ECONOMIA BRASILEIRA / BRAZIL ECONOMICS
AMAZÔNIA
MRE. AIG. NOTA-220. 26 de Agosto de 2019. Financiamento ambiental: mecanismos internacionais existentes
O Governo brasileiro tem acompanhado notícias veiculadas a respeito de um suposto lançamento de novas iniciativas relacionadas à Amazônia, que teriam por objetivo declarado o de apoiar a atividades de reflorestamento na Floresta Amazônica.
O Governo brasileiro recorda àqueles que estão aventando a possibilidade de lançar tais iniciativas o fato de que já existem vários instrumentos, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), para financiar atividades de redução do desmatamento e de reflorestamento.
Quando foi aprovado o Acordo de Paris em 2015, os países desenvolvidos comprometeram-se a mobilizar US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático para os países em desenvolvimento até 2020, compromisso que não está sendo cumprido nem remotamente.
São os seguintes os instrumentos existentes no âmbito da UNFCCC:
– REDD+, que visa recompensar financeiramente países em desenvolvimento por resultados de redução de emissões de gases de efeito estufa já alcançados, provenientes do combate ao desmatamento e à degradação florestal.
Situação atual: O Brasil já teve reduções reconhecidas de 6 bilhões de toneladas equivalentes de CO2 provenientes do combate ao desmatamento. Essas reduções, cujo valor foi estimado em US$ 30 bilhões, ainda aguardam pagamento por parte da França e de outros países desenvolvidos.
– Fundo Verde para o Clima (GCF), que visa mobilizar financiamentos públicos de países desenvolvidos em prol de iniciativas em países em desenvolvimento relacionados ao enfrentamento da mudança do clima, inclusive projetos de REDD+.
Situação atual: Não há clareza sobre o nível de compromisso da França e outros países desenvolvidos com a recomposição dos recursos do Fundo Verde para o Clima.
– Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Quioto e Mecanismo de Desenvolvimento Sustentável (MDS), cujos termos estão sendo negociados neste momento no âmbito do Acordo de Paris, e que visam a estimular investimentos do setor privado em projetos ambientais, inclusive de reflorestamento, nos países em desenvolvimento.
Situação atual: no MDL, o setor privado brasileiro gerou um potencial de redução de 400 milhões de toneladas de CO2 equivalente por meio de vários projetos ambientais realizados no país, inclusive de reflorestamento, mas países europeus se têm recusado a comprar a maioria dos créditos aos quais o Brasil faria jus, comprometendo projetos ambientais relevantes no país. Ademais, nas negociações do Acordo de Paris para criar novo Mecanismo de Desenvolvimento Sustentável, apresentaram propostas que, na prática, inviabilizariam o funcionamento do Mecanismo proposto pelo Brasil.
Cabe recordar que a meta de financiamento anual de US$ 100 bilhões até 2020 servirá de piso para a próxima meta global de financiamento climático a ser negociada na UNFCCC para o período pós-2020.
Espera-se da França – e de outros países que porventura apoiem suas ideias – que se engajem com seriedade nessas discussões no âmbito da UNFCCC, ao invés de lançar iniciativas redundantes, com montantes que ficam muito aquém dos seus compromissos internacionais, e com insinuações ambíguas quanto ao princípio da soberania nacional.
O Brasil está pronto para avançar soberanamente, em consonância com os instrumentos internacionais de que somos parte e nossa própria política ambiental, na implementação de ações concretas de combate ao desmatamento e à degradação de florestas, particularmente na Amazônia.
CONSTRUÇÃO CIVIL
FGV. IBRE. 27/08/19. Índices Gerais de Preços. INCC-M. INCC-M varia 0,34% em agosto
O Índice Nacional de Custo da Construção -M (INCC-M) variou 0,34% em agosto, percentual inferior ao apurado no mês anterior, quando a taxa foi de 0,91%. A taxa do índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços variou 0,23% em agosto, ante 0,07% em julho. O índice referente à Mão de Obra variou 0,44% em agosto, após registrar 1,63% no mês anterior.
Materiais, Equipamentos e Serviços
No grupo Materiais, Equipamentos e Serviços, a variação correspondente a Materiais e Equipamentos subiu 0,22%, contra alta de 0,04% no mês anterior. Três dos quatro subgrupos componentes apresentaram acréscimo em suas taxas de variação, destacando-se materiais para estrutura cuja taxa passou de 0,01% para 0,37%.
Mão de Obra
O índice referente à Mão de Obra variou 0,44% em agosto. No mês anterior, este grupo apresentou variação de 1,63%.
DOCUMENTO: https://portalibre.fgv.br/navegacao-superior/noticias/incc-m-varia-0-34-em-agosto.htm
FGV. IBRE. 27/08/19. Sondagens e Índices de Confiança. Sondagem da Construção. Confiança da Construção avança e atinge maior nível desde dezembro de 2014
O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, subiu 2,2 pontos em agosto, para 87,6 pontos, maior nível desde dezembro de 2014 (88,7 pontos). Em médias móveis trimestrais, o ICST avançou pelo terceiro mês seguido, ao variar 2,3 pontos.
“A sondagem de agosto mostra que a percepção dominante é de que o ambiente de negócios está mais favorável, tornando os empresários mais confiantes na recuperação do setor. Essa melhora por três meses consecutivos do ICST e seus componentes mostra uma maior consistência do movimento de retomada. No entanto, deve-se dizer que os empresários estão menos insatisfeitos, uma vez que o ISA permanece em um patamar que ainda indica atividade baixa. Vale notar que o ritmo de melhora se mostra muito lento, insuficiente para alavancar a economia”, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE.
Em agosto, o ICST subiu pelo terceiro mês consecutivo, influenciado tanto pela melhora da situação corrente quanto pelas expectativas do curto prazo. O Índice da Situação Atual (ISA-CST) avançou 2,5 pontos, para 77,6 pontos, o maior desde fevereiro de 2015 (81,4 pontos).
A contribuição do resultado positivo ISA-CST veio do indicador que mede a percepção sobre a situação atual da carteira de contratos, que avançou 2,3 pontos, para 75,8 pontos, e do indicador da situação atual dos negócios, que subiu 2,7 pontos, para 79,6 pontos.
O Índice de Expectativas (IE-CST) subiu 1,9 ponto, passando para 97,9 pontos, maior nível desde janeiro de 2014 (99,1 pontos). Os dois quesitos deste índice contribuíram positivamente para o resultado. O indicador de demanda prevista nos próximos três meses avançou 2,7 pontos, para 98,2 pontos, e o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses aumentou 0,9 ponto, para 97,5 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) do setor variou 0,7 ponto percentual, para 69,6%, alcançando a quinta alta consecutiva. Tanto o NUCI para Máquinas e Equipamentos quanto o NUCI para Mão de Obra subiram 0,2 e 08 ponto percentual respectivamente.
Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV)
Em boa parte desses anos de crise setorial, o Programa Minha Casa Minha Vida exerceu um papel fundamental de sustentação da atividade. Os investimentos do programa permitiram que as empresas que operavam com a habitação popular mantivessem um patamar de investimentos que contribuiu para amenizar a retração das demais áreas setoriais. “Desde o início do ano, com o contingenciamento do orçamento da União, a falta de repasse de recursos tem levado à paralisação de obras, invertendo o quadro em que as empresas que operavam com o programa eram mais confiantes e otimistas. Ou seja, o programa perde cada vez mais sua capacidade para atenuar os efeitos da crise”, observou Ana Maria Castelo.
DOCUMENTO: https://portalibre.fgv.br/navegacao-superior/noticias/confianca-da-construcao-avanca-e-atinge-maior-nivel-desde-dezembro-de-2014.htm
CNI. 23/08/2019. Atividade e emprego na indústria da construção alcançam melhor nível dos últimos seis anos, informa CNI. Números de julho mostram que, embora em queda, indicadores do setor estão melhorando desde o começo do ano. Confiança dos empresários segue elevada
Os indicadores de atividade e de emprego na indústria da construção alcançaram, em julho, o maior valor dos últimos seis anos. O índice de nível de atividade aumentou 0,2 ponto frente a junho e ficou em 48,4 pontos em julho. O índice de número de empregados teve leve alta de 0,1 ponto e foi para 47,3 pontos, informa a Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta sexta-feira (23), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os dois indicadores continuam abaixo dos 50 pontos, o que mostra queda da atividade e do emprego, observa a pesquisa.
“Entretanto a queda é cada vez menos intensa e menos disseminada no setor”, diz o levantamento. “Os níveis de atividade e emprego melhoraram gradativamente desde o começo deste ano.”
“Há sinais favoráveis na economia para a construção: inflação e juros baixos, o avanço da reforma da Previdência e mudanças positivas nas regras de concessão de crédito para o setor”, afirma a economista da CNI Dea Fioravante.

De acordo com a pesquisa, o nível de utilização da capacidade operacional ficou em 57% em julho, mesmo patamar registrado em junho, e 5 pontos percentuais acima da média histórica. Isso significa que o setor operou com 43% do pessoal, das máquinas e dos equipamentos parados no mês passado. A ociosidade é menor nas grandes empresas, segmento em que a média de utilização da capacidade instalada alcançou 59%. Nas pequenas empresas o nível de utilização da capacidade instalada foi de 51% e, nas médias, de 57%.
Com a elevada ociosidade, a disposição dos empresários para fazer investimentos diminuiu. O índice de intenção de investimentos caiu 3,5 pontos em agosto na comparação com julho e ficou em 33,1 pontos, praticamente o mesmo patamar de maio, e 0,6 ponto abaixo da média histórica. O indicador varia de zero a cem pontos. Quanto maior o valor, maior é a disposição para fazer investimentos.
PREVISÕES OTIMISTAS – Mesmo assim, os empresários mantêm o otimismo. Apesar das quedas verificadas em agosto na comparação com julho, todos os indicadores de expectativas estão acima da linha divisória dos 50 pontos, mostrando que o setor espera o aumento do nível de atividade, dos novos empreendimentos e serviços, da compra de insumos e matérias-primas e do número de empregados nos próximos seis meses.
Além disso, o Índice de Confiança do Empresário da Construção (ICEI-Construção) ficou estável em 58,8 pontos em agosto e se mantém acima da média histórica de 53,3 pontos. O ICEI-Construção varia de zero a cem pontos. Quando está acima dos 50 pontos, mostra que os empresários estão confiantes.
Essa edição da Sondagem Indústria da Construção foi feita entre 1º e 13 de agosto com 494 empresas. Dessas, 169 são pequenas, 213 são médias e 112 são de grande porte.
INDÚSTRIA
IBGE. PORTAL G1. 27/08/2019. Com três trimestres de queda, indústria perde peso no PIB e vê recuperação mais distante. Setor tem sido afetado pela demanda fraca e baixa competitividade. Participação da indústria de transformação caiu para 11,2% do PIB no 1º trimestre – menor percentual desde 1947.
Por Darlan Alvarenga, G1
Com a maior fraqueza da economia brasileira em 2019, a produção industrial entrou novamente em um quadro de retração na primeira metade do ano e o setor manufatureiro viu sua participação no PIB (Produto Interno Bruto) encolher ainda mais, acentuado o processo de desindustrialização que já vem ocorrendo no país nas últimas décadas.
A produção industrial fechou o 1º semestre com uma queda de 1,6% e já acumula 3 trimestres seguidos no negativo, após uma pequena recuperação em 2018. Segundo o IBGE, o nível de produção da indústria em junho retrocedeu para o patamar de 2009, atingindo um volume 17,9% abaixo do ponto mais elevado da série histórica, alcançado em maio de 2011.
Apesar da relativa reação da indústria de transformação nos últimos meses, a expectativa dos analistas é que o PIB da indústria geral (que inclui também as atividades extrativas, construção civil, eletricidade e outros) deve ter ficado mais uma vez no vermelho no 2º trimestre, na comparação com o trimestre anterior, após duas quedas seguidas – de 0,7% no 1º trimestre e de 0,3% no 4º trimestre. Os números oficiais do PIB do segundo trimestre serão divulgados pelo IBGE em 29 de agosto.
Produção industrial em queda
Comparação com o mês imediatamente anterior, em %
Fonte: IBGE
"A economia não vai bem justamente porque a indústria está em um quadro de recessão. A indústria está no negativo há 3 trimestres consecutivos e isto não é pouca coisa para um setor que já perdeu muito ao longo da crise de 2014, 2015 e 2016", afirma o economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin. "Na nossa avaliação, é um ano que tem mais cara de estagnação do que de recessão, mas o risco de ficar um pouco abaixo de zero existe".
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) ainda não revisou a sua projeção para o PIB da indústria em 2019 (de alta de 0,4%), mas afirma que ainda não há garantia de crescimento no ano. "Estamos à beira da recessão, mas preferimos usar a palavra estagnação", diz o economista da CNI, Flávio Castelo Branco.
Efeito Brumadinho e piora do cenário internacional
Além da recuperação lenta da economia e da ociosidade ainda elevada das fábricas, a indústria tem sido abalada neste ano pelo tombo da produção atividade extrativa mineral (queda de 13,7% no semestre), como reflexo ainda da tragédia de Brumadinho (MG) na Vale. Além disso, o setor passou a ter também as suas exportações pressionadas pela recessão da Argentina e pela guerra comercial entre China e Estados Unidos.
Na visão dos analistas, até mesmo a melhora da confiança diante da perspectiva de aprovação da reforma da Previdência e o impacto positivo das medidas de liberação do FGTS podem ser anulados pela piora do cenário internacional em meio aos temores de desaceleração global.
"Falta demanda. Não temos um processo de recuperação sólido, o que vemos são espasmos de crescimento, com uma melhora de confiança aqui, um pouco mais de exportação ali, mas a coisa não engrena. A indústria pode até ter saído do fundo do buraco, mas ficamos estagnados no barranco", resume Cagnin.
Desindustrialização acelera
O ritmo mais lento de reação da indústria tem levado o setor a perder peso na economia brasileira. Levantamento da economista Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), mostra que a participação da indústria na soma de todos os bens e serviços produzidos no país vem encolhendo continuamente desde 2010 para mínimas históricas.
No 1º trimestre, ficou em 21,5% do PIB ante 21,6% do PIB no final de 2018 e um pico de 29,1% no 2º trimestre de 2005. Desde 1995, quando começa a série de dados trimestrais do IBGE, a participação da indústria encolheu 5,4 pontos percentuais. No mesmo período, a agropecuária se manteve na faixa de 5% do PIB e o setor de serviços viu seu peso aumentar em 6,1 pontos percentuais, para 73,5% do PIB. Veja gráfico abaixo:
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Analisando o conjunto de componentes da indústria, a perda de protagonismo do setor é resultado direto do encolhimento da indústria manufatureira. Série elaborada pela economista do Ibre/FGV, com metodologia de correção dos valores a preços correntes, mostra que o peso da indústria de transformação caiu de 16,8% do PIB em 1995 para 11,2% do PIB no 1º trimestre de 2019 – menor patamar desde 1947, ano em que se inicia a série histórica do IBGE.
O tombo da atividade foi ainda maior que o da construção civil, cuja participação no PIB recuou de 7% em 1995 para 4,4% no 1º trimestre. Já a fatia da indústria extrativa avançou de 0,7% para 3,1% no período, e a de eletricidade, de 2,4% para 2,9%, de acordo com o levantamento.
A melhor marca do setor manufatureiro foi registrada em 1985, quando o peso da indústria de transformação chegou a 24,5%. A partir de então, entrou em trajetória praticamente contínua de queda, com exceção de um breve período de recuperação no início dos anos 2000.
Embora a perda de participação da indústria no PIB e avanço do setor de serviços seja um fenômeno mundial, a desindustrialização no Brasil preocupa não só por tornar ainda mais lenta a retomada da economia, mas também por ser considerado um processo "prematuro". Ou seja, por acontecer a uma velocidade mais rápida do que a verificada em outros países e por ocorrer antes de o país ter atingido um maior nível de desenvolvimento e de renda per capita.
Nos países desenvolvidos, a perda de participação da indústria de transformação foi acompanhada quase sempre de um aumento de renda per capita, que resultou num avanço de setores de serviços destinados a atender uma demanda cada vez maio por atividades de tecnologia e informação, turismo e lazer, serviços financeiros e pessoais, saúde privada, educação, entre outros. Já no Brasil, os pesquisadores destacam que o espaço deixado pela indústria tem sido ocupado pelo setor de serviços, geralmente em atividades de pouca especialização.
"O setor de serviços é o mais importante no mundo todo e é natural que a indústria perca participação, a tendência estrutural é isso. A questão toda é que o Brasil se desindustrializou de uma maneira muito rápida e com uma taxa de crescimento muito baixa. Então não tem muito espaço de realocação de fatores. É muito mais difícil crescer e ter ganhos de produtividade pelo setor de serviços, porque ele é intensivo em trabalho", observa Matos.
Peso da indústria de transformação no PIB é o menor desde 1947
Em %, a preços correntes corrigidos
1981
● : 22,65
● : 22,65
Fonte: Silvia Matos (Ibre/FGV), a partir de dados do IBGE e metodologia desenvolvida por Regis Bonelli
O setor industrial se destaca dos demais no Brasil não só por pagar salários médios mais altos, como também por seu efeito multiplicador na economia, pela capacidade de reduzir custos e agregar valor a produtos básicos e por desempenhar um papel estratégico na dinamização de todo o setor produtivo, como ofertante e demandante de tecnologias e inovação.
Cálculos da CNI mostram que, em média, um aumento de R$ 1 na produção industrial se multiplica pela produção da própria indústria e dos demais setores da economia, resultando em uma aumento adicional de R$ 1,40.
Trabalho
A estagnação da indústria de transformação também ajuda a explicar a lenta recuperação do mercado de trabalho. Embora a participação no PIB tenha caído para o patamar de 11%, o segmento ainda concentra 18,7% dos empregos com carteira assinada no país.
O número de trabalhadores formais no segmento, que chegou a atingir 8,5 milhões no final de 2013 está praticamente estacionado em 7,2 milhões desde 2017, de acordo com números do Ministério da Economia. O encolhimento reflete não só a alta ociosidade como também a dificuldade de sobrevivência das empresas. Dados da Serasa Experian mostram que, desde 2013, mais de 9,3 mil indústrias tiveram a falência decretada no Brasil.
Caso mais grave de declínio prematuro
Estudo divulgado recentemente pelo Iedi aponta o Brasil como o caso mais grave de declínio prematuro da indústria no período entre 1970 e 2017, quando o peso da atividade manufatureira na economia caiu quase pela metade, superando a desindustrialização observada em países como Argentina, Filipinas e Rússia.
Considerando uma lista de 30 países que representam cerca de 90% da indústria de transformação mundial, o Brasil registrou o 3º maior retrocesso desde a década de 70, ficando atrás apenas para a desindustrialização registrada no período na Austrália (de 16,5% do PIB para 5,9% do PIB) e Reino Unido (de 17,4% para 9,1% do PIB). Esses dois últimos, países que, diferentemente do Brasil, já tinham alcançado um renda média elevada no momento que a indústria começou a perder espaço para os serviços na estrutura produtiva, observa a pesquisa assinada pelos economistas Paulo Morceiro e Milene Tessarin, da Fipe/USP.
O estudo observa ainda que o declínio industrial não é um fenômeno mundial e que, além da China e Coreia do Sul, países como Indonésia, Malásia, Índia, Turquia e Polônia também conseguiram registrar um crescimento expressivo do parque industrial, sustentado por inovações tecnológicas e internacionalização de suas empresas.
Composição do PIB por subsetores
Em %, segundos dados do 1º trimestre
Fonte: Ibre/FGV, a partir de dados do IBGE
Baixa produtividade e outros entraves
Muito além do "fator China", o retrocesso da indústria brasileira, segundo os analistas, está diretamente relacionado à baixa produtividade do país e problemas estruturais crônicos gerados pelo chamado "custo Brasil", que inclui elevada carga tributária e de custo do trabalho, burocracia, baixa taxa de poupança, entre tantas outras desvantagens competitivas.
"Para não correr o risco de encolher ainda mais, a indústria precisa superar os seus problemas de produtividade e competitividade, com reformas estruturais e uma agenda focada em inovação e educação", afirma Castelo Branco.
Aumentar a produtividade significa não só reduzir custos como também agregar valor na estrutura de produção, mediante maior eficiência, uso mais intensivo de tecnologia e desenvolvimento de produtos finais mais sofisticados. "Basicamente é fazer mais limonada com menos limão. É gerar muito mais valor adicionado com menos insumos intermediários", explica a economista do Ibre/FGV.
Os economistas chamam atenção também para baixa participação do Brasil no comércio mundial e nas cadeias globais de produção.
"O Brasil segue como um país relativamente fechado, com a indústria muito voltada para o mercado doméstico. Para exportar muito, a indústria também tem que importar muitos insumos intermediários de outros países, faz parte do jogo. Proteger a indústria não é a saída para aumentar a participação no PIB", afirma Matos.
Outro obstáculo para a retomada da indústria nacional é a baixa participação nos setores mais intensivos em tecnologia. "Perdemos um pouco o bonde da microeletrônica, da 3ª revolução industrial lá nos anos 80. Além disso, outros setores que deveriam ter surgido não vieram e é isso que compromete a onda que estamos vendo agora e que está sendo chamada de indústria 4.0", afirma Cagnin.
O economista vê, entretanto, uma nova janela de oportunidade para a indústria brasileira. "Nem tudo passa pela microeletrônica. Há novas atividades surgindo em que o Brasil pode entrar, como os químicos verdes, que são a união entre o agro e o setor químico. Hoje em dia as tecnologias são mais abertas, existe muito mais cooperação e tem como se inserir", acrescenta.
Para Matos, do Ibre/FGV, tanto a recuperação da indústria como a retomada do crescimento do país dependem não só de reformas estruturais como também de uma agenda pró-produtividade, que estimule o investimento em capital humano e inovação em todos os setores da economia.
"Não é só uma questão de agenda de industrial, mas de uma agenda de país. Isso vale também para serviços inovadores. A indústria demanda cada vez mais serviços associados, como a produção de softwares", afirma. "Estamos falando hoje de uma indústria muito mais intensiva em capital e em inovação, mas ainda estamos distante dessa indústria 4.0", diz.
COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO
MEconomia. 26/08/2019. ECONOMIA. Comércio exterior. Balança comercial tem superávit de US$ 1,078 bilhão na quarta semana de agosto. Saldo positivo do mês chega a US$ 2,488 bilhões, enquanto no ano o acumulado alcança US$ 30,963 bilhões
A balança comercial registrou superávit de US$ 1,078 bilhão na quarta semana de agosto de 2019, resultado de exportações no valor de US$ 4,590 bilhões e importações de US$ 3,512 bilhões. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (26/8), pela Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, no mês as exportações somam US$ 14,767 bilhões e as importações, US$ 12,279 bilhões, com saldo positivo de US$ 2,488 bilhões. No ano, as exportações totalizam US$ 144,767 bilhões e as importações, US$ 113,804 bilhões, com saldo positivo de US$ 30,963 bilhões.
Análise semanal
A média das exportações da quarta semana chegou a US$ 917,9 milhões, 8,2% acima da média de US$ 848,1 milhões até a terceira semana, em razão do aumento de 21,2% nas exportações de produtos básicos, que subiram de US$ 453,8 milhões para US$ 549,9 milhões. Os destaques foram minério de ferro, petróleo em bruto, soja em grãos, milho em grãos e café em grãos.
Por outro lado, caíram as vendas de produtos semimanufaturados, de US$ 110,2 milhões para US$ 94,8 milhões (-13,9%), puxadas por açúcar de cana em bruto, celulose, semimanufaturados de ferro/aço, óleo de soja em bruto e alumínio em bruto. Também houve redução nas vendas de manufaturados, de US$ 284,1 milhões para US$ 273,2 milhões (-3,8%).
Do lado das importações, houve queda de 3,9% sobre igual período comparativo – média da quarta semana, de US$ 702,3 milhões, sobre a média até a terceira semana, de US$ 730,6 milhões. O recuo se explica, principalmente, pela diminuição nos gastos com equipamentos mecânicos, bebidas e álcool, farmacêuticos, algodão e equipamentos eletroeletrônicos.
Análise do mês
Comparadas as médias até a quarta semana de agosto de 2019 (US$ 868,6 milhões) com a de agosto de 2018 (US$ 937,1 milhões), houve queda de 7,3% nas exportações. A redução refletiu a baixa de 25,6% nas vendas de produtos manufaturados, de US$ 377,6 milhões para US$ 280,9 milhões. Já as vendas de produtos semimanufaturados subiram 14,9%, de US$ 91,9 milhões para US$ 105,7 milhões. As exportações de produtos básicos também tiveram alta, de US$ 459,9 milhões para US$ 482,1 milhões (+4,8%).
Relativamente a julho de 2019, houve queda de 0,4% nas exportações, devido à diminuição de 2,2% nas vendas de produtos manufaturados, de US$ 287,1 milhões para US$ 280,9 milhões. Já as vendas de semimanufaturados subiram 1,4%, de US$ 104,2 milhões para US$ 105,7 milhões, e as de básicos aumentaram 0,3%, de US$ 480,6 milhões para US$ 482,1 milhões.
Nas importações, a média diária até a quarta semana de agosto de 2019 foi de US$ 722,3 milhões, 11,5% abaixo da média de agosto do ano passado, de US$ 816,4 milhões. Nesse caso, as principais reduções foram de combustíveis e lubrificantes (-35,4%), cobre e suas obras (-35,0%), veículos automóveis e partes (-23,8%), adubos e fertilizantes (-4,0%) e plásticos e obras (-3,7%).
Em relação a julho de 2019, houve retração de 6,5% nas importações, provocada pelas quedas em aeronaves e peças (-50,5%), combustíveis e lubrificantes (-32,7%), cobre e suas obras (-26,0%), farmacêuticos (-24,1%) e plásticos e obras (-8,4%).
RESULTADOS GERAIS
Na quarta semana de agosto de 2019, a balança comercial registrou superávit de US$ 1,078 bilhão, resultado de exportações no valor de US$ 4,590 bilhões e importações de US$ 3,512 bilhões. No mês, as exportações somam US$ 14,767 bilhões e as importações, US$ 12,279 bilhões, com saldo positivo de US$ 2,488 bilhões. No ano, as exportações totalizam US$ 144,767 bilhões e as importações, US$ 113,804 bilhões, com saldo positivo de US$ 30,963 bilhões.
ANÁLISE DA SEMANA
A média das exportações da 4ª semana chegou a US$ 917,9 milhões, 8,2% acima da média de US$ 848,1 milhões até a 3ª semana, em razão do aumento nas exportações de produtos básicos (+21,2%, de US$ 453,8 milhões para US$ 549,9 milhões, por conta de minério de ferro, petróleo em bruto, soja em grãos, milho em grãos, café em grãos). Por outro lado, caíram as vendas de produtos semimanufaturados (-13,9%, de US$ 110,2 milhões para US$ 94,8 milhões, em razão de açúcar de cana em bruto, celulose, semimanufaturados de ferro/aço, óleo de soja em bruto, alumínio em bruto) e manufaturados (-3,8%, de US$ 284,1 milhões para US$ 273,2 milhões, em razão, principalmente, de óleos combustíveis, máquinas e aparelhos de terraplanagem, aviões, óxidos e hidróxidos de alumínio, motores e turbinas para aviação).
Do lado das importações, apontou-se queda de 3,9%, sobre igual período comparativo (média da 4ª semana, US$ 702,3 milhões sobre média até a 3ª semana, US$ 730,6 milhões), explicado, principalmente, pela diminuição nos gastos com equipamentos mecânicos, bebidas e álcool, farmacêuticos, algodão, e equipamentos eletroeletrônicos.
ANÁLISE DO MÊS
Nas exportações, comparadas as médias até a 4ª semana de agosto/2019 (US$ 868,6 milhões) com a de agosto/2018 (US$ 937,1 milhões), houve queda de 7,3%, em razão da diminuição nas vendas de produtos manufaturados (-25,6%, de US$ 377,6 milhões para US$ 280,9 milhões, por conta de centrifugadores e aparelhos para filtrar ou depurar, laminados planos de ferro/aço, tubos flexíveis, de ferro/aço, automóveis de passageiros e veículos de carga). Por outro lado, aumentaram as vendas de produtos semimanufaturados (+14,9%, de US$ 91,9 milhões para US$ 105,7 milhões, por conta de semimanufaturados de ferro/aço, ferro-ligas, ouro em forma semimanufaturada, ferro fundido bruto) e básicos (+4,8%, de US$ 459,9 milhões para US$ 482,1 milhões, por conta, principalmente, de milho em grãos, minério de ferro, algodão em bruto, café em grãos, petróleo em bruto).
Relativamente a julho/2019, houve queda de 0,4%, em virtude da diminuição nas vendas de produtos manufaturados (-2,2%, de US$ 287,1 milhões para US$ 280,9 milhões), enquanto aumentaram as vendas de produtos semimanufaturados (+1,4%, de US$ 104,2 milhões para US$ 105,7 milhões) e básicos (+0,3%, de US$ 480,6 milhões para US$ 482,1 milhões).
Nas importações, a média diária até a 4ª semana de agosto/2019, de US$ 722,3 milhões, ficou 11,5% abaixo da média de agosto/2018 (US$ 816,4 milhões). Nesse comparativo, reduziram-se os gastos, principalmente, com combustíveis e lubrificantes (-35,4%), cobre e suas obras (-35,0%), veículos automóveis e partes (-23,8%), adubos e fertilizantes (-4,0%) e plásticos e obras (-3,7%). Ante julho/2019, houve retração de 6,5%, pelas quedas em aeronaves e peças (-50,5%), combustíveis e lubrificantes (-32,7%), cobre e suas obras (-26,0%), farmacêuticos (-24,1%) e plásticos e obras (-8,4%).
MERCOSUL - EFTA
MEconomia. 24/08/2019. ECONOMIA. Conclusão das negociações do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a EFTA. Nota conjunta dos Ministérios das Relações Exteriores, da Economia e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Foram concluídas nesta sexta-feira (23/08), em Buenos Aires, as negociações do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), bloco integrado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. As negociações entre os dois blocos foram lançadas em janeiro de 2017 e finalizadas após dez rodadas.
A conclusão do acordo entre o Mercosul e a EFTA é mais um resultado dos esforços de expansão da rede de acordos comerciais do Brasil e do Mercosul e ocorre logo após a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, em junho passado.
Com um PIB de US$ 1,1 trilhão e uma população de 14,3 milhões de pessoas, a EFTA é o nono maior ator no comércio mundial de bens e o quinto maior no comércio de serviços. Com outros 29 acordos comerciais já firmados, os quatro países do bloco estão entre os maiores PIB per capita do mundo e conformam mercado consumidor de grande relevância global.
O acordo Mercosul-EFTA estabelece compromissos de desgravação tarifária e de natureza regulatória, como nas áreas de serviços, investimentos, compras governamentais, facilitação de comércio, cooperação aduaneira, barreiras técnicas ao comércio, medidas sanitárias e fitossanitárias, defesa comercial, concorrência, desenvolvimento sustentável, regras de origem e propriedade intelectual.
O acordo ampliará mercados para produtos e serviços brasileiros, promoverá incremento de competitividade da economia nacional, ao reduzir custos produtivos e garantir acesso a insumos de elevado teor tecnológico com preços mais baixos. Os consumidores serão beneficiados com acesso a maior variedade de produtos a preços competitivos.
Com a entrada em vigor do acordo, o Brasil contará com a eliminação imediata, pelos países da EFTA, das tarifas aplicadas à importação de 100% do universo industrial O acordo também proporcionará acesso preferencial para os principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil, com a concessão de acesso livre de tarifas, ou por meio de quotas e outros tipos de concessões parciais. Serão abertas novas oportunidades comerciais para carne bovina, carne de frango, milho, farelo de soja, melaço de cana, mel, café torrado, frutas e sucos de frutas.
Os compromissos assumidos permitirão maior agilidade e redução de custos dos trâmites de importação, exportação e trânsito de bens, além de contribuir para a maior integração da economia brasileira às cadeias de valor bilaterais, regionais e globais.
O acordo garantirá acesso mútuo em setores de serviços, tais como comunicação, construção, distribuição, turismo, transportes e serviços profissionais e financeiros. Contará com obrigações de transparência em compras públicas e fomentará a concorrência nas compras do Estado, resultando na otimização da relação custo-benefício das licitações e na economia de recursos públicos. Os compromissos acordados garantirão às empresas brasileiras acesso ao mercado de compras públicas da EFTA, avaliado em cerca de US$ 85 bilhões.
Os compromissos em barreiras técnicas ao comércio consolidam a agenda de boas práticas regulatórias que o Brasil vem implementando nos últimos anos, ao mesmo tempo em que preservam a capacidade regulatória do governo.
Segundo estimativas do Ministério da Economia, o acordo Mercosul-EFTA representará um incremento do PIB brasileiro de US$ 5,2 bilhões em 15 anos. Estima-se um aumento de US$ 5,9 bilhões e de US$ 6,7 bilhões nas exportações e nas importações totais brasileiras, respectivamente, totalizando um aumento de US$ 12,6 bilhões na corrente comercial brasileira. Espera-se um incremento substancial de investimentos no Brasil, da ordem de US$ 5,2 bilhões, no mesmo período.
Em 2018, a corrente de comércio entre Brasil e EFTA totalizou US$ 4,5 bilhões, com exportações de US$ 1,7 bilhão, compostas principalmente por ouro, produtos químicos como óxido de alumínio, café, soja, carnes e preparações alimentícias diversas, e importações de US$ 2,8 bilhões, com proeminência em produtos farmacêuticos e químicos orgânicos, máquinas e equipamentos, petróleo e gás, peixes e crustáceos.
A EFTA é parceira relevante do Brasil em serviços e investimentos. Os fluxos do comércio de serviços são estimados pela Confederação Nacional da Indústria em cerca de US$ 4 bilhões. A Suíça, maior economia da EFTA, é o quinto maior investidor estrangeiro direto no Brasil, pelo critério de controlador final, com estoque de US$ 24,4 bilhões em 2017, cerca de 5% do total. Os investimentos diretos suíços concentram-se, sobretudo, nos setores financeiro, de seguros, da indústria de transformação e comércio.
Por outro lado, segundo dados do Banco Central, o investimento direto brasileiro nos países da EFTA chegou a US$ 1,8 bilhões, em 2017. Os investimentos do Brasil na EFTA encontram-se principalmente nos setores financeiro, manufatura de papel e celulose e mineração.
COMÉRCIO INTERNACIONAL
EUA. CHINA. PORTAL G1. REUTERS. 27/08/2019. China diz que espera que os EUA criem condições para negociações. Ministério das Relações Exteriores reiterou nesta terça-feira que não tem conhecimento de nenhuma ligação telefônica recente entre os EUA após Trump afirmar que acordo com a China está próximo.
O Ministério das Relações Exteriores da China reiterou nesta terça-feira (27) que não tem conhecimento de nenhuma ligação telefônica recente entre os Estados Unidos e a China sobre comércio, e disse esperar que Washington possa interromper suas ações equivocadas e criar condições para negociações.
O porta-voz do ministério, Geng Shuang, fez o comentário em uma entrevista coletiva, depois que o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse que houve contato entre os dois lados, mas se recusou a dizer com quem.
O presidente dos EUA, Donald Trump, previu na segunda-feira um acordo comercial com a China, citando o que ele descreveu como crescente pressão econômica sobre Pequim e perda de empregos na China.
"Vamos retomar as negociações muito em breve. Acredito que alcançaremos um acordo", disse o republicano. "Recebemos duas ligações, duas ótimas ligações", completou Trump.
As bolsas da China avançaram nesta terça-feira. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiu 1,36%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 1,35%.
TURISMO
MTurismo. 26 de Agosto de 2019. Novo Mapa do Turismo Brasileiro compreende mais regiões turísticas do país. Ao todo, 2.694 cidades de 333 regiões turísticas foram validadas pelo Ministério do Turismo
Por Victor Alves
A pequena Timburi (SP), cercada pelos rios Paranapanema e Itararé, integra a região turística Angra Doce Paulista que foi contemplada no Mapa do Turismo Brasileiro 2019-2021. Crédito: Qual Viagem
O Ministério do Turismo divulgou nesta segunda-feira (26), no Diário Oficial da União (DOU), o novo Mapa do Turismo Brasileiro 2019-2021. Ao todo, 2.694 cidades de 333 regiões turísticas do país foram validadas pela Pasta e incluídas na atualização da plataforma. Neste ano, os estados e municípios contaram com novos critérios, compromissos e recomendações estabelecidas pelo Ministério do Turismo, entre elas a obrigação de participação em instância de governança e em Conselho Municipal de Turismo (COMTUR).
Para o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, a integração destes locais no novo Mapa do Turismo é fundamental para que a Pasta possa direcionar ações que desenvolvam o setor em cada região. “Estamos num momento de virada para o turismo brasileiro e contamos com este novo mapa para termos uma radiografia atualizada do potencial turístico do Brasil para investir de forma adequada na melhoria de infraestrutura, realização de campanhas publicitárias, entre outras ações”, finalizou.
Além da necessidade de o município ter um órgão de turismo em atividade e conselho municipal funcionando, o novo mapa adotou outros critérios obrigatórios para a participação na plataforma: orçamento próprio destinado ao turismo e possuir prestadores de serviços turísticos de cadastro obrigatório registrados no Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur), do Ministério do Turismo.
O secretário Nacional de Estruturação do Turismo, Robson Napier, destacou que os novos critérios darão ao Ministério a oportunidade de trabalhar com foco na qualidade dos destinos e na melhoria dos serviços prestados aos turistas. “Em parceria com os estados e com o novo Mapa, vamos conseguir atuar com ações pontuais nestes municípios, para elevar o turismo brasileiro ao real patamar que lhe cabe, dando qualidade e boas experiências aos nossos visitantes”, complementou.
Entre os benefícios do Mapa do Turismo estão a categorização dos municípios turísticos, que vai de “A” a “E”. Essa classificação é um instrumento de acompanhamento do desempenho das economias turísticas locais. Além disso, ele subsidia a priorização de investimentos por programas do Ministério do Turismo, incluindo ações de infraestrutura turística, qualificação profissional e promoção dos destinos, observando características peculiares de demanda e vocação turística.
O novo Mapa do Turismo está disponível para consulta no site www.mapa.turismo.gov.br e conta ainda com a emissão de certificado digital para os municípios que o compõem. A certificação é uma maneira de comprovar que o município está inserido no Mapa e faz parte do rol de 2.694 destinos brasileiros que trabalham o turismo como política de desenvolvimento econômico e geração de emprego e renda.
EMBRATUR. 26/08/2019. Comissão da Embratur busca, nos EUA, investimentos para o país. Representantes da Embratur em evento nos EUA nesse fim de semana
Uma das primeiras agendas da comitiva da Embratur que está nos Estados Unidos aconteceu neste domingo (25) em Miami. O objetivo da missão é buscar novos investimentos e promover o turismo brasileiro naquele país
Presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, está nos Estados Unidos e busca investimentos para o turismo brasileiro, como também atrair turistas estrangeiros e divulgar a isenção de vistos para norte-americanos.
Para uma plateia de cerca de trezentas pessoas, entre brasileiros e americanos, o Presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, falou do entusiasmo do novo governo em priorizar o turismo.
O presidente Jair Bolsonaro, que participou ao vivo através da internet, reforçou as palavras de Machado e falou sobre a importância do mercado americano para o turismo brasileiro.
Machado ainda afirmou que a isenção do visto é um ato do Brasil de “abrir os braços” para os turistas americanos.
O Diretor de Marketing do Instituto, Osvaldo Matos, apresentou as ações promocionais que serão realizadas nos próximos meses, entre elas, o “Rei do Rolê no Brasil”, um concurso que vai escolher um turista estrangeiro para passar trinta dias no Brasil com tudo pago. Os participantes vão declarar em um vídeo de um minuto o seu amor pelo Brasil.
Na oportunidade, Machado e Matos tiraram dúvidas dos presentes. Para os fundadores do grupo Yes Brazil USA, Mário Martins e Larissa Martins, que promoveram o encontro nos EUA, o evento foi um sucesso e deve gerar desdobramentos positivos para o Embratur, como o aumento do número de turistas americanos já nos próximos meses.
Também estiveram no evento, o Coordenador-Geral de Publicidade e Propaganda, Silvio Nascimento, o Chefe da Assessoria de Gestão Estratégica, Rafael Luisi e o analista de mercado norte-americano, Arthur Grimaldi.
ENERGIA
ANP. PORTAL G1. REUTERS. 27/08/2019. Venda de refinarias da Petrobras atrai tradings, PetroChina, Saudi Aramco. Estatal planeja vender oito refinarias como parte do seu plano bilionário de desinvestimento.
A planejada venda de oito refinarias pela Petrobras está atraindo as maiores tradings e petroleiras do mundo como interessados, disseram duas fontes com conhecimento do assunto à Reuters.
Cerca de 20 empresas assinaram termos de confidencialidade que garantem o acesso aos dados das refinarias e sinalizam que elas estão considerando uma oferta, segundo as fontes, que pediram anonimato para discutir detalhes confidenciais do negócio.
A primeira rodada de ofertas não vinculantes por quatro das oito refinarias que a Petrobras colocou à venda ocorrerá no dia 11 de outubro, segundo as fontes. As oito refinarias têm capacidade total de refino de 1,1 milhão de barris ao dia.
Entre os potenciais interessados estão as tradings Vitol, Glencore e Trafigura. As brasileiras Ultrapar Participações e Raízen, uma joint venture entre a brasileira Cosan e a Shell, também assinaram os acordos.
Outras companhias interessadas, segundo as fontes, incluem PetroChina Co e Sinopec, que já tem uma joint venture no Brasil com a espanhola Repsol. A gigantesca Saudi Aramco, que está planejando fazer um dos maiores IPOs do mundo, também está olhando os números das refinarias da Petrobras.
Petrobras, PetroChina, Ultrapar, Sinopec e Vitol não responderam de imediato a pedidos de comentário. Trafigura, Saudi Aramco e Glencore recusaram-se a comentar.
Negócio transformacional
A venda das refinarias, que deve ser um dos maiores desinvestimentos da história da Petrobras, pode arrecadar até US$ 18 bilhões, segundo bancos de investimento que trabalham na transação.
A privatização do refino é vista como fundamental para reduzir as pressões sobre o governo por interferência na política de preços de derivados, e uma maneira de introduzir competição real no setor de petróleo no país.
O regulador antitruste Cade forçou a Petrobras a mudar seu processo de venda de refinarias para aumentar a competição, demandando que a venda seja de 100% de cada refinaria e não mais de 60%, como no modelo inicial. As refinarias terão que ser vendidas uma por uma. O mesmo comprador não poderá adquirir duas refinarias na mesma região, no Nordeste ou no Sul.
A Petrobras também está separando da Transpetro ativos de logística como dutos de petróleo e terminais que deverão ser vendidos junto com as refinarias, segundo uma das fontes.
Os interessados devem procurar operadores de dutos para entrar nos consórcios de refino, para ajudar na operação dos ativos de logística. Alguns grupos já procuraram operadores privados que compraram recentemente empresas de dutos da Petrobras, como Engie e Brookfield.
PETROBRAS. 26/08/2019. Petrobras divulga início de fase vinculante para venda de campos terrestres do Polo Rio Ventura
A Petrobras, em continuidade ao comunicado divulgado em 25/06/2019, informa o início da fase vinculante referente à venda da totalidade de suas participações em oito concessões de exploração e produção terrestres, localizadas no estado da Bahia, denominadas conjuntamente de Polo Rio Ventura.
Os habilitados para essa fase receberão carta-convite com instruções detalhadas sobre o processo de desinvestimento, incluindo orientações para a realização de due diligence e para o envio das propostas vinculantes.
A presente divulgação está em consonância com a Sistemática para Desinvestimentos da Petrobras, que atende às disposições do procedimento especial de cessão de direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, previsto no Decreto 9.355/2018.
Essa operação está alinhada à otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando à geração de valor para os nossos acionistas.
PETROBRAS. 26/08/2019. Petrobras informa sobre ocorrência na Bacia de Campos - FPSO Rio de Janeiro
A Petrobras informa que a empresa Modec, operadora do FPSO Cidade do Rio de Janeiro, na Bacia de Campos, comunicou, na sexta-feira 23/8, a existência de trincas no casco do navio, após inspeção nos tanques externos da embarcação. Em decorrência disso, houve vazamento de aproximadamente 1,2 metro cúbico de óleo residual.
De propriedade da Modec, o FPSO Cidade do Rio de Janeiro encontra-se fora de operação desde o ano passado e em processo de saída da locação do campo de Espadarte, a 130 quilômetros da costa. A retirada das 107 pessoas embarcadas, iniciada no sábado, foi concluída nesta segunda-feira (26/8).
Sobrevoo realizado na área após o evento não identificou mancha de óleo na superfície do mar.
Após novas avaliações, em 26/08, foi identificado aumento na extensão das trincas. A Petrobras comunicou a ocorrência às autoridades e vem apoiando a Modec nas ações de contingência.
PETROBRAS. 26/08/2019. Petrobras atualiza sobre ocorrência na Bacia de Campos - FPSO Rio de Janeiro
A Petrobras, em continuidade ao comunicado ao mercado divulgado nesta data, informa que a empresa Modec comunicou a companhia que em novo sobrevoo, foi observada a presença de óleo no mar, com volume estimado em 6,6 metros cúbicos, além do vazamento identificado e já recolhido de 1,2 metro cúbico.
Sete embarcações para recolhimento e dispersão já estão atuando no local, além de quatro embarcações de apoio e um helicóptero, para sobrevoo. A Modec também informou que foi constatado o aumento na extensão das trincas, desde o início da ocorrência, mas o navio continua em posicionamento estável e em condições seguras, sob monitoramento permanente da Modec e da Petrobras.
O FPSO Cidade do Rio de Janeiro, operado pela Modec, encontra-se fora de operação desde o ano passado e em processo de saída da locação do campo de Espadarte, a 130 quilômetros da costa.
ANP. 26 de Agosto de 2019. Falha estrutural em instalação offshore
Às 00:32 do dia 24/08/2019, a ANP foi comunicada de falha estrutural em instalação offshore fora de operação desde junho de 2018. O FPSO Cidade do Rio de Janeiro, que se encontra no Campo de Espadarte, Bacia de Campos, está em fase de descomissionamento e realizava a desconexão dos risers, quando foi identificado o aumento do volume de dois tanques. Posteriormente, mergulhadores identificaram cinco trincas no casco da instalação.
Os técnicos que trabalhavam no local deixaram a unidade, e empresa especializada em estabilidade de embarcações está avaliando a situação. O FPSO deve ser movimentado para a realização dos reparos em estaleiro.
No momento, há 04 embarcações de apoio e 07 embarcações de combate à poluição na região, para dispersar a mancha de óleo de 6,6 m³, que foi identificada no último sobrevoo, realizado às 15:30 de segunda feira, 26/08/2019.
A ANP está acompanhando a resposta à emergência desde o dia 24/08/2019, e instituiu sala de crise, em conjunto com a Marinha e IBAMA, para fiscalizar o andamento das ações adotadas pela Petrobras para mitigação dos possíveis impactos.
PETROBRAS. 27/08/2019. Petrobras informa sobre ocorrência na refinaria Abreu e Lima
A Petrobras informa que detectou ontem um vazamento de volume estimado de 5 metros cúbicos de resíduo oleoso (óleo e água) na estação de tratamento de despejos industriais da Refinaria Abreu e Lima (Rnest). Uma pequena parte do óleo atingiu um córrego que passa em área interna aos limites da refinaria. O vazamento já está controlado desde ontem. As equipes de segurança e emergência foram imediatamente acionadas para contenção e reparação da região atingida.
A Petrobras comunicou a ocorrência às autoridades. As causas do vazamento estão sendo apuradas e a Rnest opera normalmente.
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LGCJ.: