BACEN. 26/04/2017. Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro
I - Operações de crédito do sistema financeiro
O saldo das operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$3.077 bilhões em março, com expansão de 0,2% no mês e contração de 2,7% em doze meses, ante contrações respectivas de 0,1% e 3,5% registradas em fevereiro. As operações com pessoas físicas cresceram 0,6% no mês, alcançando R$1.577 bilhões, enquanto a carteira de pessoas jurídicas decresceu 0,3%, para R$1.500 bilhões. A relação crédito/PIB declinou 0,1 p.p., para 48,6%, ante 52,3% em março de 2016.
O crédito com recursos livres totalizou R$1.535 bilhões (+0,3% no mês e -3,6% em doze meses). A carteira de pessoas físicas cresceu 0,5% no mês, somando R$810 bilhões, destacando-se expansões em cartão de crédito à vista e crédito consignado. No crédito às empresas, o saldo permaneceu estável em R$725 bilhões.
As operações com recursos direcionados totalizaram R$1.542 bilhões (+0,1% no mês e -1,7% em doze meses). A carteira de empresas decresceu 0,5% no mês, para R$775 bilhões, com reduções em crédito rural e financiamentos para investimentos do BNDES. Os créditos a pessoas físicas cresceram 0,7%, para R$767 bilhões, destacando-se o crédito rural.
Na segmentação por atividade econômica do crédito às empresas, as operações com a indústria registraram queda mensal de 0,3%, situando-se em R$729 bilhões, com destaque para o declínio no ramo da construção (-1,5%, para R$97 bilhões). No setor de serviços, contração de 0,2%, para R$718 bilhões, sobressaindo-se a retração em transportes (-1,0%, R$136 bilhões).
Consideradas as operações acima de R$1 mil, a carteira de crédito cresceu 0,5% no Centro-Oeste (R$331 bilhões), 0,2% na Região Sul (R$551 bilhões) e 0,1% no Nordeste (R$397 bilhões). Na Região Norte, as operações de crédito mantiveram saldo de R$115 bilhões, enquanto na Região Sudeste o saldo decresceu 0,4%, para R$1.623 bilhões.
Taxas de juros e inadimplência
A taxa média de juros das operações de crédito do sistema financeiro, consideradas as contratações com recursos livres e direcionados, alcançou 32,2% a.a. em março (-0,1 p.p. no mês e +0,1 p.p. em doze meses). Nas operações com recursos livres, a taxa caiu 0,9 p.p. no mês, para 52,5% a.a., enquanto no crédito direcionado cresceu 0,6 p.p., para 10,5% a.a.
O custo médio situou-se em 41,4% a.a. nas operações com pessoas físicas (-0,2 p.p. no mês e + 0,4 p.p. em doze meses). No segmento livre, a taxa decresceu 0,8 p.p. no mês, para 72,7% a.a., destacando-se reduções em crédito pessoal não consignado (-6,9 p.p.), cartão rotativo não regular (-20,5 p.p.) e aquisição de veículos (-0,9 p.p.). Nas contratações de crédito direcionado, a taxa aumentou 0,5 p.p., para 9,6% a.a, com elevação de 0,8 p.p. nos financiamentos imobiliários com taxas reguladas.
No crédito às empresas, a taxa média atingiu 20,1% a.a. (-0,2 p.p. no mês e -2,1 p.p. em doze meses). No crédito livre, a taxa alcançou 27,5% (-1,2 p.p. no mês), destacando-se reduções em capital de giro (-1,4 p.p.) e desconto de duplicatas e recebíveis (-1,7 p.p.). No crédito direcionado, a taxa situou-se em 11,7% a.a (+0,8 p.p.), com elevação de 0,9 p.p. nos financiamentos para investimentos do BNDES.
O spread médio das contratações com recursos livres e direcionados alcançou 23,9 p.p. (-0,1 p.p. no mês e +2,2 p.p. em doze meses), situando-se em 42,3 p.p. no crédito livre (-0,4 p.p. no mês) e 4,3 p.p. no direcionado (+0,2 p.p.). O indicador caiu 0,3 p.p. no segmento de pessoas físicas, para 33,2 p.p., e permaneceu estável em 11,7 p.p. nas operações com empresas.
A taxa de inadimplência, correspondente à participação dos saldos com atrasos superiores a noventa dias, permaneceu estável no mês em 3,8%, com crescimento de 0,3 p.p. em doze meses. No crédito às famílias, o indicador manteve-se em 4%, enquanto no crédito às empresas cresceu 0,2 p.p., para 3,7%. O nível de atrasos alcançou 5,7% na carteira livre e 2,0% no direcionado, ambos com elevação de 0,1 p.p. no mês.
II - Evolução dos agregados monetários
A base monetária apresentou saldo médio diário de R$248 bilhões em março, após declínio de 1,4% no mês, resultante das retrações de 1,4% no saldo do papel-moeda emitido e de 1,3% nas reservas bancárias. Em doze meses, registrou crescimento de 2,9%.
Considerando-se os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, destacaram-se as operações com títulos públicos federais, com impacto contracionista de R$23,9 bilhões (colocações líquidas de R$61 bilhões no mercado primário e compras líquidas de R$37,1 bilhões no mercado secundário) e as compras líquidas de divisas no mercado interbancário, que provocaram expansão de R$4,1 bilhões.
O saldo médio diário dos meios de pagamento restritos (M1) totalizou R$311,2 bilhões em março, com redução mensal de 1,4%, refletindo decréscimos de 1,8% no papel-moeda em poder do público e de 0,9% nos depósitos à vista. Em doze meses, o M1 cresceu 2,2%.
O saldo dos meios de pagamento no conceito M2, que corresponde ao M1 mais depósitos de poupança e títulos privados emitidos por instituições financeiras, somou R$2,3 trilhões, com redução de 0,1% em março. Esse resultado refletiu, sobretudo, os declínios de 3% nos meios de pagamento restritos (M1), de 0,1% nos depósitos de poupança (saldo de R$663,3 bilhões), e a expansão de 0,6% nos títulos privados (R$1,3 trilhão). No mês, ocorreram resgates líquidos de R$5 bilhões nos depósitos de poupança e captação líquida de R$15,6 bilhões nos depósitos a prazo.
O conceito M3, que compreende o M2, as quotas de fundos de renda fixa e os títulos públicos que lastreiam as operações compromissadas entre o público e o setor financeiro, elevou-se 1,1% no mês, totalizando R$ 5,4 trilhões, refletindo o acréscimo de 2,4% das quotas de fundos (saldo de R$2,9 trilhões). No mesmo período, o saldo das operações compromissadas recuou 3,3%, atingindo R$163,2 bilhões. O M4, conceito que compreende o M3 e os títulos públicos de detentores não financeiros, cresceu 1,1% no mês e de 9% nos últimos doze meses, alcançando R$6,2 trilhões.
DOCUMENTO: http://www.bcb.gov.br/htms/notecon2-p.asp
MF. RFB. PORTAL G1. 26/04/2017. Após dois meses de alta, arrecadação federal volta a recuar em março. Segundo Receita Federal, arrecadação de tributos federais no mês passado somou R$ 98,99 bilhões, o que representa queda real de 1,16% na comparação com março do ano passado.
Por Alexandro Martello, G1, Brasília
Depois de dois meses de aumento real (acima da inflação), a arrecadação de impostos, contribuições federais e das "demais receitas" voltou a registrar queda em março, informou nesta quarta-feira (26) a Secretaria da Receita Federal.
No mês passado, a arrecadação somou R$ 98,99 bilhões, com queda real (números corrigidos pela inflação) de 1,16% frente a março de 2016. A comparação com período igual do ano anteiror é considerada a mais apropriada por especialistas.
Ao contrário dos últimos meses, a Receita Federal não divulgou o resultado da arrecadação total de anos anteriores a 2016. Com isso, não é possível saber em que lugar a arrecadação do mês passado se situa na série histórica. O Fisco informou que pode divulgar posteriormente estes números.
