$ 1,211 trilhão.
Com isso, pelo lado do gasto, a projeção de despesas totais do Governo Central este ano caiu de R$ 1,290 trilhão para R$ 1,286 trilhão. Para 2018, a estimativa passou de R$ 1,356 trilhão para R$ 1,350 trilhão.
Devido à piora no resultado fiscal esperado pelos analistas, a mediana das projeções do Prisma para a Dívida Bruta do Governo Geral ao fim de 2017 passou de 75,47% do PIB para 75,60% do PIB. Para 2018, a estimativa que estava em 78,60% do PIB em maio caiu para 78,67% do PIB no relatório de hoje.
Curto Prazo
O Prisma também atualizou as projeções fiscais para este e para os próximos dois meses. Para julho, a estimativa de déficit primário passou de R$ 16,837 bilhões para R$ 13,120 bilhões. Para agosto, a previsão de saldo negativo passou de R$ 19,000 bilhões para R$ 19,838 bilhões. Para julho, a projeção de rombo passou de R$ 23,932 bilhões para R$ 25,000 bilhões.
O dado ainda é preliminar, mas, para o Ministério da Fazenda, animador. Em junho, arrecadação federal teve aumento real de 3% na comparação com junho do ano passado. Foram R$102 bilhões, contra R$ 96,2 bilhões em junho do ano passado. No ano, acumulado até junho, a arrecadação aumentou 0,7%.
Os dados serão divulgados nos próximos dias pela Receita Federal. O aumento da arrecadação se deve principalmente à melhoria no recolhimento dos impostos de renda de pessoas jurídicas. As empresas, na avaliação da Fazenda, já compensaram boa parte dos prejuízos registrados nos balanços dos anos de 2014 a 2016 e voltaram a pagar mais impostos.
O Ministério da Fazenda ainda vai esperar pelos dados de julho para verificar se há uma tendência consistente de alta da arrecadação de tributos. Caso se confirme, isso poderá reduzir a necessidade de aumento de imposto neste ano para cumprir a meta de déficit fiscal de R$139 bilhões este ano. O aumento, quando vier, será pela elevação das alíquotas do PIS-Cofins sobre combustíveis.
BACEN. CONEXÃO REAL. 13/07/2017. TLP vai reduzir custos fiscais, promover eficiência nos investimentos, permitir juros menores para todos e fomentar o financiamento privado de longo prazo. Mudança proposta terá impactos positivos sobre a dívida pública nacional e deve colaborar para a queda sustentada da taxa de juros estrutural da economia.
A criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), objeto da Medida Provisória 777, em tramitação no Congresso Nacional, altera a remuneração das operações de crédito concedidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), substituindo a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).
A TLP irá valer para os financiamentos contratados a partir de 1º de janeiro de 2018. A nova taxa será composta pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e por uma taxa de juros real prefixada, que equivale ao rendimento real das Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B) no prazo de cinco anos. A NTN-B reflete o custo de captação do Tesouro Nacional.
Um dos benefícios dessa mudança é o aumento da previsibilidade dos contratos, cujas taxas de juros passarão a ser prefixadas ao longo da vida do contrato, variando apenas em função da taxa de inflação. Enquanto a TJLP é hoje estabelecida trimestralmente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com base na meta de inflação e no prêmio de risco do país, a TLP será calculada e divulgada mensalmente pelo BC e valerá para todos os contratos firmados pelo BNDES naquele período.
“A nova sistemática levará a uma redução gradual do subsídio implícito nos repasses de recursos do Tesouro ao BNDES”, ressalta o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Tiago Berriel. A redução desses subsídios vai contribuir para o equilíbrio fiscal no Brasil, com impactos positivos sobre a dívida pública nacional, uma vez que vai eliminar, em cinco anos, a diferença entre o custo de captação para o Tesouro e o custo dos empréstimos do BNDES. Entretanto, a medida não impede que existam subsídios que a sociedade julgue relevantes e necessários. Essa discussão e a implementação de subsídios se daria de forma transparente e democrática dentro do orçamento definido pelo Congresso Nacional.
