INDICADORES/INDICATORS
- US ECONOMIC INDICATORS
- US INTERNATIONAL TRADE IN GOODS AND SERVICES
- CANADA INDICATORS
- BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA
- BACEN. BOLETIM FOCUS: RELATÓRIO SEMANAL DE MERCADO (Projeções atualizadas semanalmente pelas 100 principais instituições financeiras que operam no Brasil, para os principais indicadores da economia brasileira)
- BACEN. Indicadores Econômicos Consolidados
- BACEN. Câmbio
- BOVESPA
- INDICADORES DO BANCO MUNDIAL
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BACEN. BOLETIM FOCUS: RELATÓRIO SEMANAL DE MERCADO
(Projeções atualizadas semanalmente pelas 100 principais instituições financeiras que operam no Brasil, para os principais indicadores da economia brasileira)
ANÁLISE
BACEN. PORTAL BRASIL. 05/03/2018. Mercado reduz estimativa de inflação para 2018 e prevê PIB maior. Previsão para a inflação passou de 3,73% para 3,70%; o crescimento da economia subiu de 2,89% para 2,90%.
Por Alexandro Martello, G1, Brasília
Os economistas do mercado financeiro baixaram sua estimativa média para a inflação deste ano, ao mesmo tempo em que aumentaram sua previsão para o crescimento da economia brasileira em 2018.
As previsões do mercado estão no relatório de mercado, também conhecido como "Focus", feito com base em pesquisa realizada na semana passada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras. Os números foram divulgados nesta segunda-feira (5).
Para a inflação de 2018, a previsão do mercado recuou de 3,73% para 3,70%. Foi a quinta queda seguida do indicador.
A expectativa dos analistas continua abaixo da meta central de 4,5% para a inflação, que deve ser perseguida pelo Banco Central neste ano. Mas está dentro do intervalo de tolerância previsto pelo sistema, e que considera que a meta terá sido cumprida pelo BC se o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficar entre 3% e 6%.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
Para 2019, o mercado financeiro reduziu sua expectativa de inflação de 4,25% para 4,24%. A estimativa do mercado está em linha com a meta central do próximo ano e também dentro da banda do sistema de metas (entre 2,75% e 5,75%).
Produto Interno Bruto
Para a expansão do PIB de 2018, os economistas dos bancos elevaram sua estimativa de crescimento de 2,89% para 2,90%. Foi a terceira alta seguida deste indicador. Para o ano que vem, a expectativa do mercado para expansão da economia continuou em 3%.
O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Em 2016, o PIB teve uma retração de 3,5%, mas voltou a registrar alta no ano passado. O crescimento foi de 1% em 2017.
Taxa básica de juros
Os analistas do mercado também mantiveram a previsão para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 6,75% ao ano para o final de 2018. Atualmente, a taxa está neste patamar. Ou seja, o mercado continua estimando manutenção dos juros no resto deste ano.
Para o fim de 2019, a estimativa do mercado financeiro para os juros básicos da economia continuou em 8% ao ano. Deste modo, os analistas seguem estimando alta dos juros no ano que vem.
Câmbio, balança e investimentos
Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 ficou estável em R$ 3,30 por dólar. Para o fechamento de 2019, recuou de R$ 3,39 para R$ 3,38 por dólar.
A projeção do boletim Focus para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), em 2018, subiu de US$ 54,3 bilhões para US$ 54,5 bilhões de resultado positivo.
Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit permaneceu estável em US$ 45 bilhões.
A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2018, continuou em US$ 80 bilhões. Para 2019, a estimativa dos analistas ficou estável também em US$ 80 bilhões.
BACEN. REUTERS. 5 DE MARÇO DE 2018. Mercado vê menos inflação neste ano, mas mantém previsão de Selic a 6,75%, mostra Focus
SÃO PAULO (Reuters) - O mercado reduziu suas projeções para a inflação tanto para este ano quanto para 2019, ao mesmo tempo em que vê a economia crescendo mais agora, mantendo as perspectivas de que a taxa básica de juros não vai mais cair em 2018, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central nesta segunda-feira.
Agora, a projeção é de que o IPCA feche 2018 com alta de 3,70 por cento, ante 3,73 por cento no levantamento passado, enquanto que para 2019 as contas foram a 4,24 por cento, ante 4,25 por cento, na mediana das expectativas.
Os economistas consultados também passaram a ver que o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano crescerá 2,90 por cento, ligeiramente acima da expectativa anterior de 2,89 por cento. Em 2019, a expansão avançaria 3 por cento, inalterada.
A economia brasileira ficou praticamente estagnada no último trimestre de 2017, pior que o esperado e para fechar o ano com expansão de 1 por cento, indicando que a recuperação deverá ser menos intensa no início de 2018 mesmo após viver dois anos seguidos de forte recessão.
Para a política monetária, o Focus continuou mostrando que as projeções são de que a Selic deve fechar este ano em 6,75 por cento, atual patamar, e ir a 8 por cento no final de 2019.
O BC indicou que deve interromper a trajetória de corte de juros em março, mas deixou a porta aberta para nova redução caso o cenário-base não se comporte como o esperado, como surpresas inflacionárias benignas ou atividade mais fraca.
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ECONOMIA BRASILEIRA / BRAZIL ECONOMICS
TAXA DE JUROS
BACEN. PORTAL G1. REUTERS. 05/03/2018. Juro baixo pode provocar 'revolução no sistema financeiro' e levar a redução de taxas bancárias e de fundos, diz presidente do BC Em entrevista à rádio CBN, Ilan Goldfajn afirmou que inflação veio abaixo do esperado e surpreendeu até mesmo o Banco Central.
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta segunda-feira (5) que a inflação surpreendeu recentemente, vindo abaixo do esperado, mas que a avaliação sobre se cabe ainda mais corte na taxa Selic seria feita apenas na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), neste mês.
"O que posso dizer é que as últimas taxas de inflação de fato vieram mais baixas do que esperávamos, então a inflação continua baixa, e isso de fato veio surpreendendo todo mundo, inclusive o próprio Banco Central", afirmou em entrevista à rádio CBN.
Segundo Ilan, a manutenção da taxa de juros baixa poderá trazer "quase que uma revolução no sistema financeiro" brasileiro.
"Eu acredito que, se o Brasil for conviver com taxas como as de hoje, 6,75%, vamos ter quase que uma revolução no sistema financeiro. Nós nunca convivemos com taxas tão baixas no Brasil. Sempre tivemos dois dígitos, 10%, 14%. Cai para 7,25%, depois volta", afirmou à CBN.
"Se a gente ficar alguns anos com taxas menores, tudo vai ser revisto, inclusive, as taxas bancárias e as taxas de fundos de administração. Tudo isso, ao longo do tempo, terá que ser revisto. O que nós podemos fazer é acelerar essa mudança", afirmou.
No início de fevereiro, o BC reduziu a taxa básica de juro em 0,25 ponto, para a mínima recorde de 6,75% ao ano, e sinalizou o fim do ciclo devido à recuperação mais consistente da atividade econômica no país.
A ata do encontro, no entanto, informou que os membros do Copom divergiram sobre qual comunicação deveria ser adotada para a próxima reunião. Enquanto alguns manifestaram preferência por manter "elevado grau de liberdade", outros defenderam sinalizar de modo mais claro possível o fim do ciclo de afrouxamento na Selic, com liberdade de ação mantida, mas em menor grau.
A conclusão de todos, no fim, foi por indicar o encerramento do ciclo "caso a conjuntura evolua conforme o cenário básico", mas mantendo espaço para queda "moderada" adicional nos juros caso haja alteração nesse quadro.
Assim, no mercado de juros futuros, as apostas de novo corte na Selic em março eram majoritárias sobre as voltadas para manutenção. Por outro lado, no levantamento Focus do BC, que ouve uma centena de economistas todas as semanas, a mediana das projeções aponta para manutenção da Selic agora.
Contra duplo mandato do BC
Ilan, na entrevista mais cedo, foi claro a se posicionar contra o duplo mandato ao BC, defendendo que, ao controlar a inflação, o crescimento é ajudado também.
"O duplo mandato é o BC ter uma meta para inflação e uma meta para crescimento. Aqui tem um equívoco, porque meta de crescimento, meta de desemprego, é uma meta do governo todo", afirmou ele. "Não dá para o BC ter duas metas simultâneas, que podem confundir", afirmou, acrescentando que poderia haver judicialização em caso de duplo mandato.
Ilan disse ainda que não houve sondagem se poderia assumir o Ministério da Fazenda caso o titular da pasta, Henrique Meirelles, deixe o posto para se candidatar à Presidência. Segundo o presidente do BC, também não havia, no momento, projeto para taxar moedas virtuais.
Nova taxa dos EUA ao aço
Questionado sobre a sobretaxa ao aço importado pelos EUA, Goldfajn afirmou que seria uma medida negativa para a economia de maneira geral, afetando inclusive os próprios norte-americanos.
"Não há um cálculo específico, mas se sabe que é prejudicial não só ao Brasil, mas ao mundo todo. Uma guerra tarifária, protecionismo no mundo todo. Comércio no mundo diminuindo vai ter impacto em todo o mundo, isso afeta o Brasil no final das contas. Acho que é ruim inclusive para os Estados Unidos", afirmou Ilan em entrevista à rádio CBN.
"O que acontece é que vai ter preços mais caros, tudo vai ter uma tarifa a mais", acrescentou.
INFLAÇÃO
BACEN. REUTERS. 5 DE MARÇO DE 2018. Inflação veio mais baixa que o esperado; duplo mandato é "equivoco", diz Ilan à rádio CBN
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta segunda-feira que a inflação surpreendeu recentemente, vindo abaixo do esperado, mas que a avaliação sobre se cabe ainda mais corte na Selic seria feita apenas na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), neste mês.
“O que posso dizer é que as últimas taxas de inflação de fato vieram mais baixas do que esperávamos, então a inflação continua baixa, e isso de fato veio surpreendendo todo mundo, inclusive o próprio Banco Central”, afirmou em entrevista à rádio CBN.
No início de fevereiro, o BC reduziu a taxa básica de juro em 0,25 ponto, para a mínima recorde de 6,75 por cento ao ano, e sinalizou o fim do ciclo devido à recuperação mais consistente da atividade econômica no país.
A ata do encontro, no entanto, informou que os membros do Copom divergiram sobre qual comunicação deveria ser adotada para a próxima reunião. Enquanto alguns manifestaram preferência por manter“elevado grau de liberdade”, outros defenderam sinalizar de modo mais claro possível o fim do ciclo de afrouxamento na Selic, com liberdade de ação mantida, mas em menor grau.
A conclusão de todos, no fim, foi por indicar o encerramento do ciclo“caso a conjuntura evolua conforme o cenário básico”, mas mantendo espaço para queda“moderada” adicional nos juros caso haja alteração nesse quadro.
Assim, no mercado de juros futuros, as apostas de novo corte na Selic em março eram majoritárias sobre as voltadas para manutenção. Por outro lado, no levantamento Focus do BC, que ouve uma centena de economistas todas as semanas, a mediana das projeções aponta para manutenção da Selic agora.
Ilan, na entrevista mais cedo, foi claro a se posicionar contra o duplo mandato ao BC, defendendo que, ao controlar a inflação, o crescimento é ajudado também.
“O duplo mandato é o BC ter uma meta para inflação e uma meta para crescimento. Aqui tem um equívoco, porque meta de crescimento, meta de desemprego, é uma meta do governo todo”, afirmou ele.“Não dá para o BC ter duas metas simultâneas, que podem confundir”, afirmou, acrescentando que poderia haver judicialização em caso de duplo mandato.
Ilan disse ainda que não houve sondagem se poderia assumir o Ministério da Fazenda caso o titular da pasta, Henrique Meirelles, deixe o posto para se candidatar à Presidência. Segundo o presidente do BC, também não havia, no momento, projeto para taxar moedas virtuais.
Por Patrícia Duarte; Edição de Claudia Violante
BACEN. REUTERS. 5 DE MARÇO DE 2018. Últimas taxas de inflação vieram mais baixas que o esperado, diz Ilan à rádio CBN
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta segunda-feira que a inflação surpreendeu recentemente, vindo abaixo do esperado, mas que a avaliação sobre se cabe ainda mais corte na Selic seria feita apenas na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), neste mês.
Ilan disse ainda que não houve sondagem se poderia assumir o Ministério da Fazenda caso o titular da pasta, Henrique Meirelles, deixe o posto para se candidatar à Presidência.
COMÉRCIO INTERNACIONAL
MERCOSUL-UE. 5 DE MARÇO DE 2018. Premiês de Portugal e Espanha dizem a Temer que UE está empenhada em fechar acordo com Mercosul
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer recebeu, na manhã desta segunda-feira, telefonemas dos primeiros-ministros de Portugal, António Costa, e da Espanha, Mariano Rajoy, de quem recebeu a garantia de que a União Europeia está empenhada em fechar a negociação do acordo, informou o Palácio do Planalto.
“Ambos reiteraram ao presidente o interesse em vencer as últimas contendas para que o acordo Mercosul-União Europeia seja fechado no menor prazo. Na ocasião, o presidente Michel Temer também manifestou seu empenho nessa direção”, informou a assessoria de Comunicação da Presidência.
Uma nova rodada de negociações foi feita na semana passada, no Paraguai, mas não foi possível, mais uma vez, fechar o acordo. O chanceler do Paraguai, Eladio Loizaga, informou que as negociações continuarão pelas próximas semanas através de videoconferência.
Segundo o chanceler, as negociações avançaram na semana passada e a expectativa no Mercosul é que o acordo seja fechado até o meio do ano.
Em dezembro, na última rodada de negociações, os dois lados não conseguiram avançar no principal entrave para o acordo, as baixas cotas de importação de carne e etanol impostas pela UE e que não supriam a demanda do Mercosul. Em janeiro, a UE melhorou sua oferta para um acesso de 99 mil toneladas de carne por ano, ante 70 mil toneladas propostas inicialmente.
Ainda assim, o número ficou abaixo das 100 mil toneladas propostas pela UE em 2004, quando se começou a falar em um acordo. Uma das diretrizes das atuais negociações é de que os valores precisariam ser superiores aos de 14 anos atrás.
Reportagem de Lisandra Paraguassu
MOODY'S. PORTAL G1. 05/03/2018. Sobretaxa ao aço pode reduzir margens do mercado brasileiro, diz Moody's. Para a agência, maior protecionismo dos EUA pode levar exportadores de outros países a buscar mercados alternativos, intensificando a concorrência e aumentando a pressão sobre preços e margens. Trump é duramente criticado por tarifas sobre importações de aço e alumínio.
Asobretaxa ao aço importado anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na semana passada, pode elevar a concorrência no mercado exportador do setor, o que acabará levando à redução das margens no mercado interno brasileiro, segundo a agência de classificação de risco Moody’s.
O presidente Trump afirmou que a intenção é elevar as taxas em 25% para aço e em 10% para alumínio comprado de empresas estrangeiras. Ele recorreu à seção 232, um dispositivo voltado para investigar se produtos importados colocam a segurança nacional dos EUA em risco.
Segundo a agência, um maior protecionismo por parte dos Estados Unidos pode fazer com que exportadores de outros países busquem mercados alternativos, intensificando a concorrência no mercado brasileiro de aço e aumentando a pressão sobre preços e margens.
Para a Moody’s, a proposta de Trump não alterará dramaticamente o rating de crédito das empresas siderúrgicas Usiminas, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Gerdau. No entanto, haverá diferentes implicações para as companhias.
Para a agência, a Gerdau provavelmente será beneficiada, dada a sua presença nos EUA, mas poderia prejudicar a Usiminas e a CSN.
Siderúrgicas estão em recuperação
A iniciativa, que deve ser oficializada nesta semana, vai afetar todos os produtos exportados pela indústria siderúrgica ao país, segundo Alexandre Lyra, presidente do conselho diretivo do Instituto Aço Brasil, entidade que representa a indústria siderúrgica.
Ele lembra que o setor teve o pior desempenho da história em 2016 e iniciou uma recuperação em 2017, puxado pela retomada da atividade na indústria automotiva. As siderúrgicas, no entanto, ainda operam com 35% de capacidade ociosa.
“Se os EUA fecharem as portas, nós vamos ter que passar por uma nova rodada de ajustes. Vamos ter que desligar fornos, reduzir a produção e cortar empregos”, disse Lyra.
Entre as empresas, o impacto será sentido de forma diferente, explica Renato Maruishi, analista de siderurgia e mineração do Santander. A CSN e as multinacionais que fazem negócios com unidades dos EUA perderão negócios. A Usiminas sentirá um efeito reduzido sobre suas vendas, enquanto a Gerdau pode se beneficiar.
“Todos os fabricantes do mundo vão tentar mercados alternativos. E haverá excesso de oferta fora dos EUA. E, lá nos EUA é o contrário: vai subir o preço no mercado local”, estima Lyra.
Graus de investimento
Em fevereiro, a Moody’s elevou a nota de crédito da Usiminas e da CSN.
A Usiminas teve o rating de crédito de longo prazo elevado de Caa1 para B2, com perspectiva estável.
A nota de crédito da Companhia Siderúrgica Nacional (CNS) subiu em dois degraus, para B3, e teve a perpectiva alterada também para estável.
Em janeiro, a agência também elevou a nota de crédito da Gerdau, de Ba3 para Ba2, também com perspectiva estável.
As três empresas, apesar das mudanças, continuam na categoria de especulação dentro da escala da Moody's.
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PORTAL G1. 03/03/2018. CSN deve sofrer mais com sobretaxa dos EUA ao aço que Gerdau e Usiminas, diz analista. Participação das exportações dos EUA nas vendas e manutenção de fábrica nos EUA explicam a diferença; multinacionais que usam unidade do Brasil para atender mercado americano também sofrerão.
Por Helton Simões Gomes e Marina Gazzoni, G1
O efeito da medida de Donald Trump, que anunciou uma sobre taxa ao aço importado pelos Estados Unidos, deverá atingir de forma diferente as empresas brasileiras. O impacto será maior para as empresas que exportam mais para o mercado americano e até beneficiar, ao menos no curto prazo, as companhias que têm fábrica no país.
Entre as três maiores empresas brasileiras, a CSN deverá ser a maior prejudicada, enquanto a Gerdau pode até se beneficiar, explica o analista de siderurgia e mineração do Santander, Renato Maruishi. Já as vendas da Usiminas devem ser pouco impactadas.
Na sexta-feira, as ações das siderúrgicas lideraram as perdas do Ibovespa, o principal índice de ações da bolsa brasileira. Os papéis da CSN perderam 5,05% do seu valor, enquanto os da Usiminas se desvalorizaram 3,9%. Já a Gerdau, que tem duas ações em circulação, teve perdas menores, de 2,14% e 1,46%.
Os mercados reagiram à afirmação de Trump nesta quinta-feira (1º), que comunicou sua intenção em elevar as taxas em 25% para aço e em 10% para alumínio comprado de empresas estrangeiras. Ele recorreu à seção 232, um dispositivo voltado para investigar se produtos importados colocam a segurança nacional dos EUA em risco.
Apesar de o percentual de vendas para os EUA variar entre as siderúrgicas, todas elas devem sofrem com o impacto da decisão nos preços internacionais do aço, explica Alexandre Lyra, presidente do conselho diretivo do Instituto Aço Brasil, entidade que representa a indústria siderúrgica.
Segundo ele, o fechamento do mercado americano para o aço importado provocará um excesso de oferta nos demais países, o que vai derrubar o preço internacional do produto.
CSN
Já a CSN está na ponta oposta. Apesar de possuir fábrica nos EUA, a empresa não faz em território norte-americano a aciaria (etapa do processo de transformação do ferro gusa em aço). Faz laminados. O braço norte-americana da CSN compra aço de sua sede no Brasil.
“É nesse ponto que a CSN se dá mal. Por mais que ela produza barato aqui, quando exportar para lá, vai comprar caro”, diz o analista do Santander.
Essa diferença entre as companhias é o que explica o comportamento do mercado em relação às ações das duas empresas. Enquanto os papéis da CSN caíram 4,43% nesta quinta, os da Gerdau subiram 3,19%.
Gerdau
A Gerdau possui fábrica nos EUA e deve se beneficiar no curto prazo se for confirmada a decisão de sobretaxar o aço importado. O produto feito no país, mesmo que por empresas com sede no exterior, ficará livre da cobrança.
A lógica da medida de Trump é justamente estimular companhias siderúrgicas do mundo todo a produzir nos EUA - e gerar emprego e pagar impostos no país.
Com sede no Rio Grande do Sul, a empresa tem fábricas em 14 países e uma capacidade instalada para produzir mais de 25 milhões de toneladas por ano.
Usiminas
Já a Usiminas é a menos impactada, porque as exportações para os EUA passaram a pesar pouco nas vendas da empresa após o fechamento da unidade de Cubatão.
A Usiminas afirmou à agência Reuters que em 2017 cerca de 4% de suas exportações foram para os EUA e que destinou apenas 15% de suas vendas ao mercado externo. Segundo a empresa, Argentina e Alemanha substituíram o mercado norte-americano em suas vendas externas. A participação da Argentina no total vendido ao exterior foi de 29% e a da Alemanha foi de 28%.
As barreiras tarifárias impostas pelos Estados Unidos já trouxeram impactos no passado às exportações da Usiminas. Entretanto, a partir de 2016, a empresa buscou outros mercados", disse a empresa em resposta a questionamentos da Reuters.
Multinacionais no Brasil
As unidades brasileiras de siderúrgicas multinacionais também poderão ser prejudicadas pela medida de Trump, mesmo que seus grupos tenham também fábricas nos Estados Unidos.
O motivo é que os grandes conglomerados usam a capacidade ociosa de um país para produzir alguns itens e vender para suas subsidiárias em outros países, que estão com fábrica cheia. Esses negócios são chamados como "inter companhias".
A siderúrgica francesa Vallourec,por exemplo, produz no Brasil tubos de aço sem costura para a indústria de petróleo americana. "A unidade dos Estados Unidos opera com 100% da capacidade então usamos a unidade do Brasil para atender o mercado americano", explica Alexandre Lyra, que é presidente da Vallourec no Brasil.
Segundo ele, a sobretaxa ao aço importado pelos Estados Unidos fará com que a empresa pague um imposto extra para comprar dela mesma, o que inviabilizará esse tipo de negócio.
O G1 procurou Gerdau, Usiminas e CSN para comentar a questão, mas elas não deram entrevista.
*Colaborou Gabriela Sarmento
PORTAL G1. 03/03/2018. Sobretaxa dos EUA vai afetar 1/3 das exportações brasileiras de aço e pode frear recuperação de siderúrgicas. No Brasil, mais de 40% da produção é exportado e mercado americano é o principal destino; para especialistas, preço internacional do aço deverá cair e provocar crise no setor.
Por Helton Simões Gomes, Laís Lis e Marina Gazzoni, G1
A sobretaxa ao aço importado anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai afetar em cheio as siderúrgicas brasileiras. O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA e as vendas para o país representam um terço das exportações brasileiras do produto.
O presidente Trump afirmou que a intenção é elevar as taxas em 25% para aço e em 10% para alumínio comprado de empresas estrangeiras. Ele recorreu à seção 232, um dispositivo voltado para investigar se produtos importados colocam a segurança nacional dos EUA em risco.
A iniciativa, que deve ser oficializada na semana que vem, vai afetar todos os produtos exportados pela indústria siderúrgica ao país, explicou ao G1 Alexandre Lyra, presidente do conselho diretivo do Instituto Aço Brasil, entidade que representa a indústria siderúrgica.
Ele lembra que o setor teve o pior desempenho da história em 2016 e iniciou uma recuperação em 2017, puxado pela retomada da atividade na indústria automotiva. As siderúrgicas, no entanto, ainda operam com 35% de capacidade ociosa.
Entre as empresas, o impacto será sentido de forma diferente, explica Renato Maruishi, analista de siderurgia e mineração do Santander. A CSN e as multinacionais que fazem negócios com unidades dos EUA perderão negócios. A Usiminas sentirá um efeito reduzido sobre suas vendas, enquanto a Gerdau pode se beneficiar.
Brasil fornece para indústria americana
O Brasil produz 35 milhões de toneladas de aço bruto e, destes, 15 milhões são exportados – um terço para os EUA. O peso dos EUA é maior entre os produtos semimanufaturados - eles compraram 53% do total exportado pelo Brasil em janeiro deste ano.
Lyra explica que 80% do aço que segue para o país é semiacabado, ou seja, um produto que é processado novamente por siderúrgicas americanas até chegar ao seu cliente final, como as montadoras.
O representante das siderúrgicas diz que o país não consegue exportar produtos finais justamente porque já está em vigor uma medida antidumping contra o aço acabado brasileiro. Isso significa que os EUA consideram que o produto chega com preços anticompetitivos e impõem uma sobretaxa a eles. A medida em discussão agora seria uma nova taxa, aplicada a todos os tipos de aço.
A exportação de aço para os Estados Unidos vinha crescendo ano a ano, tanto em volume quanto em produção. “Essa exportação estava crescendo por conta do aumento da competitividade do aço do Brasil”, afirmou o consultor Welber Barral, consultar e ex-secretário de comércio exterior do Brasil.
Excesso de oferta e queda de preços
Se Trump for adiante no seu plano de sobretaxar o aço, os preços internacionais do produto deverão cair, estimam os especialistas.
“Todos os fabricantes do mundo vão tentar mercados alternativos. E haverá excesso de oferta fora dos EUA. E, lá nos EUA é o contrário: vai subir o preço no mercado local”, estima Lyra.
Para o analista do Santander, no curto prazo, as siderúrgicas com fábricas nos EUA podem se beneficiar, pois terão espaço para subir preços. “A alegação do Trump é que o aço importado pelos EUA estava prejudicando as fabricantes locais”, resume Maruishi.
Mas isso pode atrair novas fabricantes para os EUA inundar o mercado interno do país, levando a um excesso de oferta que culminará com uma queda de preços.
Para as indústrias que compram aço importado o custo de produção pode ficar mais caro. “É bastante discutível as alegações de Trump de que o aço brasileiro prejudica a competitividade da indústria local. O produto que o Brasil exporta para os EUA já é semielaborado e tem muito pouco valor agregado”, afirmou Maruishi.
Mirou na China, acertou no Brasil
Desde sua campanha eleitoral, Trump tem criticado a presença de produtos importados pela China nos EUA e defendido medidas de proteção à indústria americana. Mas por que ele tributou o aço se a China é apenas o 11º no ranking de exportadores do produto para os EUA?
É comum no comércio internacional que exportadores tentem driblar restrições ao produto importado de seu país. Eles levam o produto para outra localidade e podem até fazer algum incremento pontual, mas o verdadeiro objetivo é mudar a sua origem e fugir de taxações extra - essa prática é conhecida como "circunvention".
"Os americanos suspeitam que outros países 'maquiam' as exportações da China. Não posso falar por todos, mas no caso do Brasil não é verdade. O aço brasileiro exportado para os EUA é fabricado no Brasil", disse Lyra.
A mera suspeita pode prejudicar muito o Brasil. O secretário do Comércio dos EUA, Wilbur Ross, tinha 3 opções para Trump restringir a entrada de aço estrangeiro, de acordo com Lyra, que participou da comitiva brasileira que esteve em Washington nesta semana para tratar da questão:
- Criar uma sobretaxa para todo o aço importado - opção escolhida por Trump;
- Criar uma taxa extra de 53% para 12 países de uma "lista negra", entre eles o Brasil, que supostamente maquiam exportações da China;
- Criar uma cota por país de volume exportado para os EUA, que seria 63% do total vendido atualmente;
Carvão é carta na manga
As autoridades de diferentes países já estão se organizando para tentar reverter a decisão de Trump. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcos Jorge de Lima, admite que o Brasil questione os EUA na Organização Mundial de Comércio (OMC) sobre a questão.
Antes disso, explica o representante da indústria siderúrgica, o Brasil vai tentar uma nova cartada. Ele diz que as siderúrgicas brasileiras importam US$ 1 bilhão por ano em carvão americano para mover seus fornos. "Nossas cadeias são complementares", diz.
Com esse argumento, eles vão pedir para o Brasil ficar de fora da sobretaxa ao aço. "Se não der certo, vamos tentar abrir um painel na OMC."
A repercussão no mercado de aço não impede que cada país decidar impor uma retaliação aos EUA, afirmam os analistas.
“Você pode ter outro impasse. Começar a ter retaliações comerciais contra os EUA, da China, Coreia do Sul, Rússia, Canadá”, diz o consultor Barral.
PORTAL G1. REUTERS. 05/03/2018. Trump sugere que sobretaxa sobre alumínio e aço de México e Canadá depende de negociação do Nafta. Presidente dos EUA anunciou que aumentará tarifas de importação em 25% para aço e em 10% para alumínio.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu nesta segunda-feira (5) que a sobretaxa para importar aço e alumínio podem ser suspensas para México e Canadá dependendo do andamento das negociações do Nafta.
"Temos grandes déficits comerciais com o México e o Canadá. O Nafta, que está sob renegociação no momento, tem sido um mau acordo para os EUA. Deslocamento massivo de empresas e empregos. As tarifas sobre aço e alumínio só serão excluídas se o novo e justo acordo do Nafta for assinado", escreveu Trump no Twitter.
"Além disso, o Canadá deve tratar os nossos agricultores muito melhor. Altamente restritivo. O México deve fazer muito mais para impedir que as drogas entrem nos EUA. Eles não fizeram o que precisa ser feito. Millhões de pessoas viciadas e morrendo", acrescentou.
Na quinta-feira (1), Trump disse que os Estados Unidos aplicariam uma taxa de 25% sobre o aço importado e de 10% sobre o alumínio para proteger os produtores nacionais, provocando uma tempestade de críticas dos parceiros comerciais e impactando os mercados de ações.
Os tuítes de Trump sinalizam uma mudança de discurso. Segundo Wilbur Ross, secretário de Comércio, o presidente conversou com líderes mundiais e deu a entender que não abriria exceções em sua decisão. "Eu sei que ele teve conversas com vários líderes mundiais", disse Ross em entrevista ao programa "This Week", da ABC.
"A decisão obviamente é dele, mas dado o momento e até onde eu sei, ele está falando sobre uma medida bastante ampla. Ainda não o ouvi descrever isenções específicas", disse Ross.
- Sobretaxa dos EUA vai afetar 1/3 das exportações brasileiras de aço e pode frear recuperação de siderúrgicas
- CSN deve sofrer mais com sobretaxa dos EUA ao aço que Gerdau e Usiminas, diz analista
- Medida dos EUA que impõe taxa ao aço não é usada há 17 anos e já vetou petróleo de Irã e Líbia
Ameaças da UE
O secretário de comércio avaliou as ameaças da União Europeia de implementar tarifas de retaliação sobre produtos americanos emblemáticos, incluindo motos Harley Davidson, o uísque bourbon e o jeans Levi's, como triviais e um "erro de arredondamento".
No sábado, Trump ameaçou as montadoras europeias com um imposto sobre as importações se a União Europeia optar pela retaliação.
Ross disse que os europeus estavam discutindo uma quantidade bastante trivial de tarifas de retaliação, somando cerca de US$ 3 bilhões em mercadorias.
"Pelo tamanho da nossa economia, isso é uma pequena, pequena fração de 1%", afirmou Ross. "Então embora isso possa afetar um produtor individual por algum tempo, no geral não será muito mais do que um erro de arredondamento".
Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), as tarifas são danosas à economia global e dos EUA. O FMI pediu aos países para trabalharem para resolver discordâncias comerciais sem atos extremos.
Brasil afetado
O Brasil deve ser um dos países mais afetados pela medida. Mais de 40% da produção de aço brasileira é exportada, e o mercado americano é o principal destino (32,9% das exportações, contra 9,2% da Argentina e 6,6% da Alemanha).
O Brasil é o segundo país que mais exporta aço para os EUA (4,7 milhões de toneladas em 2017), atrás apenas do Canadá (5,8 milhões) e à frente de Coreia do Sul (3,7 milhões), México (3,2 milhões) e Rússia (3,1 milhões).
O ministro brasileiro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Marcos Jorge de Lima, afirmou que o governo Temer pode recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a taxa.
PORTAL G1. 04/03/2018. China adverte a Trump que não ficará de braços cruzados se EUA taxarem aço. Países têm reagido ao anúncio do presidente americano de impor tarifa de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio importados. Brasil deve ser um dos mais afetados se decisão for levada adiante.
A China não quer uma guerra comercial com os Estados Unidos, mas o governo chinês não ficará de braços cruzados e tomará "as medidas necessárias" para defender seus interesses, afirmou neste domingo (4) Zhang Yesui, porta-voz do parlamento chinês.
"A China não quer uma guerra comercial com Estados Unidos, mas, se os EUA aprovarem ações que afetem os interesses chineses, a China não ficará de braços cruzados e tomará as medidas necessárias", disse Yesui em um briefing antes da sessão anual do parlamento chinês, que começa nesta semana.
Zhang também alertou a Washington que "as políticas baseadas em juízos ou presunções equivocadas danificam as relações e trazem conseqüências que nenhuma parte gostaría de ver".
A declaração ocorre após o presidente americano, Donald Trump, anunciar na quinta-feira (1º) que o país vai impor uma tarifa de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio importados para proteger os produtores dos EUA.
Outras reações
O anúncio vem gerando reações. Na sexta (2), a União Europeia ameaçou taxar empresas americanas como a Harley-Davidson e a Levi's se Trump levar a decisão adiante.
"Isto é basicamente um processo estúpido, o fato te termos que fazer isso. Mas temos que fazê-lo. Vamos impor tarifas sobre motocicletas, Harley Davidson, sobre os jeans, Levi's, sobre bourbon", afirmou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), as tarifas são danosas à economia global e dos EUA. O FMI pediu aos países para trabalharem para resolver discordâncias comerciais sem atos extremos.
O Canadá considerou a medida "inaceitável".
BACEN. REUTERS. 5 DE MARÇO DE 2018. Taxação de alumínio e aço é ruim para o mundo todo, inclusive para EUA, diz Ilan
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta segunda-feira que a taxação pelos Estados Unidos sobre aço e alumínio importados seria uma medida negativa de maneira geral, afetando inclusive os próprios norte-americanos.
“Não há um cálculo específico, mas se sabe que é prejudicial não só ao Brasil, mas ao mundo todo. Uma guerra tarifária, protecionismo no mundo todo. Comércio no mundo diminuindo vai ter impacto em todo o mundo, isso afeta o Brasil no final das contas. Acho que é ruim inclusive para os Estados Unidos”, afirmou Ilan em entrevista à rádio CBN.
“O que acontece é que vai ter preços mais caros, tudo vai ter uma tarifa a mais”, acrescentou.
O presidente do BC avaliou, por outro lado, que os Estados Unidos podem desistir da investida diante da forte reação negativa e da ameaça de retaliação por outras nações.
Nesta manhã o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aparentemente sugeriu que o Canadá e o México poderão ser isentos das planejadas tarifas sobre as importações de aço e alumínio se os dois países assinarem um novo acordo comercial do Nafta e tomarem outras medidas.
Na semana passada, Trump afirmou que os EUA aplicariam uma taxa de 25 por cento sobre o aço importado e de 10 por cento sobre o alumínio para proteger os produtores nacionais, anúncio que chocou parceiros comerciais, alarmou líderes da indústria e deteriorou os mercados acionários.
No Brasil, o Ministério da Indústria e Comércio Exterior publicou nota apontando que o país deverá recorrer se a decisão de Trump for confirmada.
“O governo brasileiro não descarta eventuais ações complementares, no âmbito multilateral e bilateral, para preservar seus interesses no caso concreto” dos produtos brasileiros serem incluídos na medida de proteção comercial norte-americana, afirmou o ministério em nota.
Por Marcela Ayres
REUTERS. FRANÇA. 5 DE MARÇO DE 2018. Presidente francês pede ação na OMC por imposição de tarifas ao aço pelos EUA
PARIS (Reuters) - A União Europeia deve agir com urgência na Organização Mundial de Comércio se os Estados Unidos seguirem em frente com a imposição de tarifas sobre o aço e o alumínio, disse nesta segunda-feira o presidente francês, Emmanuel Macron.
Falando após uma reunião com o primeiro-ministro do Quebec, Philippe Couillard, Macron afirmou que as medidas planejadas consistiam em“nacionalismo econômico” e nacionalismo era uma guerra em que todos os lados perdem.
“É importante nesse contexto que a União Europeia reaja de forma rápida e proporcionalmente dentro da OMC e em respeito à OMC”, disse Macron a jornalistas.
Por Marine Pennetier
OMC. REUTERS. 5 DE MARÇO DE 2018. Diretor-geral da OMC insta países a não iniciarem guerra comercial
GENEBRA (Reuters) - Os Estados-membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) devem impedir“a queda dos primeiros dominós” em uma guerra comercial, disse o diretor-geral da OMC a negociadores em Genebra na segunda-feira, de acordo com uma cópia de seu comunicado divulgado dias após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar plano para impor tarifas sobre as importações de aço e alumínio dos EUA.
Roberto Azevêdo concede entrevista em Berlim 10/4/2017 REUTERS/Hannibal Hanschke
“À luz dos recentes anúncios sobre medidas de política comercial, é claro que agora vemos um risco muito maior e real de desencadear uma escalada de barreiras comerciais em todo o mundo”, disse Roberto Azevêdo.
“Nós não podemos ignorar esse risco e exorto todas as partes a considerar e refletir sobre esta situação com muito cuidado. Uma vez que começamos este caminho, será muito difícil reverter a direção. O olho por olho nos deixará todos cegos e o mundo em uma profunda recessão.”
Por Tom Miles
SERVIÇOS
IHS MARKIT. REUTERS. 5 DE MARÇO DE 2018. Setor de serviços do Brasil registra crescimento em fevereiro depois de 4 meses, mostra PMI
Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - O setor de serviços do Brasil voltou a crescer em fevereiro após quatro meses, no ritmo mais forte em cinco anos, graças à entrada de novos trabalhos, mostrou a pesquisa Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta segunda-feira.
O PMI de serviços do IHS Markit foi a 52,7 em fevereiro de ter ficado em 50,0 no mês anterior, indo acima da marca de 50 que separa crescimento de contração pela primeira vez desde setembro de 2017.
A alta na entrada de novos negócios em fevereiro foi sólida e a mais intensa desde janeiro de 2013, sendo percebida em quatro das cinco categorias monitoradas —a exceção foi Transportes e Armazenamento.
Segundo a pesquisa, o fortalecimento da demanda esteve por trás dessa melhora, mas também houve referências à oferta de novos serviços, que teriam sustentado a expansão.
Apesar desse cenário melhor, o nível de confiança para o futuro foi fraco no mês em relação à série histórica. As expectativas de um cenário político favoravel, planos de reestruturação e iniciativas de marketing sustentaram otimismo, mas por outro lado houve preocupações quanto à sustentabilidade da melhora econômica e aos custos operacionais.
Essa preocupação se refletiu em nova redução de funcionários, a mais intensa em seis meses, devido às tentativas de reduzir custos. Assim, o setor de serviços já está há três anos cortando empregos mensalmente.
Em relação aos custos, os empresários pagaram mais pela gasolina e pela energia, de acordo com a pesquisa, e a taxa de inflação chegou à máxima de quatro meses.
O PMI da indústria brasileira também mostrou aceleração do crescimento do setor em fevereiro diante do aumento da demanda interna e da recuperação no volume de novos pedidos, levando o PMI Composto do Brasil à máxima de cinco anos de 53,1 em fevereiro, de 50,7 em janeiro.
“A dinâmica de crescimento do país para o primeiro semestre de 2018 até agora parece encorajadora”, destacou a economista do IHS Markit Pollyanna De Lima
“O fluxo contínuo de novos negócios deve garantir aumentos de produção nos próximos meses, enquanto a redução da taxa de juros Selic deve direcionar investimentos domésticos e reduzir os custos de empréstimo das empresas desde que os bancos transmitam isso através de suas taxas de empréstimo.”
Edição de Iuri Dantas
ENERGIA
ANP. 05 de Março de 2018. Produção no pré-sal aumenta 2,3% em janeiro
A produção do pré-sal em janeiro totalizou 1,723 milhão de boe/d, um aumento de 2,3% em relação ao mês anterior, e correspondeu a 51,9% do total produzido no Brasil. Foram produzidos 1,381 milhão de barris de petróleo por dia e 54 milhões de metros cúbicos diários de gás natural por meio de 85 poços.
Os poços do pré-sal são aqueles cuja produção é realizada no horizonte geológico denominado pré-sal, em campos localizados na área definida no inciso IV do caput do artigo 2º da Lei nº 12.351/2010.
Dados nacionais
Em janeiro de 2018, a produção de petróleo do País foi de 2,615 milhões de barris por dia (bbl/d), um aumento de 0,1%, na comparação com o mês anterior e redução de 2,7%, se comparada com janeiro de 2017.
Já a produção de gás natural totalizou 112 milhões de m³ por dia, uma redução de 0,84% em comparação ao mês anterior e aumento de 2,3%, se comparada com o mesmo mês de 2017.
Os dados de produção de janeiro estão disponíveis na página do Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural da ANP: http://www.anp.gov.br/wwwanp/publicacoes/boletins-anp/2395-boletim-mensal-da-producao-de-petroleo-e-gas-natural
A partir desta edição, as informações sobre a movimentação de gás natural são apresentadas enfatizando a disponibilidade de gás natural ao mercado. Também foi incluída uma nova tabela (tabela 18) com as instalações que mais produziram gás natural.
Os gráficos e tabelas que apresentam informações relativas aos últimos 12 meses foram consolidados na seção 1 (Histórico). As informações sobre os maiores campos produtores, poços e outros dados agora encontram-se na seção 3 (Ranking).
Aproveitamento do gás natural
O aproveitamento de gás natural no Brasil no mês de janeiro alcançou 96,4% do volume total produzido. Foram disponibilizados ao mercado 65,5 milhões de metros cúbicos por dia.
A queima de gás totalizou 4 milhões de metros cúbicos por dia, um aumento de 4% se comparada ao mês anterior e redução de 6,2% em relação ao mesmo mês em 2017.
Campos produtores
O campo de Lula, na Bacia de Santos, foi o maior produtor de petróleo e gás natural. Produziu, em média, 842 mil bbl/d de petróleo e 35,4 milhões de m3/d de gás natural.
Os campos marítimos produziram 95,4% do petróleo e 80,8% do gás natural. A produção ocorreu em 7.946 poços, sendo 727 marítimos e 7.219 terrestres. Os campos operados pela Petrobras produziram 92,9% do petróleo e gás natural.
Estreito, na Bacia Potiguar, teve o maior número de poços produtores: 1.111. Marlim Sul, na Bacia de Campos, foi o campo marítimo com maior número de poços produtores: 96.
A plataforma Petrobras 58, produzindo na área denominada "Parque das Baleias" (áreas de desenvolvimento de Jubarte, Baleia Azul, Baleia Franca e Baleia Anã), foi a instalação com maior produção de petróleo. Produziu 146,9 Mbbl/d por meio de 11 poços a ela interligados.
A plataforma de Mexilhão, produzindo no Campo de Mexilhão, produziu 7,4 MMm³/d por meio de 7 poços a ela interligados e foi a instalação com maior produção de gás natural.
Outras informações
Em janeiro de 2018, 303 áreas concedidas, uma cessão onerosa e uma de partilha, operadas por 28 empresas, foram responsáveis pela produção nacional. Destas, 75 são marítimas e 230 terrestres. Vale ressaltar que, do total das áreas produtoras, uma encontra-se em atividade exploratória e produzindo através de Teste de Longa Duração (TLD), e outras seis são relativas a contratos de áreas contendo acumulações marginais.
O grau API médio foi de 27, sendo 38,1% da produção considerada óleo leve (>=31°API), 46,5% óleo médio (>=22 API e <31 15="" api="" e="" leo="" p="" pesado="">
As bacias maduras terrestres (campos/testes de longa duração das bacias do Espírito Santo, Potiguar, Recôncavo, Sergipe e Alagoas) produziram 124 mil boe/d, sendo 99,7 mil bbl/d de petróleo e 3,9 milhões de m³/d de gás natural. Desse total, 118,9 mil barris de óleo equivalente por dia foram produzidos pela Petrobras e 5,1 mil boe/d por concessões não operadas pela Petrobras, sendo 305 boe/d em Alagoas, 2.298 boe/d na Bahia, 67 boe/d no Espírito Santo, 2.108 boe/d no Rio Grande do Norte e 302 boe/d em Sergipe.
UNICA. 05/03/2018. ETANOL. CONSUMO DE ETANOL ATINGE PATAMAR RECORDE EM JANEIRO
Segundo dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e compilados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), em janeiro deste ano, o volume de etanol consumido no Brasil alcançou 1,37 bilhão de litros, maior volume já registrado para o primeiro mês do ano, apontando notável crescimento de 55,3% em comparação a janeiro de 2017.
Esse aumento também reflete a participação do biocombustível na matriz de combustíveis da frota de veículos de passeio e carga leve (ciclo Otto), 43,2% em janeiro. Vale ressaltar que este percentual é o maior desde novembro de 2015, período em que o índice atingiu 44,0%.
Ainda em janeiro, de acordo com o Levantamento de Preços ao Consumidor e de Margens de Comercialização de Combustíveis realizado pela ANP, a paridade média entre os combustíveis observada no Brasil foi de 71%. Porém a diferença de preços chama a atenção. O fóssil chegou a ficar R$ 1,21/litro mais caro que o renovável, este é o maior contraste já observado em relação ao mesmo período. Isso resulta em um cenário inédito de preços para o mês, tendo cerca de 60% dos municípios amostrados no país com uma relação de preços acima de R$ 1,00/litro, sendo um importante indutor de competitividade do etanol hidratado mesmo durante o período de entressafra.
As vendas de gasolina C totalizaram 3,38 milhões de litros, indicando uma sensível redução de 9,05% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O consumo de combustíveis leves no Brasil em janeiro de 2018 somou 4,35 bilhões de litros de gasolina equivalente (soma de etanol hidratado e gasolina C considerando o diferencial de rendimento do biocombustível), indicando um ligeiro crescimento de 0,15% em relação ao observado em janeiro de 2017.
IEA. REUTERS. 5 DE MARÇO DE 2018. IEA vê salto em produção e EUA quase autossuficientes em petróleo até 2023
Por Ron Bousso e Dmitry Zhdannikov
LONDRES (Reuters) - A produção de petróleo“shale” dos Estados Unidos deverá aumentar nos próximos cinco anos, roubando participação de mercado de membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e levando o país, que já foi o maior importador global de petróleo, para perto da autossuficiência, disse nesta segunda-feira a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).
Um acordo marcante em 2017 entre a Opep e outros produtores de petróleo, incluindo a Rússia, para reduzir a produção e cortar o excesso de oferta global melhorou consideravelmente as perspectivas para outros produtores à medida que os preços do petróleo avançaram acentuadamente ao longo do ano, disse a IEA.
Como resultado, a produção de petróleo dos EUA retomou um crescimento acentuado ao longo do ano passado e deverá aumentar em 2,7 milhões de barris por dia (bpd), para 12,1 milhões de bpd até 2023, já que o crescimento dos campos de shale mais do que compensará a diminuição no fornecimento convencional.
Os líquidos de gás natural adicionarão mais 1 milhão de bpd, para 4,7 milhões de bpd em 2023.
Com a produção total de líquidos dos EUA prevista para atingir quase 17 milhões de barris por ano em 2023, ante 13,2 milhões em 2017, os Estados Unidos serão, de longe, o maior produtor mundial de líquidos de petróleo.
“Os Estados Unidos devem mostrar sua força nos mercados mundiais de petróleo nos próximos cinco anos”, disse Fatih Birol, diretor-executivo da IEA, em uma perspectiva de mercado de médio prazo.
O crescimento da produção de petróleo de Estados Unidos, Brasil, Canadá e Noruega deverá ser mais que o suficiente para atender a expansão da demanda global de petróleo até 2020, disse a entidade, acrescentando que mais investimentos seriam necessários para aumentar a produção depois disso.
A produção de fora da Opep deve subir em 5,2 milhões de bpd até 2023, para 63,3 milhões de bpd, com os EUA sozinhos respondendo por cerca de 60 por cento do crescimento global da oferta.
O movimento será guiado pela bacia de Permian e pelo Novo México, onde a produção deverá dobrar até 2023.
Já a capacidade de produção da Opep deverá crescer em apenas 750 mil bpd até 2023, para 36,31 milhões de bpd. Com isso, a Opep atenderia menos de 35 por cento da demanda global, contra sua atual fatia de cerca de 40 por cento.
Por Ron Bousso e Dmitry Zhdannikov
VENEZUELA. REUTERS. 5 DE MARÇO DE 2018. Diretor da IEA diz ser razoável esperar novos cortes de produção de petróleo na Venezuela
(Reuters) - O diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), Fatih Birol, disse nesta segunda-feira ser razoável esperar que ocorram novos cortes de produção de petróleo na Venezuela nos próximos anos.
Conforme ele, a importação de petróleo pela China atingirá 10 milhões de barris por dia (bpd) até 2023.
Birol afirmou ainda que, se os preços do petróleo superarem 60 dólares por barril, pode ser preciso revisar para cima a projeção de longo prazo para a produção de petróleo “shale”) dos EUA.
Ele também disse que“absolutamente” não tem visto todo o nível de investimento necessário na indústria de petróleo.
Por Ernest Scheyder
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