INDICADORES/INDICATORS
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BACEN. BOLETIM FOCUS: RELATÓRIO SEMANAL DE MERCADO
(Projeções atualizadas semanalmente pelas 100 principais instituições financeiras que operam no Brasil, para os principais indicadores da economia brasileira)
ANÁLISE
BACEN. PORTAL BRASIL. ECONOMIA E EMPREGO. Boletim Focus. 08/05/2017. Mercado melhora projeções para inflação e PIB em 2017. Especialistas esperam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 4,01%. Aposta do mercado financeiro é de que inflação caia e economia volte crescer ainda neste ano
Pela nona semana consecutiva, os analistas do mercado financeiro reduziram a projeção para a inflação neste ano. Agora, os especialistas esperam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 4,01%, ante estimativa anterior de 4,03%. Para 2018, a previsão é de que a inflação encerre o ano em 4,39%.
As informações fazem parte do Boletim Focus, uma publicação semanal que reúne as projeções de cerca de 100 analistas. O Banco Central é o responsável por coletar os dados e divulgá-los.
Com o impacto das reformas econômicas, as expectativas para a inflação vem caindo de forma consistente nos últimos meses. Nos últimos 12 meses encerrados em março, a inflação acumula alta de 4,57%, bem próxima da meta perseguida pelo Banco Central, de 4,5%.
Ao mesmo tempo, os analistas voltaram a melhorar as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Em 2017, a aposta é de que o Brasil cresça 0,47%. Há uma semana, esse percentual estava em 0,46%.
A melhora nas projeções ocorre num momento de queda nos juros estruturais da economia. A expectativa é de que a taxa básica de juros, a Selic, encerre o ano em 8,50%. Para 2018, a projeção é de que a taxa fique nesse mesmo patamar.
Na última reunião, a diretoria do Banco Central decidiu reduzir a taxa Selic de 12,25% para 11,25% ao ano. A decisão foi seguida do anúncio na queda dos juros oferecidos pelas principais instituições financeiras.
BACEN. PORTAL G1. 08/05/2017. Mercado baixa estimativa de inflação para 2017 e vê PIB maior. Expectativa dos economistas de bancos, divulgada nesta segunda (8) pelo Banco Central, é de inflação em 4,01% e alta do PIB de 0,47% neste ano.
Por Alexandro Martello, G1, Brasília
Os economistas do mercado financeiro reduziram sua previsão de inflação e passaram a estimar um crescimento maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017.
As expectativas dos analistas do mercado financeiro foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (8) por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de cem instituições financeiras foram ouvidas.
Para o comportamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2017, a "inflação oficial" do país, o mercado baixou sua previsão de 4,03% para 4,01%. Foi a nona redução seguida do indicador.
Com isso, manteve a expectativa de que a inflação deste ano ficará abaixo da meta central, que é de 4,5%. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e deve ser perseguida pelo Banco Central, que para isso eleva ou reduz a taxa de juros (Selic).
A meta central de inflação não é atingida no Brasil desde 2009. Naquele momento, o país ainda sentia os efeitos da crise financeira internacional de forma mais intensa, que acabou se espalhando pelo mundo.
Pelo sistema vigente no Brasil, a meta de inflação é considerada formalmente cumprida quando o IPCA fica dentro do intervalo de tolerância também fixado pelo CMN. Para 2017, esse intervalo é de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima do centro da meta. Assim, o BC terá cumprido a meta se o IPCA terminar este ano entre 3% e 6%.
No ano passado, a inflação ficou acima da meta central, mas dentro do intervalo definido pelo CMN. Já em 2015, a meta foi descumprida pelo BC - naquele ano, a inflação superou a barreira dos 10%.
Para 2018, porém, a previsão do mercado financeiro para a inflação subiu de 4,30% para 4,39%. Mesmo assim, o índice está abaixo da meta central de inflação para o período (4,5%) e também do teto de 6% fixado para o ano que vem.
Produto Interno Bruto
Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, o mercado financeiro elevou sua estimativa de crescimento de 0,46% para 0,47%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Em 2016, o PIB brasileiro caiu pelo segundo ano seguido e confirmou a pior recessão da história do país, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para 2018, os economistas das instituições financeiras mantiveram sua estimativa de expansão do PIB estável em 2,50%.
Taxa de juros
O mercado financeiro manteve sua previsão para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 8,5% ao ano no fechamento de 2017. Ou seja, os analistas continuam estimando novas reduções de juros neste ano. Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano.
Para o fechamento de 2018, a estimativa dos economistas dos bancos para a taxa Selic continuou em 8,5% ao ano. Com isso, estimaram que os juros ficarão estáveis no ano que vem.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. A instituição tem de calibrar os juros para atingir índices pré-determinados pelo sistema de metas de inflação brasileiro.
As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Entretanto, também prejudicam a economia e geram desemprego.
Câmbio, balança e investimentos
Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2017 permaneceu em R$ 3,23. Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas para o dólar subiu de R$ 3,38 para R$ 3,40.
A projeção do relatório Focus para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2017 subiu de US$ 53,15 bilhões para US$ 53,3 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit avançou de US$ 41,1 bilhões para US$ 42,3 bilhões.
A projeção do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2017 recuou de US$ 78 bilhões para US$ 76 bilhões. Para 2018, a estimativa dos analistas caiu de US$ 80 bilhões para US$ 75 bilhões.
BACEN. PORTAL UOL. JORNAL FSP. 08/05/2017. Economistas derrubam estimativa de inflação para 4,01% em 2017
A perspectiva de economistas para a inflação neste ano permaneceu em trajetória de queda na pesquisa Focus, do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira (8).
Agora, a projeção do IPCA em 2017 é de 4,01% —contra 4,03% no levantamento anterior. Essa foi a nona redução consecutiva.
Nesta quarta (10), o IBGE divulga o índica oficial no mês de abril. Após desaceleração nos três primeiros meses deste ano, a expectativa de economistas e do mercado é que o IPCA, no acumulado dos últimos 12 meses, fique em 4,11%.
Se isso ocorrer, será a primeira vez desde agosto de 2010 que a inflação oficial do país fica abaixo do centro da meta de 4,5% ao ano estipulada pelo governo. Em 2016, o resultado do ano foi de 6,29%.
Já a estimativa do Focus para 2018 aumentou pela primeira vez após quatro semanas. Os especialistas passaram a ver uma inflação de 4,39%, 0,09 ponto percentual a mais do que no último boletim.
O Top-5, grupo que reúne os que mais acertam as previsões, já vê a alta do IPCA em 2017 abaixo de 4%, tendo reduzido a projeção de 4,03% a 3,89%. Para 2018, a perspectiva permanece em 4,25%.
Em meio à fraqueza das pressões inflacionárias este ano, os especialistas consultados continuam vendo ao fim deste mês novo corte de 1% na taxa básica de juros (Selic), que hoje está em 11,25%.
Permaneceu inalterada ainda a previsão de que a Selic terminará 2017 e 2018 a 8,5%, cenário também contemplado pelo Top-5.
Para a economia, houve pequeno ajuste nas contas para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) em 2017 a 0,47%, 0,01 ponto percentual a mais. Já para 2018, a expectativa continua sendo de crescimento de 2,5%.
BACEN. PORTAL UOL. 08/05/2017. Mercado sobe previsão para o PIB pela 3ª semana e vê inflação menor
Do UOL
Economistas consultados pelo Banco Central reduziram a previsão para a inflação neste ano e subiram a estimativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) pela terceira semana seguida.
Eles também mantiveram a projeção para a taxa básica de juros, a Selic, em 8,5% ao ano. Na última reunião, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu cortar os juros em 1 ponto percentual, a 11,25% ao ano.
Veja as projeções para 2017 do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (8) pelo BC:
- PIB: subiu de 0,46% para 0,47%;
- Inflação: caiu de 4,03% para 4,01;
- Taxa de juros: mantida em 8,5% ao ano;
- Dólar: mantido em R$ 3,23.
A projeção de 4,01% na alta dos preços deixaria a inflação abaixo do centro da meta do governo. O objetivo é manter a inflação em 4,5% ao ano, com uma tolerância de 1,5 ponto para mais ou menos (ou seja, variando de 3% a 6%).
Para manter o nível de inflação esperado, o governo faz uso da política monetária, por meio da taxa básica de juros, a Selic.
Entenda o que é o boletim Focus
Toda semana, o BC divulga um relatório de mercado conhecido como Boletim Focus, trazendo as apostas de economistas para os principais indicadores econômicos do país.
Mais de 100 instituições são ouvidas e, excluindo os valores extremos, o BC calcula uma mediana das perspectivas do crescimento da economia (medido pelo Produto Interno Bruto, o PIB), perspectivas para a inflação e a taxa de câmbio, entre outros.
Mediana apresenta o valor central de uma amostra de dados, desprezando os menores e os maiores valores.
(Com Reuters)
BACEN. PORTAL UOL. JORNAL VALOR ECONÔMICO. 08/05/2017. Mercado vê inflação menor em 2017, mas eleva previsão para 2018
A projeção dos economistas para a inflação deste ano continua a cair - no Top 5 ela já está abaixo de 4% -, mas as expectativas para a taxa de juros ficaram mantidas ao fim deste ano e do próximo, segundo o boletim Focus, do Banco Central (BC).
A mediana das estimativas do mercado para o avanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de 4,03% para 4,01% no levantamento mais recente. Entre os analistas Top 5 de médio prazo, a expectativa caiu de forma expressiva, de 4,03% para 3,89% de alta. Para o IPCA de abril, que será divulgado na quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a projeção do mercado em geral recuou de 0,20% para 0,18% de aumento. O Top 5 manteve o prognóstico em 0,15% de elevação.
No caso de 2018, o mercado interrompeu uma série de quatro revisões para baixo no IPCA e elevou a projeção de 4,30% para 4,39% de alta. Em 12 meses, a estimativa subiu pela terceira semana, de 4,64% para 4,72% de aumento.
A despeito das revisões da inflação para 2017, ambos os grupos - mercado em geral e Top 5 - mantiveram a expectativa de que a taxa Selic, hoje em 11,25%, caia a 8,50% até o fim deste ano e permaneça assim até dezembro de 2018. Algumas instituições já veem juros abaixo desse patamar. Na sexta-feira, o Bradesco revisou
a previsão para o corte da Selic em maio de 1 para 1,25 ponto percentual. Esse novo cenário, disse o banco, contempla uma Selic em 8% ao fim de 2017, taxa que seria mantida até o fim 2018. O Bradesco revisou o IPCA de 2017 de 3,9% para 3,7% e o de 2018 de 4,5% para 4,1%.
Atividade
As projeções de atividade para 2017 também tiveram ligeira melhora no Focus. A mediana das expectativas para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) aponta agora crescimento de 0,47%, ante 0,46% na semana anterior. A previsão para a produção industrial saiu de aumento de 1,47% para 1,49%.
Para 2018, as projeções seguem sendo de crescimento de 2,50% no PIB e os mesmos 2,50% de avanço na produção industrial.
BACEN. REUTERS. 08/05/2017. Economistas elevam projeção para inflação em 2018 a 4,39 por cento
SÃO PAULO (Reuters) - A perspectiva de economistas para a inflação neste ano permaneceu em trajetória de queda na pesquisa Focus desta segunda-feira, porém para 2018 aumentou pela primeira vez após quatro semanas
Agora, a projeção para a alta do IPCA em 2017 é de 4,01 por cento, contra 4,03 por cento no levantamento anterior. Essa foi a nona redução consecutiva.
Em relação ao ano que vem, porém, os especialistas passaram a ver uma inflação de 4,39 por cento, 0,09 ponto percentual a mais do que no levantamento anterior.
Em meio à fraqueza das pressões inflacionárias este ano, os especialistas consultados continuam vendo ao final deste mês novo corte de 1 por cento na taxa de juros Selic, que hoje está em 11,25 por cento.
Permaneceu inalterada ainda a previsão de que a Selic terminará 2017 e 2018 a 8,5 por cento, cenário também contemplado pelo grupo que reúne os que mais acertam as previsões, o Top-5.
O Top-5, entretanto, já vê a alta do IPCA em 2017 abaixo de 4 por cento, tendo reduzido a projeção de 4,03 por cento a 3,89 por cento. Para 2018, a perspectiva permanece em 4,25 por cento.
Para a economia, houve pequeno ajuste nas contas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 a 0,47 por cento, 0,01 ponto percentual a mais. Já para 2018, a expectativa continua sendo de crescimento de 2,5 por cento.
(Por Camila Moreira)
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MDIC. 08/05/2017. Exportações crescem 7% na primeira semana de maio. Período teve superávit de US$ 997 milhões
Brasília (8 de maio) - Na primeira semana de maio, com quatro dias úteis, a balança comercial teve superávit de US$ 997 milhões, resultado de exportações no valor de US$ 3,582 bilhões e importações de US$ 2,586 bilhões. No ano, as exportações somam US$ 71,722 bilhões e as importações, US$ 49,355 bilhões, com saldo positivo de US$ 22,367 bilhões.
Nas exportações, comparadas as médias da primeira semana de maio (US$ 895,6 milhões) com a de maio do ano passado (US$ 836,6 milhões), houve crescimento de 7%, em razão do aumento nas vendas de produtos básicos (+17,1% por conta, principalmente, de minério de ferro, soja em grãos, minério de cobre, milho em grãos, carne de frango e suína) e semimanufaturados (+11,9% causado por celulose, semimanufaturados de ferro e aço, ferro-ligas, couros e peles, madeira serrada ou fendida).
Já as vendas de produtos manufaturados tiveram queda, no período (-6,8% em função de aviões, tubos flexíveis de ferro e aço, torneiras e válvulas, etanol, suco de laranja não congelado, gasolina). Em relação a abril deste ano, pela média, houve retração de 8,9%, em virtude da queda nas vendas de produtos manufaturados (-13,7%) e básicos (-7,5%), enquanto que cresceram as vendas de produtos semimanufaturados (+3,6%).
Nas importações, a média diária da primeira semana de maio (US$ 646,4 milhões), ficou 21,9% acima da média de maio do ano passado (US$ 530,3 milhões). Cresceram os gastos, principalmente, com bebidas e álcool (+473,7%), cereais e produtos da indústria da moagem (+114,8%), combustíveis e lubrificantes (+66,1%), siderúrgicos (+63,5%) e equipamentos eletroeletrônicos (+38,2%). Ante abril de 2017, houve crescimento nas importações de 8,6%, pelos aumentos em bebidas e álcool (+171,4%), siderúrgicos (+52,8%), cereais e produtos da indústria da moagem (+44,5%), químicos orgânicos e inorgânicos (+25,3%) e equipamentos mecânicos (+8%).
BACEN. 05/05/2017. Apontamentos do Presidente Ilan Goldfajn em eventos em Tóquio, Japão, em 8 e 9 de maio. "Latest developments in the Brazilian economy"
DOCUMENTO: http://www.bcb.gov.br/conteudo/home-ptbr/TextosApresentacoes/Apontamento_Presidente_Ilan_%20Toquio_08e09demaio.pdf
MF. STN. 05/05/2017. Fundo Soberano do Brasil
A Secretaria do Tesouro Nacional, na condição de Secretaria Executiva do Conselho Deliberativo do Fundo Soberano do Brasil – CDFSB, informa a decisão estratégica que resultará na necessidade de alienação das ações do Banco do Brasil detidas pelo Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização – FFIE. As operações serão executadas em um programa prolongado de vendas, sujeito às condições de mercado, a ser realizado ao longo de um prazo de até 24 meses. O FFIE é um fundo privado do qual a União, com recursos do Fundo Soberano do Brasil – FSB, é cotista única.
Nesse sentido, a Secretaria do Tesouro Nacional – STN recomendou à BB Gestão de Recursos DTVM S.A., preservadas as suas prerrogativas e responsabilidades de gestora e administradora do FFIE, que envide seus melhores esforços para a alienação das ações do Banco do Brasil de forma mais neutra possível em termos de impacto no preço do ativo, com o objetivo de assegurar liquidez em sua carteira compatível com a intenção de resgate de cotas.
A recomendação está alinhada com o anúncio do Ministério da Fazenda, realizado em 24 de maio de 2016, que previa que a venda de participações do FSB ocorrerá ao longo dos próximos anos, à medida que as condições de mercado permitirem, sempre com o objetivo de maximizar a receita oriunda da venda dos ativos do Fundo.
IBGE. MAPA. PORTAL G1. 08/05/2017. Supersafra deve levar a alta do PIB, mas economistas temem estagnação. Projeções apontam alta de até mais de 1% no PIB no 1º trimestre, mas vai e vem em indicadores e demanda fraca fazem retomada do crescimento ser lenta. Confira evolução dos principais números.
Por Darlan Alvarenga, G1
Ao que tudo indica, a recessão ficou mesmo para trás, de acordo com economistas consultados pelo G1. Além da boa surpresa da supersafra de grãos, a inflação em queda e os cortes de juros melhoraram as perspectivas de que a economia brasileira finalmente conseguirá ganhar fôlego e entrar numa nova fase. O vai e vem de indicadores ora positivos, ora negativos em alguns setores, entretanto, retratam uma recuperação ainda oscilante e não disseminada, segundo os analistas, o que torna a retomada lenta e modesta, num cenário ainda marcado por fraca demanda e desemprego alto.
As projeções apontam para um crescimento forte da economia no 1º trimestre, puxado quase que exclusivamente pelo agronegócio, o que deve garantir que o país registre o primeiro PIB (Produto Interno Bruto) positivo após 8 trimestres seguidos de contração. No ano passado, a economia brasileira aprofundou a crise ao encolher 3,6%, marcando a mais longa recessão da história.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, estima que a economia deve ter crescido entre 0,7% e 0,8% entre janeiro e março, na comparação com o quarto trimestre do ano passado. Já as projeções do mercado variam de 0,4% a até mais de 1%. Para o ano, a maioria dos analistas continuam esperando um crescimento abaixo de 0,5%. Os números oficiais do PIB do 1º trimestre serão divulgados pelo IBGE no dia 1º de junho.
1º trimestre anabolizado
O grande empurrão neste começo de ano veio do setor agropecuário, que começou a tirar do chão aquela que deverá ser a maior colheita da história do Brasil. Segundo a última estimativa do IBGE, a safra deve crescer 25,1% neste ano, para 230,3 milhões de toneladas. Na primeira estimativa para a safra de 2017, divulgada em novembro de 2016, a previsão era de aumento de 13,9%. A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) estima em 8,5% a alta o PIB do setor em 2017, após um recuo de 6,6% no ano passado.
A economista Sílvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre/FGV, calcula que a agropecuária pode ter registrado uma expansão até superior a 10% no primeiro trimestre, representando um impacto positivo de ao menos 0,7 ponto percentual na variação do PIB de janeiro a março.
“O primeiro trimestre parece ter sido um pouco anabolizado. Se não fosse a contribuição da agropecuária, teríamos uma contração no 1º trimestre ou quase uma estagnação”, afirma Matos, para quem o PIB do país cresceu 0,6% no primeiro trimestre e deverá avançar 0,4% no ano.
Apesar da contribuição da agricultura para a melhora no desempenho de outros setores, como balança comercial e produção de máquinas e veículos pesados, os analistas recomendam cautela para quem decretar o fim da recessão com base somente nos números dos 3 primeiros meses do ano. Segundo eles, ainda não está clara a retomada de outros setores em razão dos efeitos da herança estatística do forte resultado do 1º trimestre para os 3 meses seguintes.
As mudanças metodológicas efetuadas pelo IBGE na PMC (Pesquisa Mensal do Comércio) e na PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), mudando significativamente os resultados de janeiro e fevereiro, também colocaram mais pressão e dúvidas sobre o resultado do PIB do 2º trimestre.
“Existe uma enorme chance de ter sido antecipada uma alta que será devolvida no 2º trimestre”, alerta José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, que projeta um avanço de 1,2% no 1º trimestre.
O analista avalia, no entanto, que a economia brasileira ainda passa por um processo de estabilização, não podendo ser afastada a possibilidade de um PIB até mesmo negativo no 2° trimestre. “Estamos num processo de altos e baixos. O PIB ainda deve oscilar nestes 3 trimestres. A minha dúvida é se isso não será uma estagnação”, afirma.
Nunca a agricultura brasileira produziu tanto; setor dá adeus à crise
Setores sem tendência definida
A indústria, por exemplo, deve registrar PIB positivo no 1º trimestre, mas a queda de 1,8% na produção industrial em março veio pior do que o esperado, o que coloca pressão para o PIB do 2º trimestre. A despeito da recuperação de setores como o de produção de veículos, os indicadores continuam oscilando e a ociosidade permanece elevada, com taxa de utilização da capacidade instalada estacionada ao redor de 77%. Pesa ainda o encolhimento da construção civil, em meio ao abalo provocado pelo operação Lava Jato na construtoras e ao excesso de oferta de imóveis.
No setor de serviços, a queda de 2,2% em janeiro se transformou numa alta de 0,2% após o IBGE revisar a sua base de comparação. Mas os indicadores oscilantes de segmentos como comércio em meio ao alto endividamento das famílias e aumento do desemprego.
“Por conta da mudança metodológica, o PIB de serviços deve vir mais fraco no 2º trimestre e mais próximo de zero”, estima Matos, que projeta que o setor ainda deverá fechar o ano no negativo.
Para Alessandra Ribeiro, diretora de macroeconomia e política da Tendências Consultoria, já há sinais de recuperação da economia por todos os setores e o único risco para um PIB negativo no 2° trimestre seria um avanço acima de 1% nos 3 primeiros meses do ano.
"Não será nenhum crescimento expressivo, mas já vai sair do negativo. Acredito que já dá para afirmar sim que o Brasil saiu da recessão. A dinâmica é bem razoável e podemos chegar ao 4º trimestre crescendo 2,4% em relação igual período de 2016", afirma Ribeiro, que projeta alta de 0,5% do PIB no 1º trimestre e de 0,3% para o ano.
Os economistas concordam, entretanto, que somente os números do 2º trimestre poderão confirmar o fim, de fato, da recessão.
"Apenas o resultado do 1º trimestre não significaria uma saída definitiva da recessão. Mais importante é a sinalização para o restante do ano dada pela recuperação da confiança de consumidores e empresários, em conjunto com a queda da inflação e do juros", afirma Roberto Padovani, economista do Banco Votorantim.
O que anima e o que preocupa
Para Luis Fernando Castelli, economista da GO Associados, resta pouca dúvida de que a economia voltou a crescer neste começo do ano. "O problema são as sequelas que ficaram na economia. Temos ainda 14 milhões de desempregados, o que também atrapalha a retomada do consumo”, afirma o analista, que projeta alta de 0,9% no 1º trimestre e de 0,6% para o ano.
Na projeção do economista, uma melhora no mercado de trabalho só deverá acontecer a partir do 2º semestre, mas o país ainda deverá fechar o ano com taxa de desemprego acima de 13% e cerca de 13,8 milhões de desempregados. "Devemos fechar o ano com uma criação de cerca de 150 mil vagas formais, mas só deveremos recuperar o estoque de emprego perdidos a partir de 2021", avalia.
Embora o rombo das contas públicas continue causando preocupação, a expectativa de aprovação da reforma da Previdência, segundo os analistas, abre caminho para a redução das incertezas e melhora da confiança, ainda que as mudanças no texto original já tenham reduzido em quase 30% a previsão de economia nos gastos com o pagamento de aposentadorias e benefícios.
"Muitos investimentos ainda estão represados por conta do cenário de incerteza", lembra a pesquisadora do Ibre/FGV.
Para Alessandra Ribeiro, da Tendências, a taxa de investimento poderá fechar 2017 já no positivo, com uma alta de 2,2%. "Com a atual capacidade ociosa, não será ampliação de capacidade, mas sim retomada de projetos paralisados e de troca daquela máquina que já deveria ter sido trocada há 3 anos", explica.
Do lado do consumo, apesar da inadimplência alta e da perda do poder de compra das famílias, a boa notícia vem da queda acentuada da inflação. "Estamos vendo ajustes salariais na casa dos 5%. Isso está dando um incremento real na renda", destaca a economista.
Dados do salariômetro, da Fipe, apontam que em abril os reajustes salariais médios ficaram acima da inflação pelo terceiro mês seguido.
O cenário de juros em queda tende também a melhorar as condições de crédito e beneficiar a recuperação do consumo. “Apesar de 14 milhões de desempregados, cerca de 90 milhões ainda estão trabalhando. Com a volta da confiança e condição de crédito melhor a tendência é que voltem a consumir bens duráveis”, diz Castelli.
O entendimento geral dos economistas, entretanto, é que em meio ao colapso das contas públicas e baixo poder de compra do brasileiro, o impulso para a retomada dependerá mesmo do aumentos dos investimentos privados e estrangeiros. Em 2016, os investimentos caíram 10,2%, na terceira queda anual consecutiva, segundo o IBGE.
"A retomada só virá mesmo quando a taxa de investimentos começar a ficar positiva", destaca Gonçalves.
A aposta geral é que, confirmada a expectativa de aprovação das reformas da Previdência e trabalhista, os investimentos ganharão impulso a partir 2018, beneficiados também por desembolsos dos projetos dos últimos leilões de energia e os da área do pré-sal previstos para o 2º semestre.
Apesar dos sinais promissores de melhora, há quase que um consenso de que a recuperação será mais lenta do que se gostaria e não desprovida de alguma turbulência em meio ao cenário político ainda conturbado.
“Foi uma crise muito aguda e vai ser uma retomada lenta. As projeções indicam que a gente voltará a ter o mesmo PIB de 2014 só lá por 2020", destaca Castelli.
"Está melhorando, mas é aquela coisa: devagar, devagarinho. A demanda interna ainda está muito fraca. Esse é ponto", resume Matos.
FGV. IBRE. 08/05/2017. Inflação pelo IPC-S cresce na primeira semana de maio
O IPC-S de 07 de maio de 2017 apresentou variação de 0,26%, 0,14 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada na última divulgação.
Nesta apuração, cinco das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. A maior contribuição partiu do grupo Habitação (-0,69% para -0,15%). Nesta classe de despesa, cabe mencionar o comportamento do item tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de -6,22% para -2,60%.
Também registraram acréscimo em suas taxas de variação os grupos: Vestuário (-0,47% para -0,05%), Transportes (-0,14% para -0,05%), Saúde e Cuidados Pessoais (1,15% para 1,20%) e Comunicação (0,84% para 1,14%). Nestas classes de despesa, vale destacar o comportamento dos itens: roupas (-0,43% para 0,20%), gasolina (-1,27% para -1,01%), medicamentos em geral (2,67% para 2,83%) e pacotes de telefonia fixa e internet (1,56% para 2,41%), respectivamente.
Em contrapartida, os grupos: Alimentação (0,69% para 0,56%) e Educação, Leitura e Recreação (-0,19% para -0,48%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores contribuições partiram dos itens: restaurantes (0,34% para 0,20%) e passagem aérea (-6,93% para -16,57%), respectivamente.
O grupo Despesas Diversas repetiu a taxa de variação registrada na última apuração, 0,13%. As principais influências em sentido ascendente e descendente partiram dos itens: cartão de telefone (-1,27% para -0,93%) e cartório (1,81% para 1,06%), respectivamente.
DOCUMENTO: http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumPageId=402880972283E1AA0122841CE9191DD3&lumItemId=8A7C82C5593FD36B015BE79C00290709
SERASA EXPERIDIAN. 08/05/2017. Nível de Atividade do Comércio. Atividade do comércio recua 0,2% em abril, aponta Serasa Experian
Retração do varejo no primeiro quadrimestre de 2017 foi de 2,2%
De acordo com o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, o movimento dos consumidores nas lojas de todo o país caiu 0,2% em abril/17, já efetuados os devidos ajustes sazonais. Em relação ao mesmo mês do ano passado (abril/16), o recuo da atividade varejista foi de 0,2%.
De acordo com os economistas da Serasa Experian, apesar do recuo dos juros e da inflação, o movimento dos consumidores no varejo ainda se mostra enfraquecido, sobretudo pelo quadro ainda bastante desfavorável do nível de emprego do país.
Dos seis setores do comércio varejista pesquisados, três mostraram elevações em abril/17: veículos, motos e peças (+2,6%); tecidos, vestuário, calçados e acessórios (+2,0%), material de construção (+0,9%). No campo negativo, o mês de abril registrou retrações nos seguintes segmentos: supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (-0,6%), móveis, eletroeletrônicos e informática (-1,2%) e combustíveis e lubrificantes (-3,7%).
Na comparação com o primeiro quadrimestre de 2016, todos os segmentos varejistas recuaram nestes primeiros quatro meses de 2017, a saber: supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (-3,7%); móveis, eletroeletrônicos e informática (-12,5%); combustíveis e lubrificantes (-3,6%); veículos, motos e peças (-10,4%); tecidos, vestuário, calçados e acessórios (-11,5%); e material de construção (-13,7%).
Metodologia do Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio
O Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio é construído, exclusivamente, pelo volume de consultas mensais realizadas por estabelecimentos comerciais à base de dados da Serasa Experian. As consultas (nas formas de taxas de crescimentos) são tratadas estatisticamente pelo método das médias aparadas com corte de 20% nas extremidades superiores e inferiores. Com as taxas de crescimento tratadas e ponderadas pelo volume de consultas de cada empresa comercial é construída a série do indicador. A amostra é composta de cerca de 6.000 empresas comerciais e o indicador, com início em janeiro de 2000, é segmentado em seis ramos de atividade comercial.
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