Outro ponto importante é a contribuição da mudança para uma queda sustentada da taxa de juros estrutural da economia, o que torna o controle da inflação mais barato para a sociedade. “A TLP baseada numa taxa de mercado responde à política monetária muito mais prontamente. É isso que aumenta a potência da política monetária, pelo canal do crédito, e beneficia, em princípio, o conjunto dos tomadores de crédito do país”, defende o diretor, ressaltando que a nova taxa é bastante próxima de uma taxa livremente determinada pelo mercado.
A perspectiva é que isso atraia mais investidores privados para o país e ajude a fomentar o financiamento privado de longo prazo, como aquele destinado a grandes projetos de infraestrutura, por exemplo. A avaliação feita pelo BC é de que uma taxa administrada (caso da TJLP), com acesso somente ao BNDES e a alguns bancos públicos, afasta potenciais investidores de longo prazo, fenômeno conhecido como crowding-out.
Ao reduzir os subsídios implícitos do Tesouro para o BNDES, a nova remuneração dos contratos do BNDES contribui ainda para o equilíbrio fiscal do Brasil. “É como se estivéssemos, até aqui, desestimulando o desenvolvimento do mercado privado, tanto aquele de crédito quanto o mercado de capitais”, aponta Tiago Berriel. “Com a melhora do referencial da taxa de longo prazo, que passa a ser explicitamente baseada em parâmetros de mercado, mais investidores privados serão atraídos para este mercado”, acredita o diretor do BC.
Em decorrência, o BNDES acaba ganhando mais flexibilidade em seus projetos. “Isso vai permitir ao BNDES ampliar a forma da atuação, de forma mais integrada ao mercado de capitais, com condições de vender ou securitizar os créditos concedidos”, conclui.
As alterações propostas pela MP fazem parte da Agenda BC+. A MP 777 será analisada por uma comissão mista e depois pelo plenário da Câmara dos Deputados.
BROOKFIELD. 13 DE JULHO DE 2017. Conversas entre Renova e Brookfield esfriam por discórdia sobre gestão, dizem fontes
Por Guillermo Parra-Bernal
SÃO PAULO (Reuters) - A relutância do maior acionista da Renova Energia em abandonar a administração da endividada empresa de energia limpa esfriou as conversas sobre uma possível aquisição pela canadense Brookfield Asset Management, disseram à Reuters três fontes com conhecimento do assunto.
A elétrica mineira Cemig quer participar de uma reestruturação da Renova que deveria ser conduzida pela Brookfield após o negócio, disseram duas das fontes. A Cemig detém 34,2 por cento na Renova Energia.
A posição dos mineiros pode derrubar uma proposta de 1,6 bilhão de reais da Brookfield pelo controle da Renova, disseram as fontes. O plano da Cemig é primeiro sondar o interesse de outras empresas na disputa pela Renova, como a Oaktree Capital Management e mais dois fundos não identificados, segundo duas das fontes.
A Reuters noticiou na sexta-feira que a Brookfield propôs a compra dos 63,5 por cento que Cemig, Light e RR Participações detém na Renova, por 810 milhões de reais. A empresa canadense ainda injetaria 800 milhões de reais na Renova para ter a gestão total da companhia.
Cemig e Brookfield recusaram-se a comentar. A Light direcionou as questões sobre a Renova para a Cemig, que é sua controladora.
Mas esnobar a oferta da Brookfield, que tem realizado grandes aquisições em energia e infraestrutura no Brasil, pode ser "perigoso" para a Renova, que enfrenta um pesado cronograma de pagamentos de dívidas e tem uma frágil posição de caixa, disse uma das fontes, sob a condição de anonimato.
As Units da Renova saltaram quase 30 por cento desde janeiro, em meio a expectativas de uma aquisição que poderia salvar a companhia de sua forte crise de liquidez, ou mesmo de uma quebra. A Reuters noticiou pela primeira vez a possibilidade de aquisição da Renova pela Brookfield em 1° de março.
A Renova tem sofrido uma crise financeira desde o fim de 2015, após o fracasso de uma parceria com a norte-americana SunEdison, que injetaria dinheiro na empresa, mas desistiu do negócio após entrar em recuperação judicial nos EUA.
Nesta semana, o diretor financeiro da Cemig, Adézio Lima, disse em teleconferência que a venda de fatias da Cemig e da Light na Renova pode levar até 60 dias.
MAPA. PORTAL BRASIL. 13/07/2017. ECONOMIA E EMPREGO. Ministro vai aos EUA discutir reabertura do mercado de carnes. Blairo Maggi vai se encontrar com secretário de Agricultura dos Estados Unidos para discutir retomada das exportações da carne brasileira. Blairo Maggi irá discutir situação com o secretário de Agricultura do governo norte-americano
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, se encontra na próxima segunda-feira (17) com o secretário de Agricultura do governo norte-americano, Sonny Perdue, em Washington, para discutir a retomada de exportações da carne brasileira para os Estados Unidos.
Segundo o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, as providências tomadas pela pasta e explicações técnicas já enviadas aso Estados Unidos servirão para reabrir o mercado norte-americano a exportadores brasileiros.
Novacki está na Suíça para participar de reunião do Codex Alimentarius, para apoiar a candidatura brasileira à presidência da entidade e realizar reuniões bilaterais com parceiros comerciais, defendendo a sanidade de produtos brasileiros.
Em Genebra, ele se reuniu com o embaixador encarregado de Negócios dos Estados Unidos, Theodore Allegra, e detalhou as providências adotadas pelo ministério em relação às reações à vacina contra aftosa detectadas pela área de defesa sanitária norte-americana.
Uma das medidas foi a determinação a frigoríficos de que carnes in natura de cortes dianteiros (local de aplicação da vacina) sigam apenas na forma de recortes, cubos, iscas ou tiras, a fim de identificar facilmente eventuais problemas.
O secretário destacou também a recente revisão do Regulamento Sanitário brasileiro (RIISPOA), que atualizou normas seguidas por funcionários e por empresas, “mitigando em muito riscos de corrupção”, e o Programa de Compliance do ministério, com foco na ética, que deverá ser concluído até janeiro do próximo ano.
CNI. 12/07/2017. Indústria apoia governo nas negociações com União Europeia, Efta e México. Diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi participou de audiência pública da Câmara dos Deputados e explicou que acordos atuais do Brasil só cobrem 8% do comércio mundial. O percentual é muito baixo se comparado aos 85% alcançados pelo Chile, por exemplo

A inserção internacional do Brasil não pode ser adiada, mesmo num cenário mundial de protecionismo. Esta é a avaliação do diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi. Ele participou de audiência pública para discutir Os novos arranjos comerciais firmados em âmbito global e a inserção do Brasil nesse contexto, na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (12).
“Os países que hoje são mais protecionistas já estiveram na nossa frente e negociaram todos os acordos que quiseram. Não podemos mais adiar a inserção internacional do Brasil e apoiamos integralmente o Itamaraty e o MDIC para que possam negociar da melhor forma possível acordos em benefício do setor produtivo e da sociedade brasileira”, afirmou Abijaodi.
Para o subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Carlos Márcio Cozendey, as exportações e os investimentos brasileiros são bem distribuídas pelo mundo, por isso o governo tem buscado negociar em diversas frentes. "Nãoo existe um acordo com um mercado único que resolva o problema de acesso a mercado do Brasil”, disse.
No momento, o Brasil negocia com o México e participa das negociações, por meio do Mercosul, com União Europeia e Associação Europeia de Livre Comércio (Efta). “Devemos iniciar as conversar com o Canadá no segundo semestre e com o Japão e Coreia do Sul no próximo ano. Não será simples, será um desafio que vamos colocar para a indústria brasileira”, explicou o embaixador.
O diretor do Departamento de Negociações Internacionais (DEINT) do Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Alexandre Lobo, reforçou a necessidade de o Brasil continuar buscando novos mercados e afirmou que o recente acordo entre União Europeia e Japão mostra que ainda há espaço para se buscar o livre comércio. Para ele, a proliferação de acordos entre outras economias mina, ainda mais, a competitividade do produto brasileiro no exterior.
O autor do requerimento para audiência pública, deputado Pedro Vilela (PSDB-AL), presidiu a reunião.
_________________
LGCJ.: