FGV. IBRE. 11/05/2017. Clima Econômico melhora na América Latina, mas continua desfavorável
O Indicador Ifo/FGV de Clima Econômico da América Latina (ICE) – elaborado em parceria entre o Instituto alemão Ifo e a FGV - avançou 9 pontos entre janeiro e abril de 2017, atingindo 78 pontos, nível ainda baixo em termos históricos. A maior contribuição para a alta foi dada pelo Indicador de Expectativas (IE), que subiu 16 pontos em relação a janeiro passado, atingindo 127 pontos, um quadro de otimismo moderado que vigora desde julho de 2016. O Indicador da Situação Atual (ISA) avançou 4 pontos em relação a janeiro, permanecendo na zona desfavorável do ciclo econômico.
No plano mundial, o ICE manteve trajetória ascendente ao avançar mais de 10 pontos, para 13 pontos. O resultado foi determinado pela alta de 14 pontos do ISA, que alcançou 105 pontos, e de 7 pontos do IE, que ficou em 21,6 pontos. Esta é a primeira vez que o ISA supera a barreira dos 100 pontos desde julho de 2011, indicando, portanto, uma recuperação lenta considerando-se que o IE permanece na zona favorável desde abril de 2012. O resultado do mundo reflete a trajetória das grandes economias no comércio mundial (ver metodologia ao final deste documento) que, como ilustra o Gráfico2, estão com ICEs na zona favorável.
“A experiência das grandes economias mundiais mostra que é preciso tempo para que a consolidação das expectativas favoráveis se traduza em melhora da situação corrente econômica. Na região latina, a entrada das expectativas na zona favorável ocorreu em julho de 2016, logo é preciso esperar para observar se esse resultado anuncia um ciclo positivo para a região. No momento, ainda estamos num ambiente de clima desfavorável na região”, afirma a pesquisadora Lia Valls.
Resultados para os países selecionados da América Latina
Argentina, Brasil, Colômbia, México, Paraguai e Uruguai registraram melhora no clima em abril mas apenas Uruguai e Paraguai estão na zona de clima favorável. A Argentina está próxima à linha “neutra” onde avaliações favoráveis e desfavoráveis tendem a se compensar. No caso do Brasil, numa escala de 0 a 200, o ISA do país melhorou, mas está ainda muito baixo (11 pontos). Por outro lado, as expectativas, que haviam recuado em janeiro, voltam a melhorar ao saltar de 154 pontos para 189 pontos, o maior indicador da série histórica iniciada em janeiro de 1989. No México, após queda acentuada das expectativas com o início do governo Trump, houve melhora no ISA e no IE, embora ambos continuem na zona desfavorável. Houve certo “alívio” com a atenuação, até o momento, do discurso anti-México do presidente dos Estados Unidos. Em relação aos outros países, apenas o Uruguai registrou melhora nos dois indicadores. Na Argentina, o ISA melhorou, mas as expectativas mantiveram a trajetória declinante iniciada em outubro de 2016.
“A distância entre as avaliações sobre a situação atual e as expectativas no Brasil indica um cenário com elevado potencial de instabilidade, caso os especialistas considerem que os sinais positivos que esperam, provavelmente as reformas associadas ao ajuste fiscal, não se verifiquem”, continua Lia.
Por último, chama atenção a queda do ICE do Peru que apresenta, desde o início dos anos 2000, indicadores favoráveis, exceto por curtos períodos. Novamente, este deve ser o caso e que pode ser explicado pelos danos causados pelas enchentes que atingiram fortemente o país no final de março.
Principais problemas nas economias
Nas edições de abril e outubro, a Sondagem da América Latina inclui um quesito especial em que os especialistas consultados avaliam os principais problemas enfrentados pelas economias por eles acompanhadas. O quesito é apresentado na forma de uma lista de temas para serem classificados pelos especialistas entre as categorias muito relevante, relevante ou sem relevância para o país.
A Sondagem de abril traz duas mudanças neste quesito. Primeiro, alguns temas foram descontinuados (desemprego, déficit público, dívida externa e inflação) e outros foram incorporados (falta de inovação, infraestrutura inadequada, barreiras legais e administrativas para os investidores, clima desfavorável para investidores estrangeiros, falta de credibilidade na política do Banco Central, gerenciamento ineficiente do débito, aumento na desigualdade de renda e instabilidade política). A segunda modificação ocorreu na forma de agregação dos resultados. Individualmente, as respostas desfavoráveis (problema “muito relevante”) recebem nota 100; as respostas neutras, nota 50; e as respostas favoráveis, nota 0. O resultado agregado é obtido então, a cada nível, pela média aritmética das notas individuais, e divulgado numa escala entre 0 e 100 pontos. Na faixa entre 0 e 49, o problema não é considerado relevante, sendo 0, o nível menos relevante. Entre 51 e 100, o problema é relevante, sendo 100, o mais relevante. O nível 50 é considerado neutro.
O Gráfico 4 mostra a importância de cada questão, somando-se os resultados apontados como relevantes em cada país latino americano analisado. A falta de competitividade internacional foi o principal problema da região em abril de 2017, seguido de falta de inovação e infraestrutura inadequada, todas questões relacionadas à competitividade internacional. Corrupção é o quarto maior problema, recebendo pontuação máxima (100) na Bolívia, Brasil, Equador, México e Peru. Já na Argentina, o tema não foi considerado relevante (39 pontos) e menos ainda no Uruguai (0 ponto). Apenas na Bolívia, Equador e Venezuela, o clima não favorável ao investidor estrangeiro foi considerado um problema relevante, o que explica este ser o 12º problema em ordem decrescente de importância na região. Barreiras às exportações não são uma questão relevante para a maioria dos países, exceto Uruguai e Venezuela, o que levanta questões sobre o papel dos acordos comerciais na região. Por fim, o tema Banco Central não funciona bem é um problema relevante segundo os especialistas no Equador e na Venezuela.
DOCUMENTO: http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumPageId=402880972283E1AA0122841CE9191DD3&lumItemId=8A7C82C5593FD36B015BF71E19A21C18
MF. STN. 11/05/2017. Prisma Fiscal. Fazenda divulga Prisma Fiscal de maio de 2017. Atualização do Prisma Fiscal, e o relatório da Distribuição de Frequência do Prisma Fiscal
O Ministério da Fazenda divulga nesta quinta-feira (11/05) o relatório Prisma Fiscal de maio de 2017.
Prisma Fiscal
O Prisma Fiscal é um sistema de coleta de expectativas de mercado elaborado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) para acompanhar a evolução das principais variáveis fiscais brasileiras. Ele oferece uma oportunidade para o aprimoramento dos estudos fiscais no País, além de facilitar o controle social a partir de uma ancoragem das expectativas quanto ao desempenho de importantes variáveis fiscais brasileiras.
Relatório da Distribuição de Frequência do Prisma Fiscal: http://www.fazenda.gov.br/noticias/2017/abril/fazenda-divulga-prisma-fiscal-de-abril-de-2017
IBGE. 11/05/2017. Em abril, IBGE prevê safra de grãos 26,2% maior que em 2016
Estimativa de abril para 2017
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233,1 milhões de toneladas
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Variação abril / março 2017
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1,2 % (2,8 milhões de toneladas)
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Variação safra 2017 / safra 2016
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26,2 % (48,4 milhões de toneladas)
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A quarta estimativa de 2017 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 233,1 milhões de toneladas, 26,2% superior à obtida em 2016 (184,7 milhões de toneladas). A estimativa da área a ser colhida é de 60,8 milhões de hectares, apresentando acréscimo de 6,5% frente à área colhida em 2016 (57,1 milhões de hectares). Em relação à informação de março, a produção e a área aumentaram 1,2% e 0,2%, respectivamente. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representaram 93,7% da estimativa da produção e responderam por 87,9% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimo de 2,4% na área da soja, de 16,5% na área do milho e de 3,3% na área de arroz. No que se refere à produção, ocorreram acréscimos de 17,5% para a soja, 13,5% para o arroz e 46,8% para o milho.
Na presente avaliação para 2017, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 25,0%, seguido pelo Paraná (18,3%) e Rio Grande do Sul (14,6%), que, somados, representaram 57,9% do total nacional previsto. Outros estados importantes na produção de grãos foram Goiás (10,0%), Mato Grosso do Sul (7,9%), Minas Gerais (6,1%), São Paulo (3,6%), Bahia (3,3%), Santa Catarina (2,9%) e Maranhão (2,1%) que integram também o grupo dos dez maiores produtores do País.
Estimativa de abril para a safra 2017 é 1,2% maior que a de março
No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de abril destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, comparativamente ao mês de março: café canephora (2,8%), soja (1,7%), milho 2ª safra (1,7%), café arábica (1,4%), feijão 3ª safra (1,0%), feijão 1ª safra (1,0%), cana-de-açúcar (-1,5%), laranja (-1,5%), trigo (-2,8%) e feijão 2ª safra (-3,2%).
CAFÉ (em grão) – A estimativa da produção de café do País alcança 2.782.289 toneladas, ou 46,4 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 1,7% em relação ao mês anterior. Os dados foram influenciados pelos aumentos das estimativas de produção do café arábica em São Paulo e do café canephora em Rondônia. O GCEA/SP informou aumento de 19,7% na estimativa da produção este mês, após revisão positiva da área a ser colhida (17,3%) e do rendimento médio (2,1%). Ao todo, São Paulo deve colher 231.321 toneladas do arábica, ou 3,9 milhões de sacas de 60 kg. Em Rondônia, segundo o GCEA/RO, a estimativa da produção do café canephora alcançou 127.903 toneladas, ou 2,1 milhões de sacas de 60kg, aumento de 12,8% em relação ao mês anterior. Os preços compensadores têm incentivado maiores investimentos nas lavouras.
A estimativa da produção do café arábica é de 2.200.371 toneladas, ou 36,7 milhões de sacas de 60kg, aumento de 1,4% em relação ao mês anterior. Este crescimento deve-se à área a ser colhida (1,5%), já que o rendimento médio apresenta queda de 0,1%. Os principais produtores do arábica em 2016 foram Minas Gerais (70,4% do total), seguido de São Paulo (14,1%), Espírito Santo (8,2%) e Bahia (3,4%). Para o café canephora, a produção estimada é de 581.918 toneladas ou 9,7 milhões de sacas de 60kg, aumento de 2,8% em relação ao mês anterior. Os principais produtores de canephora em 2016 foram Espírito Santo (65,1% do total), Rondônia (19,3%) e Bahia (9,8%).
CANA-DE-AÇÚCAR - A estimativa para a produção nacional de cana-de-açúcar em abril foi de 708.410.982 toneladas, uma redução de 1,5% quando comparado com o mês anterior. Este resultado reflete a reavaliação na área a ser colhida nos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, que reduziram suas estimativas em 2,5% e 9,7%, respectivamente.
Com o início da colheita na região centro-sul, geralmente as estimativas sofrem alguns ajustes. Em São Paulo, maior produtor nacional, responsável por 53,9% da produção, o GCEA/SP assinalou aumento da área plantada em 7,1% e redução da área a ser colhida este ano em 2,5%. A redução da área plantada está relacionada aos preços pouco atrativos da cana para o produtor e às dificuldades financeiras enfrentadas pelas indústrias açucareiras. As condições climáticas favoreceram o desenvolvimento dos canaviais, que apresentam boa produtividade.
No Mato Grosso do Sul, as reavaliações foram positivas para o rendimento médio (10,1%) e negativo para a área plantada. Assim como em São Paulo, o clima favoreceu os canaviais. Porém, os produtores têm enfrentado dificuldades para obter financiamentos e não estão satisfeitos com os preços recebidos pela tonelada de cana, havendo redução na área cultivada.
FEIJÃO - A estimativa da safra de feijão em abril foi de 3.345.132 toneladas, redução de 0,7% em relação ao mês anterior. A área plantada e a área a ser colhida apresentaram reduções de 0,2% e 0,5%, respectivamente, enquanto que o rendimento também apresentou queda de 0,3%.
A 1ª safra de feijão está estimada em 1.578.494 toneladas. O aumento de 1,0% na produção, frente à estimativa de março, reflete o aumento de 1,4% na estimativa da área plantada. O aumento na expectativa de produção da 1ª safra de feijão deve-se, principalmente, ao Estado de Pernambuco, onde a estimativa de produção é 121,4% maior que a de março; a área plantada e o rendimento médio também sofreram aumentos de 81,5% e 26,9%, respectivamente.
A 2ª safra de feijão foi estimada com uma diminuição de 3,2% frente à estimativa de março, refletindo a queda na área plantada que foi de 2,6%; a previsão do rendimento médio também sofreu redução de 0,7%. A diminuição na expectativa de produção da 2ª safra de feijão deve-se, principalmente, ao Estado de São Paulo, onde a área plantada sofreu redução de 41,0% em relação a março, o que reduziu a estimativa de produção em 60,9%, representando uma perda de 45.139 toneladas.
Em relação à 3ª safra de feijão, a previsão é de um aumento de 1,0% na estimativa de produção em relação a março. Os maiores produtores desta safra são Minas Gerais (40,8%) e Goiás (31,5%). Em Minas Gerais, o GCEA/MG espera um aumento de 5,4% na estimativa de produção em relação a março. Para Goiás, o GCEA/GO aguarda uma redução de 3,5%.
LARANJA - A estimativa da produção de laranja alcança 14.586.402 toneladas, redução de 1,5% em relação ao mês anterior. A área a ser colhida apresenta redução de 3,7%, enquanto que o rendimento médio aumentou 2,3%. Os dados refletiram as reduções nas estimativas da produção em São Paulo e no Paraná, que este mês foram de 1,6% e 7,5%, respectivamente. Essas Unidades Federativas responderam por 77,9% da produção nacional em 2016.
Em virtude de longo período de depreciação nos preços da laranja, nos últimos anos houve flagrante redução da área plantada com a fruta em São Paulo, maior produtor nacional e responsável por mais de 70,0% da laranja produzida no País. Contudo, a recente recuperação nos preços da caixa de laranja tem incentivado os produtores a aumentarem os investimentos nos pomares. O clima mais chuvoso também vem colaborando na produção dos pomares paulistas.
MILHO (em grão) - A produção nacional de milho segue com perspectivas animadoras para o ano de 2017, agora com a quase totalidade do milho 1ª safra colhida e a maior parte das lavouras de 2ª safra já estabelecidas a campo. Os levantamentos realizados em abril apontam novo aumento de produção, que deve alcançar 93.457.859 toneladas, acréscimo de 1,2% em relação à estimativa do mês anterior. Este incremento decorre, principalmente, do aumento de 2,4% na área cultivada de milho safrinha, que deve totalizar 11.988.263 hectares, e da revisão do rendimento médio do milho 1ª safra em 0,9%, alcançando 5.446 kg/ha.
Os levantamentos realizados no mês de abril indicam que, mesmo com revisão positiva de 0,9% no rendimento médio da produção do milho 1ª safra, o volume colhido não deve ser muito diferente do levantado no mês anterior, totalizando 30.266.439 toneladas, compensado pela redução de 0,8% na área colhida, estimada em 5.557.535 hectares. Houve significativo aumento de 3,0% na produção em Goiás, influenciada principalmente pela revisão da área colhida, que apresentou acréscimo de 2,3%. Em contrapartida, houve uma queda de 3,2% na produção de milho 1ª safra na Região Nordeste, com destaque para a Bahia, maior produtor regional, com uma produção 10,7% menor que a prevista no mês anterior, uma vez realizadas aferições nas áreas de cultivo, que deve alcançar 363.800 hectares, uma redução de 9,9%. Uma estiagem ocorrida entre dezembro e janeiro inviabilizou o plantio de pelo menos 50.000 hectares no Estado, o que também impacta no rendimento médio em 0,9%, que deve alcançar 3.998 kg/ha. A Região Nordeste deve ser responsável por 32,9% da área colhida no País na 1ª safra do grão. Entretanto, por conta do baixo rendimento médio obtido (2.274 kg/ha), representa apenas 13,7% do volume produzido neste período.
A 2ª safra de milho, mais uma vez, foi revisada positivamente, com incremento de 1,7% em relação ao mês anterior, alcançando 63 191 420 toneladas. Esse crescimento deve-se, principalmente, ao aumento das áreas de produção, que deve alcançar quase 12 milhões de hectares, sendo 2,3% maior que o levantamento anterior. Mato Grosso do Sul, que deve responder por 14,4% da produção nacional neste período, estimou em abril um aumento de 104.438 hectares na área plantada, o que deve aumentar em 7,9% a produção estadual, uma vez que o rendimento médio também obteve acréscimo de 1,5%. O GCEA/MS estima uma produção de 9.078.000 toneladas na 2ª safra em 2017. A produção paranaense, que responde por 22,0% da safrinha, também foi revisada positivamente em 1,5%, alcançando 13.877.010 toneladas. Este dado foi influenciado, principalmente, pelo aumento da área plantada em 27.340 hectares.
SOJA (em grão) - Com a quase totalidade das lavouras colhidas, a expectativa de safra recorde em 2017 vai se confirmando e, após atualização dos dados no mês de abril, a produção segue com perspectiva de aumento, agora estimada em 112.858.921 toneladas, incremento de 1,7% quando comparado ao volume divulgado no mês anterior. A confirmação do bom desenvolvimento das lavouras a campo influenciou na revisão da estimativa de rendimento médio, que foi elevado em 1,8% e deve alcançar 3.327 kg/ha na média nacional. Destaque para os estados do Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, que apresentaram aumento no rendimento médio de 1,6%, 2,8%, 5,0% e 7,1%, respectivamente.
O GCEA/PR elevou em 1,8% a estimativa de produção no Paraná, segundo maior produtor de soja do país com 17,4% do total nacional, que deve apresentar uma produção de 19.584.146 toneladas, volume recorde no estado. A colheita foi praticamente concluída e as condições climáticas mostraram-se ideais para o desenvolvimento da cultura que, aliado a alta tecnologia empregada pelos produtores, deve apresentar um rendimento médio de 3.651 kg/ha ou 60,9 sacas/ha, novo recorde estadual.
O Estado do Mato Grosso do Sul teve sua produção revisada positivamente em 6,0%, alcançando um total de 8.756.373 toneladas. De acordo com o GCEA/MS, foi observada a campo uma maior produtividade nessa safra, estimada em 3.402 kg/ha, devido às boas condições climáticas ocorridas durante o período de desenvolvimento da cultura, que é considerada uma “supersafra”. O Estado deve responder neste ano por 7,8% da produção nacional, ocupando a 5ª colocação dentre as Unidades Federativas.
Em Minas Gerais, foi constatado no último mês, pelo GCEA/MG, significativo aumento de 7,1% no rendimento médio estadual, que deve alcançar 3.433 kg/ha. Com a colheita adiantada, percebeu-se melhora da produtividade nos municípios, principalmente do Noroeste, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Esse incremento impacta diretamente no aumento da produção estadual, que deve alcançar 4.905.415 toneladas, volume 6,8% superior ao divulgado no mês anterior.
TRIGO - A estimativa da produção do trigo alcança 5.633.928 toneladas, redução de 2,8% em relação ao mês anterior. A área a ser plantada e o rendimento médio apresentam redução de 2,3% e 0,5%, respectivamente.
O GCEA/PR reduziu a estimativa da produção do Paraná este mês em 4,4%, quando comparado ao mês anterior. Ao todo devem ser colhidas 3.149.806 toneladas do produto. Com o preço pouco compensador e o elevado risco da atividade, perante as incertezas com o clima, muitos produtores preferem antecipar o plantio da soja, para assegurar maior “janela de plantio” para o milho segunda safra. Até o final do período, o plantio havia sido realizado em cerca de 15,0% da área prevista. As lavouras, até então implantadas, apresentam um bom aspecto, atravessando os estágios de germinação (80,0%) e desenvolvimento vegetativo (20,0%).
Estimativa de abril em relação à produção de 2016
Dentre os vinte e seis principais produtos, quinze apresentaram variação percentual positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (7,6%), amendoim em casca 2ª safra (36,6%), arroz em casca (13,5%), batata-inglesa 1ª safra (4,0%), batata-inglesa 2ª safra (3,5%), cacau em amêndoa (10,5%), café em grão-canephora (24,6%), cana-de-açúcar (0,3%), cebola (1,7%), feijão em grão 1ª safra (38,4%), feijão em grão 2ª safra (35,4%), milho em grão 1ª safra (24,1%), milho em grão 2ª safra (60,9%), soja em grão (17,5%), sorgo em grão (64,3%). Com variação negativa foram onze produtos: amendoim em casca 1ª safra (-1,6%), aveia em grão (-21,9%), batata-inglesa 3ª safra (-6,7%), café em grão-arábica (-14,7%), cevada em grão (-5,1%), feijão em grão 3ª safra (-0,6%), laranja (-8,4%), mamona em baga (-50,8%), mandioca (-9,6%), trigo em grão (-15,9%) e triticale em grão (-2,8%).
DOCUMENTO: http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=3428
CONAB. 11/05/2017. Previsão de safra de grãos tem novo recorde histórico: 232 milhões de toneladas
A produção de grãos prevista para a safra 2016/17 atinge novo recorde e chega a 232 milhões de toneladas, com um aumento de 24,3% ou 45,4 milhões de toneladas frente às 186,6 milhões de t da safra passada. A 8º estimativa da safra atual foi divulgada nesta quinta-feira (11) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A super safra se deve ao crescimento de área e às boas produtividades médias. A previsão é de ampliação de 3,5% na área total, podendo chegar a 60,4 milhões de hectares, incluídas as culturas de segunda e terceira safras.
A soja deve ter um crescimento de 18,4% na produção, devendo atingir 113 milhões de toneladas, com ampliação de 1,8% na área plantada, que pode chegar a 33,9 milhões de hectares. Já o milho total deve alcançar 92,8 milhões de toneladas, 39,5% acima da safra 2015/2016. A previsão é de 30,2 milhões de toneladas para a primeira safra e de 62,7 milhões para a segunda. A área total de milho deve ser de 17,2 milhões de hectares, o que representa uma ampliação de 8,3%. Milho e soja correspondem a quase 90% dos grãos produzidos no país.
A produção do feijão primeira safra deve alcançar 1,38 milhão de toneladas, resultado 33,5% superior ao ciclo 2015/2016. Já a segunda safra deve produzir 1,26 milhão de toneladas, sendo 624 mil do grão cores, 219,1 mil do preto e 415,4 mil do feijão caupi. O feijão total teve atingir uma produção de 3,3 milhões de toneladas, com área de 3,1 milhões de hectares. No caso do algodão pluma, o crescimento é de 15,5%, podendo chegar a 1,5 milhão de toneladas, apesar da estimativa de redução de 1,6% na área cultivada.
Culturas de inverno – As projeções para esses cultivos indicam queda de 7,8% na área de trigo. A previsão é de que seja plantado 1,95 milhão de hectares, contra 2,1 milhões de ha na safra passada. Com isso, a produção deve chegar a 5,2 milhões de toneladas, uma redução de 22.3% frente às 6,7 milhões de t de 2016. As outras culturas de inverno (aveia, canola, centeio, cevada e triticale) também sofrem perda na produção, mesmo com alguns aumentos de área, como no caso da aveia e da cevada.
A pesquisa foi realizada no período de 23 a 29 de abril em todas as regiões produtoras, quando foram consultadas diversas instituições e informantes cadastrados em todo o país.
Boletim: http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/17_05_11_09_00_26_boletim_graos_maio_2017.pdf
MAPA. 10/05/2017. Balança comercial. Soja lidera exportações do agronegócio brasileiro em abril. Embarques do setor representaram 52,2% de todas as vendas de produtos agropecuários
O complexo soja (grãos, farelo e óleo) teve participação de 52,5% nas exportações do agronegócio brasileiro em abril. O desempenho do setor ocorreu tanto em volume embarcado quanto em faturamento, de acordo com a balança comercial do agronegócio, divulgada nesta quarta-feira (10) pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
As exportações do complexo soja cresceram 12,6% em relação a abril de 2016, com US$ 4,55 bilhões. A maior parcela foi obtida pelas vendas de soja em grãos, que alcançaram quantidade recorde para o mês, de 10,43 milhões de toneladas (+3,4%), o que resultou em US$ 3,95 bilhões (+11,8%). Além disso, o preço médio do produto subiu 8,1% no período, passando de US$ 350 para US$ 378 por tonelada.
O farelo de soja foi o segundo principal produto negociado pelo setor, saindo de US$ 470,11 milhões (+4%) para 1,33 milhão de toneladas embarcadas (-7,2%) e preço médio no período de US$ 354 por tonelada (+12,0%). Já as vendas externas de óleo de soja totalizaram US$ 134,10 milhões (+124,5%), com alta no preço médio do produto (+8,2%) e na quantidade comercializada (+107,6%), com 181,34 mil toneladas.
Outro produto com destaque na balança comercial do agronegócio de abril foi o açúcar, que teve a quantidade e preço internacional aquecidos. As vendas de açúcar totalizaram US$ 723,87 milhões (+48,8%) e 1,62 milhão de toneladas negociadas (+6,2%).
Carnes
O volume das vendas externas de carnes (bovina, suína e de aves) teve um recuo de 22,1%. Entretanto, a elevação de 15,8% do preço médio dos produtos do setor, em abril, atenuou a queda na quantidade. As exportações de carnes totalizaram US$ 1,08 bilhão em abril, uma redução de 9,8% ante US$ 1,19 bilhão verificado no mesmo mês do ano anterior.
O principal item negociado no mês foi a carne de frango, com US$ 543,14 milhões (-11,2%). Com a comercialização de 317,71 mil toneladas no mês, houve variação negativa de 23% em relação a abril de 2016. O preço médio no mercado internacional passou de US$ 1.482 por tonelada para US$ 1.710 por tonelada (+15,3%). Já as vendas externas de carne bovina diminuíram 13,8% em valor, totalizando US$ 362,10 milhões. Em quantidade, houve queda de 18,3%, sendo embarcadas 88,80 mil toneladas. O preço médio subiu 5,5%, atingindo a cotação de US$ 4.078 por tonelada. As exportações de carne suína atingiram US$ 130,24 milhões (+19,5%), com queda de 17% no volume comercializado e elevação de 44% na cotação do produto no período.
Balança comercial do agronegócio de abril/2017: http://www.agricultura.gov.br/noticias/soja-lidera-exportacoes-do-agronegocio-brasileiro-em-abril
MAPA. 09/05/2017. Comércio internacional. Brasil mira fatia de 10% do agronegócio mundial. Em seminário no Correio Braziliense, Maggi reforçou compromisso de ampliar pauta de exportações. Cumprimento de regras ambientais por parte de produtores rurais.
Apesar da crise que foi gerada na Operação Carne Fraca, desencadeada, em março, pela Polícia Federal, o ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) acredita que o país deverá aumentar sua participação no agronegócio mundial dos atuais 7% para 10% nos próximos anos. Maggi demonstrou otimismo em relação a essa meta ao falar na tarde desta terça-feira (09) no seminário Correio Debate A Força do Agronegócio e o Distrito Federal, promovido pelo Correio Braziliense.
De acordo com Maggi, governo e empresários estão extremamente empenhados em retomar fatias de mercado perdidas após a operação. “De 80 países que questionaram o governo federal acerca da qualidade da carne brasileira, 70 retomaram o comércio”, afirmou. Alguns mercados retomaram as negociações com regras mais rigorosas de fiscalização, segundo o ministro. Mas isso não é problema, considerou. “O aumento de exigências internacionais é positivo, uma vez que nosso sistema é forte, robusto e os padrões brasileiros estão dentro das conformidades mundiais”.
Maggi aproveitou para enfatizar o respeito a regras ambientais estabelecidas na legislação brasileira por parte dos produtores rurais.“Estamos conseguindo aumentar a produção agrícola sem promover novos desmatamentos”.
Foco na Ásia
E enfatizou a importância de ampliar o leque de produtos destinados à exportação. “Somos grandes exportadores, com poucas ofertas. Nosso país possui 12 produtos que equivalem a 88% de toda a pauta de exportações”.
Com o propósito de ocupar cada vez mais espaço no mercado internacional, o governo brasileiro está mirando, especialmente crescer na Ásia. “Previsões apontam que, em 2050 o planeta terá população em torno de nove bilhões de pessoas, sendo que 51% concentrados no continente asiático”.
Em relação ao Distrito Federal, Blairo Maggi disse que apesar de ser um território pequeno, a região se destaca com uma pauta diversificada de produtos, o que é muito interessante.
MAPA. PORTAL G1. 10/05/2017. Após Carne Fraca, importadores pagam menos por carne brasileira, diz Maggi. Ministro citou o caso de Hong Kong, que chegou a suspender compra de carne brasileira e agora paga até 4% menos pelo produto.
Por Laís Lis, G1, Brasília
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou nesta quarta-feira (10) que parte dos países compradores de carne brasileira passaram a pagar um valor menor pelo produto após a deflagração da Operação Carne Fraca.
Maggi citou o exemplo de Hong Kong, que chegou a restringir a importação de carne brasileira após a operação da Polícia Federal, mas que, depois de retomar as compras, conseguiu redução entre 3,5% e 4% no valor dos contratos referentes a carne suína.
Apesar do relato do ministro, no mês de abril o valor médio das exportações de carnes brasileiras subiu 0,2%, ou seja, a carne foi vendida ao exterior por preço mais alto, apesar de uma queda de 13,3% na quantidade exportada. Os números são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
"Alguns mercados tiveram redução de preço. É natural porque houve inicialmente um embargo e, na retomada, os compradores tentam diminuir os nossos preços. É normal, mas temos capacidade de negociar. Vamos entregar um preço menor agora, mas na sequência conseguimos um preço melhor", disse Maggi, que participou nesta quarta de uma audiência na Comissão de Agricultura da Câmara.
Embarques
Maggi afirmou que nenhum lote de exportação de carne brasileira apresentou problemas desde que foi deflagrada a Operação Carne Fraca. Segundo o ministro, muitos dos países que importam carne brasileira estão fiscalizando 100% dos carregamentos que chegam, por isso o fato de não terem encontrado problema é positivo para o Brasil.
Durante sua apresentação o ministro afirmou que o mercado interno não permite mais a expansão da produção de carnes.
"Já há sobra de produtos no mercado interno", disse. Maggi afirmou que só o mercado interno não justifica novos investimentos, e que, por isso, é preciso abrir novos mercados.
De 14 a 21 de maio o ministro viajará a uma série de países para falar, principalmente, do mercado de carnes. A missão oficial passará pela Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar e Kuwait.
No dia 17 de março a Polícia Federal deflagrou a Operação Carne Fraca, que investiga corrupção de fiscais agropecuários e problemas nos produtos de 21 frigoríficos no Paraná, Goiás e Santa Catarina.
Após a operação, diversos países anunciaram a suspensão da importação de carne brasileira. Quase dois meses depois, 13 países mantém restrição ao produto brasileiro, mas a maioria deles são pequenos compradores.
MAPA. PORTAL UOL. AGÊNCIA ESTADO. 10/05/2017. Operação Carne Fraca. Maggi: Carne Fraca tem reflexos nos preços das exportações para alguns mercados. O MAPA embarca amanhã para a Arábia Saudita, Emirados Árabes, Kuwait e Catar para preservar mercados compradores.
Quase dois meses depois da deflagração da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, o produto brasileiro já "ultrapassou a barreira da desconfiança sanitária". Ainda há, porém, reflexos nas exportações brasileiras, como uma redução da ordem de 3,5% a 4% no preço para alguns mercados.
Essa foi a avaliação que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, fez nesta quarta-feira (10) em audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.
"Existe uma certa restrição, não uma coisa grave", disse o ministro. "Acho que é normal, até natural, que alguns países nesses momentos tentem fazer com que os preços caiam." A reversão dessa tendência é um trabalho a ser feito. "Não podemos perder os mercados que temos e abrir novos."
Ele observou que o Brasil tem enorme potencial na produção de alimentos e que a tendência é cada vez mais agregar valor. Mas, para isso, é preciso elevar as exportações, pois o mercado interno já está abastecido e há "sobra".
Justamente para preservar mercados compradores, o ministro embarca amanhã para a Arábia Saudita. Ele deverá passar também pelos Emirados Árabes, Kuwait e Catar.
Em oito mercados, entre eles os Estados Unidos e a Rússia, 100% das cargas são inspecionadas. "Isso, para nós, é bom", disse o ministro.
Ele explicou que essas fiscalizações não encontraram nenhum caso de não conformidade, o que ajuda a superar a desconfiança surgida após a ação policial.
Num retrospecto sobre a operação e seus reflexos, Maggi disse que, dos 33 funcionários suspeitos de envolvimento no esquema, 16 foram denunciados pelo Ministério Público à Justiça Federal no Paraná.
O ministro repetiu que a comunicação sobre a operação foi equivocada, o que colocou em risco as exportações brasileiras que, no ano passado, somaram US$ 13,77 bilhões. O governo, porém, agiu de forma rápida e coesa para contorná-la, disse.
MAPA. REUTERS. 10/05/2017. Importadores de carne do Brasil reforçam controles após escândalo
Por Ana Mano
SÃO PAULO (Reuters) - Cinquenta e sete importadores do Brasil reforçaram controles sobre envios de carne do país após o escândalo deflagrado na operação Carne Fraca, da Polícia Federal, em março. Porém, nenhum problema com os produtos foi encontrado, afirmou nesta quarta-feira o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em audiência pública em comissão na Câmara dos Deputados.
Grandes importadores de carne, incluindo a China, emitiram restrições a embarques brasileiros depois da operação Carne Fraca. Desde o surgimento do escândalo, importadores estão inspecionando 100 por cento das mercadorias brasileiras no destino, disse Maggi na Comissão de Agricultura.
Como parte dos esforços do governo para reassegurar aos compradores a qualidade da carne brasileira, Maggi deve viajar para os Emirados Árabes Unidos, Kuweit, Arábia Saudita e Catar a partir de sexta-feira.
O propósito da visita é "apresentar explicações, já enviadas por escrito, para assegurar a manutenção desses mercados, para onde é destinada a maior parte da exportação de frango do Brasil", segundo comunicado do Ministério da Agricultura.
Os mercados atualmente abertos à carne brasileira representaram cerca de 13,55 bilhões de dólares, ou 95,3 por cento do total exportado, informou a pasta.
Na semana passada, Maggi afirmou à Reuters que 10 países continuam sem decisão sobre se retomam as compras de carne brasileira, mas ele acrescentou na ocasião que eles representam um volume muito pequeno das exportações nacionais.
Agence France-Presse
A superfície do cultivo de organismos geneticamente modificados (OGM) aumentou 3% em 2016 em todo o planeta, após uma estabilização no ano anterior, totalizando 185,1 milhões de hectares em 26 países, encabeçados pelos Estados Unidos e pelo Brasil.
Segundo o Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Agrobiotecnológicas (ISAAA), uma ONG pró-OGM financiada pelo grupo americano Monsanto, que publicou este dado, o aumento deste ano confirma sua análise do ano passado, quando previu que a redução de cultivos geneticamente modificados em 2015 era "conjuntural" e se "devia aos baixos preços dos produtos alimentares em todo o mundo".
"Foi confirmada" a previsão do ISAAA, segundo a qual os cultivos OGM voltariam a aumentar, "desmentindo a propaganda dos detratores que asseguram que a biotecnologia não convence os agricultores".
Em 2015, após 19 anos de crescimento anual consecutivo, as superfícies cultivadas com OGM retrocederam pela primeira vez, em 1%, até 179,7 milhões de hectares, em comparação com 181,5 milhões em 2014, segundo o relatórios do ISAAA.
Em 2016, os Estados Unidos continuaram encabeçando a lista de países com plantações OGM, com 72,9 milhões de hectares, seguidos pelo Brasil (49,1), Argentina (23,8), Canadá (11,6) e Índia (10,8).
Esses cinco países representam 91% da superfície total de cultivos OGM.
Aumento de 17% na EuropaNa Europa, as superfícies aumentaram 17% em relação a 2015, com um total de 136.363 hectares de milho MON 81, comercializado pela Monsanto.
A Espanha é o primeiro país europeu em termos de cultivos OGM, produzindo 95% da superfície de milho geneticamente modificado da União Europeia (129.081 hectares), e o único em que as superfícies estão aumentando.
Atrás da Espanha estão Portugal (7.069 hectares em 2016), Eslováquia (138 hectares) e República Checa (75 hectares). A Romênia parou de plantar OGM em 2016.
Na África, a África do Sul e o Sudão cultivaram 2,8 milhões de hectares de OGM, após uma suspensão do uso desses produtos em Burkina Faso e no Egito.
Burkina Faso renunciou ao algodão transgênico da Monsanto introduzido em 2008, alegando que este já não era rentável e que sua fibra se tornava cada vez mais curta e, portanto, era vendida por menos nos mercados internacionais.
O ISAAA destaca, no entanto, o avanço da pesquisa e do estabelecimento de normas regulamentares que permitem os cultivos OGM em países como Quênia, Malauí e Nigéria.
Algodão OGM em retrocesso
Entre as espécies vegetais geneticamente modificadas, a soja é a mais difundida no mundo, com 91,4 milhões de hectares, o que equivale à metade da superfície mundial de OGM.
Na Índia, o algodão transgênico caiu de 11,6 milhões de hectares para 10,8 milhões de hectares, segundo o ISAAA. De acordo com o governo indiano, essa queda é ainda maior, de 10,6 milhões para 8,5 milhões de hectares.
No ano passado, o valor do mercado mundial de produtos vegetais OGM era de 15,8 bilhões de dólares, 3% mais que em 2015, segundo a empresa Cropnosis.
Renée Velvée, da ONG Grain, se mostra muito crítica com o relatório do ISAAA. "Não fala dos efeitos nefastos dos OGM, apesar do balanço ser muito negativo, principalmente na América Latina", afirma.
"Milhões de agricultores deslocados, camponeses assassinados porque defenderam suas terras contra a monocultura industrial de soja, milhões de hectares de floresta destruídos no Brasil e o desenvolvimento sem limites da pecuária que alimenta as mudanças climáticas, sem falar dos cânceres relacionados com o uso maciço de herbicidas", enumera.
UNICA. 11/05/2017. SETOR. SAFRA 2017/2018 INICIA MAIS ALCOOLEIRA E COM ATRASO NA MOAGEM
A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil alcançou 24,09 milhões de toneladas na 2ª quinzena de abril de 2017, queda de 33,51% em relação ao volume registrado no mesmo período de 2016 (36,23 milhões de toneladas).
No acumulado da safra 2017/2018, a moagem totalizou 41,71 milhões de toneladas, retração de 39,70% no comparativo com igual período do último ano, quando o total processado somou 69,17 milhões de toneladas. Observa-se, portanto, um atraso de quase 30 milhões de toneladas na cana-de-açúcar moída entre ambas as safras.
A produção de açúcar na segunda metade de abril de 2017 atingiu 1,12 milhão de toneladas, expressiva queda de 38,13% comparativamente ao valor verificado na mesma quinzena da safra 2016/2017 (1,81 milhão de toneladas).
Essa queda no volume produzido de açúcar decorre do atraso na moagem e da menor quantidade fabricada do produto por tonelada de cana.
No acumulado de abril de 2017, a proporção de matéria-prima destinada à produção de açúcar alcançou 41,50%, recuo de 0,56 ponto percentual em relação aos 42,06% contabilizados no mesmo mês do ano passado.
No acumulado da safra, a defasagem na produção de açúcar já atinge 1,43 milhão de toneladas. Foram 3,25 milhões de toneladas fabricadas em abril de 2016, contra apenas 1,83 milhão de toneladas no ciclo 2017/2018.
A produção de etanol somou 931,60 milhões de litros na segunda quinzena de abril de 2017, sendo 331,58 milhões de litros de anidro e 600,02 milhões de litros de hidratado.
No acumulado desde o início da atual safra até 1º de maio de 2017, o volume produzido de etanol totalizou 1,62 bilhão de litros, dos quais 493,81 milhões de litros de anidro e 1,12 bilhão de litros de hidratado.
A qualidade da cana-de-açúcar no ciclo 2017/2018 continua aquém do índice registrado na safra anterior. A concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada da matéria-prima alcançou 110,72 kg em abril deste ano, 5,60% inferior no comparativo com o valor verificado no mesmo mês de 2016 (117,29 kg de ATR por tonelada de cana).
Dados preliminares apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), em uma amostra de 125 empresas, apontam para uma retração de 14,84% na produtividade agrícola da área colhida em abril de 2017 comparativamente com o mesmo mês do último ano (77,28 toneladas de cana por hectare na safra atual, ante 90,74 toneladas por hectare em abril de 2016).
Essa retração na produtividade agrícola deve-se, principalmente, à menor área colhida com cana bisada na safra atual relativamente ao ciclo 2016/2017.
Até 1º de maio de 2017, 231 unidades produtoras estavam em operação no Centro-Sul, contra 239 no mesmo período do ano anterior. Para a próxima quinzena, estima-se que 255 unidades estejam em safra.
As vendas de etanol pelas unidades da região Centro-Sul somaram 1,73 bilhão de litros em abril de 2017, sendo 109,04 milhões de litros destinados à exportação e 1,62 bilhão de litros ao mercado interno.
No mercado doméstico, o volume comercializado de etanol diminuiu em relação àquele observado no ciclo 2016/2017. No caso do hidratado, as vendas totalizaram 956,96 milhões de litros em abril de 2017 (queda de 19,65% sobre o mesmo mês do último ano). Já as vendas internas de anidro atingiram 661,74 milhões de litros, retração de 19,34% sobre abril de 2016 e de 26,04% relativamente a março de 2017.
Essa redução nas vendas de etanol anidro, quando comparadas com o volume apurado para março de 2017, já era prevista. Isso porque, de acordo com as regras estabelecidas pela Resolução ANP nº 67/2011, produtores e distribuidores de combustíveis devem manter estoques de anidro no dia 31 de março. Dessa forma, é natural que parte das vendas dos distribuidores no início de abril sejam supridas pelo produto armazenado, reduzindo a retirada de etanol das unidades produtoras ao longo desse período.
Essa queda nas saídas domésticas de etanol anidro reflete também o volume importado do aditivo por agentes distribuidores e produtores.
Relatório: http://www.unicadata.com.br/index.php?idioma=1
IBGE. 11/05/2017. Vendas do varejo caem 1,9% entre fevereiro e março
Período | Varejo | Varejo Ampliado | ||
---|---|---|---|---|
Volume de vendas | Receita nominal | Volume de vendas | Receita nominal | |
Março / Fevereiro*
|
-1,9%
|
-1,9%
|
-2,0%
|
-2,3%
|
Média móvel trimestral*
|
0,7%
|
0,3%
|
0,5%
|
0,1%
|
Março 2017 / Março 2016
|
-4,0%
|
-2,0%
|
-2,7%
|
-1,2%
|
Acumulado 2017
|
-3,0%
|
0,5%
|
-2,5%
|
-0,1%
|
Acumulado 12 meses
|
-5,3%
|
3,5%
|
-7,1%
|
-0,5%
|
*série com ajuste sazonal
Em março de 2017, o comércio varejista nacional apresentou recuou pelo segundo mês consecutivo, registrando taxa de -1,9% tanto no volume de vendas como na receita nominal, frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais. Em relação a março de 2016, o varejo nacional apresentou taxa de -4,0%, em termos de volume de vendas, 24ª taxa negativa consecutiva nessa comparação. Assim, o comércio varejista acumulou redução de 3,0% nos três primeiros meses de 2017 e taxa acumulada nos últimos 12 meses de -5,3%. Já a receita nominal de vendas apresentou, em março de 2017, taxas de variação de -2,0% em comparação ao mesmo período de 2016, de 0,5% no acumulado no ano e de 3,5% nos últimos 12 meses.
O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, voltou a registrar variação negativa para o volume de vendas sobre o mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal (-2,0%), após quatro meses seguidos de resultados positivos. Em relação a receita nominal, o decréscimo em março de 2017 em relação a fevereiro foi de -2,3%. No confronto com março de 2016, o comércio varejista ampliado apresentou recuo de 2,7% para o volume de vendas (34ª taxa negativa consecutiva) e de -1,2% para receita nominal. No que tange às taxas acumuladas, os resultados foram de -2,5% no ano e de -7,1% nos últimos doze meses, para o volume de vendas, enquanto para receita nominal as taxas ficaram em -0,1% e -0,5%, respectivamente.
Quatro das oito atividades pesquisadas recuam entre fevereiro e março
A taxa do comércio varejista (-1,9%) no volume de vendas, na passagem de fevereiro para março de 2017, série ajustada sazonalmente, apresentou quatro desempenhos negativos entre as atividades que compõem este resultado.
As quatro atividades com taxas negativas foram: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, ambas com -0,5%; Tecidos, vestuário e calçados (-1,0%); e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com -6,2%.
Por outro lado, no mesmo confronto, os segmentos que mostraram avanço foram: Móveis e eletrodomésticos (6,1%); Livros, jornais, revistas e papelarias (5,6%); Combustíveis e lubrificantes (1,1%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,9%).
O comércio varejista ampliado registrou em relação ao mês anterior (com ajuste sazonal) decréscimo de 2,0% para o volume de vendas. O desempenho deste setor reflete, sobretudo, o comportamento das vendas de Veículos, motos, partes e peças, que apresentou, para o volume de vendas, taxa de -0,1% sobre fevereiro. Quanto ao segmento de Material de construção, que exerce menor peso na estrutura do varejo ampliado, a variação para o volume de vendas na passagem de fevereiro para março foi de 2,7%.
BRASIL - INDICADORES DO VOLUME DE VENDAS DO COMÉRCIO VAREJISTA E COMÉRCIO
VAREJISTA AMPLIADO, SEGUNDO GRUPOS DE ATIVIDADES: PMC - Março 2017
ATIVIDADES | MÊS/MÊS ANTERIOR (1) | MÊS/IGUAL MÊS DO ANO ANTERIOR | ACUMULADO | |||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Taxa de Variação (%) | Taxa de Variação (%) | Taxa de Variação (%) | ||||||
JAN
|
FEV
|
MAR
|
JAN
|
FEV
|
MAR
|
NO ANO
|
12 MESES
| |
COMÉRCIO VAREJISTA (2) |
6,0
|
-1,6
|
-1,9
|
-1,2
|
-3,7
|
-4,0
|
-3,0
|
-5,3
|
1 - Combustíveis e lubrificantes |
-1,2
|
0,6
|
1,1
|
-6,0
|
-8,5
|
-2,4
|
-5,6
|
-8,3
|
2 - Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo |
8,6
|
-1,7
|
-6,2
|
0,3
|
-0,7
|
-8,7
|
-3,1
|
-3,2
|
3 - Tecidos, vest. e calçados |
13,0
|
1,4
|
-1,0
|
-0,8
|
3,6
|
11,7
|
4,7
|
-7,4
|
4 - Móveis e eletrodomésticos |
2,6
|
2,0
|
6,1
|
4,0
|
-6,0
|
10,5
|
3,0
|
-7,8
|
5 - Artigos farmaceuticos, med., ortop. e de perfumaria |
1,7
|
1,1
|
-0,5
|
-2,1
|
-5,1
|
-1,8
|
-2,9
|
-3,4
|
6 - Livros, jornais, rev. e papelaria |
2,2
|
1,4
|
5,6
|
-9,6
|
-7,0
|
5,7
|
-5,0
|
-13,2
|
7 - Equip. e mat. para escritório informatica e comunicação |
-5,9
|
-2,9
|
-0,5
|
-6,6
|
-14,0
|
-12,4
|
-11,2
|
-10,8
|
8 - Outros arts. de uso pessoal e doméstico |
-0,6
|
-1,7
|
0,9
|
-3,1
|
-7,7
|
-5,3
|
-5,3
|
-7,8
|
COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO (3) |
3,1
|
0,6
|
-2,0
|
-0,1
|
-4,8
|
-2,7
|
-2,5
|
-7,1
|
9 - Veículos e motos, partes e peças |
1,0
|
-0,7
|
-0,1
|
-3,6
|
-15,0
|
-6,1
|
-8,1
|
-12,8
|
10- Material de Construção |
1,9
|
-1,5
|
2,7
|
4,7
|
-2,0
|
9,4
|
4,2
|
-6,2
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
(1) Séries com ajuste sazonal
(2) O indicador do comércio varejista é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 8.
(3) O indicador do comércio varejista ampliado é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 10
(1) Séries com ajuste sazonal
(2) O indicador do comércio varejista é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 8.
(3) O indicador do comércio varejista ampliado é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 10
Na comparação com igual março de 2016, o volume de vendas do comércio varejista recuou 4,0%. Dentre as atividades do varejo, cinco registraram variações negativas. Por ordem de contribuição à taxa global, são elas: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-8,7%), seguido por Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-5,3%); Combustíveis e lubrificantes (-2,4%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-12,4%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,8%). As atividades com desempenho positivo, em relação o mesmo mês do ano anterior, foram Móveis e eletrodomésticos (10,5%); Tecidos, vestuário e calçados (11,7%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (5,7%).
BRASIL - COMPOSIÇÃO DA TAXA MENSAL DO COMÉRCIO VAREJISTA,
POR ATIVIDADES: PMC - Março 2016
(Indicadores de volume de vendas)
POR ATIVIDADES: PMC - Março 2016
(Indicadores de volume de vendas)
Atividades | COMÉRCIO VAREJISTA | COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO | ||
---|---|---|---|---|
Taxa de variação (%) | Composição absoluta da taxa (p.p.) | Taxa de variação (%) | Composição absoluta da taxa (p.p.) | |
Taxa Global |
-4,0
|
-4,0
|
-2,7
|
-2,7
|
1 - Combustíveis e lubrificantes |
-2,4
|
-0,3
|
-2,4
|
-0,2
|
2 - Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo |
-8,7
|
-4,6
|
-8,7
|
-2,9
|
3 - Tecidos, vest. e calçados |
11,7
|
0,8
|
11,7
|
0,6
|
4 - Móveis e eletrodomésticos |
10,5
|
0,9
|
10,5
|
0,7
|
5 - Artigos farmaceuticos, med., ortop. e de perfumaria |
-1,8
|
-0,2
|
-1,8
|
-0,1
|
6 - Livros, jornais, rev. e papelaria |
-12,4
|
0,0
|
-12,4
|
0,0
|
7 - Equip. e mat. para escritório informatica e comunicação |
5,7
|
0,0
|
5,7
|
0,0
|
8 - Outros arts. de uso pessoal e doméstico |
-5,3
|
-0,6
|
-5,3
|
-0,4
|
9 - Veículos e motos, partes e peças |
-6,1
|
-1,2
| ||
10- Material de Construção |
9,4
|
0,8
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
Nota: Corresponde à participação dos resultados setoriais na formação da taxa global.
Nota: Corresponde à participação dos resultados setoriais na formação da taxa global.
O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com queda de -8,7% no volume de vendas sobre igual mês do ano anterior, exerceu a primeira contribuição negativa na formação da taxa global do comércio varejista. Em termos de resultados acumulados, a atividade apresentou variação no ano de -3,1% e nos últimos 12 meses de -3,2%. Este setor, além de ser influenciado diretamente pela massa de rendimento médio real habitual dos trabalhadores e da taxa de desocupação, este ano sofreu também o chamado efeito base. As vendas em março de 2016 foram superiores as de março de 2017, devido a comemoração da Páscoa, que reflete na maior venda de chocolates no período. Em 2017 esta comemoração foi no mês de abril.
O setor de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, joalherias, artigos esportivos e brinquedos, com queda de -5,3% frente a março de 2016, registrou a segunda maior contribuição negativa na formação da taxa do volume de vendas, sendo esse o 20º mês seguido de taxas negativas nesse tipo de comparação. A taxa acumulada nos três primeiros meses do ano foi de -5,3% e, para os últimos 12 meses foi de -7,8%.
O segmento de Combustíveis e lubrificantes, com -2,4% de variação do volume de vendas em relação ao mesmo mês do ano anterior, foi responsável pelo terceiro maior impacto negativo na formação do resultado global. Esta atividade vem apresentando queda desde janeiro de 2015, mesmo com os preços do setor em trajetória declinante. No acumulado em 12 meses, os preços encontram-se abaixo da média geral do setor (-2,6% frente a 4,6% do índice geral, segundo IPCA). No acumulado do ano a taxa deste segmento foi de -5,6% e nos últimos 12 meses o decréscimo foi de 8,3%.
A atividade de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com queda de -12,4% no volume de vendas em comparação com igual mês do ano anterior, registrou o 21º recuo consecutivo nessa comparação. Em relação aos resultados acumulados, observou-se taxa de -11,2% nos três primeiros meses do ano e recuo de 10,8% nos últimos doze meses. Esta atividade sofre influência do comportamento da massa de rendimento habitual real da população e da taxa de desocupação dos trabalhadores.
O volume de vendas do segmento de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos apresentou queda de 1,8% em relação a março de 2016. Vale destacar que, embora com caráter de uso essencial, este setor registrou, em março de 2017, a 12ª taxa negativa consecutiva, mantendo-se em trajetória descendente desde abril de 2016, período que inicia os reajustes dos preços do setor. Os preços dos produtos farmacêuticos, segundo o IPCA, em 12 meses subiram 12,8% contra 4,6% do índice geral. A taxa acumulada no trimestre foi de -2,9% e a em 12 meses foi de -3,4%.
O segmento de Móveis e eletrodomésticos registrou variação de 10,5% no volume de vendas em relação a março do ano passado, sendo o maior impacto positivo na taxa global do varejo. Este resultado sofreu influência da variação dos preços do item mobiliário: segundo o IPCA, a taxa acumulada em 12 meses era de 7,8% em março de 2016, passando para -0,6% em março de 2017. Os resultados da atividade em termos de acumulados nos três primeiros meses do ano e nos últimos 12 meses foram de 3,0% e -7,8%, respectivamente.
O grupamento de Tecidos, vestuário e calçados avançou 11,7% na comparação com março de 2016, mantendo-se positivo pelo segundo mês consecutivo, após registrar desde dezembro de 2014. A taxa acumulada no ano foi de 4,7% e para os últimos 12 meses foi de -7,4%. O resultado positivo desta atividade sofreu influência dos preços dos artigos de vestuário, que, em 12 meses, subiram 2,2% contra 4,6% do índice geral (segundo o IPCA) e das promoções de queima de estoque do verão.
A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou variação no volume de vendas de 5,7% sobre março de 2016, interrompendo os resultados negativos de 37 meses consecutivos. Porém, as taxas acumulada no ano e em 12 meses continuam maiores que a média global para o varejo: -5,0% e -13,2%, respectivamente.
O comércio varejista ampliado registrou, para o volume de vendas, uma variação de -2,7% sobre março de 2016. As taxas acumuladas foram de -2,5% no ano e de -7,1% nos 12 meses. Esse comportamento ocorre, principalmente, em função do desempenho negativo de Veículos, motos, partes e peças, com resultado interanual de -6,1%, enquanto o segmento de Material de construção registrou aumento de 9,4%.
Entre fevereiro e março, vendas caem em 16 das 27 unidades da federação
Na passagem de fevereiro para março de 2017, na série com ajuste sazonal, as vendas no varejo recuaram em 16 das 27 unidades da federação, com as maiores variações negativas observadas em Goiás (-13,3%); São Paulo (-5,9%); Acre (-2,5%); e Mato Grosso do Sul (-2,4%).
Frente a março de 2016, 17 das 27 unidades da federação apresentaram resultado negativo no volume de vendas, com destaque para Goiás (-17,0%), Distrito Federal (-10,3%), Roraima (-9,5%), São Paulo e Espírito Santo, ambas com -8,9%. Por outro lado, dez estados registraram resultados positivos, ressaltando-se: Santa Catarina (15,2%), Alagoas (5,8%), Tocantins (5,6%), e Paraná (3,5%). Quanto à participação na composição da taxa negativa do varejo, destacaram-se, pela ordem: São Paulo (-8,9%) e Rio de Janeiro (-7,1%).
No comércio varejista ampliado, 15 estados apresentaram variações negativas no volume de vendas, na comparação de março de 2017 com o mesmo período do ano anterior, sendo as maiores quedas registradas em Goiás (-15,5%), São Paulo (-7,9%), Rondônia (-7,4%) e Rio Grande do Norte (-5,8%). Quanto à participação na composição do resultado negativo do varejo ampliado, destacaram-se, pela ordem: São Paulo (-7,9%) e Rio de Janeiro (-4,0%).
DOCUMENTO: http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=3429
FGV. IBRE. 11/05/2017. IGP-M recua na primeira prévia de maio
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou taxa de variação de -0,89%, na apuração referente ao primeiro decêndio de maio. No mesmo período de apuração do mês anterior, este índice registrou taxa de -0,74%. A apuração referente ao primeiro decêndio do IGP-M de maio compreendeu o intervalo entre os dias 21 e 30 do mês de abril.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou variação de -1,37%, no primeiro decêndio de maio. No mesmo período do mês de abril, o índice variou -1,21%. A taxa de variação do índice referente a Bens Finais passou de 0,27% para 0,11%. Contribuiu para este movimento o subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de 3,51% para -2,28%. O índice correspondente aos Bens Intermediários variou -0,36%, ante -0,79%, no mês anterior. A principal contribuição para a taxa menos negativa partiu do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção,que passou de -0,92% para 0,72%.
O índice referente a Matérias-Primas Brutas registrou variação de -4,26%. No mês anterior, a taxa foi de -3,32%. Entre os itens com taxas em trajetória decrescente, destacam-se: minério de ferro (-1,60% para -14,37%), leite in natura (3,77% para 0,13%) e cana-de-açúcar (0,32% para -0,66%). Em sentido oposto, vale mencionar: soja (em grão) (-6,53% para 0,74%), milho (em grão) (-11,04% para -5,08%) e mandioca (aipim) (-13,74% para -8,84%).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou taxa de variação de 0,03%, no primeiro decêndio de maio. No mesmo período do mês anterior, a taxa foi de 0,30%. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação, com destaque para o grupo Habitação (0,68% para -0,17%). Nesta classe de despesa, vale destacar o comportamento do itemtarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de 3,02% para -2,35%.
Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos: Alimentação (0,41% para -0,25%), Educação, Leitura e Recreação (0,13% para -0,45%) e Despesas Diversas (0,50% para 0,13%). Nestas classes de despesa, destacam-se os itens: hortaliças e legumes (5,21% para -2,97%), passagem aérea (9,66% para -14,33%) e despesas com animais domésticos (1,17% para 0,10%), respectivamente.
Em contrapartida, apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos: Saúde e Cuidados Pessoais (0,75% para 1,31%), Comunicação (-0,25% para 0,87%), Vestuário (-0,40% para 0,34%) e Transportes (-0,39% para -0,26%). Nestas classes de despesa, vale mencionar: medicamentos em geral (-0,19% para 3,70%), pacotes de telefonia fixa e internet (0,00% para 1,97%), roupas (-0,41% para 0,32%) e gasolina (-2,33% para -1,37%), respectivamente.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou variação de -0,06%, no primeiro decêndio de maio. No mês anterior, esse índice apresentou taxa de variação de -0,14%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de -0,14%. No mês anterior, este índice variou -0,31%. O índice que representa o custo da Mão de Obra não registrou variação, pelo segundo mês consecutivo.
DOCUMENTO: http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumPageId=402880972283E1AA0122841CE9191DD3&lumItemId=8A7C82C5593FD36B015BF7145D726800
SPC-BRASIL. CNDL. 10/05/2017. 39% DA POPULAÇÃO ADULTA ESTÁ INADIMPLENTE, MOSTRA INDICADOR DO SPC BRASIL E CNDL. 59,0 milhões de consumidores brasileiros estão negativados. Sudeste tem a maior concentração: são 24,90 milhões de inadimplentes na região
O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) estimam um total de 59,0 milhões de pessoas físicas negativadas no país, ao final de abril. O número representa 39,19% da população com idade entre 18 e 95 anos.
Na variação anual do número de pessoas físicas inadimplentes, o indicador mostrou queda de -1,60% em abril, em comparação com abril de 2016. Após crescer a taxas próximas a 5,0% entre o final de 2015 e início de 2016, o indicador teve sucessivos recuos ao longo do ano passado, sendo a segunda vez, desde o início da série histórica em 2010, que há uma queda anual. Na passagem de março para abril, a inadimplência no país mostrou queda de -0,35%.
“Essa desaceleração do crescimento da inadimplência ocorre desde o segundo trimestre de 2016 e reflete tanto a recessão econômica, que reduziu a capacidade de pagamento das famílias, quanto a redução da tomada de crédito por parte dos consumidores e sua propensão a consumir”, explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. “O consumidor tem tido maior cautela com o consumo, além de maior dificuldade para conseguir crédito. Assim, ele se endivida menos e, com isso, torna-se mais difícil ficar inadimplente”, analisa.
A estimativa por faixa etária indica que é entre 30 e 39 anos a maior frequência de negativados, uma vez que em abril metade dessa população (49,83%) estava com o nome incluído em listas de proteção ao crédito – um total de 17,0 milhões de pessoas. Vale destacar ainda que uma quantidade significativa das pessoas entre 40 e 49 anos está inadimplente (47,06%), bem como entre os consumidores de 25 a 39 anos (46,34%).
24,90 milhões de inadimplentes na região Sudeste
De acordo com a estimativa, a região Sudeste é a região que concentra, em termos absolutos, o maior número de negativados, somando 24,90 milhões de consumidores, o que representa 38,17% da população adulta da região.
Em seguida aparecem o Nordeste, que conta com 15,60 milhões de negativados, ou 39,19% da população; o Sul, com 8,29 milhões de inadimplentes (37,16%); o Norte, que, com 5,35 milhões de devedores (45,77% – o maior percentual entre as regiões); e o Centro-Oeste, com um total de 4,84 milhões de inadimplentes (42,18% da população).
Bancos concentram a maior parte das dívidas no Brasil
O indicador do SPC Brasil e da CNDL também apresentou em abril uma variação negativa de -7,13% no volume de dívidas em nome de pessoas físicas na comparação com o mesmo mês de 2016. Esta foi a menor variação de toda a série histórica.
Os dados por setores revelam que o segmento de água e luz foi o único a apresentar crescimento anual do número de pendências em abril, com alta de 3,19%. Já o setor de comunicação teve a maior queda, de -17,35%. Em seguida aparecem os bancos (-5,02%) e o comércio (-7,10%).
O levantamento aponta ainda que os bancos concentram a maior parte das dívidas no país (48,36% do total), com o comércio (20,26%) e o setor de comunicação em seguida (13,51%).
Metodologia
O indicador de inadimplência do consumidor sumariza todas as informações disponíveis nas bases de dados às quais o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) têm acesso. As informações disponíveis referem-se a capitais e interior das 27 unidades da federação.
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ANÁLISE
PORTAL UOL. BBC. 11/05/2017. O que a economia diz sobre o primeiro ano de governo Temer
BBC Paula Adamo Idoeta
Quando discursou pela primeira vez como presidente, em 12 de maio de 2016, Michel Temer disse que seu maior desafio era "estancar o processo de queda livre da atividade econômica e melhorar significativamente o ambiente de negócios do setor privado, para produzir mais e gerar mais emprego e renda".
Mas passado um ano de seu governo, é possível dizer que o país ensaia uma recuperação econômica? O que a economia tem a dizer, de positivo e negativo, sobre a mudança política do Brasil?
A BBC Brasil conversou com três analistas econômicos e analisou os índices econômicos mais recentes para responder essas perguntas, em oito pontos.
1. Emprego em baixa
Os dados mais recentes do IBGE não são animadores: o instituto diz que o país tem 14 milhões de desempregados. O índice de desemprego bateu recorde no primeiro trimestre de 2017, chegando a 13,7%.
"As empresas esperam sinais mais claros tanto para demitir (no início de uma crise) quanto para recontratar, por conta dos custos trabalhistas e de treinamento", explica Alessandra Ribeiro, diretora da área de macroeconomia e política da consultoria Tendências.
André Perfeito, economista-chefe do Gradual Investimentos, lembra que mesmo uma redução no índice de desemprego pode não ser boa notícia no momento atual: "Pode significar que uma parcela das pessoas simplesmente parou de procurar trabalho. Por enquanto, falta demanda econômica para estimular a criação de novas vagas."
A expectativa é de que o emprego só seja retomado mesmo em 2018, "quando devem ser criados postos de trabalho em ritmo suficiente para absorver as pessoas que estavam fora do mercado", diz Ribeiro.
2. Inflação mais controlada
Os economistas veem como um importante sinal positivo o fato de a inflação se mostrar sob controle, depois de anos em alta: o aumento de IPCA (medição oficial) de abril, por exemplo, foi de 0,14%, índice mais baixo desse mês já registrado pelo IBGE desde o início do Plano Real, em 1994.
Com isso, a expectativa é de que a inflação deste ano se mantenha dentro da meta de 4,5%.
O problema: o fato de os preços não estarem subindo é justamente "consequência da tremenda recessão" do país, diz Francisco Lopreato, do Instituto de Economia da Unicamp.
A boa notícia: com a inflação em queda, houve um incremento real no salário de quem está empregado, aumentando seu poder de compra, diz Alessandra Ribeiro.
3. Taxa de juros em queda
Menos inflação significa mais espaço para a queda da taxa de juros (Selic), reduzida para 11,25% na última reunião do Conselho de Política Monetária do Banco Central. O conselho citou justamente a "dinâmica favorável da inflação" entre os fatores que o levaram a reduzir os juros do país.
A expectativa, entre analistas ouvidos pelo próprio Banco Central em seu boletim oficial, é de que a Selic caia ainda mais até o final do ano, para 8,5%.
A velocidade da queda da taxa costuma gerar debate entre economistas. Lopreato acha que o BC demorou demais para reduzir as taxas, "contribuindo para a situação atual de crise".
Para André Perfeito, o impulso econômico gerado pelos juros mais baixos talvez só seja sentido no ano que vem, quando as famílias talvez consigam quitar suas dívidas e voltar a consumir mais.
4. Consumo ainda patinando
Uma revisão de metodologia do IBGE apontou alguns sinais de alta nos números recentes do varejo, e há indicativos de aumento da confiança dos comerciantes.
Ao mesmo tempo, com o desemprego alto e o crédito escasso, o consumo das famílias fica necessariamente comprometido.
A liberação de contas inativas do FGTS traz algum impulso - segundo o governo, os saques injetarão R$ 34,5 bilhões na economia -, mas seu impacto no consumo é alvo de debate.
Para Ribeiro, da Tendências Consultoria, se uma parte significativa desse dinheiro chegar ao consumo, pode incrementar o PIB (Produto Interno Bruto) em 0,3 ponto percentual.
Para Lopreato, da Unicamp, porém, "ainda que seja um volume importante de recursos, está diluído no tempo (já que os saques estão sendo liberados aos poucos) e grande parte desses recursos não vai para gastos das famílias, mas sim para pagar dívidas".
O lado bom disso, opina André Perfeito, é que talvez tenhamos mais consumidores sem dívidas em 2018.
5. Produção industrial volátil
A produção industrial caiu 1,8% em março em relação ao mês anterior e mantém desempenho fraco desde o início do ano, segundo o IBGE, em um exemplo de como a atividade econômica ainda não decolou.
"A ociosidade da indústria ainda está muito elevada", diz Perfeito.
Alessandra Ribeiro ressalta, porém, que o setor, em média, cresceu no último trimestre em relação ao anterior e que a confiança da indústria tem dado sinais mais positivos, apesar da volatilidade.
6. Agricultura e balança comercial com mais fôlego
Com o aumento da produção agrícola e dos preços internacionais dos alimentos, a agricultura tem sido a boa surpresa, dando alento ao cenário econômico e contribuído com um saldo positivo na balança comercial (relação entre as exportações e importações do país).
Em março, o Brasil registrou superavit recorde (ou seja, mais dinheiro entrou nas exportações do que saiu nas importações): US$ 7,1 bilhões, justamente por causa da venda de carne e outras matérias-primas.
7. Investimento, PIB e expectativas dos empresários em debate
Quando o IBGE divulgou os números da atividade econômica brasileira de 2016, em março, trouxe várias más notícias: o PIB (Produto Interno Bruto) do país caiu 3,6% no ano passado e a taxa de investimento recuou 1,6% no último trimestre.
Os sinais dos investimentos neste ano ainda são incertos. Ribeiro acredita que as taxas devem estar voltando a crescer. Lopreato e Perfeito, porém, são menos otimistas.
"Provavelmente não repetiremos o nível de recessão de 2015 e 2016, mas estamos longe de uma luz no fim do túnel", opina o professor da Unicamp. "Estamos ansiosos para que a economia dê sinais robustos, mas, com dados que sobem e descem, não dá para cravar que estejamos em recuperação."
Perfeito, do Gradual Investimentos, diz que o investimento ainda "não está se materializando". "A empresa só vai investir quando acreditar que vai ter demanda."
Parte disso, afirma ele, se deve à contínua incerteza política do país, que deriva da turbulência das reformas trabalhista e previdenciária em andamento, dos desdobramentos da Operação Lava Jato e da baixa popularidade do governo.
Para Alessandra Ribeiro, há motivos para um "otimismo cauteloso" na tentativa do governo em equilibrar os fundamentos macroeconômicos do país e em ações como leilões bem-sucedidos nas áreas aeroportuária e de energia.
"Dá para falar que o pior já passou e temos sinais mais claros de estabilidade. São indicadores ainda voláteis, o que é típico de um momento de transição", diz ela.
E a nota mais recente do Comitê de Política Monetária do Banco Central vê uma "retomada gradual da atividade econômica ao longo de 2017".
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê crescimento de apenas 0,2% do Brasil em 2017 -, mas aposta que a "redução da incerteza política" e o "futuro progresso" da agenda de reformas do governo podem elevar o crescimento em 2018, para 1,8%.
8. Gastos públicos e perspectivas com reformas: a grande interrogação
Qual será o legado do governo Temer com as reformas trabalhista e previdenciária, em andamento, e na busca pelo equilíbrio das contas públicas? Esse é um dos grandes debates atuais, ainda repleto de interrogações e divergências.
Alessandra Ribeiro diz que ainda estamos longe de ter garantias de contas públicas em ordem, mas acha que foi vantajosa a aprovação, em dezembro, do teto aos gastos públicos pelos próximos 20 anos - limitando, assim, as despesas do governo.
"O problema é a composição dessas despesas públicas. Hoje, os gastos previdenciários são os que mais crescem, comprimindo os demais gastos", diz a analista, que opina que uma reforma previdenciária aprovada, mesmo que imperfeita, é melhor do que a situação atual.
André Perfeito opina que o foco atual do debate previdenciário - de desafogar os gastos do governo - ofusca uma questão importante: será que a reforma vai garantir poder de consumo para os aposentados do futuro?
"Nosso debate precisa ser também quanto a se queremos esses gastos (sendo assumidos) pelo Estado. Se hoje pedimos aos governantes a construção de creches, é bem possível que o pedido, no futuro, seja pela construção de asilos."
Para Francisco Lopreato, o grande perigo é a perda de conquistas trabalhistas e sociais. Sua opinião é de que o conjunto de reformas "só olha para um lado" - o do empresariado -, "destruindo-se ganhos sociais em vez de aprimorá-los".
"O coroamento disso é proposta de reforma trabalhista rural (uma proposta em debate na Câmara prevê que empresas remunerem empregados com comida e moradia em vez de salário, por exemplo). Isso significaria 'avançar' para o final do século 19."
ANEFAC. PORTAL G1. 11/05/2017. Taxa de juros do cartão de crédito cai ao menor nível desde 2015, diz Anefac
As taxas médias de juros cobradas nas operações de crédito caíram em abril pelo 5º mês seguido, segundo pesquisa mensal divulgada nesta quinta-feira (13) da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Os juros do cartão de crédito ficaram em 397,75% - a menor média desde abril de 2015, quando a taxa era de 378,76%.
Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Anefac, aponta, no entanto, que os patamares dos juros ainda são considerados altos.
Segundo o levantamento, todas as 6 linhas de crédito para pessoa física e 3 linhas para pessoa jurídica pesquisadas reduziram suas taxas de juros no mês na comparação com o mês anterior.
A nova queda é atribuída à nova redução da Selic promovida pelo Banco Central em sua última reunião de abril e a avaliação da Anefac é que sejam feitas novas reduções da taxa básica de juros, o que poderá possibilitar novas diminuições das taxas cobradas pelos bancos.
"Mas é necessário ter cautela tendo em vista o cenário econômico atual que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência por conta da recessão econômica em curso bem como o desemprego elevado, pois pode haver o risco de novas elevações das taxas de juros das operações de crédito aos consumidores tanto na pessoa física quanto na jurídica", ressalva Oliveira.
Veja a variação de taxas por linha de crédito:
Para pessoas físicas
Na média, o juro do crédito para pessoa física passou de 153,78% ao ano, em março, para 148,20% ao ano em abril. Trata-se da menor taxa de juros desde fevereiro de 2016.
- Cartão de crédito: de 442,33% ao ano (março) para 397,75% ao ano (abril)
- Cheque especial: de 305,76% a.a. (março) para 302,31% a.a. (abril)
- Juros do comércio: de 98,05% a.a. (março) para 95,82% a.a (abril)
- Financiamento de automóveis (bancos): de 30,60% a.a. (março) para 30,30% a.a. (abril)
- Empréstimo pessoal (bancos): de 70,17% a.a. (março) para 68,62% a.a. (abril)
- Empréstimo pessoal (financeiras): de 158,90% a.a. (março) para 156,05% a.a. (abril)
Para pessoas jurídicas
Para pessoa jurídica, a taxa de juros média caiu de 72,33% ao ano em março para 71,15% ao ano em abril, sendo a menor taxa de juros desde março de 2016.
- Capital de giro: de 34,80% ao ano (março) para 34,33% ao ano (abril)
- Desconto de duplicatas: de 42,91% ao ano (março) para 42,24% ao ano (abril)
- Conta garantida: de 162,37% ao ano (março) para 159,48% ao ano (abril)
Cartão de crédito
A queda do juro do cartão de crédito ocorre após uma mudança na regulamentação da linha de rotativo, que permite ao cliente fazer o pagamento mínimo da fatura. Com a nova regra que entrou em vigor em abril deste ano, o consumidor só pode entrar no rotativo uma vez. No mês seguinte, ele terá de efetuar o pagamento total da fatura ou entrar me uma linha de crédito pessoal.
Os dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços mostram uma queda ainda maior no juro do rotativo em abril. Os dados consideram apenas as taxas dos cinco maiores emissores e desconsideram o juro dos pagamentos em atraso.
Na terceira semana de abril, as taxas dos cinco maiores emissores de cartão foram de 456,6% ao ano para 233,9% ao ano, em média. Considerando os juros ao mês, a queda foi de 15,4% para 10,6%.
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The World Bank. May 9, 2017. Innovating for Growth in Latin America
Dominic Chavez/World Bank
STORY HIGHLIGHTS
- The World Bank Group is helping countries across Latin America improve their policies and programs to encourage innovation.
- To become competitive in global markets, companies need to adopt new technologies and better management practices.
- Universities and the private sector are opening the lines of communication to align research with business and broader societal needs.
As Latin America adapts to the downturn in commodity prices, policymakers are turning to the surest path to sustainable, lasting growth: innovation. “When businesses innovate, productivity increases and economies become more competitive,” says Marialisa Motta, manager of the Trade and Competitiveness practice in Latin America and the Caribbean.
Many Latin American countries have policies to encourage innovation, but most are less efficient or effective than they could be. The World Bank Group is helping governments take stock of their programs and improve them.
The goal, says Senior Private Sector Specialist Alberto Criscuolo, is to see “what is the bang for the buck? Is the public expenditure on innovation consistent with the policy priorities on innovation? How effective are the programs on innovation? Are there overlaps between agencies and ministries? What can we learn from the implementation of existing programs?” These reviews of science, technology, and innovation spending are being done with World Bank Group support in Peru, Colombia, and Chile, among others.
Often, Criscuolo says, there’s a “gap between what industry needs and what universities are researching. The two sides don’t talk to each other.” The World Bank Group assessments can help identify which areas of innovation are in high demand from industry, and encourage funding of that research.
Evaluating the Mix
In Chile, the World Bank Group evaluated the quality of the innovation and entrepreneurship policy mix and worked with two government agencies to identify good practices and weaknesses in design and implementation practices. The results were used to inform the current restructuring of innovation instruments.
In Colombia, the World Bank Group evaluated more than 120 policy instruments, measuring the effectiveness of the policy mix, the degree of redundancies, and gaps. Now the Bank Group is helping the government design a national innovation strategy by recommending good practices on innovation instruments, such as better-defined tax incentives for research and development.
“Fewer than 20 companies in the whole country were benefiting from the tax breaks, mostly large mineral or energy companies,” says Lead Economist Leonardo Iacovone, who worked on the Colombia assessment, after which the country changed its system.
Iacovone is now co-leading a $600 million loan to Colombia, approved in March 2017, whose objectives include strengthening innovation policies.
Management as Well as Technology
Innovation is about management as much as technology, Iacovone points out. “A company that’s able to innovate is one that’s able to learn. The way you get organized and managed is crucial in the way you’re able to learn: Setting and monitoring targets. Linking human resources processes and incentives to targets. Getting feedback from workers on how to continuously improve.”
In Brazil as well, there is much room to improve how firms are managed, says Lead Economist Mark Dutz. Surveys show that 18% of firms are very badly managed, compared to 11% in Mexico, 6% in China, and 2% in the United States, according to the World Management Survey.
But technology is important too. Though some fear that adopting new technologies will kill jobs, Dutz says, “Technology adoption by firms can actually be inclusive, creating more and better jobs not just for highly skilled workers, but also lower-skilled workers – provided there is enough output expansion.”
Traditionally, Latin American economies, particularly Brazil, have been relatively closed to foreign trade, giving companies little incentive to innovate and remain competitive in global markets – and leading to higher prices for consumers. But breaking down those barriers means that companies can expand beyond their traditional domestic markets. “They need to think of the world as their oyster,” Dutz says.
"When businesses innovate, productivity increases and economies become more competitive."
Marialisa Motta, Manager of the Trade and Competitiveness practice in Latin America and the Caribbean
In Peru and Argentina, World Bank Group support has also gone beyond reviews of public spending to include loans to help modernize the innovation support system.
The $45 million project in Peru, approved in January 2017, is a joint effort between two of the Bank’s Global Practices: Trade & Competitiveness and Education. It has three components which will enable the government of Peru to:
- Improve the institutional framework of the national science, technology, and innovation system;
- Implement the national strategic priorities on innovation; and
- Strengthen the research and innovation capacity of higher education institutions.
"Without a doubt, closing gaps is fundamental, as well as moving toward a knowledge economy. At Concytec we are very happy that this work, which has taken two years, has finally seen the light,” said Gisella Orjeda, president of Concytec, Peru’s National Council of Science, Technology, and Innovation, in an interview with the newspaper El Comercio.
For all three parts of the project, monitoring and evaluation is built in, so its effectiveness can be measured. In addition, the project will emphasize areas outside the Peruvian capital, Lima, which tend to be less economically developed.
Expected results from the project include the funding of 250 scientific researchers, the implementation of five cluster-level industry-academia pilots leading to 40 product and process innovations, the leveraging of an additional $4 million in private sector financing for innovation, and the funding of eight doctoral programs in the scientific areas covered by the strategic priorities on innovation.
What are the benefits for Peruvians? Criscuolo says that taxpayers will be able to know that their money is being spent effectively. Further, a competitive and diversified economy will provide better jobs. With innovation, Peru will be able to move higher on the global value chain. And through the research grants, young and talented Peruvians will have an alternative to taking their talents abroad.
Changing Attitudes in Argentina
In Argentina, the $150 million Unleashing Productive Innovation project was approved in 2008, with $45 million in additional financing approved in July 2016.
“We are helping the country make better use of its significant scientific and technological base,” explains Senior Private Sector Specialist Cristian Quijada Torres, “by creating incentives for researchers to connect with companies and entrepreneurs, to accelerate the transfer of knowledge, creating new companies that can bring new products and services to the market with clear social and economic benefits. We also helped create specialized skills for technology management to help bridge the gap between universities and the private sector.”
Quijada Torres says one of the most important results is also the hardest to quantify: a change in attitude among key stakeholders about the role of science and universities and their interaction with companies and the private sector.
“When this project was first designed, interactions between the research community and the private sector were significantly lower in quantity and quality. Today, the notion that the universities and research centers also have responsibilities to promote local economic and social development through application and transfer of knowledge to society is gaining ground,” he says. “Most exciting of all is that many young researchers are seeking non-traditional professional tracks that focus more on having a direct positive impact in society.”
For Argentine consumers, innovation means that new products and services are on the market and more will be launched that will help make their lives easier and healthier, from cancer drugs being manufactured domestically at a significantly cheaper price, to new testing kits for rapid diagnosis of various diseases becoming available at clinics and hospitals around the country.
Up until now, “Latin America has been fairly closed to the innovation-producing power of market competition,” Dutz says. “These ought to be hotbeds of vibrant innovation.”
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LGCJ.: