FGV. IBRE. 10-Ago-2017. Sondagens e Índices de Confiança. Sondagem da América Latina. Clima Econômico da América Latina recua entre abril e julho
O Indicador Ifo/FGV de Clima Econômico da América Latina (ICE) – elaborado em parceria entre o Instituto alemão Ifo e a FGV - recuou 5,5 pontos entre abril e julho de 2017, atingindo 72 pontos, ficando 17 pontos abaixo da média histórica dos últimos dez anos. A queda do ICE é explicada tanto pela situação corrente que se encontra a América Latina quanto pelas perspectivas de curto prazo: o Indicador da Situação Atual (ISA) caiu 2,2 pontos, para 37,4 pontos; e o Indicador das Expectativas (IE), recuou 10,3 pontos, para 116,5 pontos.
No caso do Brasil, a queda do ICE foi mais acentuada, ao variar 20 pontos, passando de 79 para 59 pontos, entre abril e julho. Apesar de se manter na zona favorável (134,6 pontos, em julho), o IE foi o indicador que mais contribuiu negativamente para queda da ICE ao recuar 54,7 pontos em relação a abril. O ISA caiu 3,0 pontos e se manteve na zona desfavorável (7,7 pontos), em relação a abril.
“O indicador do clima econômico do Mundo ficou estável na zona favorável. Nos países/regiões das economias de renda alta, o ICE melhorou, mas em algumas regiões de economias emergentes/em desenvolvimento, como na América Latina, o ICE piorou. Ressalta-se que essa piora ocorre num cenário externo favorável com preços das commodities em alta e crescimento do comércio mundial. Logo, na América Latina foram principalmente questões domésticas de cunho econômico e/ou político que explicam o recuo do ICE. Incertezas quanto aos resultados de eleições (Chile e Argentina); piora na avaliação de riscos por Agências de Rating (Chile e Brasil); temas de corrupção (Peru, Brasil, por exemplo), baixo crescimento econômico (generalizado na região) e questões fiscais (vários países) dominam o cenário da região. Chama atenção, porém, que se tiramos o Brasil, os países do Mercosul apresentaram resultados mais favoráveis de clima econômico que os da Aliança do Pacifico” segundo Lia Valls Pereira, pesquisadora da FGV/IBRE
O Gráfico 1 mostra que o ICE do Mundo ficou estável em julho, mas vem de uma trajetória de melhora desde julho de 2016, que o colocou na região de avaliação favorável. Nas principais economias mundiais desenvolvidas, o ICE está na zona favorável, sendo exceção o Reino Unido que teve uma queda de 51,0 pontos e se encontra na zona desfavorável (Gráfico 2). Entre o BRICS, o Brasil só não está pior que a África do Sul. Rússia e China estão próximas a zona favorável e a Índia desponta como o país de melhor avaliação entre os BRICS.
Apesar da tendência de melhora a partir de janeiro de 2016, com interrupções entre outubro de 2016 e janeiro de 2017, e agora em julho, o ICE da América Latina não conseguiu voltar para a zona de avaliação favorável que havia sido dominante na primeira década do século XXI e no período de boom das commodities
Resultados para os países selecionados da América Latina
O ICE cai na comparação entre abril e julho para 7 dos 11 países analisados mais detalhadamente nesse relatório da Sondagem da América Latina (Gráfico 3). Registra-se melhora para a Argentina (+ 0,6 ponto), Bolívia (+20,1 pontos) e México (+18,5 pontos) e a Venezuela permanece no patamar mínimo do indicador. Chama atenção, que apesar da queda no ICE, os países membros do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) , exceto Brasil, estão todos na zona favorável de avaliação. Em contraste, os países da Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, México e Peru) encontram-se na zona desfavorável.
Pela ótica da situação atual, Paraguai e Uruguai estão na zona favorável e, esse último, mais a Argentina registraram aumento no indicador. Na Aliança do Pacífico, todos estão na zona desfavorável e, apenas o México melhora sua posição. No caso do IE, o indicador recua para todos os países do Mercosul, mas permanece na zona de avaliação favorável. Na Aliança do Pacífico, o IE melhora para todos os países e fica estável na Colômbia e todos os países estão na zona favorável (Ver anexo).
Os países da Aliança do Pacífico esperam melhorar seu desempenho nos próximos meses, o que indica uma possível melhora na situação atual na próxima sondagem, que será em outubro. No Peru, os estragos do furacão El Niño já passaram e as turbulências causadas pelas denúncias de corrupção de ex-Presidentes parecem estar sendo resolvidas. Em adição, o aumento nos preços da commodities de metais tem efeito positivo na economia do país.
No Chile, a agência de classificação de US Standard & Poor (S & P) rebaixou, em julho, o rating de crédito pela primeira vez em 25 anos devido ao aumento da deterioração das finanças públicas, como resultado do crescimento econômico lento prolongado, segundo a explicação da própria agência. Como as expectativas indicam melhora, os especialistas devem esperar que passado este período, a melhora no preço do cobre e as futuras eleições sejam positivas. Na Colômbia, questões sobre a estabilidade das contas públicas e do déficit em transações correntes influenciam, mas as expectativas são estáveis. No México, o “rompante protecionista” do Trump amainou, assim como vão se delineando aos poucos o que será a renegociação do NAFTA.
No caso do Mercosul, ressalta-se apenas uma questão. O IE recua, mas continua favorável. O peso da economia brasileira na região num cenário de incertezas que dominaram o mês de julho associado à denúncia do Presidente Temer pode ter influenciado os indicadores de expectativas da região.
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FGV. IBRE. 10-Ago-2017. Prévia do IGP-M registra quinta deflação
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou taxa de variação de -0,03%, na apuração referente ao primeiro decêndio de agosto. No mesmo período de apuração do mês anterior, este índice registrou taxa de -0,95%. A apuração referente ao primeiro decêndio do IGP-M de agosto compreendeu o intervalo entre os dias 21 e 31 do mês de julho.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou variação de -0,19%, no primeiro decêndio de agosto. No mesmo período do mês de julho, o índice variou -1,44%. A taxa de variação do índice referente a Bens Finais passou de -1,29% para -1,05%. Contribuiu para este movimento o subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -6,49% para -3,19%. O índice correspondente aos Bens Intermediários variou -0,17%, ante -0,66%, no mês anterior. A principal contribuição para a taxa menos negativa do grupo partiu do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção,que passou de -3,22% para 0,69%.
O índice referente a Matérias-Primas Brutas registrou variação de 0,90%. No mês anterior, a taxa foi de -2,57%. Entre os itens com taxas em trajetória crescente, destacam-se: minério de ferro (-4,76% para 8,51%), laranja (-10,38% para 1,88%)e milho (em grão) (-6,28% para -2,75%). Em sentido oposto, vale mencionar: cana-de-açúcar (-1,86% para -2,89%), leite in natura (0,62% para -0,85%) e arroz (em casca) (1,47% para 0,51%).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou taxa de variação de 0,31%, no primeiro decêndio de agosto. No mesmo período do mês anterior, a taxa foi de -0,12%. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação, com destaque para o grupo Transportes (-0,38% para 1,65%). Nesta classe de despesa, vale mencionar o comportamento do itemgasolina, cuja taxa passou de -2,91% para 8,09%.
Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos: Habitação (-0,10% para 0,36%), Alimentação (-0,63% para -0,31%)e Comunicação (-0,04% para 0,27%). Nestas classes de despesa, destacam-se os itens: tarifa de eletricidade residencial (-2,44% para 2,07%), frutas (-4,15% para -0,80%) e tarifa de telefone móvel (0,00% para 0,41%), respectivamente.
Em contrapartida, apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos: Educação, Leitura e Recreação (0,07% para -0,49%), Vestuário (0,96% para 0,10%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,64% para 0,39%) e Despesas Diversas (0,05% para 0,02%). Nestas classes de despesa, vale mencionar: show musical (1,82% para -1,90%), roupas (1,30% para -0,27%), medicamentos em geral (0,23% para 0,07%) e clínica veterinária (0,35% para -0,30%), respectivamente.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou variação de 0,18%, no primeiro decêndio de agosto. No mês anterior, esse índice apresentou taxa de variação de 0,06%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de -0,20%. No mês anterior, a taxa de variação foi de -0,01%. O índice que representa o custo da Mão de Obra apresentou variação de 0,49%. No mês anterior, este índice variou 0,12%.
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IBGE. 10/08/2017. Em julho, IBGE prevê safra de grãos 31,1% maior que em 2016
Frente a junho, produção aumentou 1,8 milhão de toneladas (0,7%) e área cresceu 74,5 mil hectares (0,1%)
Estimativa de julho para 2017
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242,1 milhões de toneladas
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Variação junho/julho 2017
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0,7% (1,8 milhão de toneladas)
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Variação safra 2017/safra 2016
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31,1% (57,4 milhões de toneladas)
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A estimativa de julho de 2017 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas chegou a 242,1 milhões de toneladas, com alta de 31,1% em relação a 2016 (184,7 milhões de toneladas), um aumento de 57,4 milhões de toneladas. A estimativa da área a ser colhida (61,1 milhões de hectares) subiu 7,1% frente à área colhida em 2016 (57,1 milhões de hectares). Em relação às estimativas de junho, a produção cresceu 1,8 milhão de toneladas (0,7%) e a área cresceu 74,5 mil hectares (0,1%). São esperados recordes na produção da soja (115,0 milhões de toneladas) e do milho (99,4 milhões de toneladas).
O arroz, o milho e a soja, principais produtos deste grupo, representaram, juntos, 93,6% da estimativa da produção e 87,9% da área a ser colhida. Em relação a 2016, houve acréscimos de 2,3% na área a ser colhida da soja, de 18,4% na do milho e 4,0% na de arroz. Já a produção subiu 19,7% para a soja, 16,3% para o arroz e 56,1% para o milho.
Na presente avaliação para 2017, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 25,7%, seguido pelo Paraná (17,5%) e Rio Grande do Sul (15,1%), que, somados, representaram 58,3% do total nacional previsto. Outros estados importantes na produção de grãos foram Goiás (9,8%), Mato Grosso do Sul (7,9%), Minas Gerais (5,9%), São Paulo (3,8%), Bahia (3,3%), Santa Catarina (2,9%) e Maranhão (1,9%) que integram também o grupo dos dez maiores produtores do País.
Estimativa de julho para a safra 2017 é 0,7% maior que a de junho
No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de julho destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, em relação a junho: laranja (16,0%), feijão 3ª safra (5,3%), milho 2ª safra (2,1%), algodão herbáceo (2,0%), café canephora (1,6%), feijão 1ª safra (1,6%), café arábica (1,5%), arroz (1,2%), cana-de-açúcar (1,2%), milho 1ª safra (1,0%), feijão 2ª safra (-0,9%) e trigo (-6,5%).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa da produção do algodão alcançou 3,7 milhões de toneladas, aumento de 2,0% em relação ao mês anterior, com o rendimento médio crescendo 1,6%. Os dados foram influenciados pelo Mato Grosso, com uma estimativa de produção de 2,5 milhões de toneladas, aumento de 2,8% em relação ao mês anterior. A área plantada e a área a ser colhida foram revistas com aumento de 0,4%, e o rendimento médio aumentou 2,4%, refletindo o clima mais chuvoso que tem beneficiado as lavouras.
ARROZ (em casca) – A produção de arroz alcançou 12,3 milhões de toneladas, aumento de 1,2% em relação ao mês anterior. A área plantada e a área a ser colhida aumentaram 0,3% e o rendimento médio aumentou 0,9%. Os dados foram influenciados principalmente pelo Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro, com participação de 70,8% na atual safra, que teve sua estimativa da produção elevada em 1,4%, em função da constatação de um maior rendimento médio das lavouras, devendo alcançar 8,7 milhões de toneladas. A atual safra contou com um clima que beneficiou as lavouras do Estado e que garantiu boas quantidades de água nos reservatórios que são utilizados na irrigação dos tabuleiros.
No Nordeste, o clima mais chuvoso também beneficiou a produção do arroz de sequeiro. A estimativa da produção alcançou 474,6 mil toneladas, aumento de 3,4% em relação ao mês anterior, com o rendimento médio aumentado 3,2%. Destaques para a produção do Maranhão, 258,8 mil toneladas, aumento de 0,4%, e Sergipe, 54,1 mil toneladas, aumento de 30,7%.
CAFÉ (em grão) - A estimativa da produção de café alcançou 2,8 milhões de toneladas, ou 47,2 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 1,5% em relação ao mês anterior. Em julho, houve aumentos das estimativas da produção no Espírito Santo e em São Paulo. Para o café arábica, a estimativa da produção alcançou 2,2 milhões de toneladas, ou 37,2 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 1,5% em relação ao mês anterior. São Paulo teve sua estimativa de produção atualizada em julho, alcançando 265,9 mil toneladas, aumento de 14,9%. A área plantada e a área a ser colhida foram revistas com aumento de 20,0% e 20,3%, respectivamente, enquanto que o rendimento médio decresceu 4,5%.
Com relação ao café canephora (conillon), a estimativa da produção alcançou 599,4 mil toneladas, aumento de 1,6% em relação ao mês anterior. Esse aumento se deve ao rendimento médio que cresceu nesse mesmo percentual. Os dados foram influenciados pelo Espírito Santo, cuja produção foi revisada positivamente em 2,9% em decorrência do aumento do rendimento médio que aumentou nesse mesmo valor. O clima beneficiou as lavouras nos principais municípios produtores, propiciando a colheita de grãos maiores e mais pesados.
CANA-DE-AÇÚCAR - A estimativa para a produção nacional de cana-de-açúcar em julho foi de 712,1 milhões de toneladas, um crescimento de 1,2% quando comparado com o mês anterior. Este resultado reflete a reavaliação da produção nos Estados de São Paulo, Goiás, Espírito Santo e Tocantins que aumentaram suas estimativas em 1,4%, 10,9%, 13,1% e 12,7%, respectivamente. Com o avanço da colheita, as estimativas sofrem alguns ajustes. Em São Paulo, maior produtor nacional, responsável por 54,4% da produção, aumentou a área plantada em 5,1% e reduziu o rendimento médio em 3,4%. Em Goiás também ocorreu aumento da área plantada em 10,2%.
No Espírito Santo e em Tocantins, o aumento da produção está ligado diretamente ao aumento da produtividade, já que este ano está sendo mais chuvoso, o que propiciou o bom desenvolvimento dos canaviais. No Paraná houve reduções de 2,8% na produção, de 1,2% na área e de 1,7% no rendimento médio. Devido à renovação aquém do ideal, a produtividade dos canaviais está mais baixa neste ano.
FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção de feijão alcançou 3,3 milhões de toneladas. Comparada ao mês de junho, a estimativa para a área plantada com feijão total aumentou 0,8%. Neste levantamento, os maiores produtores são Paraná com 21,4%, Minas Gerais com 16,3% e Goiás com 9,7% de participação na produção nacional. A 1ª safra de feijão está estimada em 1,6 milhão de toneladas, um aumento de 1,6% na produção, frente à estimativa de junho, devendo-se, principalmente, à reavaliação das estimativas da Região Nordeste, onde houve um aumento de 22,1 mil toneladas e que representou 5,2% a mais que em junho, estando relacionado ao clima que este ano beneficiou as lavouras.
A 2ª safra de feijão apresentou uma redução de 0,9% frente à estimativa de junho, acompanhando a queda no rendimento médio que foi de 3,9%. A redução na expectativa de produção da 2ª safra de feijão deve-se, principalmente, aos estados do Paraná e Rio Grande do Sul. No Paraná, a redução de 4,6% acompanhou o rendimento médio que diminuiu 8,2% em relação a junho. No Rio Grande do Sul, a redução de 34,3% na expectativa do rendimento médio e de 6,6% na área colhida resultou em uma redução de 38,7% na estimativa de produção em relação ao mês anterior. O excesso de chuvas durante a fase final do ciclo das lavouras prejudicou a realização dos tratos culturais, aumentou a incidência de doenças e dificultou a colheita no campo.
Em relação à 3ª safra de feijão, a previsão é de aumento de 5,3% na estimativa da produção em relação à estimativa passada. São Paulo é o estado com maior influência nesse resultado, pois as estimativas indicam aumentos de 30,9% na área plantada, de 21,7% no rendimento médio e de 59,3% na produção. Os maiores produtores desta safra são Minas Gerais (37,0%), Goiás (30,0%) e Mato Grosso (13,6%).
LARANJA - A estimativa da produção alcançou 17,0 milhões de toneladas, aumento de 16,0% em relação ao mês anterior. A área plantada e a área a ser colhida aumentaram 4,6% e 5,1%, respectivamente, enquanto que o rendimento médio aumentou 10,4%. Os dados foram influenciados por São Paulo, maior produtor do país e responsável por 74,5% do total nacional, que informou uma estimativa de produção de 12,7 milhões de toneladas, aumento de 23,1% em relação ao mês anterior; uma estimativa de área plantada de 491,6 mil hectares, aumento de 7,5%; uma estimativa de área a ser colhida de 431,5 mil hectares, aumento de 8,3% e uma estimativa de rendimento médio de 29.384 kg/ha, aumento de 13,7%. Os aumentos de preço do suco de laranja no mercado internacional a partir do segundo semestre de 2016 incentivaram os produtores a renovarem pomares e a investirem em tecnologia, resultando em ganhos de produtividade nos pomares.
MILHO (em grão) – A estimativa da produção do milho continuou a crescer em julho. No total, o país deve colher uma safra de 99,4 milhões de toneladas, aumento de 1,7% em relação ao mês anterior. A produção do milho 1ª safra alcançou 31,2 milhões de toneladas, aumento de 1,0%. Esse aumento reflete as reavaliações positivas nas produções de vários estados: Mato Grosso (7,1%), Rio Grande do Sul (0,4%), Paraná (2,6%), São Paulo (2,5%), Pará (2,2%), Tocantins (1,7%), Ceará (12,9%), Rio Grande do Norte (4,8%) e Alagoas (4,4%), associadas aos reajustes mediante a constatação de uma produtividade maior e de um produto de maior qualidade.
Para o milho 2ª safra, plantado após a colheita da safra verão, a estimativa da produção alcançou 68,2 milhões de toneladas, aumento de 2,1% em relação ao mês anterior. Os dados foram influenciados principalmente pelas estimativas de São Paulo e do Mato Grosso. Em São Paulo, a estimativa de produção de 2,1 milhões de toneladas aumentou 31,2% em relação ao mês anterior, com o rendimento médio crescendo 26,6%. Já para o Mato Grosso, houve aumento de 3,9% na estimativa da produção, com elevação de 1,8% na área plantada e na área a ser colhida e aumento de 2,0% no rendimento médio. O Estado deve colher uma safra recorde de 28,2 milhões de toneladas de milho nessa época. Esses aumentos estão associados à verificação de uma melhor “granação” das espigas constatada por ocasião do início da colheita nesses estados.
TRIGO (em grão) – Em julho, a estimativa da produção de trigo caiu 6,5% em relação ao mês anterior. Ao todo, o Brasil deve colher 5,7 milhões de toneladas do cereal. Quedas de 3,8% na área a ser plantada e na área a ser colhida e redução de 2,8% no rendimento médio são reflexos das reavaliações dos dados do Paraná e do Rio Grande do Sul. O Paraná, maior produtor do país com participação de 49,7% no total nacional, aguarda colher uma safra de 2,8 milhões de toneladas de trigo, redução de 8,1% em relação ao mês anterior. A área plantada e a área a ser colhida apresentam redução de 2,2% e o rendimento médio foi revisto com redução de 6,0%.
A cultura do trigo vem sofrendo com as adversidades climáticas desde o início do plantio: até o mês de junho, por excesso de chuvas, e depois pela falta das chuvas que ainda persiste, além da ocorrência de fortes geadas meados de julho. O Rio Grande do Sul, segundo maior produtor com participação de 36,8% no total nacional, aguarda uma safra de 2,1 milhões de toneladas, redução de 4,8% em relação ao mês anterior, com redução de 4,4% na área plantada e na área a ser colhida e redução de 0,5% no rendimento médio. Preços pouco compensadores e dificuldades de comercialização do produto pesaram na decisão dos produtores, que reduziram os investimentos em suas lavouras; alguns deles preferiram investir em alternativas de lavouras de cultivo durante o inverno como a aveia e a cevada.
Estimativa de julho em relação à produção de 2016
No quadro a seguir, estão representadas as variações percentuais e absolutas das principais culturas levantadas, em comparação com a safra anterior. Os destaques em 2017 cabem à produção da soja, que alcança 115,0 milhões de toneladas, e à produção do milho, que alcança 99,4 milhões de toneladas, ambas recordes para o país.
Produção e Variação anual por Produto | |||
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Produto | Produção 2016 (t) | Produção 2017 (t) | Variação (%) |
Algodão Herbáceo | 3.378.197 | 3.710.635 | 9,8 |
Amendoim (1ª safra) | 425.133 | 531.450 | 25,0 |
Amendoim (2ª safra) | 19.653 | 12.322 | -37,3 |
Arroz | 10.608.861 | 12.339.668 | 16,3 |
Aveia | 884.051 | 891.085 | 0,8 |
Batata-inglesa (1ª safra) | 1.852.816 | 1.947.156 | 5,1 |
Batata-inglesa (2ª safra) | 1.137.803 | 1.214.922 | 6,8 |
Batata-inglesa (3ª safra) | 943.669 | 955.819 | 1,3 |
Cacau | 214.065 | 235.631 | 10,1 |
Café Arábica | 2.580.601 | 2.233.623 | -13,4 |
Café Canephora | 467.064 | 599.373 | 28,3 |
Cana-de-Açúcar | 706.353.038 | 712.052.003 | 0,8 |
Cebola | 1.578.554 | 1.683.599 | 6,7 |
Cevada | 374.092 | 443.239 | 18,5 |
Feijão (1ª safra) | 1.140.541 | 1.622.433 | 42,3 |
Feijão (2ª safra) | 953.784 | 1.216.382 | 27,5 |
Feijão (3ª safra) | 478.158 | 486.679 | 1,8 |
Laranja | 15.917.673 | 17.018.290 | 6,9 |
Mamona | 22.096 | 11.926 | -46,0 |
Mandioca | 23.004.940 | 20.145.375 | -12,4 |
Milho (1ª safra) | 24.380.242 | 31.170.712 | 27,9 |
Milho (2ª safra) | 39.263.181 | 68.183.051 | 73,7 |
Soja | 96.084.324 | 114.996.100 | 19,7 |
Sorgo | 1.169.464 | 2.089.923 | 78,7 |
Trigo | 6.698.914 | 5.672.293 | -15,3 |
Triticale | 50.590 | 52.411 | 3,6 |
Brasil prevê nova safra recorde de grãos
A estimativa de julho de 2017 para a safra nacional de grãos chegou a um novo recorde: 242,1 milhões de toneladas, uma alta de 31,1% em relação ao ano passado e de 0,7% em relação ao prognóstico de junho. Os dados, divulgados hoje no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE, revelam um aumento de mais de 57,4 milhões de toneladas em relação a 2016, impulsionado pelos recordes de produção da soja (115,0 milhões de toneladas) e do milho (99,4 milhões de toneladas).
Segundo o pesquisador do IBGE, Carlos Antonio Barradas, o clima chuvoso beneficiou as lavouras em todo o país, ao contrário de 2016, quando houve escassez de chuvas, principalmente no Cerrado. Outro fator que estimulou a produção foi o aumento dos preços: “Os preços elevados dos principais produtos da agricultura brasileira, nas épocas do plantio da atual safra (safra verão e 2º safras), notadamente soja, milho, arroz e feijão, incentivaram os produtores a ampliarem a área plantada e a investirem em mais tecnologia de produção”. Com isso, a estimativa da área a ser colhida (61,1 milhões de hectares) subiu 7,1% frente à área colhida em 2016 (57,1 milhões de hectares), explica Barradas.
Café surpreende e recua menos que o esperado
Outros produtos que tiveram destaque no levantamento de junho foram arroz, cevada, feijão e sorgo. O café, que apresentou redução de 7% em relação a 2016, não deixou de ser uma boa surpresa: a safra, prevista em 2,8 milhões de toneladas, ou 47,2 milhões de sacas de 60kg, ainda é considerada positiva. “Principalmente, se considerarmos que a produção de café sofre grandes alterações de um ano para outro, ou seja, ano de bienalidade positiva produz muito; ano de bienalidade negativa produz pouco”, comenta Barradas, que esclarece: “Bienalidade é a característica do café de alternar anos de baixa e de grande produção. Após um ano de alta, as plantas se esgotam e, no ano seguinte, produzem menos frutos”.
Impacto positivo na economia
Segundo Carlos Antonio Barradas, a agricultura brasileira em 2017 está “brilhante”, com impactos econômicos positivos interna e externamente. O pesquisador cita os aumentos nas produções de arroz, feijão, cebola e batata como importantes para conter o índice de inflação.
Por outro lado, o aumento na produção da soja, do milho, do café e da laranja também é importante, na medida que esses produtos pautam as exportações brasileiras e, indiretamente, têm impacto em outras produções. É o caso da soja e do milho, cujas safras recordes contribuem para redução dos custos na produção da carne suína e de frangos, outros produtos importantes na pauta das exportações brasileiras.
“O aumento da oferta de alimentos para consumo interno e para exportação deve contribuir para a redução dos índices de inflação, bem como elevar as receitas brasileiras com a exportação do agronegócio”, analisa Barradas. Ele enfatiza o papel do Brasil na produção mundial de alimentos, e ressalta: “a produção tem crescido principalmente devido aos ganhos de produtividade, sem que haja aumento substancial da área ocupada pelas lavouras".
CONAB. 10/08/2017. Supersafra de grãos aumenta e deve atingir de 238 milhões de toneladas
Com um aumento de 27,7% ou 51,6 milhões de toneladas, a safra de grãos 2016/17 deve chegar a 238,2 milhões de toneladas frente às 186,6 milhões de t da safra passada. Os números da 11ª e penúltima estimativa da safra atual foram divulgados nesta quinta-feira (10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Foram responsáveis por esta supersafra, além de pequena ampliação de área em 4%, as condições climáticas favoráveis e o aumento da produtividade média de todas as culturas, à frente soja e milho, que tiveram alto nível de aplicação tecnológica. A produtividade média da leguminosa subiu de 2.870 para 3.362 kg/ha e a do milho total, de 4.178 para 5.563 kg/ha. A soma de todas as culturas pode chegar a 60,7 milhões de hectares, um pouco acima dos 58,3 milhões de ha da safra 2015/2016.
Em relação à soja, produção e área permanecem próximas ao do último levantamento. O crescimento da cultura deve ser de 19,5% e chegar a 114 milhões de toneladas, com ampliação de 2% na área plantada estimada em 33,9 milhões de hectares. Já para o milho total, a produção deve alcançar 97,2 milhões de toneladas, 46,1% acima da safra 2015/2016. A previsão é de 30,5 milhões de toneladas para a primeira safra e de 66,7 milhões para a segunda. A área total deve alcançar 17,5 milhões de hectares, com um crescimento de 9,7%. Mais de 88% dos grãos produzidos no país se deve às duas culturas.
No caso do feijão total, a produção deve atingir 3,4 milhões de toneladas, em uma área de 3,1 milhões de hectares. O primeira safra, que já está colhido, detém uma produção de 1,39 milhão de toneladas, resultado 34,3% superior ao produzido em 2015/2016. Já o da segunda safra, que também está finalizado, deve alcançar 1,22 milhão de toneladas. O feijão terceira safra deve produzir 750 mil toneladas, sendo 665 mil do tipo cores, 77 mil do caupi e 7,9 mil toneladas do preto. Com relação ao algodão pluma, o crescimento é de 18,2%, podendo alcançar 1,5 milhão de toneladas, mesmo com a estimativa de queda de 1,7% na área cultivada.
Culturas de inverno - Está prevista a redução de 13,6% na área de trigo, estimada em 1,83 milhão de hectares contra 2,1 milhões de ha da safra passada. Com isso, a produção deve recuar 22,8% e chegar a 5,2 milhões de toneladas frente às 6,7 milhões de t de 2016. Ao contrário do trigo, a aveia eleva a área em 13,3%, podendo alcançar 330,4 mil hectares, com uma produção estimada em 846,8 mil toneladas.
A pesquisa foi realizada no período de 23 a 29 de julho em todas as regiões produtoras, quando foram consultadas diversas instituições e informantes cadastrados em todo o país.
LEVANTAMENTO: http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/17_08_10_09_00_19_boletim_graos_agosto_2017-.pdf
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LGCJ.: