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April 25, 2018


ECONOMIA BRASILEIRA / BRAZIL ECONOMICS



ECONOMIA



BACEN. 25/04/2018. IBC-Br e PIB, indicadores da atividade econômica, têm trajetórias similares no médio prazo

Embora a comparação entre IBC-Br e PIB seja natural, há diferenças conceituais, metodológicas e de frequência de apuração dos dois.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) e o produto interno bruto (PIB) são indicadores de atividade econômica com trajetórias similares no médio prazo. O IBC-Br, mensal, permite acompanhamento mais tempestivo da evolução da atividade econômica, enquanto o PIB, trimestral, descreve quadro mais abrangente da economia.


ESTUDO: http://www.bcb.gov.br/conteudo/relatorioinflacao/Documents/Metodologia_ibc-br_pib_estudos_especiais.pdf

SETOR EXTERNO



BACEN. 25.4.2018. Estatísticas do setor externo em março/2018

1. Balanço de pagamentos

Em março de 2018, as transações correntes foram superavitárias em US$798 milhões, inferior ao resultado positivo de março de 2017, US$1,4 bilhão. Essa redução proporcionou ligeira elevação no déficit em transações correntes acumulado em 12 meses, que somou US$8,3 bilhões até março, equivalente a 0,41% do PIB (US$7,7 bilhões até fevereiro, equivalente a 0,38% do PIB).

 

O superávit comercial atingiu US$6,0 bilhões em março, com redução na comparação com igual mês de 2017, em função da maior taxa de crescimento das importações em relação à das exportações. O déficit total na conta de serviços atingiu US$2,8 bilhões no mês, expansão de 10,3% comparativamente a março de 2017. As despesas líquidas de transportes e viagens permaneceram em expansão no mês, atingindo US$489 milhões e US$980 milhões, respectivamente, mais que compensando o decréscimo dos gastos líquidos em aluguel de equipamentos, que somaram US$1,3 bilhão. Na conta de renda primária, os gastos líquidos com juros somaram US$754 milhões no mês (US$1,3 bilhão em março de 2017). As despesas líquidas de lucros e dividendos totalizaram US$1,8 bilhão em março, permanecendo estáveis em relação ao mesmo mês do ano anterior.

 

INVESTIMENTOS

Os ingressos líquidos de investimento direto no país (IDP) totalizaram US$6,5 bilhões em março, acumulando US$64,3 bilhões (3,13% do PIB) nos últimos 12 meses. Não obstante a trajetória de redução recente, o IDP permanece como principal fonte de financiamento do balanço de pagamentos.


Em março de 2018, as saídas líquidas em ações, fundos de investimento e títulos de renda fixa negociados no mercado doméstico somaram US$7,8 bilhões. Esses fluxos têm apresentado volatilidade, alternando ingressos e saídas líquidas. Nos últimos doze meses houve entrada líquida de US$6,4 bilhões em ações e fundos de investimento, e saída líquida de US$1,2 bilhão em títulos de renda fixa negociados no mercado doméstico.


A taxa de rolagem - definida como o percentual dos desembolsos dividido pelas amortizações, considerados os empréstimos e os títulos de longo prazo - situou-se em 65% em março, e em 73% no primeiro trimestre de 2018.

O hiato financeiro foi negativo em US$5,1 bilhões no mês, representando déficit do balanço de pagamentos. Os ativos externos do setor financeiro recuaram US$6,6 bilhões no mês, sendo a diferença explicada pelo pagamento de US$1,5 bilhão ao Banco Central, em operações de linha com recompra.

2. Divulgação do Relatório de Investimento Direto no País

O Banco Central do Brasil divulgou nesta data o Relatório de Investimento Direto no País (IDP), com estatísticas referentes ao ano de 2016. O Relatório apresenta estatísticas detalhadas do estoque de IDP, desagregando os componentes participação no capital e empréstimos intercompanhia. As estatísticas também são detalhadas por países investidores, nos critérios de investidor imediato e final, e por setores de atividade das empresas investidas no país. Em relação às empresas receptoras de investimento direto, as estatísticas apresentam suas características em termos de quantidade, percentual de participação estrangeira, participação no comércio exterior, entre outros.

Relatório de IDP: http://www.bcb.gov.br/Rex/CensoCE/port/RelatorioIDP2016.pdf

DOCUMENTO: http://www.bcb.gov.br/htms/notecon1-p.asp



INVESTIMENTOS



BNDES. 24 de abril de 2018. Institucional. BNDES desembolsa R$ 11,2 bilhões no 1º trimestre. Aprovações crescem 11% e chegam a R$ 16 bi

  • Desembolsos em março atingiram R$ 4,3 bi
  • No período, MPMEs continuam com mais da metade dos recursos liberados. Segmento é o foco da Taxa Fixa do Banco, que começa a vigorar nesta terça
  • Infraestrutura se destaca nos desembolsos (36% do total) e nas aprovações para novos financiamentos (41% do total)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desembolsou R$ 4,3 bilhões em março, um aumento de 47% frente ao mês anterior. Com o melhor resultado mensal no ano, as liberações do BNDES atingiram R$ 11,2 bilhões nos primeiros três meses de 2018. No primeiro trimestre, as aprovações de novas operações de financiamento também tiveram um crescimento de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior, resultado dos esforços do Banco para acelerar o ritmo de suas operações.

Desde o final do ano passado, o BNDES passou por um novo planejamento estratégico, que teve como um de seus resultados uma nova estrutura organizacional. Entre as novidades, está a redefinição dos papéis de cada diretoria, incluindo uma dedicada à digitalização — que visa otimizar e agilizar a operacionalização de processos e produtos do Banco — e outra voltada ao fomento e prospecção de novos negócios.

Ainda nesse sentido, começa a vigorar nesta terça, 24, a Taxa Fixa do BNDES, anunciada em abril último como uma alternativa à Taxa de Longo Prazo (TLP) para empresas que queiram maior previsibilidade em seus financiamentos. A Taxa Fixa vale, a princípio, para financiamentos do programa BNDES Giro, com prazo de até 5 anos, contratados por micro, pequenas e médias empresas (faturamento anual de até R$ 300 milhões).

Empresas desse porte já respondem por mais da metade das liberações do BNDES, tendo ficado com pouco mais de 54% dos recursos, ou R$ 6,1 bilhões, no primeiro trimestre. Esse resultado está em linha com a conclusão do estudo A atuação histórica do BNDES: o que os dados têm a nos dizer?, divulgado nesta segunda, 23, pelo Banco e que aponta que a participação das MPMEs nos desembolsos do BNDES nos últimos 30 anos mais que dobrou.

Infraestrutura – O crescimento das aprovações do BNDES no trimestre foi puxado pelo setor de infraestrutura, que respondeu por 41%, ou R$ 6,6 bilhões, das novas operações aprovadas pelo BNDES, no valor total de R$ 16 bilhões. O setor também foi o que recebeu mais recursos do Banco de janeiro a março deste ano, tendo ficado com R$ 4 bilhões, ou 36% do total desembolsado.

O destaque em Infraestrutura, com R$ 1,7 bilhão em liberações, foi o segmento de energia elétrica, sobretudo os investimentos em parques eólicos no Nordeste — região que recebeu R$ 2 bilhões no trimestre e R$ 13,6 bilhões nos últimos 12 meses encerrados em março, com crescimento de 15% na comparação com os 12 meses anteriores.

Nos demais setores apoiados pelo BNDES, os desembolsos foram de R$ 2,7 bilhões em agropecuária (24,4%), R$ 2,6 bilhões (23,5%) para comércio e serviços e R$ 1,8 bilhão (15,9%) para Indústria.

No acumulado entre abril de 2017 e março de 2018, os desembolsos do Banco atingiram R$ 66,8 bilhões, dos quais R$ 25,9 bilhões foram destinados a projetos de infraestrutura, montante 3% superior ao liberado para o setor nos 12 meses anteriores.

Boletim de Desempenho: https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/transparencia/estatisticas-desempenho/desembolsos



ÍNDICES



FGV. IBRE. 25-Abr-2018. Índices Gerais de Preços. INCC-M. INCC-M avança 0,28% em Abril

O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) registrou alta de 0,28% em abril, acima do resultado do mês anterior, que foi de 0,23%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços teve variação de 0,40%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,50%. O índice referente à Mão de Obra registrou variação de 0,18% na passagem de março para abril.

Materiais, Equipamentos e Serviços

No grupo Materiais, Equipamentos e Serviços, o índice correspondente a Materiais e Equipamentos registrou variação de 0,35%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,47%. Dos quatro subgrupos componentes, dois apresentaram acréscimo em suas taxas de variação, destacando-se materiais para estrutura, cuja taxa passou de 0,38% para 0,51%.

A parcela relativa a Serviços passou de uma taxa de 0,59%, em março, para 0,61%, em abril. Neste grupo, vale destacar a aceleração de vale transporte, cuja variação passou de 0,20% para 0,69%.

Mão de obra

O índice referente à Mão de Obra registrou variação de 0,18% na passagem de março para abril. Esta variação ocorreu devido aos reajustes salariais de várias categorias em Belo Horizonte.

Capitais

Duas capitais apresentaram aceleração em suas taxas de variação: Belo Horizonte e Porto Alegre. Em contrapartida, Salvador, Brasília, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo registraram desaceleração.

DOCUMENTO: http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumPageId=402880972283E1AA0122841CE9191DD3&contentId=8A7C82C561E9052D0162FC6172231A37

FGV. IBRE. 25-Abr-2018. Sondagens e Índices de Confiança. Sondagem do Comércio. Confiança do Comércio fica estável depois de sete altas consecutivas

O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) da Fundação Getulio Vargas ficou relativamente estável em abril, ao variar -0,1 ponto, passando a 96,7 pontos. Essa foi a primeira queda depois de sete altas consecutivas. Em médias móveis trimestrais, o indicador avançou pelo oitavo mês consecutivo (0,5 ponto).

“Depois de um período de alta consistente da confiança do Comércio, a acomodação de abril parece refletir a incerteza em relação ao ritmo futuro da economia. A patinada das expectativas sugere que os empresários do Comércio estão cautelosos em relação aos próximos meses, enquanto a quarta alta consecutiva do Índice de Situação Atual reforça a percepção de que a fase de recuperação das vendas persiste”, avalia Rodolpho Tobler, Coordenador da Sondagem do Comércio da FGV IBRE.

Em abril, 7 dos 13 segmentos pesquisados avançaram. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) avançou 0,6 ponto, atingindo 94,1 pontos, o maior valor desde junho de 2014 (96,5 pontos). O Índice de Expectativas (IE-COM), recuou 0,8 ponto para 99,4 pontos. No ano, os índices também caminham em sentidos opostos: o ISA-COM subiu 8,5 pontos enquanto o IE-COM recuou 5,0 pontos. Com isso, a diferença entre ISA e IE caiu a 5,3 pontos, a menor desde julho de 2015 (2,9 pontos).

Expectativas de Duráveis continuam avançando

As expectativas do Comércio pioraram em abril, contribuindo para terceira queda consecutiva da série de médias móveis trimestrais. A revisão das expectativas foi determinada pelo segmento de não duráveis. O Índice de Expectativas dos revendedores de bens não duráveis recuou 2,9 pontos no mês, revertendo a tendência de alta que vinha ocorrendo nos últimos meses. Já o Índice de Expectativas dos segmentos ligados a revendedores de bens duráveis subiu 0,8 ponto em abril, mantendo a tendência de alta do índice em médias móveis trimestrais. A manutenção do IE-COM de duráveis em alta e acima dos 100 pontos reflete a efetiva melhora das vendas em 2018, uma decorrência da redução dos juros e da base fraca de vendas do ano passado.

A edição de abril de 2018 coletou informações de 1.131 empresas entre os dias 2 e 20 deste mês.

DOCUMENTO: http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumPageId=402880972283E1AA0122841CE9191DD3&contentId=8A7C82C561E9052D0162FC693EB74A7E

FGV. IBRE. 25-Abr-2018. Sondagens e Índices de Confiança. Sondagem da Construção. Confiança da Construção recua ligeiramente

O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, recuou ligeiramente em abril ao variar -0,1 ponto, alcançando 82,0 pontos . Pela métrica trimestral, o índice variou negativamente (-0,2 ponto), depois de oito meses consecutivos de alta.

“O segundo trimestre inicia com recuo das expectativas, indicando que a incerteza do momento em que vive o país continua afetando o estado de ânimo dos empresários da construção. Apesar disso, a percepção em relação à situação corrente dos negócios avançou. O destaque positivo veio do aumento na intenção dos empresários em contratar.”, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE.

A queda do ICST em abril deveu-se exclusivamente às perspectivas de curto prazo dos empresários. O Índice de Expectativas (IE-CST) recuou 0,5 ponto, atingindo 92,7 pontos, voltando ao nível de fevereiro de 2018. O indicador que mais impactou negativamente o IE-CST foi o que mede a tendência dos negócios para os próximos seis meses, com queda de 1,0 ponto para 93,4 pontos.

Já o Índice da Situação Atual (ISA-CST) subiu em abril, com variação de 0,3 ponto, atingindo 71,7 pontos, o maior desde junho de 2015 (74,2). O indicador que mais influenciou a melhora do ISA-CST foi o que mede a percepção sobre a situação atual das carteiras de contratos, que subiu 0,7 ponto, na margem, para 69,6 pontos. No ano, apesar do indicador ter avançado 2,3 pontos, ainda encontra-se 17,6 pontos abaixo da média histórica da série.

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) do setor se manteve estável em abril. Os indicadores desagregados para Mão de Obra e Máquinas e Equipamentos subiram: 0,1 e 0,4 ponto percentual, respectivamente.

Fatores restritivos à atividade 

Mensalmente, as empresas da Construção indicam quais fatores vêm limitando o avanço da atividade do setor. O indicador agrega os três fatores que mais afetam negativamente o desempenho do setor . Este indicador tem uma relação inversa com o ISA-CST. “Pode-se notar que em 2018, a queda do indicador foi mínima, o que mostra que questões importantes como demanda e crédito ainda dificultam a recuperação da atividade ”, analisa Ana Maria Castelo.

A edição de abril de 2018 coletou informações de 679 empresas entre os dias 02 e 20 deste mês.

DOCUMENTO: http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumPageId=402880972283E1AA0122841CE9191DD3&contentId=8A7C82C561E9052D0162FC6F67B67C07

CNI. 25/04/2018. Confiança do brasileiro ainda é insuficiente para reativar o consumo, avalia CNI. Mesmo com a leve alta de abril, o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) está 1,2% abaixo do registrado no mesmo mês de 2017



O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) subiu para 102,2 pontos em abril e é 1,2% menor do que o registrado no mesmo mês de 2017. Mesmo com o aumento de 0,3% na comparação com março, o indicador continua abaixo da média histórica, que é de 107,9 pontos, informa a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (24), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Mesmo com a leve recuperação, o INEC de abril mostra que a confiança dos brasileiros ainda está baixa. "Há quase dois anos, o índice está oscilando em um patamar muito baixo. Com isso, as pessoas têm pouca disposição para fazer compras, o que limita o crescimento do consumo e da economia como um todo", afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo.

De acordo com a pesquisa, a leve recuperação de abril é resultado da melhora das expectativas dos brasileiros em relação ao desempenho da inflação, do emprego e da renda pessoal nos próximos seis meses. O indicador de expectativas sobre a inflação aumentou 2,6%, o de desemprego subiu 2,5% e o de renda pessoal teve alta de 2,7% em relação a março. O aumento dos índices mostra que um número maior de pessoas aposta na queda da inflação e do desemprego e o crescimento da renda pessoal.

Mesmo assim, os consumidores perceberam o crescimento de suas dívidas e uma piora de sua situação econômica. O indicador de expectativa de endividamento caiu 3,4% e o de situação financeira recuou 0,8% em abril frente a março. Com isso, o consumidor está menos disposto a comprar bens de maior valor, como móveis e eletrodomésticos. O indicador de expectativa de compras de maior valor caiu 0,4% na comparação com março. Quanto menores os índices, menor é o número de pessoas que percebe a queda de seu endividamento, a melhora de sua situação financeira eque espera aumentar as compras de maior valor.

O INEC é um indicador que ajuda a antecipar variações na atividade econômica. Consumidores pouco confiantes tendem a diminuir as compras. Com a redução do consumo, aumentam as dificuldades de recuperação da economia. Esta edição do INEC, feita em parceria com o IBOPE, ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios entre 12 e 16 de abril.

INEC - Índice Nacional de Expectativa do Consumidor. Confiança segue oscilando em patamar relativamente baixo

O INEC mostra pequeno aumento em abril: 0,3% frente a março. Com esta oscilação positiva, o INEC fica em 102,2 pontos, 1,2% inferior ao observado em abril de 2017 e 5,3% abaixo da média histórica.



DOCUMENTO: https://static-cms-si.s3.amazonaws.com/media/filer_public/cc/ef/ccef3404-5efa-4f59-8038-46a11c179782/inec_indicenacionaldeexpectativadoconsumidor_abril2018.pdf



CONTAS DO GOVERNO CENTRAL



MF. STN. PORTAL G1. 25/04/2018. Contas do governo têm rombo de R$ 24,8 bilhões no pior mês de março em 22 anos. Resultado foi influenciado pela antecipação do pagamento de precatórios, informou o Tesouro Nacional. No primeiro trimestre, rombo recuou frente ao mesmo período do ano passado.
Por Alexandro Martello, G1, Brasília

As contas do governo registraram um rombo de R$ 24,828 bilhões em março, segundo números divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (25).

Isso quer dizer que as despesas do governo superaram as receitas com impostos e contribuições federais em R$ 24,828 bilhões no mês passado. Essa conta, porém, não inclui os gastos com o pagamento de juros da dívida pública.

Esse é o maior déficit para meses de março desde o início da série histórica, em 1997, ou seja, em 22 anos. Até então, o rombo mais alto para este mês havia sido registrado no ano passado (-R$ 11,231 bilhões).

Ainda de acordo com o Tesouro, o rombo da Previdência Social (sistema público que atende aos trabalhadores do setor privado) cresceu 22,6% no primeiro trimestre e atingiu R$ 49,052 bilhões. (Leia mais abaixo neste texto)

Contas do Governo
Para meses de março, em R$ bilhões
2,9242,9241,121,12-7,829-7,829-11,231-11,231-24,828-24,82820142015201620172018-30-25-20-15-10-505
Fonte: Tesouro Nacional

O que provocou o rombo?

O governo informou que o aumento do rombo em março deste ano se deve à antecipação do pagamento de R$ 9,5 bilhões em precatórios, que são dívidas do poder público com cidadãos ou empresas reconhecidas por decisão judicial.

Do valor total dos precatórios antecipados, R$ 4,9 bilhões foram previdenciários, R$ 3,5 bilhões de pessoal e R$ 1 bilhão de outras sentenças.

Entretanto, mesmo descontado o pagamento dos precatórios, o déficit fiscal de março de 2018 ficaria em R$ 15,328 bilhões e ainda seria o maior para o mês desde 1997.

Os números do Tesouro Nacional mostram que a antecipação dos precatórios também influenciou o déficit do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sistema público que atende aos trabalhadores do setor privado. No mês passado, a previdência teve um rombo de R$ 20,127 bilhões, contra um déficit de R$ 13,089 bilhoes em março de 2017.

Primeiro trimestre e meta fiscal

No acumulado do primeiro trimestre deste ano, as contas do governo também ficaram no vermelho, mas houve uma melhora frente ao mesmo período do ano passado.

Entre janeiro e março deste ano, o rombo somou R$ 12,980 bilhões, contra o resultado negativo de R$ 19,563 bilhões no primeiro trimestre de 2017.

O desempenho pode ajudar o governo no cumprimento da meta fiscal para este ano, ou seja, do resultado pré-fixado para as contas públicas.

Para 2018, o governo está autorizado a registrar déficit (despesas maiores que receitas) de até R$ 159 bilhões. Esse valor também não inclui os gastos com juros da dívida.

Para tentar atingir essa meta, o governo anunciou recentemente um bloqueio de R$ 18,2 bilhões no Orçamento de 2018. Esses recursos bloqueados foram classificados como "reserva de contingência", ou seja, não poderão ser alocados para gastos.

Receitas, despesas e investimentos

Em março deste ano, segundo dados do Tesouro Nacional, as receitas totais somaram R$ 107,048 bilhões, com aumento real (dados corrigidos pela inflação) de 1,4% frente ao mesmo período do ano passado. No trimestre, as receitas avançaram 7,6% em termos reais, para R$ 369,483 bilhões.

No caso da chamada “receita líquida” total, ou seja, após as transferências feitas aos estados e municípios, houve uma queda, em termos reais, de 0,6% em março, para R$ 89,277 bilhões. No primeiro trimestre, porém, avançou 7,4%, para R$ 303,953 bilhões.

Ao mesmo tempo, as despesas totais (incluindo a antecipação dos precatórios) registraram uma alta real de 12,6%, para R$ 114,104 bilhões, na comparação com março do ano anterior. Nos três primeiros meses do ano, houve uma alta real de 4,6%, para R$ 316,934 bilhões.

Os investimentos, por sua vez, somaram R$ 8,531 bilhões no primeiro trimestre deste ano, com aumento frente ao mesmo período do ano passado, quando totalizaram R$ 5,756 bilhões.

Previdência no primeiro trimestre

A Secretaria do Tesouro Nacional também informou que o rombo da Previdência Social (sistema público que atende aos trabalhadores do setor privado) foi de R$ 49,052 bilhões no acumulado do primeiro trimestre, valor 22,6% maior que o registrado no mesmo período do ano passado (R$ 40,009 bilhões). Esse resultado também foi influenciado pela antecipação de precatórios.

Para 2018, a expectativa do governo é de um novo crescimento no rombo do INSS. A previsão que consta na última revisão orçamentária do governo é de um resultado negativo de R$ 196,636 bilhões, contra um resultado negativo de R$ 182,45 bilhões no ano passado.

Por conta dos seguidos déficits bilionários, o governo propôs uma reforma da Previdência, que parou no Congresso em maio do ano passado após o aparecimendo das primeiras denúncias envolvendo o presidente Michel Temer.

Em fevereiro deste ano, o governo tentou retomar a tramitação da proposta, mas acabou desistindo diante da falta de votos. Na mesma época, anunciou a intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro.

Concessões, dividendos e subsídios

Segundo o governo, as receitas com concessões cresceram no acumulado de janeiro a março, para R$ 669 milhões, contra R$ 560 milhões no mesmo período do ano passado. O aumento foi de R$ 139 milhões.

Ao mesmo tempo, o governo recolheu menos dividendos (parcelas do lucro) das empresas estatais no primeiro trimestre deste ano: R$ 482 milhões, ante R$ 1,772 bilhão no mesmo período do ano passado.

No caso do pagamento de subsídios e subvenções, houve queda. Nos três primeiros meses de 2018, somaram R$ 6,599 bilhões, contra R$ 9,062 bilhões no mesmo período do ano passado.

MF. STN. PORTAL G1. 25 DE ABRIL DE 2018. Governo central tem déficit primário de R$24,828 bi em março, pior para mês da história, mostra Tesouro

BRASÍLIA (Reuters) - O governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de 24,828 bilhões de reais em março, pior dado para o mês na série histórica iniciada em 1997, afetado pela antecipação do pagamento de precatórios.

O rombo, divulgado nesta quarta-feira pelo Tesouro Nacional, também veio maior que o déficit de 14,3 bilhões de reais projetado para o mês por analistas, segundo pesquisa Reuters.

Segundo o Tesouro, o mês foi marcado pela antecipação do pagamento de 9,5 bilhões de reais em sentenças judiciais e precatórios. No ano passado, esse pagamento foi feito em maio e junho. Desta vez, se estenderá até abril.

“O Tesouro vai buscar... que essa despesa seja paga em torno de março e abril em todos os anos. O benefício disso para o governo federal são vários, a gente ganha com maior previsibilidade da gestão financeira”, disse o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida.

“Não faz sentido a gente ficar com uma dívida que cresce, pagando juros, se a gente sabe que tem caixa para pagar o mais rápido possível aquela dívida.”

No total, a receita líquida do governo central caiu 0,6 por cento em março, na comparação com o mesmo mês do ano passado em termos reais, a 89,277 bilhões de reais.

Na véspera, a Receita Federal já tinha informado que a arrecadação federal seguiu no azul em março, mas com expressiva desaceleração em relação aos primeiros meses deste ano.

Por outro lado, as despesas avançaram 12,6 por cento na mesma base de comparação, a 114,104 bilhões de reais. O destaque, nesse caso, foi para a alta de 14,7 por cento nos benefícios previdenciários, a 49,581 bilhões de reais, num acréscimo de 6,357 bilhões de reais.

As despesas com pessoal e encargos sociais também subiram 18,4 por cento em março sobre um ano antes, ou 4,022 bilhões de reais, a 25,907 bilhões.

No mês, o rombo da Previdência foi de 20,127 bilhões de reais. Já Tesouro e BC tiveram juntos um déficit de 4,701 bilhões de reais.

No primeiro trimestre deste ano, o déficit do governo central somou 12,980 bilhões de reais, chegando a 119,5 bilhões de reais no acumulado em 12 meses.

O governo vem reiterando a viabilidade da meta fiscal deste ano, de déficit de 159 bilhões de reais, e o próprio mercado vê o objetivo sendo cumprido com folga de mais de 20 bilhões de reais, segundo relatório Prisma mais recente divulgado pela Fazenda.

Mas importantes medidas que dão sustentação a essa folga nas contas públicas, como a privatização da Eletrobras, parecem cada vez mais distantes de virar realidade. Isso porque demandam aprovação do Congresso Nacional, cuja atenção já está majoritariamente focada nas eleições deste ano.

Por Marcela Ayres



ENERGIA



ANP. 24 de Abril de 2018. 4ª Rodada do Pré-sal tem recorde de manifestações de interesse de empresas
 
A ANP recebeu 16 manifestações de interesse para a 4ª Rodada de Partilha da Produção, número recorde para rodadas nesse regime. Os pedidos de inscrição dessas empresas, que estão entre as maiores do setor de petróleo e gás no mundo, ainda precisam ser analisados pela Comissão Especial de Licitação.

Prevista para o próximo dia 7 de junho, a 4ª Rodada ofertará as áreas de Itaimbezinho, Três Marias, Dois Irmãos e Uirapuru, no pré-sal das bacias de Campos e Santos. A rodada foi aprovada pela Resolução CNPE nº 21/2017.

Nas licitações sob o regime de partilha da produção, as empresas vencedoras são as que oferecem ao Estado brasileiro, a partir de um percentual mínimo fixado no edital, a maior parcela de petróleo e gás natural produzido (ou seja, a maior parcela de excedente em óleo). Os bônus de assinatura, também determinados no edital, são fixos.

Veja abaixo o resumo das áreas:

Bacia de Santos

Setor SS-AUP1

  • Bloco em oferta: Três Marias
  • Área em oferta: 821,45 km²
  • Bônus de assinatura: R$ 100.000.000,00
  • Percentual mínimo de excedente em óleo: 8,32 %

Setor SS-AUP2

  • Bloco em oferta: Uirapuru
  • Área em oferta: 1.285,33 km²
  • Bônus de assinatura: R$ 2.650.000.000,00
  • Percentual mínimo de excedente em óleo: 22,18 %

Bacia de Campos

Setor SC-AP4

  • Bloco em oferta: Itaimbezinho
  • Área em oferta: 710,54 km²
  • Bônus de assinatura: R$ 50.000.000,00
  • Percentual mínimo de excedente em óleo: 7,07 %

Setor SC-AP5

  • Bloco em oferta: Dois Irmãos
  • Área em oferta: 1.414,26 km²
  • Bônus de assinatura: R$ 400.000.000,00
  • Percentual mínimo de excedente em óleo: 16,43 %

ANP. PORTAL G1. REUTERS. 24/04/2018. Arrecadação anual do governo com petróleo pode chegar a R$ 100 bilhões até 2027, diz ANP. Em 2017, Brasil recebeu R$ 41 bilhões; previsão do diretor-geral da agência é que royalties e participações vão crescer com aumento de produção nas novas áreas leiloadas.

A arrecadação fiscal do Brasil com a produção de petróleo pode saltar mais de 200% na próxima década, para cerca de R$ 100 bilhões em 2027, afirmou nesta terça-feira o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone.

Ao participar de evento em São Paulo, ele disse que a maior receita será fruto do aumento da produção esperado após leilões de novas áreas e beneficiará principalmente os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, onde estão campos do pré-sal.

"A gente estima que no final da década de 2020, com o aumento da produção no Brasil, a arrecadação fiscal brasileira, incluindo todas participações governamentais --royalties, participações especiais e o óleo-lucro, que vai crescer agora com os contratos de Partilha de produção, chegue na casa dos R$ 100 bilhões", afirmou Oddone.

Ele disse que no ano passado essa arrecadação foi de cerca de R$ 41 bilhões, mas desse valor quase R$ 10 bilhões foram em bônus de assinatura em leilões de novas áreas.

"Estamos falando de mais ou menos R$ 30 bilhões anuais de (arrecadação) recorrente e a gente imagina que esse número em 2027 pode ser R$ 100 bilhões", frisou.

Políticas para o setor

O diretor-geral da agência reguladora disse ainda esperar que não aconteça uma mudança brusca nas políticas do país para o setor de petróleo no próximo ano, com a posse de um novo presidente a ser escolhido nas eleições de 2018.

"Olhando o quadro agora, politicamente, falando, estamos a seis meses da eleição e não temos um candidato disparado na frente. Isso significa que dificilmente vamos ter um presidente com maioria no Congresso para fazer algo radical", afirmou.

A política do governo do presidente Michel Temer para o petróleo, que visa atrair investidores estrangeiros e abrir o setor, tem sido criticada principalmente por candidatos de oposição, como Ciro Gomes (PDT) --em entrevista à Reuters, ele prometeu que se eleito irá cancelar leilões realizados na atual gestão, com pagamento de indenizações.

Mas a promessa pode ser difícil de ser cumprida dada a situação das contas do governo, que inclusive tem aproveitado para arrecadar boas quantias com as recentes licitações de áreas para exploração de petróleo, segundo Oddone.

"Não tem espaço fiscal para retrocessos contratuais, compra de ativos e renúncia às rendas que estão por vir", afirmou.

Ele disse que o programa de vendas de ativos bilionário da Petrobras também é algo "irreversível" mesmo com uma mudança de governo.

"Não tem balanço na Petrobras para reverter, e ela está vendendo ativos para diferentes empresas --brasileiras, norte-americanas, fundos de pensão, soberano... Se falar 'tudo o que for feito lá atrás vamos reverter', eu não vejo condição prática, jurídica", disse.

O diretor da ANP ressaltou, no entanto, que sua aposta tem também uma boa dose de expectativas de que o trabalho conduzido em sua gestão na agência não seja descontinuado.

"O que pode acontecer imagino que é reduzir o ritmo, a velocidade com que as transformações vêm acontecendo", afirmou.

Preço dos combustíveis

Ele também defendeu que o governo mantenha atual política de não interferir nos preços dos combustíveis, como foi comum por meio do represamento de preços pela Petrobras no governo da presidente Dilma Rousseff, por exemplo.

"Interferência em preço, para controle de inflação, pode funcionar um mês, uma semana, mas um dia vem a conta. A gente tem que deixar esse passado para trás", disse.

Ex-funcionário da Petrobras, Oddone foi nomeado para o comando da ANP no final de 2016, para um mandato de quatro anos.

UNICA. 25/04/2018. SETOR. SAFRA 2018/2019 COMEÇA COM PRODUÇÃO MAIS ALCOOLEIRA NO CENTRO-SUL

A moagem da região Centro-Sul atingiu de 22,21 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na primeira quinzena de abril. Este resultado representa um avanço de 25,64% em relação as 17,68 milhões de toneladas processadas no mesmo período da safra 2017/2018.

Apesar da maior moagem, a produção de açúcar na primeira quinzena do mês ficou praticamente identifica àquela registrada em 2017/2018; 713,77 mil toneladas foram produzidas esse ano, contra 707,22 mil toneladas em igual período de 2017.

Esse movimento decorre da redução significativa observada na produção de açúcar por tonelada de cana nesse início de safra. Na primeira metade de abril de 2018, a produção de açúcar alcançou apenas 32,13 quilos, registrando queda de 19,67% na comparação com os 40 quilos por tonelada de cana em 2017.

Nessa mesma direção, a proporção de cana direcionada à fabricação de etanol atingiu expressivos 68,50% no início de abril de 2018, contra 60,63% contabilizados no mesmo período da safra 2017/2018.

O diretor Técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, explica que “se a produção de açúcar por tonelada de cana nesse ano tivesse sido mantida, o total produzido na primeira quinzena atingiria quase 900 mil toneladas. Em outas palavras, cerca 200 mil toneladas de açúcar deixaram de ser fabricadas na primeira metade de abril em função da reversão do mix de produção para etanol.”

Com isso, o crescimento da produção de etanol na primeira metade do mês atingiu 44,65%, com 993,26 milhões de litros fabricados em 2018 ante 686,66 milhões observados na safra anterior. Do total produzido nesse ano, 136,97 milhões de litros foram de etanol anidro e 856,29 milhões de hidratado.

Esse volume incorpora 26,82 milhões de litros produzidos de etanol de milho, sendo 18,26 milhões de litros de hidratado e 8,56 milhões de litros de anidro.

A menor fabricação de anidro já era esperada, pois a regulamentação vigente exige que usinas e distribuidores iniciem a safra com cerca de 45 dias de estoque de etanol anidro, reduzindo, portanto, a necessidade de produção do biocombustível nesse período. Esse fator também explica o reprocesso e conversão de 40 milhões de litros de anidro em hidratado na primeira metade de abril.

Em relação ao número de usinas em operação, nesse ano 170 empresas registraram moagem até dia 15 de abril, contra 162 unidades industriais em igual data do último ano. Na segunda quinzena do mês, outras 57 empresas devem iniciar o processamento na safra 2018/2019.

“Na safra 2018/2019 podemos observar até 9 unidades produtoras encerrando as suas operações em função da menor oferta de cana ou da difícil condição financeira, sendo 3 plantas no Paraná, 1 no Mato Grosso do Sul, 1 no Rio de janeiro e 4 empresas em São Paulo”, acrescenta o diretor da UNICA.

Vendas de etanol

O volume de etanol comercializado pelas unidades produtoras do Centro-Sul nos primeiros quinze dias de abril de 2018 somou 878,02 milhões de litros, sendo 16,06 milhões de litros para exportação e 851,96 milhões de litros para o mercado doméstico, que registrou alta de 12,80% na comparação com o volume observado em igual período de 2017.

Internamente, as vendas de etanol anidro alcançaram 262,41 milhões de litros e as de etanol hidratado totalizaram 599,55 milhões de litros, com impressionante crescimento de 29,40% em relação aos 463,32 milhões de litros de hidratado vendidos na mesma quinzena da safra 2017/2018.

É oportuno mencionar que as vendas de etanol anidro não incorporam as importações totais do aditivo à região, mas apenas o volume registrado via SAPCANA (Sistema de Acompanhamento de Produção Canavieira) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Segundo Antonio de Padua, “as vendas de hidratado ao mercado interno começaram aquecidas desde o início da safra e devem ser ampliadas nas próximas semanas quando a queda de preço observada no produtor for integralmente repassada aos consumidores.”

Com efeito, dados apurados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), vinculado à Universidade de São Paulo (USP), mostram que o valor médio recebido pelas unidades produtoras do Estado de SP apresentou recuo de R$ 0,42 por litro desde o início de março. Nesse mesmo período, informações publicadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) indicam que a redução de preços nos postos foi de apenas R$ 0,08 por litro de etanol hidratado.

"Nesse ano, a demora no repasse de preços está muito grande. Mesmo considerando uma possível recomposição da margem bruta de comercialização dos agentes para o padrão histórico, o preço de bomba do hidratado em SP deveria ter caído R$ 0,23 por litro para retratar a queda observada no valor praticado pelas usinas”, ressalta o executivo da UNICA.

RELATÓRIO: http://www.unica.com.br/noticia/7209404920328608058/safra-2018-por-cento2F2019-comeca-com-producao-mais-alcooleira-no-centro-sul/

CONAB. 24/04/2018. Última estimativa da safra de cana fecha em 633 milhões de toneladas
Conab. A área colhida ficou em 8,73 milhões de hectares

De acordo com dados do 4º e último levantamento da safra de cana-de-açúcar 2017/2018, a produção foi de 633,26 milhões de toneladas, o que corresponde a 3,6% a menos em relação à safra anterior, que foi de 657,18 milhões de t. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) publicou os resultados do estudo nesta terça-feira (24), no site da estatal e aponta que, apesar da maior produtividade na região Nordeste isso acabou não impactando o aumento da produção, em função do resultado das demais regiões.

O boletim mostra ainda que a diminuição reflete a área colhida, que fechou em 8,73 milhões de hectares em queda de 3,5% se comparada à safra 2016/17. Mesmo com este cenário, a produção de etanol manteve-se estável, com 27,76 bilhões de litros. Já o açúcar caiu para 37,87 milhões de t, com retração de 2,1% em relação à safra anterior, devido à menor quantidade de cana disponível e ao direcionamento para a produção de etanol, visto que os preços no mercado internacional caíram.

No caso do etanol anidro, utilizado na mistura com a gasolina, houve aumento de 0,1%, alcançando 11,09 bilhões de litros. O total produzido de etanol hidratado (vendido nos postos) foi de 16,68 bilhões de litros, o que significa uma redução de 0,3% ou 58,36 milhões de litros.

A estimativa aumentou em relação aos levantamentos anteriores, porque o consumo de etanol hidratado subiu a partir de outubro de 2017, o que levou unidades de produção a direcionarem a produção para o biocombustível em detrimento do açúcar. Mas, apesar da queda na produção, o mercado pode atender à demanda, já que o consumo acumulado, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), foi 5% superior ao da safra passada.

Com relação aos destaques por região, no Nordeste, a boa produtividade da cana-de-açúcar garantiu produção de 41,14 milhões de toneladas, mesmo com registro de área menor. Já no Sudeste a expectativa é de leve aumento dos patamares de produtividade em relação à safra anterior, apesar da diminuição na área colhida, reflexo de problemas climáticos e menor área colhida. A produção nesta região foi de 417,47 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processada, 4,2% inferior à safra 2016/17.

O Centro-Oeste manteve a área colhida da safra passada, mas com estimativa de leve redução nos patamares de produtividade. A produção de 133,66 milhões de toneladas representa redução de 0,4%. Na região Sul, com produção estimada em 37,52 milhões de toneladas, houve queda de 5,5% na área colhida. O fato ocorreu principalmente nas localidades reconvertidas para a produção de grãos – ou que não possuíam mecanização – ou ainda naquelas onde não foi possível realizar toda a colheita devido ao excesso de chuvas no final da safra.

Finalmente, na região Norte, que representa menos de 1% do total nacional, a área cultivada também foi menor, com produção de 3,46 milhões de toneladas. Na próxima semana, dia 3, a Conab vai apresentar os primeiros números da estimativa de cana-de-açúcar da safra 2018/2019.

Boletim de safras: https://www.conab.gov.br/index.php/component/k2/item/download/17026_e0504d08aca77ee13e86c2e7e7f43424



COMÉRCIO EXTERIOR



MDIC. SECEX. REUTERS. 25 DE ABRIL DE 2018. Secex rejeita pedido para investigar dumping nas exportações de tubos de aço carbono da China e Coreia do Sul

SÃO PAULO (Reuters) - O governo brasileiro rejeitou pedido para investigar suposta prática de dumping nas exportações para o Brasil de tubos de aço carbono da China e da Coreia do Sul, por não ter encontrado indícios de dano à indústria local, de acordo com circular da Secretaria de Comércio Exterior publicada nesta quarta-feira.

O pedido de abertura de investigação foi feito pela Confab Industrial, no fim de julho do ano passado, relativamente aos tubos de aço carbono ou de aço ligado, soldados longitudinalmente, com diâmetro externo igual ou superior a 10 polegadas e igual ou inferior a 48 polegadas.

No caso das exportações da Coreia do Sul, a Secex não encontrou indícios de prática de dumping. No caso da China, apesar de indícios de dumping, as autoridades brasileiras não encontraram relação causal da prática com danos à indústria doméstica.

O período analisado foi de julho de 2016 a junho de 2017.

“Há dois evidentes fatores que contribuíram para o dano à indústria doméstica ao longo do período de análise: a acentuada contração de mercado, que possui reflexos evidentes sobre o volume de vendas do produto similar da indústria doméstica no mercado interno e sua produção; e a também acentuada queda da produção de outros produtos, que compartilham a capacidade instalada de produção do produto similar”, disse a Secex em circular publicada no Diário Oficial da União.

Os tubos de aço com costura têm aplicação em oleodutos, gasodutos, transporte de etanol e outros hidrocarbonetos, de minérios e rejeitos

Em agosto do ano passado, o Brasil prorrogou por cinco anos o direito compensatório definitivo antidumping de 743 dólares por tonelada, nas importações de tubos de aço carbono sem costura, com diâmetro de até cinco polegadas, da China

Por Raquel Stenzel



AÇO



IABr. 25/04/2018. Reação dos fabricantes de máquinas ainda é fraca e preocupa setor no País. Desempenho abaixo do esperado no primeiro trimestre acendeu sinal de alerta da indústria, que pode rever sua projeção de crescimento de 5% a 10% para 2018, se não houver melhora rápida

A indústria de bens de capital mecânicos não está apresentando a reação esperada. O setor teve avanço de 0,8% no primeiro trimestre e, caso não demonstre melhora rápida, as projeções de crescimento podem ser revistas para o ano.

“Começamos 2018 com uma estimativa de 5% a 10% de crescimento. Para isso, teríamos que ter um bom desempenho no primeiro trimestre. Mas o mês de março foi fraco e, se não houver uma reação em abril, seremos obrigados a rever nossa perspectiva anual”, declarou o diretor de competitividade da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mario Bernardini, em coletiva de imprensa.

As vendas realizadas pelo setor em março caíram 5,6% em relação ao mesmo período de 2017. O desempenho do trimestre foi fortemente puxado pelas exportações, que representam metade da receita total.

Para Bernardini, o Brasil não está apresentando condições de crescimento sustentável. “Não estamos vendo no governo atual políticas que permitam isso. Dois motores para uma retomada econômica seriam redução de juros de mercado e um câmbio mais competitivo.”

O dirigente acredita que juros menores permitiriam uma desalavancagem de empresas endividadas. “É uma forma inteligente de reduzir dívidas. Já o câmbio mais competitivo é uma excelente saída pra puxar emprego e salários.”

Bernandini ainda aponta que as condições de crédito também precisam melhorar. “Não adianta juros baixos se o crédito está difícil.” Ele também criticou o custo de financiamento por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Bernardini afirma que, hoje, as condições estão piores que no mercado de capital aberto. “Isso acaba sacrificando as empresas médias e pequenas, que só tem o BNDES como opção.”

O presidente do conselho de administração da Abimaq, João Carlos Marchesan, declarou que a indústria precisa retomar o crescimento, mas o custo de investimento ainda é muito alto no País.

“A indústria precisa investir. As máquinas e equipamentos estão se tornando improdutivas com as novas tecnologias. Mas o retorno do investimento é incompatível com as taxas atuais de financiamento. É necessário desonerar os aportes do setor industrial.”

Bernandini pontuou que não adianta reduzir alíquotas de importação de máquinas se não houver um horizonte positivo para investimentos.

“É preciso existir demanda e perspectiva de lucro. Se essas condições não existem, o investimento não é feito, não importa o custo. A questão não é só o preço das máquinas ou a redução de alíquota de importação. Isso não é o fator central de estímulo”, avalia.

Agenda industrial

Os dirigentes da Abimaq revelaram que estão convidando todos os pré-candidatos à presidência da República para discutir um plano de desenvolvimento da indústria. “Já tivemos uma longa conversa com Geraldo Alckmin (PSDB) e encaminhamos ofícios para todos os presidenciáveis. Elaboramos uma proposta para uma indústria forte e moderna. Precisamos criar um ambiente de negócios mais favorável para quem investe e produz”, contou Marchesan. “Não vamos votar em ninguém que não tenha em seu programa a indústria como força motriz de desenvolvimento”, completou Bernandini.

IABr. PORTAL G1. 24/04/2018. EUA devem impor cotas para importação de aço do Brasil, diz associação do setor. Instituto Aço Brasil tenta excluir produto semiacabado, responsável por 80% das exportações do Brasil; país está fora da lista de tributação até 1º de maio.
Por Luiz Guilherme Gerbelli, G1

A uma semana do término do prazo das negociações com os Estados Unidos, o setor de aço brasileiro ainda não tem uma definição clara sobre quais serão as regras definidas pelo governo norte-americano para a exportação do produto.

Por ora, segundo o Instituto Aço Brasil, a sinalização do governo dos EUA é de que o sistema de cotas será implementado, embora os detalhes não estejam claros.

O sistema de cotas pode, por exemplo, estabelecer um limite para a exportação de um determinado produto. Nesse caso, o setor teria de se organizar para dividir esse limite entre as diferente empresas brasileiras que exportam para os EUA.

Com esse cenário em vista, a indústria brasileira trabalha para que os produtos semiacabados, que representam 80% das exportações para os Estados Unidos, sejam excluídos de um possível sistema de cotas e, dessa forma, o impacto seja limitado no setor.

“Eles ainda não têm esse sistema pronto”, afirmou o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes. “Não está nada definido. Trabalhamos para que o semiacabado não tenha cotas.”

As novas taxas para a importação de aço e alumínio foram impostas no começo de março pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O país decidiu cobrar uma sobretaxa de 25% para o aço importado e de 10% para o alumínio.

A medida começou a valer em 23 de março, mas o Brasil e outros seis parceiros comerciais dos EUA ficaram de fora e tem até 1º de maio para chegar a um acordo. Desde então, os dois países têm buscado uma negociação bilateral para o caso.

O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA e as vendas para o país representam um terço das exportações brasileiras do produto.

Maiores exportadores de aço para os EUA (Foto: Ilustração: Juliana Souza/G1)

No primeiro trimestre, a produção de brasileira do aço foi de 8,6 milhões de toneladas, uma alta de 4,9% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Previsão é de alta nas exportações

Para 2018, o Instituto Aço Brasil espera um aumento de 10,7% nas exportações em relação ao ano passado, para 16,987 milhões de toneladas. A previsão não leva em conta os possíveis impactos da decisão do governo do EUA.

Infográfico mostra evolução das exportações de aço do Brasil (Foto: Infográfico: Alexandre Mauro/G1)



SETOR AUTOMOTIVO



GM. REUTERS. 25 DE ABRIL DE 2018. GM aposta em veículos de baixo custo no Brasil em recuperação do mercado
Por Nick Carey e Brad Haynes

DETROIT/SÃO PAULO (Reuters) - A General Motors está planejando ter lucratividade de longo prazo na América do Sul, baseada em um programa de cortes de custos realizado durante a recessão brasileira e em veículos de baixo custo desenvolvidos para consumidores na China, que devem chegar às concessionárias em 2019.

“Estamos renovando nossa família de veículos (na América do Sul), ampliando participação de mercado e controlando custos, tudo em preparação para uma família de veículos”, disse o presidente da GM, Dan Ammann, em entrevista recente à Reuters.

A família de veículos vai ser responsável por uma produção esperada de 2 milhões de unidades por ano na América do Sul e China que vai reduzir custos de produção da montadora norte-americana.

“Isso é uma escala sem precedentes”, disse Ammann.

A GM está apostando na América do Sul, onde já é líder de vendas, graças em grande parte aos modelos Chevrolet Onix e Prisma. A montadora espera margens melhores com a elevação das vendas e os novos modelos de custo de produção mais baixo, que incluem SUVs e crossovers que estão ganhando a preferência de consumidores.

O plano da montadora, que não tinha sido divulgado anteriormente pela GM, faz parte da estratégia mais ampla focada na lucratividade em vez de tentar competir em todos os mercados. A GM saiu de operações não lucrativas na Europa e em países como a Índia.

Mas a GM ainda aposta no Brasil, principalmente em um momento em que o mercado interno cresce a um ritmo de dois dígitos, iniciando uma reversão de quatro anos consecutivos de queda nas vendas de veículos. Carlos Zarlenga, presidente da GM Mercosul, lembra que durante a crise, os executivos faziam análise sobre cada pedido de compras acima de 10 mil dólares.

A GM cortou sua força de trabalho no Brasil em 35 por cento, convenceu sindicatos a aceitarem contratos de vários anos com reajustes vinculados à inflação e retrabalhou sua cadeia de suprimentos.

“O objetivo era ter certeza de maximizarmos cada ponto de desembolso”, disse Zarlenga em recente entrevista à Reuters.

Ammann afirmou que os cortes de custos reduziram o ponto de equilíbrio financeiro da GM no Brasil em 40 por cento.

Depois de atingir um recorde de vendas de 3,8 milhões de unidades em 2012, os licenciamentos no Brasil, oitavo maior mercado automotivo do mundo, despencaram 46 por cento, para 2,05 milhões em 2016.

A economia começou a se recuperar gradualmente em 2017, e as operações da GM na América do Sul tiveram um lucro de 100 milhões de dólares em 2017, o primeiro desde 2013.

“A América do Sul pode se tornar uma grande colaboradora” para os lucros globais da GM, disse Ammann.

A montadora norte-americana, inclusive, superou a Fiat Chrysler Automobiles no ano passado e se tornou pela primeira vez desde 2004 a maior vendedora de veículos no Brasil, segundo dados da associação de montadoras, Anfavea.


Nesta semana, Zarlenga afirmou durante evento do setor que as vendas da indústria automotiva brasileira chegarão a 2,7 milhões de unidades em 2018, 2,9 milhões em 2019 e 4 milhões até 2027.

“FUNDAÇÃO DIFERENTE”

No ano passado, a GM interrompeu vendas de veículos na Índia, onde tinha uma participação de mercado de menos de 1 por cento, e saiu de regiões da África para focar em operações lucrativas.

Em 2017, a montadora vendeu a Opel, seu braço europeu, para a francesa Peugeot.

Em relatório a clientes em 20 de abril, o analista Adam Jonas, do Morgan Stanley, afirmou que a GM poderia “seguir caminho semelhante” na América do Sul.

“O precedente da GM sair de uma região com pouca ou nenhuma chance de dar retorno positivo para acionistas foi definido”, escreveu Jonas.

Mas sair de outros mercados liberou capital para a GM. Em agosto, a empresa disse que planeja investir 1,4 bilhão de dólares em três fábricas no Brasil.

A GM estava em uma posição inicial melhor na América do Sul do que em mercados como a Índia, disse Ammann.

“Esta é uma fundação que é diferente de outros mercados no mundo, onde decidimos que não vemos um caminho de sucesso no longo prazo”, disse Ammann.

Ele afirmou que consumidores da América do Sul tendem a gostar de modelos similares aos vendidos na China, onde a montadora está desenvolvendo uma nova família de veículos mais baratos com a SAIC Motor Corp.

Alguns desses veículos serão lançados pela GM na América do Sul em 2019.

“Podemos ter um nível de escala que não podíamos ter na Europa”, disse Ammann.

Menores custos de produção significam que a GM poderá adicionar recursos de segurança, entretenimento e conectividade aos veículos que normalmente são padrão em modelos mais caros, disse Ammann.

Guido Vildozo, analista da consultoria IHS Markit para as Américas, alertou que os consumidores sul-americanos têm décadas a mais de experiência em veículos que os chineses e por isso têm expectativas mais altas.

“Sempre é um risco em se desenvolver um veículo para a China, em que a dinâmica de condução pelo motorista não é uma alta prioridade, e vendê-lo em um mercado onde isso é uma prioridade”, disse Vildozo. “Muito vai depender de como esses veículos vão evoluir.”



PROMOÇÃO COMERCIAL



REUTERS. 25 DE ABRIL DE 2018. Amazon tenta avanço no Brasil enquanto rivais locais prosperam
Por Brad Haynes

SÃO PAULO (Reuters) - Claudia Maria de Oliveira é desconfiada em relação a compras online, mas enquanto navegava em uma rede social recentemente, a brasileira de 49 anos de idade viu uma oferta de sanduicheira do Magazine Luiza.

Ela deixou de lado suas dúvidas e clicou no botão “comprar”. Dois dias depois ela buscou sua primeira compra online em um shopping center de São Paulo.

“Eu corri o risco”, disse Oliveira, que trabalha fazendo faxina em escritórios. “Se eu tiver qualquer problema com isso, pelo menos eu sei que posso voltar à loja.”

A presença física e o rápido crescimento nas vendas online têm levado o Magazine Luiza aos altos escalões do comércio eletrônico no Brasil, impulsionando suas ações a acumularem alta de mais de 500 por cento no ano passado e de cerca de 20 por cento este ano.

A empresa aposta em suas raízes profundas no mercado local para sobreviver à entrada da Amazon, que está acelerando as operações no Brasil, seis anos após entrar no país.

A Reuters informou que a Amazon está mirando um importante galpão em Cajamar (SP), negociando um acordo para transporte de mercadorias e reunindo fornecedores locais de produtos eletrônicos a perfumes e eletrodomésticos.

No entanto, a gigante norte-americana pode ter dificuldades para dominar o varejo no Brasil da mesma forma que faz em outros lugares, de acordo com uma dúzia de executivos, analistas e investidores entrevistados pela Reuters.

Eles comparam o estado atual do comércio eletrônico brasileiro com o mercado dos Estados Unidos há 10 anos, exceto que neste caso do Brasil, o lento avanço da Amazon deu tempo para que os rivais se preparassem.

Diferente da Amazon, empresas que cresceram no Brasil têm décadas de experiência com os consumidores e com o emaranhado de burocracia, habilidades cruciais para sobrevivência no varejo local.

“Nós vemos espaço para vários players”, disse Eduardo Carlier, gestor de fundos da AZ Quest Investimentos, um grande acionista do Magazine Luiza. “Nós acreditamos que esse modelo de winner-take-all que vigorou nos Estados Unidos será comedido no Brasil.”

A Amazon não quis comentar.

INÍCIO LENTO

Com a maior economia da América Latina e uma população de mais de 200 milhões de pessoas, o Brasil é crucial para os planos de expansão global da Amazon. No entanto, assim como na China e na Índia, onde enfrentou forte competição, a Amazon está recuperando o tempo perdido.

A gigante norte-americana entrou devagar no Brasil em 2012, com livros eletrônicos e físicos e, então, filmes via streaming, em um mercado de rápido crescimento do comércio eletrônico.

Em outubro do ano passado, a maior varejista do mundo abriu um markeplace no Brasil, plataforma para outros vendedores em seu site, para uma gama de produtos físicos.

As ações da Magazine Luiza, da concorrente B2W,e do Mercado Livre, caíram quase 20 por cento com a notícia, mas se recuperaram rapidamente nas semanas seguintes.

Os papéis dessas empresas continuam subindo este ano, conforme a economia brasileira retoma o crescimento e as empresas adotam estratégias que poderiam ter sido tiradas da própria agenda da Amazon.

O bilionário brasileiro Jorge Paulo Lemann e sócios da 3G Capital, fundo de investimento por trás da fusão Kraft Heinz, investiram pesado na B2W por meio da Lojas Americanas. Esse apoio permitiu que a B2W investisse agressivamente em logística própria, marketplace e integração das operações com a Lojas Americanas.

A B2W usa o nome “Prime” para seu clube de compras com entrega rápida por meio de anuidade, o mesmo nome usado pela Amazon para um serviço semelhante em outros mercados. No Brasil, a Amazon usa Prime apenas para seus serviços de streaming de vídeo.

O Mercado Livre, fundado em Buenos Aires há duas décadas, replica o modelo de marketplace do eBay na América Latina e se segurou contra a Amazon no México. No Brasil, o Mercado Livre lidera as vendas online, segundo a empresa de pesquisa Euromonitor, e sua unidade cresceu 80 por cento no ano passado, gerando quase 60 por cento da receita líquida.

Varejistas brasileiras também estão recebendo ajuda do Vale do Silício. O Google, da Alphabet, informou seus anunciantes brasileiros no ano passado sobre as incursões da Amazon em mercados como Índia e México para ajudá-los a se preparar, disseram duas pessoas com conhecimento do assunto.

A chefe de varejo do Google no Brasil, Claudia Sciama, reconheceu que clientes brasileiros tinham perguntando o que poderia significar o crescimento da Amazon no Brasil.

“O que nós fizemos é um estudo exploratório para entender como eles podem entrar em diferentes mercados”, disse Sciama, que não forneceu detalhes.


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LGCJ.: