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February 21, 2020


ECONOMIA BRASILEIRA / BRAZIL ECONOMICS



GRUPO DE LIMA / VENEZUELA



MRE. 20/02/2020. Ministro Ernesto Araújo fala sobre a reunião do Grupo de Lima ocorrida hoje em Ottawa, Canadá



VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=FvpQSX-RzIY

Ministerio de Relaciones Exteriores del Peru. 20 de febrero de 2020. Reunión Ministerial del Grupo de Lima. Comunicado. Grupo de Lima - Declaración. Declaración del Presidente

Los miembros del Grupo de Lima nos reunimos en Gatineau, Quebec, para expresar nuestra unidad y compromiso inquebrantable con el retorno de la democracia en Venezuela, basados en nuestros valores, principios y posiciones fundamentales expresados en previas declaraciones. Esto incluye una estricta adhesión al estado de derecho y el respeto de los derechos humanos. Venezuela ha sido llevada por un camino de colapso económico, abusos de los derechos humanos, aumento de la criminalidad y destrucción del medio ambiente. El sufrimiento humano ha alcanzado un nivel intolerable. Esto contribuye a la urgencia de una salida pacífica y democrática de esta crisis que se deteriora rápidamente.

Los propios venezolanos deben liderar el retorno a la democracia en Venezuela. Para ello, el pueblo venezolano debe tener voz para decidir su futuro.  Si bien la Constitución venezolana prevé la celebración de elecciones parlamentarias en 2020, la democracia se restablecerá plenamente en Venezuela sólo mediante elecciones presidenciales libres, justas y creíbles. Este proceso debe incluir un Consejo Nacional Electoral independiente, un Tribunal Supremo imparcial, apoyo y observación internacionales, la plena libertad de prensa y la participación política de todos los venezolanos.

Si bien son los venezolanos quienes decidirán en última instancia, la comunidad internacional tiene un papel crucial que desempeñar. Hoy, el Grupo de Lima hace un llamamiento a la comunidad internacional para que se una a nosotros en el apoyo a un futuro democrático para Venezuela. El mundo necesita unirse para detener la tragedia humana en Venezuela.

En los próximos días y semanas, representantes del Grupo de Lima participarán en un período intensivo de gestiones internacionales y consulta con todos los países interesados ​​en la restauración de la democracia en Venezuela. Creemos que es hora de enviar un mensaje claro e inequívoco a los venezolanos de que el momento de poner fin a esta crisis es ahora y que la comunidad internacional está lista para apoyar tal proceso.

Gatineau, Quebec, Canadá - 20 de febrero de 2020



SETOR EXTERNO



BACEN. 21 Fevereiro 2020. BC divulga Estatísticas do Setor Externo com os dados atualizados até janeiro de 2020.​​

1. Balanço de pagamentos


Em janeiro de 2020, o déficit em transações correntes totalizou US$11,9 bilhões, ante déficit de US$9,0 bilhões no mesmo mês de 2019. A elevação no déficit decorreu da retração de US$3,6 bilhões no saldo da balança comercial, parcialmente compensada pelas reduções de US$506 milhões e de US$182 milhões nas despesas líquidas de renda primária e de serviços, respectivamente, e pelo aumento das receitas líquidas de renda secundária, US$96 milhões. O déficit em transações correntes nos doze meses encerrados em janeiro de 2020 somou US$52,3 bilhões (2,85% do PIB), ante US$49,5 bilhões (2,69% do PIB), em 2019.


As exportações de bens totalizaram US$14,5 bilhões em janeiro de 2020, recuo de 19,5% em relação ao mesmo período de 2019. Na mesma base de comparação, as importações de bens aumentaram 0,6%, para US$17,1 bilhões. As importações de bens no âmbito do Repetro foram estimadas em US$2,1 bilhões, para janeiro de 2020. Em janeiro de 2019, as importações líquidas cursadas pelo Repetro totalizaram US$0,8 bilhão.

O déficit na conta de serviços atingiu US$2,7 bilhões no mês, 6,4% inferior ao resultado de janeiro de 2019. Destacaram-se o incremento na receita líquida de outros serviços de negócio, de US$526 milhões para US$831 milhões, e a redução nas despesas líquidas em viagens, de US$986 milhões para US$857 milhões, na mesma base de comparação. Em sentido oposto, houve aumento nas despesas líquidas de aluguel de equipamentos, de US$931 milhões para US$1,3 bilhão.

Em janeiro de 2020, o déficit em renda primária reduziu 7,0% na comparação com janeiro de 2019, somando US$6,8 bilhões. Os gastos líquidos com juros somaram US$4,0 bilhões no mês, redução de 13,3% na comparação interanual, com redução de despesas e estabilidade nas receitas. As despesas líquidas de lucros e dividendos somaram US$2,8 bilhões, aumento de 4,1% ante janeiro de 2019.


INVESTIMENTO

Os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$5,6 bilhões no mês, compostos por ingressos líquidos de US$4,5 bilhões em participação no capital e de US$1,1 bilhão em operações intercompanhia. Nos doze meses até janeiro de 2020, o IDP totalizou US$78,4 bilhões, correspondendo a 4,26% do PIB. Em 2019, os fluxos líquidos de IDP alcançaram US$78,6 bilhões, ou 4,27% do PIB.


No mês, o ingresso líquido de investimento em portfólio no mercado doméstico somou US$1,5 bilhão, com saídas líquidas de US$4,1 bilhões em ações e fundos de investimento, e ingressos líquidos de US$5,6 bilhões em títulos de dívida. Em janeiro de 2019 houve ingressos líquidos de US$6,7 bilhões, resultado de ingressos líquidos US$3,7 bilhões em ações e de US$3,0 bilhões em fundos de investimentos. No acumulado em 12 meses, as saídas líquidas somaram US$12,9 bilhões.

2. Reservas internacionais

O estoque de reservas internacionais atingiu US$359,4 bilhões em janeiro de 2020. O incremento de US$2,5 bilhões nesse estoque, relativamente à posição de dezembro, decorreu principalmente da variação por preço, que gerou ganhos de US$2,1 bilhões. A receita de juros adicionou US$585 milhões ao estoque, enquanto a variação por paridades contribuiu para reduzi-lo em US$251 milhões.

3. Revisões – exportação de bens

A Secex revisou as estatísticas de exportações de bens para todos os meses de 2019, o que implicou aumento de US$1,4 bilhão ao acumulado do ano. Agosto de 2019 concentrou os valores revisados, acréscimo de US$1,0 bilhão, enquanto os demais meses do ano alternaram elevações e reduções.

Essa revisão, decorrente da revisão nas informações prestadas, é classificada como uma revisão ordinária de curto prazo e efetuada na mesma periodicidade em que essa estatística é publicada, nos termos da Política de Revisão das Estatísticas Econômicas Oficiais Compiladas pelo Departamento de Estatísticas (DSTAT) do Banco Central do Brasil (BCB), de outubro de 2019. Dessa forma, nesta divulgação, as estatísticas de exportações de bens das transações correntes do balanço de pagamentos estão sendo revisadas para o mesmo período e nos mesmos montantes em que houve a revisão realizada pela Secex.

DOCUMENTO: https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/docs_estatisticassetorexterno/Nota%20para%20a%20imprensa%20-%20Estat%C3%ADsticas%20Setor%20Externo.pdf



AGRICULTURA



IPEA. 21/02/2020. Ipea estima aceleração no PIB agropecuário em 2020. O crescimento deve ser impulsionado pelas altas nas produções de soja e café

A seção de Economia Agrícola da Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada nesta sexta-feira, 21, prevê crescimento do produto interno bruto (PIB) do setor agropecuário para 2020: alta de 3,4% (com o prognóstico de safra utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE) e de 4,1% (com o prognóstico de safra da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab). Os pesquisadores reviram as previsões para cima, uma vez que a estimativa anterior era de crescimento de 3,2% e 3,7%, respectivamente.

Na análise por segmento, há previsão de alta de 3,5% no valor adicionado da pecuária. A perspectiva é de um avanço de 3,9% (cenário de safra do IBGE) e 5% (cenário de safra da Conab) no valor adicionado da lavoura, puxado pelo bom desempenho da soja (alta de 8,7% na produção, de acordo com o IBGE) e do café (13,1%).

No caso da pecuária, todos os componentes devem impulsionar o crescimento do valor adicionado, com destaque positivo para a produção de suínos, com projeção de alta de 4,5% neste ano. Os pesquisadores do Ipea também utilizaram nas análises as previsões de volume de produção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a pecuária.

O documento conta com uma subseção de crédito rural (com contrações e condições de crédito) e de insumos (com destaque para fertilizantes e produção de máquinas agrícolas). Além disso, há uma avaliação detalhada dos mercados e preços agropecuários domésticos feita pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (USP). Os pesquisadores observaram uma continuidade na trajetória de redução das taxas médias de juros do crédito rural.

Para o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo de Castro Souza Júnior, “os efeitos econômicos do coronavírus podem representar um risco para as projeções do PIB agropecuário, uma vez que a demanda externa por carnes e, por consequência, a produção interna podem ser afetadas”. Mas ele não acredita em um efeito negativo sobre a produção da carne suína para a exportação porque a China ainda sofre as consequências da peste suína africana e seus rebanhos permanecem reduzidos.

O Brasil é o maior exportador mundial de soja e as exportações brasileiras podem ser  afetadas pelo recente acordo entre Estados Unidos e China, que prevê crescimento de 192% das importações de soja para a China em 2020 e de 258% em 2021 (na comparação com 2019). Porém a meta é inalcançável, uma vez que representaria um volume maior do que toda a soja produzida nos Estados Unidos nos dias atuais. Mas tudo indica que haverá uma grande pressão para ampliar as exportações norte-americanas para a China, deslocando os principais fornecedores. Por se tratar de uma commodity, é sempre possível realocar a oferta brasileira para outros mercados que deixariam de ser atendidos pela soja dos EUA (com todas as dificuldades de redefinições logísticas e contratuais envolvidas).

Economia Agrícola: http://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/index.php/2020/02/21/economia-agricola-10/



COMÉRCIO VAREJISTA



FGV. IBRE. 21/02/20. Sondagens e Índices de Confiança. Sondagem do Comércio. Confiança do Comércio avança em fevereiro

O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) da Fundação Getulio Vargas subiu 1,7 ponto em fevereiro, ao passar de 98,1 para 99,8 pontos, o mesmo nível de fevereiro de 2019 (99,8 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 1,1 ponto, registrando a segunda alta consecutiva.

“A confiança do comércio inicia 2020 em alta, sob influência dos indicadores de expectativas, que se consolidaram acima do nível neutro de 100 pontos. Essa melhora das expectativas, no entanto, ocorre em sentido contrário ao dos consumidores, que em fevereiro se tornaram bem mais cautelosos em relação ao futuro próximo, lançando dúvidas sobre a possibilidade de sustentação da atual tendência de alta da confiança do comércio“, avalia Rodolpho Tobler, Coordenador da Sondagem do Comércio da FGV IBRE.

Em fevereiro, a confiança subiu em 5 dos 6 segmentos. A melhora do índice foi mais influenciada pelo resultado favorável do Índice de Expectativas (IE-COM), que avançou 2,6 pontos, ao passar de 104,4 para 107,0, maior nível desde fevereiro de 2019 (107,2) superando o nível neutro pelo nono mês consecutivo. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) variou, 0,7 ponto, saindo de 91,9 para 92,6 pontos.

Diferença entre expectativas e situação atual

As recentes altas da confiança do comércio refletiram também no índice em médias móveis trimestrais. Em fevereiro, nessa métrica, o ICOM avançou 1,1 ponto, influenciado pela segunda alta do IE-COM (2,2 pontos), enquanto o ISA-COM registrou certa estabilidade (0,1 ponto). Com isso, a diferença entre estes dois indicadores subiu a 11,5 pontos, a maior desde abril de 2019 (12,8 pontos). “Apesar da ligeira melhora dos indicadores da situação atual em fevereiro, o resultado foi insuficiente para compensar a perda de janeiro, sugerindo que ainda existem dificuldades para o setor engrenar um ritmo mais forte de vendas”, acrescenta Rodolpho Tobler.

DOCUMENTO: https://portalibre.fgv.br/navegacao-superior/noticias/confianca-do-comercio-avanca-em-fevereiro.htm



CONSTRUÇÃO CIVIL



FGV. IBRE. 21/02/20. Sondagens e Índices de Confiança. Sondagem da Construção. Confiança da Construção recua em fevereiro

O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, recuou 1,4 ponto em fevereiro, para 92,8 pontos. Apesar da queda pontual, o índice regista a nona alta em médias móveis trimestrais, passando de 91,9 pontos em janeiro para 93,0 pontos.

“Em fevereiro, o Índice de Expectativas, que havia avançado em ritmo forte nos meses anteriores, mostrou uma correção no otimismo setorial. Essa moderação pode ter muitas origens como uma frustração com o ritmo da recuperação ou o aumento das incertezas em relação à continuidade do Programa Habitacional. Ainda assim, os empresários do setor apresentam uma confiança superior à alcançada no mesmo mês de 2019 e a percepção em relação à situação corrente dos negócios continuou avançando e já está em patamar equivalente ao do início de 2015, o que, por enquanto, validam as projeções de crescimento para o ano, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE.

O resultado negativo do ICST em fevereiro refletiu a piora da percepção dos empresários em relação às expectativas para os próximos três e seis meses. O Índice de Expectativas (IE-CST) recuou 5,2 pontos, para 99,0 pontos, nível muito próximo à neutralidade. O indicador de demanda prevista apresentou queda de 5,5 pontos, para 99,7 pontos, enquanto o indicador de tendência dos negócios para os próximos seis meses caiu 4,9 pontos, para 98,3 pontos.

Por sua vez, o Índice de Situação Atual (ISA-CST) avançou pelo nono mês consecutivo, saindo de 84,3 pontos para 86,7 pontos, o maior valor desde dezembro de 2014 (91,0 pontos). Apesar do indicador de situação atual dos negócios ter permanecido estável (variando 0,3 ponto, para 86,9 pontos), o indicador de carteira de contratos apresentou alta de 4,4 pontos, para 86,6 pontos.

Neste mês, o Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) cedeu 0,3 ponto percentual (p.p.), para 70,6%, influenciado pelas quedas de 1,1 p.p. do NUCI de Máquinas e Equipamentos e 0,1 p.p. de Mão de Obra.

Acesso ao crédito

Ao longo de 2019, os bancos foram anunciando sucessivas reduções na taxa de juros dos financiamentos habitacionais. Assim, o crédito mais acessível para as famílias tem sido um dos fatores que tem contribuído para um maior otimismo com as perspectivas das empresas da área de edificações. A proporção de empresas que apontam dificuldade de acesso a crédito bancário, que chegou a 61% em maio de 2016, recuou a 45,5% em fevereiro do ano passado e a 33% agora. “Para a maioria das empresas o acesso ao crédito ainda está difícil – o Índice está abaixo de 100. No entanto, desde junho do ano passado o indicador subiu de forma expressiva, apontando menos dificuldades por parte das empresas para conseguir crédito, o que é também um elemento importante no movimento de recuperação do mercado” observa Ana Castelo.

DOCUMENTO: https://portalibre.fgv.br/navegacao-superior/noticias/confianca-da-construcao-recua-em-fevereiro-2.htm

FGV. IBRE. 21/02/20. Índices Gerais de Preços. INCC-M. INCC-M varia 0,35% em Fevereiro

O Índice Nacional de Custo da Construção - M (INCC-M) subiu 0,35% em fevereiro, percentual superior ao apurado no mês anterior, quando a taxa foi de 0,26%. A taxa do índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços variou 0,71% em fevereiro, ante 0,45% em janeiro. O índice referente à Mão de Obra variou 0,04% em fevereiro, após registrar 0,09% no mês anterior.

Materiais, Equipamentos e Serviços
No grupo Materiais, Equipamentos e Serviços, a variação correspondente a Materiais e Equipamentos foi de 0,65%, contra 0,47% no mês anterior. Três dos quatro subgrupos componentes apresentaram acréscimo em suas taxas de variação, destacando-se materiais para estrutura, cuja taxa passou de 0,29% para 0,51%.

A variação relativa a Serviços passou de 0,37% em janeiro para 0,96% em fevereiro. Neste grupo, vale destacar o avanço da taxa do item taxas de serviços e licenciamentos, que passou de 0,02% para 2,80%.

Mão de Obra

O índice referente à Mão de Obra variou 0,04% em fevereiro. No mês anterior, este grupo apresentou variação de 0,09%.

DOCUMENTO: https://portalibre.fgv.br/navegacao-superior/noticias/incc-m-varia-0-35-em-fevereiro.htm



INDÚSTRIA



PORTAL G1. BBC. 21/02/2020. Década perdida: por que, mesmo com juro baixo e dólar alto, a indústria brasileira continua em recessão? Entre 2011 e 2019, produção encolheu 15% no país e hoje opera no mesmo nível de 2004; entre 14 Estados acompanhados pelo IBGE, 11 acumulam resultado negativo — em São Paulo, queda foi de 20%. Produção industrial caiu 1,1% em 2019, após dois anos de alta

Desde que o dólar começou a subir, em meados do ano passado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem repetido que o câmbio desvalorizado é o "novo normal" no Brasil.

Mais que isso, disse que "é bom pra todo mundo" — como ressaltou no episódio polêmico em que comentou que o último ciclo de real forte "era uma festa danada", com "empregada doméstica indo para a Disney".

O dólar ultrapassou a barreira de R$ 4 em meados de agosto do ano passado e, desde então, poucas vezes recuou desse patamar. Pelo contrário, nas últimas semanas ele tem batido recordes e chegou a R$ 4,39 no pregão de quinta (20/02).

Para a indústria, entretanto, que em tese se beneficiaria do câmbio desvalorizado — que deixaria os produtos brasileiros mais baratos lá fora —, o dólar mais caro não impediu que a produção recuasse em 2019.

A queda de 1,1% levou a produção industrial ao mesmo nível registrado em junho de 2004, 15 anos atrás, de acordo com os cálculos do economista Alberto Ramos, do Goldman Sachs.

No acumulado entre 2011 e 2019, a queda é de quase 15%.

Ainda que em 2020 o setor reaja e o resultado seja positivo, não será suficiente para evitar que esta seja uma "década perdida" para a indústria, ressalta o economista Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Um levantamento feito pelo pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV) Marcel Balassiano a pedido da BBC News Brasil, com dados dos 14 Estados que compõem a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE, mostra que em 11 a produção recuou entre 2011 e 2019.

A pior situação é a do Espírito Santo (-35,2%) e de Minas Gerais (-27%), onde o desempenho do setor é bastante dependente da mineração.

Na sequência vem São Paulo, dono do maior parque industrial do país, com perda acumulada de 20%, queda maior que a média nacional.

Os únicos Estados que conseguiram crescer no acumulado dos 9 anos desta década que se encerra em 2020 foram Mato Grosso (16,3%), Goiás (17,6%) e Pará (50,8%).

Produção industrial anual — Foto: Arte/G1
Dólar alto ajuda ou atrapalha?

A indústria brasileira exporta pouco. Mais da metade de tudo o que o Brasil vende para fora são produtos básicos — 52% em 2019. Outros 12,6% são semimanufaturados e 34,5%, manufaturados.
Em contrapartida, o setor tem importado cada vez mais. Se não produtos acabados, partes e peças que vão compor as mercadorias.

Um estudo realizado pelo Banco Central e divulgado em março do ano passado mostrou que, entre 2002 e 2013, quando o real ganhou força e o dólar ficou mais barato, as importações chegaram a representar 20,3% do consumo aparente da indústria nacional (que soma a produção destinada ao mercado doméstico e as importações).

Esse percentual chegou a cair durante a crise, mas voltou a subir com a recuperação (ainda que lenta) da economia e, em 2018, voltou ao patamar de 20%.

Isso quer dizer que, para parte da indústria, o dólar mais caro representa um aumento de custos.

É o caso, por exemplo, de uma das maiores empresas de eletrodomésticos brasileiras, a Mondial.

Os importados representam cerca de 40% do que a marca comercializa, diz Giovanni Marins Cardoso, sócio-fundador da companhia. Além disso, a moeda americana afeta direta ou indiretamente os preços de cerca de 80% da matéria-prima utilizada na linha de produção.

"Então eu prefiro o dólar mais baixo", diz o empresário.

A Mondial tem centros de desenvolvimento de produtos dentro e fora do Brasil — dois na China, nas cidades de Guangzhou e Ningbo.

A escolha do que vai ser produzido no país asiático e o que fica a cargo das unidades brasileiras (localizadas na Bahia e em Manaus) não é apenas uma questão de preço, diz Cardoso, mas também de escala — ou seja, a possibilidade de produzir os volumes que a empresa precisa no período em que precisa.

"Sempre que a Mondial vai lançar um produto novo, a gente se pergunta: é viável produzir no Brasil? Se não for, produzimos lá fora."

Ao contrário de boa parte do setor, a fabricante não viu o faturamento cair durante a crise — segundo Cardoso, as vendas crescem de forma contínua desde a fundação, no ano 2000, em parte porque a marca vem ganhando mais participação no mercado.

Uma barreira contra os importados

Já a Toledo do Brasil, líder no mercado de balanças, viveu cada uma das etapas do ciclo de recessão — e tem conseguido se recuperar.

Depois de um ano forte em 2013, quando a empresa chegou a faturar quase R$ 430 milhões, veio o que o diretor e vice-presidente, Edson José Freire, chama de "crise da Dilma", com inflação e juros altos.

Em 2015, os gestores, "atônitos", resolveram esperar. Depois de o PIB recuar 3,8% naquele ano, contudo, em 2016 a companhia reduziu salários e jornada por 9 meses para tentar segurar os funcionários.

Como a economia não deu sinais claros de retomada, o ano seguinte foi de "fortes ajustes". A Toledo chegou a demitir algo entre 25% e 30% dos 1,8 mil empregados, eliminou níveis gerenciais, reformulou as áreas de supervisão e engenharia.

Hoje, são 1.350, entre técnicos, funcionários da área administrativa e na fábrica em São Bernardo do Campo (SP).

"Aproveitamos para arrumar a casa e nos prepararmos para voltar a crescer."

Os dois últimos anos foram de "forte recuperação", puxada em parte pelo desempenho positivo do setor agrícola, que responde por um terço das vendas, e pela retomada do emprego, que tem estimulado o varejo, responsável por mais um terço do faturamento.

Em 2019, o faturamento chegou a R$ 469 milhões — se considerada a inflação do período, a empresa hoje está próxima do nível "pré-crise", registrado em 2013.

Cerca de 40% de tudo o que a fábrica consome é importado. Assim, a desvalorização do real também acaba elevando o custo dos produtos.

Ainda assim, Freire afirma que o "câmbio um pouco depreciado é bom", porque onera os produtos importados — e o mercado de balanças enfrenta forte concorrência de mercadorias vindas de fora.

Motores da exportação

O mesmo estudo do Banco Central que apontou que o coeficiente de penetração das importações voltou ao nível de 20% destaca que "o coeficiente de exportação não apresenta resposta significativa ao câmbio".

Ou seja, no período estudado, o câmbio não foi uma variável relevante para impulsionar ou desacelerar as exportações.

"Por outro lado, o crescimento da economia mundial alavanca as exportações", acrescenta o texto.

Essa dinâmica explicaria porque as exportações brasileiras recuaram 5,8% em 2019, apesar do dólar mais caro.

No ano passado, além do arrefecimento do comércio global como um todo, por conta da guerra comercial entre EUA e China, a crise na Argentina, principal comprador de bens manufaturados brasileiros, se aprofundou. O "efeito Argentina" foi sentido não apenas pelo segmento automotivo, mas por toda a cadeia de bens intermediários, partes e peças exportadas pelo Brasil e que são usadas pela indústria do vizinho.

Não por acaso, o segmento de bens intermediários registrou a maior queda na produção entre as grandes categorias (que incluem bens de capital, bens de consumo duráveis etc), de 2,2%, o dobro do total.

Mesmo nesse cenário, uma parte da indústria comemora o "novo normal" do câmbio.

É o caso do setor calçadista, que já tem alguma inserção internacional e utiliza muita matéria-prima local.

Para a Ferracini, do polo de Franca (SP), a moeda americana valorizada dá à empresa mais margem de negociação frente a "competidores de peso, como China, Portugal e Vietnã", diz Roberto Barbosa, diretor comercial da companhia.

Cerca de 20% das vendas hoje são para o exterior.

Para aproveitar o ganho de competitividade e tentar aumentar essa participação, a empresa se prepara para tirar certificação halal, de olho em um mercado que considera importante na Europa e na América do Norte — a chamada geração M, os millennials muçulmanos.

Mais emprego, mais informalidade

O mercado interno tem ajudado a indústria, especialmente a de bens de consumo, mas esse efeito benigno é limitado pela qualidade dos empregos gerados pelo país, ressalta o economista Nelson Marconi, da Fundação Getulio Vargas (FGV).

A redução da taxa de desemprego tem se dado em parte à custa da geração de vagas mais precárias, informais ou por conta própria (categoria em que estão, por exemplo, os motoristas e entregadores de aplicativo).

Além dos salários muitas vezes menores, quem trabalha sem carteira assinada tem acesso mais difícil a crédito — ou tem acesso a taxas de juros mais altas.

Balassiano, da FGV, calcula que cerca de 60% da força de trabalho no Brasil esteja em "uma situação mais precária do mercado de trabalho".

Levando-se em consideração a média de 2019, são 67,4 milhões de brasileiros — que estão desempregados (11,6 milhões), na informalidade (41,2 milhões), que trabalham menos do que gostariam ou precisariam (6,8 milhões), que estão desalentados (4,6 milhões) ou que gostariam de trabalhar, mas que estavam impedidos de procurar (3,2 milhões), como as mulheres que têm de ficar em casa com os filhos porque não conseguem uma vaga na creche.

Juros e incerteza

Os juros em mínimas históricas, por sua vez, ainda não alavancaram os investimentos — na indústria ou na economia por um todo.

Para Cagnin, do Iedi, o impacto sobre o setor da mudança no patamar dos juros tem sido lento, entre outras razões porque as taxas aos consumidores e empresas não baixaram no mesmo ritmo da Selic e porque as companhias estão se adaptando a uma nova realidade, com menor participação do financiamento público, com a reformulação do BNDES, e maior participação do privado.
"As empresas estão aprendendo a captar (com) debêntures", exemplifica.

Balassiano acrescenta ainda o nível elevado de incerteza — dentro e fora do país —, que estimula as empresas a manterem os projetos de investimento na gaveta mesmo com as taxas de juros mais baixas.

O último Indicador de Incerteza da Economia da FGV, de janeiro deste ano, cresceu e chegou a 112,9 pontos, nível historicamente elevado (acima de 110).

PR. MRE. REUTERS. 21 DE FEVEREIRO DE 2020. Bolsonaro diz que discutirá instalação de fábrica da Tesla no Brasil durante visita aos EUA

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira que discutirá durante visita aos Estados Unidos que fará em março a possibilidade de a fabricante de veículos elétricos Tesla instalar uma fábrica no Brasil.

Em publicação no Twitter, o presidente disse que as discussões sobre a vinda da montadora ao país fará parte de uma “extensa agenda” que terá durante a visita.

“Em março estarei nos Estados Unidos”, escreveu Bolsonaro na rede social. “Em nossa extensa agenda a possibilidade da Tesla no Brasil”, acrescentou.

O presidente visitará a cidade de Miami nos dias 9 e 10 de março. Na quinta-feira, também no Twitter, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, afirmou que participou de uma videoconferência com o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, e o ministro-conselheiro da embaixada dos EUA no Brasil, William Popp, para discutir a atração do investimento da Tesla.

Procurados, representantes do Ministério de Ciência e Tecnologia e da Tesla não se manifestaram sobre o assunto.

Na semana passada, Pontes, o deputado federal Daniel Freitas (PSL-SC) e o diretor de Desenvolvimento Econômico de Criciúma (SC), Claiton Pacheco Galdino, já haviam se reunido para traçar um planejamento para contatar representantes da Tesla. O compromisso estava na agenda oficial do ministro.

A reunião foi o primeiro movimento de um plano para trazer a montadora ao país, segundo Galdino, que classificou o encontro de “só um primeiro passo de uma maratona”.

As vendas de veículos elétricos no Brasil têm crescido e incentivado alguns lançamentos que incluem um modelo híbrido da Toyota que funciona com motor a etanol. A GM lançou no país o modelo Bolt, importado dos EUA, no ano passado, e a Renault já vende os modelos Zoe e Leaf no Brasil.

Em 2019, as vendas de veículos híbridos e elétricos no Brasil somaram 11.844 unidades, após 3.965 em 2018, segundo dados da associação de montadoras, Anfavea.

Por Eduardo Simões, em São Paulo



INFLAÇÃO / CARNAVAL



FGV. IBRE. 20/02/20. Inflação do Carnaval da FGV aponta maiores altas na variação de preços do etanol e da gasolina

As capitais brasileiras têm registrado sucesso no pré-carnaval de rua, com aumento dos foliões nos blocos, que por sua vez fazem a alegria dos ambulantes. Quem optou por aproveitar a festa onde mora, além de se divertir pode gastar menos. Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) apontou que a inflação do Carnaval ficou em 4,29%, entre fevereiro de 2019 e janeiro deste ano, levemente mais alta que a inflação do período (4,13%, IPC/FGV). Os vilões foram os combustíveis: o etanol subiu 12,17% e a gasolina aumentou 7,32%. Deixar o carro em casa então parece ser um bom negócio.

Se o folião preferir viajar, o melhor é optar pelo transporte público: as passagens de ônibus interurbano subiram apenas 1,58% e as passagens aéreas variaram negativamente (-7,56%). No quesito bebidas fora de casa, cerveja e chopp (4,33%), refrigerantes e água mineral (3,72%) e outras bebidas alcóolicas (1,06%), essas últimas em menor percentual, tiveram elevação.

Segundo o economista André Braz, coordenador do IPC do FGV IBRE e responsável pelo levantamento, é importante planejar e ficar atento aos gastos na rua, mesmo quem não for viajar. “Se a família optar por não se deslocar, ajuda saber quanto tem no bolso para gastar por dia na rua. Comer e beber fora de casa, apesar de a inflação não estar pressionando tanto, pode pesar no orçamento. Vale manter o bom senso e, se der, carregar alguma bebida ou petisco de casa. Sempre é possível economizar”.

Os sanduíches variaram em 4,23%, enquanto sorvetes subiram 3,71%. Já outros serviços de alimentação fora de casa e hotelaria não registraram mudanças significativas nos preços nos últimos 12 meses, e também acumulam alta abaixo da inflação: refeição em bares e restaurantes (3,64%) e hotel (3,90%).

Outros itens aparecem na inflação de Carnaval calculada pelo FGV IBRE, como analgésico e antitérmico (6,54%) e gastroprotetor (4,97%), que subiram no período. Já os protetores de pele (2,31%) registraram elevação abaixo da inflação. O economista alerta que, assim como nas finanças pessoais, não é bom abusar da saúde. “Nós incluímos esses itens, porque são muito consumidos no período, mas é claro que a máxima “beba com moderação” deve prevalecer para que todos possam aproveitar melhor os dias de folia.


DOCUMENTO: https://portalibre.fgv.br/navegacao-superior/noticias/inflacao-do-carnaval-da-fgv-aponta-maiores-altas-na-variacao-de-precos-do-etanol-e-da-gasolina.htm



CELULOSE



IBÁ. REUTERS. 21 DE FEVEREIRO DE 2020. Produção de celulose no Brasil recua 7,2% em dezembro
Por Paula Arend Laier

21 Fev (Reuters) - A produção de celulose no Brasil somou 1,671 milhão de toneladas em dezembro, queda de 7,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior, conforme dados preliminares divulgados pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) nesta sexta-feira.

As exportações da matéria-prima caíram 25,3% na mesma comparação, para 1,127 milhão de toneladas, enquanto o consumo aparente cresceu 82,3%, para 556 mil toneladas, disse a entidade representativa do setor.

A produção de papel subiu 2,3% em dezembro sobre igual mês de 2018, a 920 mil toneladas, com as vendas domésticas de papel mostrando aumento de 2,7%, a 501 mil toneladas, e as exportações apurando acréscimo de 2,4%, para 173 mil toneladas.

No caso dos painéis de madeira, as vendas domésticas em dezembro do ano passado recuaram 22,2% ano a ano, enquanto as exportações subiram 2,5% nessa comparação.

Em todo o ano de 2019, a produção de celulose atingui 19,691 milhões de toneladas, queda de 6,6% frente a 2018, com exportações de 14,726 milhões de toneladas, praticamente estável em relação ao ano anterior (14,722 milhões de toneladas). O consumo aparente caiu 20,3%, para 5,218 milhões de toneladas.

“O ano de 2019 foi um período de ajuste para a indústria de base florestal”, disse o presidente da Ibá, Paulo Hartung, em nota, ressalvante que o setor manteve sua representatividade nas exportações nacionais.

Ele acrescentou que em 2019 observou-se crescimento na produção de papel embalagem e papelcartão, “demonstrando que o material tem sido demandado e tem se mostrado uma alternativa frente a embalagens de origem fóssil”. 

A produção de papel cresceu 1% em 2019 ante 2018, para 10,535 milhões de toneladas, com as vendas domésticas mostrando variação negativa de 0,1%, a 5,458 milhões de toneladas, e as exportações crescendo 7,2%, a 2,163 milhões de toneladas.

As vendas domésticas de painéis de madeira encolheram 3% no ano passado e as exportações caíram 16,1%.



DEFESA



PR. MDefesa. BNDES. 20/02/2020. PROTOCOLO. Defesa e BNDES assinam acordo para apoiar programa de desenvolvimento industrial. Protocolo de intenções irá viabilizar o desenvolvimento e a sustentabilidade das empresas que fazem parte da Base Industrial de Defesa

O Ministério da Defesa e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinaram, nesta quinta-feira (20), um protocolo de intenções com o objetivo de promover estudos para apoiar o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa (BID). A solenidade de assinatura ocorreu na sede do ministério e contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro.

O acordo inclui aprimorar as políticas de financiamento, o sistema de apoio público às exportações e o desenvolvimento de programas de nacionalização progressiva de produtos e tecnologia de defesa. Um plano de trabalho será concluído em até 30 dias após a celebração do acordo com detalhes sobre o escopo e prazos das ações. O protocolo de intenções terá vigência de dois anos, com a possibilidade de prorrogação até 60 meses.

O secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, Marcos Degaut, explica que o protocolo faz parte do planejamento estratégico do órgão e tem potencial para viabilizar o aumento da competitividade regional e global da BID, e da sua capacidade de gerar de empregos, renda, royalties, receitas diversas, exportações e divisas.

“Este protocolo permitirá desenhar, de maneira inédita, uma política de fomento às exportações da BID, a qual colocará todos os atores relevantes intervenientes no processo de produção, exportação e financiamento de Produtos de Defesa dentro de uma mesma moldura estratégica, o que tornará as empresas mais competitivas nos mercados externos”, explicou o secretário.

Ainda de acordo com Degaut, esse é um acordo inédito. "É a primeira vez que um protocolo de intenções dessa natureza é feito e contou com a participação em peso do nosso setor privado, das empresas que compõem a Base Industrial de Defesa. É realmente um momento histórico porque coloca duas instituições emanadas no propósito de trazer o bem estar para a sociedade brasileira", concluiu.

Denomina-se Base Industrial de Defesa (BID) o conjunto das empresas estatais ou privadas que participam de uma ou mais etapas de pesquisa, desenvolvimento, produção, distribuição e manutenção de produtos estratégicos de defesa – bens e serviços que, por suas peculiaridades, possam contribuir para a consecução de objetivos relacionados à segurança ou à defesa do país.

MDefesa. 20 de Fevereiro de 2020. Ministro da Defesa e Presidente do BNDES assinam protocolo para desenvolver a Base Industrial de Defesa

Nesta quinta-feira (20), o Ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e o Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Nacional (BNDES), Gustavo Montezano, assinaram protocolo de intenções para apoiar o desenvolvimento da Base Industrial de Produtos de Defesa. O documento visa fomentar as empresas do segmento.

Na solenidade, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, ressaltou a importância dessa assinatura. “Devemos, cada vez mais, entrar nesse mercado, para o bem do nosso povo e para a garantia da nossa soberania”, afirmou.

Marcos Degaut, Secretário de Produtos de Defesa, destacou que o fortalecimento da indústria de defesa deve ser prioridade. “É essa indústria que proporciona, em grande parte, os meios para se preservar e aprimorar as capacidades necessárias à prontidão e ao emprego do aparato militar quando se fizer necessário”.

O Presidente do BNDES, Gustavo Montezano, explicou que a assinatura do protocolo de intenções marca a segunda etapa da missão. “Dada a nossa necessidade de sermos mais competitivos no mercado global, temos que aprender a jogar esse jogo de fazer o financiamento da exportação. Porque se a gente quer que o empresário compita a nível internacional, temos que dar a ele a ferramenta para jogar esse jogo de igual para igual”, reiterou.

Também estiveram presentes na cerimônia, o Ministro da Economia, Paulo Guedes; o Ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos; o Tenente Brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez; o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, Raul Botelho; o Secretário Geral do Ministério da Defesa e o Almirante Almir Garnier Santos.



AVIAÇÃO



BOEING. EMBRAER. PORTAL G1. 20/02/2020. Boeing planeja para maio início de operação de nova empresa em fusão com Embraer. Criação de nova empresa que englobará o braço de aviação comercial da Embraer ainda depende de aprovação da União Europeia. No Brasil, Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou compra de parte da Embraer pela Boeing em janeiro.
Por André Luís Rosa e Poliana Casemiro, G1 Vale do Paraíba e Região

A Boeing planeja para maio o início das operações da nova empresa de aviação a ser formada em fusão com a Embraer. A negociação entre as fabricantes, que prevê a criação de uma joint venture que englobará o braço de aviação comercial da Embraer, ainda depende da aprovação da União Europeia.

A informação foi dada em entrevista de Marc Allen, executivo da Boeing que lidera o processo de fusão, à Rede Vanguarda, afiliada da Globo. A nova empresa de aviação irá se chamar Boeing Brasil Commercial.

“Nós estamos planejando com a aprovação para primeira semana de maio. Claro que precisamos esperar o sinal verde da União Europeia. Assim que tivermos o sinal verde, nós vamos começar”, disse.

Na entrevista, Marc Allen também classificou como 'notícia fantástica' a decisão do Cade pelo arquivamento do recurso do Ministério Público Federal (MPF), que pedia que o órgão reavaliasse a operação entre as empresas.

Segundo o executivo, o acordo já tem a aprovação de vários outros países no mundo e a Boeing está engajada para que todas as aprovações saiam dentro do cronograma planejado pela empresa.

Boeing planeja para maio início de operação de nova empresa em fusão com Embraer

Marc Allen disse que a empresa não pretende demitir, mas expandir o mercado de aviação, com projeção de geração de empregos.

“Essa parceria é sobre criar empregos no Brasil, nos Estados Unidos e no mundo. É fundamental para a inovação criar produtos com valor agregado. [Essa parceria] é sobre criar dentro da Boeing novas capacidades e maneiras de expandir os horizontes. A gente vai crescer. Essa parceria é a nossa promessa. Vamos pegar as melhores capacidades aeroespaciais, do time em São José e Seatle, por exemplo, e formarmos um grande time”.

Marc ainda falou que a inclusão de São José dos Campos no ‘grande time’ não trata apenas dos empregados diretos, mas de toda a cadeia produtiva que serve a Embraer.

O executivo não citou números ou projetos, mas afirmou que o primeiro passo concreto para a expansão é usar a unidade em Taubaté para fornecer trens de pouso para a Boeing. De acordo com Allen, a fabricante americana hoje depende de fornecedores para a peça, mas o projeto é ampliar a unidade para que, com a fusão, isso passe a fazer parte da Boeing.

“Taubaté tem uma capacidade que a Boeing não tem de fornecer trens de pouso. Nós dependemos totalmente de fornecedores de trens de pouso, então pense na diferença. Você em uma capacidade única de desenvolver componentes para aviões e isso é muito animador. Nós projetamos aviões de maneira muito diferente. E estamos aprendendo uns com os outros", concluiu.


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LGCJ.: