Brasília (22 de agosto) – Na terceira semana de agosto, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 541 milhões, resultante de exportações de US$ 3,557 bilhões e importações de US$ 3,016 bilhões. No ano, as exportações totalizam US$ 118,081 bilhões e as importações, US$ 86,989 bilhões, com saldo positivo de US$ 31,092 bilhões. Os dados foram divulgados hoje pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
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Na semana, as exportações tiveram média diária US$ 711,4 milhões, valor 10,4% abaixo da média de US$ 793,9 milhões, registrada até a segunda semana do mês. Nessa comparação foram observadas quedas nas exportações de semimanufaturados (-29,6%) – por conta de açúcar em bruto, celulose, ouro em forma semimanufaturada, ferro-ligas, couros e peles – as vendas externas de produtos básicos caíram 8,9% – devido a soja em grãos, petróleo em bruto, farelo de soja, carne de frango e bovina, minério de cobre – e os embarques de manufaturados caíram 5,2% – em razão de automóveis de passageiros, aviões, açúcar refinado, polímeros plásticos, máquinas e aparelhos para terraplanagem, óxidos e hidróxidos de alumínio.
As importações na semana apresentaram desempenho médio diário de US$ 603,2 milhões, 7,4% acima do registrado até a segunda semana do mês (US$ 561,7 milhões). A alta é explicada, principalmente, pelo aumento nos gastos com combustíveis e lubrificantes, equipamentos elétricos e eletrônicos, veículos automóveis, plásticos e obras e farmacêuticos.
Mês
No mês, as exportações somam US$ 11,496 bilhões e as importações, US$ 8,634 bilhões, com saldo positivo de US$ 2,862 bilhões.
Até a terceira semana de agosto, as exportações registram média diária de US$ 766,4 milhões. Em relação a agosto do ano passado, quando a média foi de US$ 737,4 milhões, houve avanço de 3,9%. Nessa comparação, cresceram as exportações de semimanufaturados (9,7%) – puxadas por açúcar em bruto, ouro em forma semimanufaturada, alumínio em bruto, madeira serrada ou fendida, ferro fundido e ferro-ligas – e de produtos manufaturados (7,3%) – por conta de veículos de carga, açúcar refinado, máquinas e aparelhos para terraplanagem, aviões e motores e geradores elétricos. Já os embarques de produtos básicos registraram leve queda de 0,3%, devido a soja em grão, carne bovina e de frango, café em grão, milho em grão.
Em relação a julho deste ano, quando a média diária das exportações chegou a US$ 777,6 milhões houve queda de 1,4%, por conta de produtos manufaturados (-8%) e semimanufaturados (0,7%). Enquanto cresceram as exportações de produtos básicos (3,8%).
Nas importações, a média diária até a terceira semana de agosto, de US$ 575,6 milhões, ficou 5,5% abaixo da média de agosto de 2015 (US$ 609,3 milhões). Nesse comparativo, decresceram os gastos, com siderúrgicos (-33,9%), veículos automóveis e partes (-31,2%), equipamentos mecânicos (-19,8%), instrumentos de ótica e precisão (-6,4%) e plásticos e obras (-5,2%). Na comparação com julho de 2016, as importações cresceram 2,8%, pelo aumento em adubos e fertilizantes (+54%), produtos farmacêuticos (+19,9%), equipamentos eletroeletrônicos (+14,2%), produtos plásticos (+6,8%) e combustíveis e lubrificantes (+6,2%).
CNI. 22/08/2016. Indústria da construção segue em crise, mas empresários estão menos pessimistas. Pesquisa da CNI mostra que diminuiu o ritmo de queda na atividade e no emprego no setor. Utilização da capacidade de operação subiu para 57% em julho
A queda da atividade e do emprego e a elevada ociosidade persistem na indústria da construção. No entanto, há sinais de que o ritmo de retração do setor está diminuindo. O índice de evolução do nível de atividade subiu para 43,3 pontos em julho e acumula uma alta de 9 pontos neste ano. O índice do número de empregados alcançou 39,7 pontos no mês passado e registra aumento de 6,7 pontos no ano, informa a Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta segunda-feira (22), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O indicador de nível de atividade mantém tendência de alta desde janeiro", afirma a pesquisa. Mesmo com o aumento em julho, os indicadores permanecem abaixo dos 50 pontos, o que indica queda no nível de atividade e do número de empregados do setor, observa a CNI. Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem. Quanto mais abaixo de 50, maior e mais disseminada é a queda. De acordo com a Sondagem a utilização de capacidade de operação do setor aumentou de 56% em junho para 57% em julho. Isso significa que 43% das máquinas e equipamentos do setor estão paradas.
PERSPECTIVAS - Diante deste cenário, os empresários também estão menos pessimistas. Todos os indicadores de expectativas para os próximos seis meses melhoraram em agosto, embora continuem abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa o otimismo do pessimismo. "Os indicadores de expectativas sugerem um cenário menos adverso para os próximos meses", diz a pesquisa.
O índice de expectativa de nível de atividade subiu para 46,1 pontos, o de novos empreendimentos e serviços subiu para 44,8 pontos, o de número de empregados aumentou para 43,5 pontos e o de compra de matérias-primas alcançou 44,3 pontos. Mesmo assim, a disposição dos empresários para investir permanece muito baixa. O índice de intenção de investimento do setor está em 26,8 pontos. O indicador varia de zero a cem pontos, quando mais baixo menor é a disposição de investir.
Esta edição da Sondagem Indústria da Construção foi feita entre 1º e 11 de agosto com 618 empresas. Dessas, 192 são pequenas, 284 são médias e 142 são de grande porte.
Sondagem Indústria da Construção. Cenário menos pessimista para os próximos meses.
A indústria da construção permanece operando abaixo do usual. Contudo, os indicadores da Sondagem Indústria da Construção têm apresentado redução do ritmo de queda da atividade e do número de empregados desde janeiro. Os indicadores de expectativa também sugerem um cenário menos adverso para os próximos meses. Todos apresentaram crescimento na passagem de julho para agosto, o que mostra menor pessimismo dos empresários.
DOCUMENTO: http://arquivos.portaldaindustria.com.br/app/cni_estatistica_2/2016/08/22/7/SondagemIndstriadaConstrucao_Julho2016.pdf
IBGE. FGV. PORTAL UOL. AGÊNCIA ESTADO. JORNAL A TARDE. 22/08/2016. Trabalhadores informais chegam a 10 milhões no País. A tendência é de que o número de trabalhadores informais continue crescendo.
Anna Carolina Papp e Luiz Guilherme Gerbelli
Nas ruas mais nobres da zona oeste de São Paulo, toda vez que o semáforo fecha, Gil Nunes se infiltra rapidamente entre os carros parados para vender sacos alvejados - os chamados panos de chão. Desde que perdeu o emprego no setor químico, há dois meses, essa tem sido sua rotina. "Espero voltar ao mercado de trabalho formal. Trabalhar aqui é só uma consequência do desemprego", afirma.
Nunes não está sozinho no novo negócio. Na mesma região em que trabalha quase todos os dias da semana, tem a companhia de um primo e do cunhado de seu irmão. Para cada 100 sacos vendidos, eles embolsam R$ 80. Por dia, vendem 200 unidades. "É daqui que tiramos o nosso salário para pagar aluguel", diz Nunes.
A proliferação de trabalhadores em semáforos é um dos indicadores de que a crise econômica tem empurrado parte dos brasileiros para a informalidade como alternativa ao desemprego crescente.
Em todo o Brasil, são hoje cerca de 10 milhões de trabalhadores informais, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua compilados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
A quantidade de trabalhadores sem carteira de trabalho assinada tem crescido nos últimos meses. No início deste ano, eram 9,7 milhões. "São profissionais sem nenhum tipo de contribuição trabalhista e previdenciária", diz Tiago Cabral Barreira, pesquisador do Ibre e responsável pelo levantamento.
Apesar do crescimento recente, esse número já foi maior. No fim de 2012, o contingente de informais chegou a 11,2 milhões de trabalhadores.
Dificuldade
Aos 54 anos, Genaro Angelo trabalha há 27 anos no mesmo semáforo, em Pinheiros. "Vendo bola, raquete, fruta no fim do ano", afirma. "Vendo de tudo."
O último emprego no setor formal foi numa farmácia, no centro de São Paulo. "Desde então, vim para este farol e estou até hoje. A gente passa dificuldade, mas dá para levar a vida."
Os produtos ele compra no centro de São Paulo. Para compensar a viagem do Itaim Paulista, onde mora com a mãe e irmãos, ele precisa vender R$ 150 por dia. No auge, ele conseguia ganhar entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil por mês, mas, com a crise, tira, no máximo, R$ 1,2 mil por mês. "Só não trabalho aos domingos, segunda-feira e feriados", diz.
Além da revenda, outros optaram por aprender uma atividade "na marra" como alternativa ao desemprego. É o caso da boliviana Ana Jaquirena, de 31 anos. Há três meses, ao ser mandada embora da empresa de bijuterias na qual trabalhava há quatro anos, recorreu a amigos que vendiam seu próprio artesanato com um pedido encarecido: "Me ensinem a fazer alguma coisa", conta.
Em questão de dias, Ana aprendeu a tricotar toucas e a trançar pulseiras e correntes de couro. Hoje, vende seus produtos no viaduto Santa Ifigênia, no centro de São Paulo. "Tem dia que a gente faz R$ 100 e dia que faz R$ 10, é imprevisível - mas sempre dá para comer", diz.
No final das contas, o balanço acabou sendo positivo para ela: Ana Jaquirena conta que tem conseguido ganhar com sua barraquinha mais do que na loja, onde ganhava R$ 1,2 mil por mês.
Expectativa
A tendência é de que o número de trabalhadores informais continue crescendo ao longo dos próximos meses, sobretudo porque o mercado de trabalho não deverá esboçar uma reação este ano. Para o Ibre, a taxa de desocupação deverá encerrar o ano em 12,3% - atualmente a desocupação está em 11,3%.
"A taxa de desemprego deve parar de aumentar somente no segundo trimestre do ano que vem, o que seria uma inflexão em relação à atual trajetória", afirma Barreira, do Ibre. "Uma queda na taxa de desemprego só deve ocorrer no terceiro trimestre de 2017", diz.
"Se as expectativas em relação ao aumento da confiança estiverem corretas, e isso rebater em vendas e consumo, o emprego deve ser um dos próximos indicadores a se recuperar - mas tudo indica que só no ano que vem", afirma o professor Rafael Campelo, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
IBGE. FGV. PORTAL UOL. AGÊNCIA ESTADO. JORNAL A TARDE. 22/08/2016. No primeiro trimestre, 10% recebiam meio salário mínimo
Anna Carolina Papp e Luiz Guilherme Gerbelli
A situação precária do mercado de trabalho fica evidente quando se analisa o rendimento dos trabalhadores. No País, 10,3 milhões dos ocupados recebem até meio salário mínimo, o que equivale a uma remuneração mensal de apenas R$ 440. Essa parcela, que no primeiro trimestre deste ano representava 10,9% da População Economicamente Ativa (PEA), em 2015 estava em 7,9%, com 9,023 milhões de trabalhadores nessa condição.
Os dados, obtidos por meio da Pnad Contínua e compilados pela Fundação de Pesquisas Econômicas (Fipe), apontam ainda que 5,5 milhões recebem apenas um quarto do salário mínimo, o equivalente a uma renda mensal inferior a R$ 220. No primeiro trimestre do ano passado, esse contingente era de 4,4 milhões de pessoas.
"Esse movimento não é muito diferente do observado na taxa de desemprego padrão: as taxas se reduzem até 2014 e voltam a subir desde então, como resultado da crise econômica - acompanhada pelo crescimento da desigualdade de renda", afirma o professor Rafael Camelo, da Fipe, responsável pelo levantamento dos dados.
Ele observa que esse contingente de baixos rendimentos abrange também trabalhadores autônomos ou que tiveram redução de jornada, mas, sobretudo, trabalhadores sem carteira assinada. "Os dados são mais dramáticos não só pelo crescimento de uma parcela dos trabalhadores que ganha pouco, mas porque esse é o mesmo grupo que dispõe de menos proteção social em tempos de crise: não pode contar com seguro-desemprego ou FGTS", explica.
Além disso, esse grupo é mais afetado pela corrosão do poder aquisitivo pela inflação, que neste ano já acumula quase 5% e pressiona itens básicos da alimentação, como arroz, feijão e leite.
Há seis meses no Brasil, Salomé Masaquisa, o marido e os dois filhos tiveram de economizar nas compras e cortar custos para fazer o dinheiro render. "Deixamos de comprar roupas e calçados, por exemplo, e de resto levamos só o necessário" diz ela, nascida no Equador.
Salomé veio com a família em busca de melhores perspectivas, mas não tem sido fácil contornar a crise. Com seu artesanato de acessórios de couro, que vende em uma barraquinha no centro de São Paulo, consegue tirar em torno de R$ 350 por mês. Com o rendimento do marido, que também vende artesanato pela cidade, o casal consegue apenas o suficiente para pagar o aluguel de R$ 850 e manter o sustento da família. "Tem dias que a gente não vende quase nada, está muito fraco, as pessoas passam reto", diz ela. Ainda assim, Salomé não se arrepende de ter decidido deixar seu país. "Lá a situação estava muito difícil."
DÓLAR/ANÁLISE
BACEN. PORTAL G1. 22/08/2016. Dólar fecha em leve queda, mas segue acima de R$ 3,20. Moeda dos EUA terminou o dia em queda de 0,17%, vendida a R$ 3,2015. Mercado aguarda julgamento do processo de impeachment e BC dos EUA.
Do G1, em São Paulo
O dólar mudou de rumo no final do pregão e fechou em queda nesta segunda-feira (22), com cautela dos investidores à espera de mais sinais sobre um aumento de juros nos Estados Unidos e do início do julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
A moeda norte-americana terminou o dia em queda de 0,17%, vendida a R$ 3,2015, após chegar a R$ 3,2283 na máxima e R$ 3,1995 na mínima do dia, segundo a Reuters.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
- Às 9h10, alta de 0,41%, a R$ 3,2203
- Às 9h50, alta de 0,14%, a R$ 3,2118
- Às 11h, alta de 0,3%, a R$ 3,2169
- Às 11h49, alta de 0,14%, a R$ 3,2118
- Às 12h20, alta de 0,42%, a R$ 3,2208
- Às 13h20, alta de 0,49%, a R$ 3,2229
- Às 14h09, alta de 0,44%, a R$ 3,2214
- Às 14h59, alta de 0,324%, a R$ 3,2175
- Às 16h09, alta de 0,009%, a R$ 3,2074
Yellen fará discurso em conferência de bancos centrais em Jackson Hole, nos EUA, na sexta-feira. Investidores buscam em suas palavras pistas sobre quando os juros norte-americanos voltarão a subir, possivelmente atraindo para a maior economia do mundo recursos aplicados em mercados emergentes.
"Se Yellen se ativer ao tom dos últimos discursos (de autoridades do Fed), a tendência é que o dólar se fortaleça. Há uma suspeita de que o mercado exagerou quando comprou a ideia de que os juros não subiriam neste ano", disse à Reuters o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Corrêa.
No cenário local, as últimas etapas do processo de impeachment de Dilma monopolizavam as atenções, com o início do julgamento da presidente afastada marcado para quinta-feira (25). Segundo a Reuters, a expectativa é que o impeachment seja confirmado, mas operadores acreditam que o fato deve servir de gatilho para a volta de muitos investidores estrangeiros ao país.
"A proximidade do impeachment vai deixar nosso real mais atrativo no curto prazo", escreveram analistas da corretora Lerosa Investimentos em nota a clientes.
Interferência do BC
Nesta manhã, o Banco Central vendeu novamente 10 mil swaps reversos, que equivalem à compra futura de dólares. A estratégia tem como efeito segurar a queda do dólar frente ao real.
No mês de agosto, o dólar acumula queda de 1,27% ante o real. No acumulado de 2016, a moeda dos EUA caiu 18,9%.
BACEN. PORTAL UOL. 22/08/2016. Dólar fecha em queda pelo 2º dia, a R$ 3,202, com impeachment em fase final
Do UOL, em São Paulo
Após operar a maior parte do dia em alta, o dólar comercial mudou de sentido à tarde e fechou esta segunda-feira (22) em queda de 0,18%, cotado a R$ 3,202 na venda. Foi a segunda baixa seguida da moeda norte-americana, que havia caído 0,81% na sexta-feira.
Com isso, o dólar acumula desvalorização de 1,28% no mês e de 18,91% no ano.
Investidores acompanham a fase final do processo de impeachment de Dilma Rousseff. O mercado de câmbio também foi afetado pela atuação do Banco Central.
Impeachment
A votação final do processo de impeachment está prevista para quinta-feira (25).
Operadores acreditam que, caso o afastamento definitivo de Dilma seja confirmado, o fato possa servir de gatilho para a volta de muitos investidores estrangeiros ao país.
"A proximidade do impeachment vai deixar nosso real mais atrativo no curto prazo", escreveram analistas da corretora Lerosa Investimentos em nota a clientes.
Atuação do BC
O Banco Central manteve o ritmo menor de atuação no mercado de câmbio. Nesta segunda-feira, o BC vendeu 10 mil swaps reversos, contratos que equivalem à compra futura de dólares.
Durante seis sessões até a última quinta-feira (18), o BC vendeu 15 mil contratos diários. Na última sexta-feira, no entanto, o BC pisou no freio o voltou a oferecer 10 mil contratos por dia, como vinha fazendo desde julho.
Juros nos EUA
No exterior, investidores aumentavam as apostas de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) vá subir os juros no país novamente ainda neste ano.
No último domingo, o vice-presidente do Fed, Stanley Fischer, afirmou que os EUA estão próximos de atingir suas metas de pleno emprego e de inflação de 2% ao ano.
Além disso, o mercado aguarda o discurso da presidente do Fed, Janet Yellen, na sexta-feira (26). Investidores buscarão nas palavras dela novas pistas sobre quando os juros norte-americanos voltarão a subir.
"Se Yellen se ativer ao tom dos últimos discursos [de autoridades do Fed], a tendência é que o dólar se fortaleça. Há uma suspeita de que o mercado exagerou quando comprou a ideia de que os juros não subiriam neste ano", disse à agência de notícias Reuters o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Corrêa.
Juros mais altos nos EUA podem atrair para lá recursos atualmente aplicados em países onde as taxas são maiores, como o Brasil.
(Com Reuters)
PORTAL UOL. AGÊNCIA ESTADO. JORNAL A TARDE. 21/08/2016. Vinda de recursos ao Brasil depende de ajuste fiscal
Álvaro Campos, Karla Spotorno
A vinda de recursos para o Brasil não depende mais do impeachment de Dilma Rousseff, que já está basicamente precificado, e sim do avanço do ajuste fiscal, afirmam analistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Se o governo do presidente em exercício Michel Temer conseguir provar que está colocando as contas públicas em ordem, pode se beneficiar da ampla liquidez global.
O economista-chefe para América Latina do banco ING, Gustavo Rangel, argumenta que a implementação das medidas de estabilização da dívida pública não está inteiramente no preço dos ativos brasileiros, mas ele tem uma visão otimista sobre o tema. "Acho que o mercado vai se surpreender positivamente com o que vai acontecer com a PEC dos gastos. Entendo que há espaço para entrar mais dinheiro no Brasil, principalmente em termos de 'real money'", comenta.
"Fluxo virá, mas a condição é que o lado das reformas não desaponte. O que já está no preço é um relativo sucesso dessas duas reformas combinadas (PEC do teto para os gastos públicos e Previdência), e talvez seja um otimismo um pouco exagerado", afirma o economista sênior para a América Latina do banco Standard Chartered, Ítalo Lombardi.
Mesmo o estrategista-chefe Empiricus Research, Felipe Miranda, um dos poucos defensores da tese do "tsumoney" - a entrada de um tsunami de dinheiro no País -, diz que o impeachment é uma condição necessária, mas não suficiente para garantir uma trajetória sustentável de fluxo para Brasil. "O impeachment dispara a atração de investimentos, que vai ganhar força a cada notícia na direção de uma melhor política fiscal", diz.
Miranda argumenta que existem quase US$ 17 trilhões em liquidez no mundo aplicados em juro zero ou mesmo negativo e o Brasil, com um juro real de quase 6%, é uma oportunidade bastante atrativa. "Ainda que fiquemos com uma fração, um milésimo dessa liquidez, para nós já é muito", afirma. Ele observa que muitos gestores ainda estão bastante subalocados em América Latina e Brasil em relação à média histórica. Mesmo com o ganho de 36% acumulado este ano, a Bovespa ainda está barata, nos cálculos do economista.
O sócio e diretor de investimento da NCH Capital para América Latina, James Gulbrandsen, é outro a afirmar que o estrangeiro nem sequer voltou com força para o mercado de ações brasileiro. Ainda assim, Gulbrandsen reconhece a importância do avanço no ajuste fiscal. "Já temos o 'dream team' na condução da economia. O que falta agora é apenas a execução do plano econômico."
BACEN. REUTERS. 22/08/2016. Dólar tem leve baixa sobre o real, à espera de Fed e impeachment
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou com leve baixa frente ao real nesta segunda-feira, em sessão marcada por baixo volume de negócios e cautela à espera de mais sinais sobre a política monetária nos Estados Unidos e do início do julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
O dólar recuou 0,17 por cento, a 3,2015 reais na venda, após chegar a 3,2283 reais na máxima e 3,1995 reais na mínima do dia. O dólar futuro recuava cerca de 0,2 por cento no fim desta tarde.
"Temos dois eventos importantes nesta semana e o mercado vai ficar de lado até lá", resumiu o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
A chair do Federal Reserve, banco central norte-americano, Janet Yellen fará discurso em conferência de bancos centrais em Jackson Hole, nos EUA, na sexta-feira. Investidores buscarão em suas palavras pistas sobre quando os juros voltarão a subir, possivelmente atraindo para a maior economia do mundo recursos aplicados em mercados emergentes.
Nesta sessão, o dólar subia em relação às principais moedas emergentes após o vice-chair do Fed, Stanley Fischer, afirmar no domingo que o Fed está próximo de atingir suas metas de pleno emprego e 2 por cento de inflação.
As declarações ecoaram afirmações semelhantes do presidente do Fed de Nova York, William Dudley, que já haviam levado investidores a elevarem as apostas em aumento de juros neste ano.
"Se Yellen mantiver o tom dos últimos discursos (de autoridades do Fed), a tendência é que o dólar fortaleça. Há uma suspeita de que o mercado exagerou quando comprou a ideia de que os juros não subiriam neste ano", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Corrêa.
Os juros futuros dos Estados Unidos apontavam que os operadores viam probabilidade um pouco inferior a 50 por cento de que o Fed elevará os juros neste ano, segundo dados do programa Fedwatch do grupo CME.
No cenário local, as últimas etapas do processo de impeachment de Dilma monopolizaram as atenções, com o início do julgamento marcado para quinta-feira.
Espera-se amplamente que o impeachment seja confirmado, mas operadores acreditam que o fato deve servir de gatilho para a volta de muitos investidores estrangeiros ao país.
"A proximidade do impeachment vai deixar nosso real mais atrativo no curto prazo", escreveram analistas da corretora Lerosa Investimentos em nota a clientes.
Nesta manhã, o Banco Central vendeu novamente 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares.
BOVESPA/ANÁLISE
BOVESPA. PORTAL G1. 22/08/2016. Bovespa tem maior queda diária desde junho por realização de lucro. Ibovespa caiu 2,23%, a 57.781 pontos. Essa foi a maior queda da bolsa em quase dois meses.
Do G1, em São Paulo
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda nesta segunda-feira (22), com a cautela ante a chance de nova alta dos juros nos Estados Unidos este ano servindo como argumento para um movimento de realização de lucros no pregão brasileiro, segundo a Reuters.
O Ibovespa, principal índice de ações, recuou 2,23%, aos 57.781 pontos. Veja a cotação. Apenas duas ações encerraram no azul. O volume financeiro somava R$ 4,9 bilhões, contra uma média diária em 2016 de R$ 7 bilhões.
A moeda norte-americana terminou o dia em queda de 0,17%, vendida a R$ 3,2015, após chegar a R$ 3,2283 na máxima e R$ 3,1995 na mínima do dia, segundo a Reuters.
No exterior, os preços do petróleo recuaram, após dados da China mostrarem alta nas exportações de produtos refinados e produtores norte-americanos aumentarem sondas petrolíferas em atividade, enfraquecendo, assim, a abertura em Wall Street.
Também no radar estavam comentários do vice-chair do Federal Reserve, Stanley Fischer, no fim de semana, de que o banco central norte-americano está perto de bater suas metas de pleno emprego e de 2% de inflação.
As declarações de Fischer reforçam a expectativa para as sinalizações sobre o rumo dos juros naquele país em discurso da chair do BC dos Estados Unidos, Janet Yellen, aguardado para sexta-feira, durante a aguadada conferência de Jackson Hole.
"A perspectiva sobre a atuação do Fed este ano no mercado de juros continua pautando os mercados", disse a H.Commcor DTVM em nota a clientes.
Destaques
As ações preferenciais da Petrobras recuaram 4,29% e as ordinárias cairam 5,38%, na esteira do recuo dos preços do petróleo no mercado externo.
As ações da Vale também recuaram mais de 3%, apesar do avanço do preço do minério de ferro à vista na China.
Itaú Unibanco e Bradesco também fecharam em baixa, pesando no Ibovespa em razão da relevante fatia que detêm na composição do índice.
Último pregão
Na sexta-feira, a Bovespa fechou em queda, mas terminou a 10ª semana seguida no azul. O recuo em bolsas internacionais levou a alguma realização de lucros no mercado brasileiro, segundo a Reuters, enquanto o principal índice acionário brasileiro caminhava para a décima alta semanal consecutiva.
O principal índice de ações da bolsa recuou 0,11%, aos 59.098 pontos.
Na semana, o indicador subiu 1,37%. Foi a décima alta semanal seguida da bolsa. No mês de agosto, a Bovespa avançou 3,1% e, no acumulado de 2016, 36,3%.
BOVESPA. PORTAL UOL. 22/08/2016. Bolsa fecha em queda de 2,23%, maior baixa em 2 meses; só duas ações sobem
Do UOL, em São Paulo
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta segunda-feira (22) em queda de 2,23%, a 57.781,24 pontos. É a maior baixa percentual diária desde 24 de junho, quando a Bovespa havida perdido 2,82%.
Essa é também a terceira queda seguida do índice, que havia caído 0,11% na sexta-feira. Apesar disso, a Bolsa acumula ganho de 0,83% no mês e de 33,29% no ano.
A baixa de hoje foi puxada pela queda da maioria das ações. Dos 59 papéis listados no Ibovespa, apenas dois fecharam em alta. As ações da Petrobras, da mineradora Vale e do Banco do Brasil, que têm grande peso sobre o índice, caíram mais de 3%.
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 0,18%, cotado a R$ 3,202 na venda. Foi a segunda baixa seguida da moeda norte-americana, que havia caído 0,81% na sexta-feira.
Com isso, o dólar acumula desvalorização de 1,28% no mês e de 18,91% no ano.
Bolsas internacionais
Das seis principais Bolsas de Valores da Europa, três fecharam em queda e três tiveram alta:
- Itália: +0,36%
- Espanha: +0,21%
- Portugal: +0,1%
- França: -0,24%
- Inglaterra: -0,44%
- Alemanha: -0,47%
Das sete principais Bolsas da Ásia e do Pacífico, cinco tiveram baixa e duas avançaram:
- Japão: +0,32%
- Hong Kong: +0,26%
- Cingapura: -0,1%
- Austrália: -0,21%
- Taiwan: -0,58%
- Coreia do Sul: -0,68%
- China: -0,75%
(Com Reuters)
BOVESPA. PORTAL UOL. JORNAL FSP. 22/08/2016. Bolsa cai 2,23% com BC americano e petróleo, mas dólar recua ante o real.
EULINA OLIVEIRA
DE SÃO PAULO
Os mercados financeiros iniciaram a semana em clima de cautela. Boa parte das Bolsas globais fechou o pregão desta segunda-feira (22) em baixa, e o dólar se valorizou frente às maioria das moedas.
O Ibovespa encerrou em queda de 2,23% —a maior desde 24 de junho deste ano (-2,82%). Entretanto, a moeda americana caiu ante o real, em meio às expectativas em relação à conclusão o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
O principal motivo para o mau humor externo foram as declarações feitas no fim de semana pelo vice-presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), Stanley Fischer. O dirigente afirmou que o Fed está perto de bater suas metas de pleno emprego e de inflação, o que abriria espaço para uma alta dos juros no país em breve.
Uma eventual elevação dos juros nos Estados Unidos direcionaria recursos principalmente para títulos do Tesouro americano.
Fischer é o quarto integrante do Fed em uma semana a sinalizar uma possível alta das taxas ainda neste ano, apesar de a ata da última reunião do BC americano ter indicado que serão necessários mais dados econômicos antes da tomada de uma decisão.
As atenções dos investidores, agora, estão concentradas no discurso que a presidente do Fed, Janet Yellen, fará na próxima sexta-feira (26) no encontro anual de presidentes de bancos centrais, em Jackson Hole (Wyoming).
"Até lá, os volumes de negócios devem permanecer fracos, com os investidores aguardando alguma sinalização de Yellen sobre o rumo dos juros americanos", avalia Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos.
"O que deixou o mercado em alerta é que as opiniões de Fischer normalmente convergem com as de Yellen", acrescenta Suzaki.
Outro fator que influenciou os mercados é o petróleo, que caiu mais de 3% neste pregão. Notícias sobre aumento da produção da commodity no Iraque e na Nigéria ajudaram a derrubar os preços, já pressionados pela alta global do dólar.
CÂMBIO E JUROS
O dólar comercial caiu 0,21%, a R$ 3,2020, enquanto o dólar à vista recuou 0,26%, a R$ 3,2203.
Segundo analistas, as expectativas em relação à conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff, cujo julgamento começa nesta quinta-feira (25), impediram a valorização do dólar frente ao real.
Analistas afirmam que se espera uma forte entrada de recursos no país após o impeachment, e que a saída definitiva de Dilma já estaria precificada pelo mercado.
As declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que o câmbio é flutuante, também impulsionaram o real, segundo analistas. Meirelles afirmou, em entrevista à revista "Veja", que "a experiência mostra que o dólar mais baixo beneficia os investimentos no setor produtivo, ao favorecer a importação de máquinas, equipamentos e tecnologia". Segundo ele, o comércio exterior representa um porcentual relativamente pequeno na economia brasileira, e o que puxa a recuperação é a demanda interna.
Pela manhã, o BC leiloou 10.000 contratos de swap cambial reverso, no montante de US$ 500 milhões. A operação equivale à compra futura de dólares.
Os juros futuros fecharam em alta. O contrato de DI para janeiro de 2017 subiu de 13,980% para 13,985%; o DI para janeiro de 2018 avançou de 12,690% para 12,710%; e o contrato de DI para janeiro para 2021 subiu de 11,870% para 11,910%.
O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, ganhava 0,72%, aos 254,467 pontos.
BOLSA
O Ibovespa encerrou o pregão em queda de 2,23%, aos 57.781,24 pontos. O giro financeiro foi fraco, de R$ 5,8 bilhões.
"Os investidores aproveitaram para vender ações e embolsar os lucros, já que a Bolsa subiu muito recentemente", avalia Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor. No acumulado do ano, o Ibovespa ganhou mais de 33%.
Segundo operadores, boa parte das vendas foi feita por investidores estrangeiros, que já retiraram R$ 888 milhões da Bolsa neste mês, até o último dia 18.
As ações da Petrobras perderam 3,44%, a R$ 12,35 (PN), e 3,91%, a R$ 14,47 (ON), pressionadas pela forte queda do petróleo.
O petróleo Brent, negociado em Londres, perdia 3,34%, a US$ 49,18 o barril; o petróleo tipo WTI, negociado em Nova York, caía 3,03%, a US$ 47,05 o barril.
As ações da Vale recuaram 3,71%, a R$ 15,57 (PNA), e 3,66%, a R$ 18,38 (ON). Entre as siderúrgicas, CSN ON caiu 8,32%; Gerdau PN, -5,93%; Gerdau Metalúrgica PN, -5,25%; e Usiminas PNA, -5,98%.
No setor elétrico, destaque para Cemig PN, que recuou 4,25%.
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN perdeu 1,87%; Bradesco PN, -2,14%; Bradesco ON, -1,74%; Banco do Brasil ON, -3,06%; Santander unit, -1,31%; e BM&FBovespa ON, -1,03%.
EXTERIOR
Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 terminou em queda de 0,06%; o Dow Jones, -0,12%; e o Nasdaq, +0,12%.
Na Europa, a Bolsa de Londres fechou em baixa de 0,44%; Paris, -0,24%; Frankfurt, -0,47%; Madri, +0,21%; e Milão, +0,36%.
Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve queda de 0,84%, a maior queda percentual desde 1° de agosto. O índice de Xangai perdeu 0,75% na sessão.
Por outro lado, o iene mais fraco ajudou o índice Nikkei do Japão, que fechou em alta de 0,32%.
BOVESPA. PORTAL UOL. 22/08/2016. Ibovespa fecha em baixa de 2,23%
EFE
São Paulo, 22 ago (EFE).- O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou nesta segunda-feira em baixa de 2,23%, aos 57.781,24 pontos.
No mercado de câmbio, o dólar comercial caiu 0,17% e terminou o dia cotado a R$ 3,200 para compra e R$ 3,201 para venda.
BOVESPA. POTAL UOL. VALOR ECONÔMICO. 22/08/2016. Investidor realiza lucros e Bovespa fecha em queda de 2,23%
Valor
Depois de semanas de alta, os investidores decidiram vender ações para embolsar os lucros acumulados até agora. O Ibovespa, o principal indicador da bolsa de valores, fechou em baixa de 2,23% aos 57.781 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 4,7 bilhões, bem abaixo da média diária do mês que é de R$ 5,6 bilhões. Um dos fatores que explica a queda no volume de negócios são as férias de verão no hemisfério norte. As bolsas americanas também têm registrado baixa volume financeiro.
De acordo com operadores, o principal motivo para a realização de lucros foi a queda do preço do petróleo no mercado internacional. Os contratos de petróleo WTI para outubro fecharam com queda de 3,5% a US$ 47,41 o barril. A cotação do barril do óleo caiu com a redução das expectativas de que os países membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) consigam chegar a um acordo para limitar a produção de petróleo na próxima reunião promovida pela organização, em setembro.
Aqui, as ações da Petrobras, uma das maiores participações do Ibovespa fecharam em baixa. As ações preferenciais caíram 3,44% e os papéis ordinários tiveram baixa de 3,91%. Também tiveram desempenho negativo as ações da Vale. As ações PNA caíram 3,71% e os papéis ordinários tiveram baixa de 3,66%.
"Essa realização foi positiva. Muitos investidores estavam receosos em comprar ações porque o Ibovespa já subiu bastante, mas também não queriam ficar fora do mercado caso se confirme a expectativa de mais ingresso de recursos após a conclusão do impeachment", diz Ari Santos, gerente de mesa Bovespa da H.Commor DTVM.
Os investidores aguardam agora a definição do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. É praticamente consenso de que a presidente deve deixar o cargo, mas as dúvidas ficam sobre o aumento do ingresso de recursos estrangeiros para o país e a capacidade de o presidente interino Michel Temer aprovar as reformas estruturais. "O investidor espera que Temer tenha uma postura mais austera e realize o ajuste fiscal", diz um operador.
Entre as ações mais negociadas, as maiores baixas ficaram com os papéis ordinários da CSN, com queda de 8,32%, com as ações PNA de Usiminas, que caíram 5,98%, as ações preferenciais da Gerdau tiveram baixa de 5,93% e os papéis preferenciais da Gerdau Metalúrgica caíram 5,25%.
No caso da CSN, o jornal "O Globo" informou que a companhia avisou a seus fornecedores, na semana passada, que o prazo para o pagamento das faturas vai passar de 30 dias para 120 dias.
Na ponta oposta, as duas únicas ações que fecharam em alta foram Energias BR com ganho de 1,24% e Qualicorp, com alta de 0,08%.
BOVESPA. REUTERS. 22/08/2016. Cautela com Fed ampara realização de lucro e índice tem maior queda diária desde junho
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou a segunda-feira com o seu principal índice em queda de mais de 2 por cento e giro fraco, com a cautela gerada pela possibilidade de nova alta dos juros nos EUA este ano sustentando um movimento de realização de lucros no pregão brasileiro.
O Ibovespa caiu 2,23 por cento, a 57.781 pontos, maior queda em quase dois meses. Apenas duas ações encerraram no azul. O volume financeiro somou 5,84 por cento, contra uma média diária em 2016 de 7 bilhões de reais.
O índice de referência do mercado acionário brasileiro ainda contabiliza um ganho de 33 por cento em 2016.
Durante o fim de semana, mais um membro do Federal Reserve, o banco central norte-americano, sinalizou que existem condições para que o processo de alta de juros nos EUA seja retomado.
Stanley Fisher, vice-chair no banco central norte-americano, afirmou que o Fed está perto de atingir suas metas de pleno emprego e de 2 por cento de inflação e fez uma avaliação geral otimista da força atual da economia.
Para o gestor Marcello Paixão, sócio da administradora de recursos Constância NP, a fala de Fischer vai no rumo contrário da expectativa de manutenção de juros extremamente baixos por mais tempo nos EUA, que amparou a alta da Bovespa este ano.
"Essa fala do Fischer vai no sentido de dizer ao mercado para não descartar aumento de juros ainda em 2016", disse.
As declarações de Fischer aumentaram as expectativas em relação ao discurso da chair do Fed, Janet Yellen, aguardado para sexta-feira, durante a conferência de Jackson Hole.
O operador Humberto Guidi, da corretora Spinelli, também destacou que o volume local foi fraco, com investidores no esperando novidades na cena local, com o fim do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
DESTAQUES
- PETROBRAS fechou com as ações ordinárias em baixa de 3,92 por cento e as preferenciais em queda de 3,44 por cento, conforme os preços do petróleo no mercado externo perderam mais de 3 por cento.
- VALE encerrou com as preferenciais em queda de 3,71 por cento e as ordinárias com recuo de 3,67 por cento, acompanhando a fraqueza de commodities, embora o minério de ferro na China tenha se valorizado.
- CSN perdeu 8,33 por cento, em sessão negativa para as siderúrgicas na Bovespa, tendo no radar notícia de que o Japão elevou produção de aço. O setor lidera os ganhos do Ibovespa no acumulado do ano.
- BRADESCO e ITAÚ UNIBANCO caíram 2,69 e 1,93 por cento, respectivamente, em meio ao amplo movimento de realização de lucros no pregão, pressionando o Ibovespa em razão do peso relevante que ambos detêm na composição do índice.
- LOJAS AMERICANAS caiu 3,68 por cento, na quarta queda em cinco pregões após ter alcançado cotação máxima histórica.
- EDP ENERGIAS DO BRASIL subiu 1,25 por cento. A elétrica, controlada pelo grupo português EDP, avalia expandir sua atuação no país, onde já investe em geração e distribuição, para transmissão.
BACEN. BOLETIM FOCUS: RELATÓRIO SEMANAL DE MERCADO
(Projeções atualizadas semanalmente pelas 100 principais instituições financeiras que operam no Brasil, para os principais indicadores da economia brasileira)
ANÁLISE
BACEN. PORTAL G1. 22/08/2016. Mercado prevê menos inflação e expansão maior da economia em 2017. Para 2016, previsões para comportamento de preços e PIB não mudaram. Economistas baixam para R$ 3,45 estimativa para dólar no fim de 2017.
Alexandro Martello
Do G1, em Brasília
Os analistas do mercado financeiro baixaram sua estimativa de inflação para o ano que vem e também passaram a esperar uma expansão maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017. Para este ano, as previsões não se alteraram.
As expectativas foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (22), por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de 100 instituições financeiras foram ouvidas.
Previsão para o IPCA em 2016
Em %
Fonte: BC
A estimativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano permaneceu estável em 7,31% na semana passada. Assim, permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5% fixado para 2016.
Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA - considerado a inflação oficial do país - atingiu 0,52% em julho, ganhando força. Considerando os últimos 12 meses, o índice é de 8,74%.
Para 2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação recuou de 5,14% para 5,12%, informou o BC. Deste modo, permanece abaixo do teto de 6% - fixado para 2017 - mas ainda longe do objetivo central de 4,5% para o IPCA no período.
O BC tem informado que buscará "circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%), e também fazer convergir a inflação para a meta de 4,5%, em 2017.
Produto Interno Bruto
Os economistas do mercado financeiro mantiveram sua estimativa para o nível de atividade neste ano em uma contração de 3,20%.
Previsões para o PIB em 2016
Em %
Fonte: BC
Para o comportamento do Produto Interno Bruto em 2017, os economistas das instituições financeiras elevaram sua previsão de uma alta de 1,1% para um crescimento de 1,2%, informou o BC.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Com a previsão de um novo "encolhimento" do PIB neste ano, essa também será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de queda no nível de atividade da economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948. No ano passado, o recuo foi de 3,8%, o maior em 25 anos.
Taxa de juros
O mercado financeiro manteve na semana passada sua previsão para a taxa de juros no fim de 2016 em 13,75% ao ano. Atualmente, os juros estão em 14,25% ao ano - maior nível em 10 anos. Com isso, estimativa do mercado é de um corte menor na taxa até o fim de 2016.
Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa de juros ficou estável em 11% ao ano - o que pressupõe a continuidade da queda dos juros no ano que vem.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados.
As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Quando julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, o BC pode baixar os juros.
Câmbio, balança e investimentos
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 ficou estável em R$ 3,30. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar recuou de R$ 3,50 para R$ 3,45.
A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2016 ficou estável em US$ 50 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a previsão de superávit recuou de US$ 49,8 bilhões para US$ 48,4 bilhões.
Para 2016, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil ficou inalterada em US$ 65 bilhões e, para 2017, a estimativa dos analistas continuou estável também em US$ 65 bilhões.
BACEN. PORTAL UOL. 22/08/2016. Economistas melhoram projeções de inflação e PIB em 2017, aponta BC
Do UOL, em São Paulo
Economistas consultados pelo Banco Central mantiveram a estimativa para o PIB (Produto Interno Bruto), inflação e juros para o fim de 2016. Para 2017, os economistas reduziram a previsão de inflação de 5,14% para 5,12% e melhoraram a previsão do crescimento da economia de 1,1% para 1,2%.
Na semana passada, o Ministério da Fazenda revisou a projeção para o crescimento da economia em 2017 de 1,2% para 1,6%.
Veja as estimativas para 2016 do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (22) pelo BC:
- PIB (Produto Interno Bruto): manteve-se em -3,20%;
- Inflação: ficou em 7,31%
- Taxa básica de juros (Selic): manteve-se em 13,75%;
- Dólar: permaneceu em R$ 3,30.
A projeção para a inflação continua acima do limite máximo da meta do governo. O objetivo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de dois pontos para mais ou menos (ou seja, variando de 2,5% a 6,5%).
Para os próximos 12 meses, a projeção de inflação caiu de 5,42% para 5,34%.
A inflação oficial no Brasil acelerou e fechou julho em 0,52%.
Para manter o nível de inflação esperado, o governo faz uso da política monetária, por meio da taxa básica de juros, a Selic. No mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve os juros em 14,25% ao ano.
Entenda o que é o boletim Focus
Toda semana, o BC divulga um relatório de mercado conhecido como Boletim Focus, trazendo as apostas de economistas para os principais indicadores econômicos do país.
Mais de 100 instituições são ouvidas e, excluindo os valores extremos, o BC calcula uma mediana das perspectivas do crescimento da economia (medido pelo Produto Interno Bruto, o PIB), perspectivas para a inflação e a taxa de câmbio, entre outros.
Mediana apresenta o valor central de uma amostra de dados, desprezando os menores e os maiores valores.
(Com Reuters)
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