Em janeiro e fevereiro deste ano, a arrecadação teve crescimento principalmente por conta do desempenho das receitas não administradas pelo Fisco - que são as cobranças feitas por outros órgãos do governo, como os "royalties" do petróleo. Em março, essa arrecadação voltou a subir em termos reais (27,75% sobre março de 2016), mas isso não foi suficiente para impedir um tombo da arrecadação total.
A arrecadação segue influenciada pela a atividade econômica, que continua em patamar baixo. De dezembro de 2016 a fevereiro de 2017, a produção industrial teve pequena alta de 0,2%, mas as vendas de bens recuaram 3,93% e, as vendas de serviços, caíram 4,8%.
Primeiro trimestre
No primeiro trimestre deste ano, porém, os números do Fisco mostram que a arrecadação registrou pequeno aumento real, de 0,08% sobre o mesmo período do ano passado, para R$ 328,74 bilhões.
De acordo com o Fisco, contribuiu para aumento marginal da arrecadação nos três primeiros meses deste ano o pagamento mensal do IRPJ e da CSLL, por estimativa, com alta de R$ 4,5 bilhões neste período, além dos reajustes salariais, em especial do setor público, que contribuiram para o aumento real de 4,98% na arrecadação do IRRF.
Os ganhos de capital na alienação de bens também ajudou no aumento da arrecadação do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) em 15,94%, mas no ajuste anual do IRPJ/CSLL, encerrado em março, apontou para um queda de R$ 1,5 bilhão na arrecadação.
Meta fiscal
O comportamento da arrecadação é importante para o governo tentar atingir a meta fiscal. Para todo ano de 2017, o objetivo foi fixado em um déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar os juros da dívida pública) de até R$ 139 bilhões para as contas do governo.
Recentemente, o governo anunciou um bloqueio de R$ 42,1 bilhões em gastos na peça orçamentária deste ano e um aumento da tributação sobre a folha de pagamentos, com arrecadação extra prevista de R$ 4,8 bilhões em 2016 e de R$ 1,2 bilhão com a instituição do IOF para cooperativas, para tentar atingir a meta fiscal deste ano.
No ano passado, o rombo fiscal somou R$ 154,2 bilhões, o maior em 20 anos. Em 2015, o déficit fiscal totalizou R$ 115 bilhões. A consequência de as contas públicas registrarem déficits fiscais seguidos é a piora da dívida pública e mais pressões inflacionárias.
Os analistas das instituições financeiras, porém, preveem que a meta fiscal não será cumprida em 2017. Estimativa do mercado feita em fevereiro, e divulgada recentemente, aponta para um rombo de R$ 149,64 bilhões nas contas do governo neste ano, acima da meta fiscal.
A crise econômica, e os rombos sucessivos nas contas públicas, já provocaram a retirada do chamado "grau de investimento" - uma recomendação para investir no país - pelas três maiores agências de classificação de risco (Standard & Poors, Fitch e Moody´s).
MF. RFB. REUTERS. 26/04/2017. Arrecadação cai 1,16% e soma quase R$99 bi em março, diz Receita
BRASÍLIA (Reuters) - A arrecadação do governo federal teve queda real de 1,16 por cento em março sobre igual mês do ano passado, a 98,994 bilhões de reais, informou a Receita Federal nesta quarta-feira, resultado mais fraco que o esperado e que interrompeu dois meses de alta.
Em pesquisa Reuters, a expectativa de analistas era de arrecadação de 101 bilhões de reais.
A performance no mês ecoou o forte e duradouro impacto da recessão econômica sobre o recolhimento de tributos e contribuições no país. Sobre um ano antes, a arrecadação com Imposto de Renda Pessoa Jurídica/Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL) diminuiu 1,253 bilhão de reais, respondendo pelo maior impacto nominal em março, somando 14,658 bilhões de reais, com queda de 7,87% no período.
Também caíram a arrecadação com Imposto de Importação/IPI-Vinculado (-469 milhões de reais, ou -10,92 por cento), Cofins/PIS-Pasep (-460 milhões de reais, ou -2.16 por cento) e IOF, com arrecadação menor em 343 milhões de reais (-12,60 por cento). No primeiro trimestre do ano, a arrecadação teve alta de 0,08 por cento, já descontada a inflação, a 328,744 bilhões de reais.
O dado positivo, contudo, só foi obtido por conta do salto de 47,75 por cento nas receitas administradas por outros órgãos, linha que vem sendo beneficiada pelo aumento da arrecadação com royalties do petróleo, com alta nos preços da commodity.
Considerando apenas as receitas administradas pela Receita Federal, a performance no acumulado de janeiro a março teve retração real de 0,81 por cento. Tendo a continuidade do cenário de fracas receitas como justificativa, o governo piorou expressivamente a meta de déficit primário para o governo central (governo federal, Banco Central e INSS) no ano que vem, a 129 bilhões de reais, marcando outro ano de grande rombo nas contas públicas. Para 2017, a meta é de déficit pior, de 139 bilhões de reais.
(Por Marcela Ayres)
IBGE. 26/04/2017. PNAD 2015: Dívida com empregador impedia 1,5 milhão de trabalhadores de sair do emprego
Em 2015, 1,5 milhão de trabalhadores remunerados não podiam sair do trabalho que tinham na semana de referência, por causa de débitos financeiros com os empregadores. Esse número representa 2,9% do universo de empregados remunerados no setor privado e empregados domésticos com 16 anos ou mais de idade (51,7 milhões). Os tipos de débito mais comuns eram relacionados com alimentação (948 mil) e transporte (774 mil). É o que mostra, entre outros temas, o suplemento “Relações de Trabalho e Sindicalização” da PNAD 2015, realizado em parceria do IBGE com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que pela primeira vez investigou as relações entre trabalhadores e empregadores, no intuito de ampliar a base de conhecimento sobre as relações de trabalho e de aprimorar a experiência brasileira de medição de indicadores de Trabalho Decente e, consequentemente, a elaboração de políticas públicas relacionadas ao tema. Foram entrevistados os moradores de 16 anos ou mais de idade que estavam empregados no setor privado, nas atividades agrícola e não agrícola, ou eram trabalhadores domésticos, remunerados em dinheiro, num total de 51,7 milhões de pessoas. Destes, 48,0 milhões (92,9%) exerciam atividade no setor não agrícola e 3,6 milhões (7,1%)no setor agrícola.
Aproximadamente 9,8 milhões (18,9% do total) foram contratados através de intermediário (pessoa ou empresa). Na atividade não agrícola, 64,7% das contratações desse tipo foram feitas por meio de pessoa intermediária, chegando a um contingente de 6,2 milhões de trabalhadores. Na atividade agrícola, a presença de gato/empreiteiro foi citada por 46,3% dos trabalhadores, seguida pela contratação feita através de empresas empreiteiras, exceto cooperativas (41,1%). A construção foi o grupamento de atividade com a maior proporção da contratação intermediária: cerca de 1,2 milhão (28,3% dos empregados da construção).
Entre os direitos usufruídos pelos 51,7 milhões de trabalhadores analisados, a pesquisa observou que 58,6% (30,1 milhões) não recebiam auxílio-alimentação; 14,8% (7,6 milhões) não tinham flexibilidade de horário; 37,3% (19,1 milhões) não tinham acesso a processos de capacitação profissional; 51,0% (26,2 milhões) não recebiam benefícios sociais complementares.
Os homens, as pessoas brancas, os trabalhadores com 50 anos ou mais de idade e aqueles com curso superior apresentaram as maiores percentagens de satisfeitos ou muito satisfeitos, com exceções: a proporção de mulheres satisfeitas foi maior em relação aos itens de flexibilidade de horário, promoção de igualdade e salubridade e segurança; e o percentual de trabalhadores de 16 e 17 anos satisfeitos foi maior com o valor do auxílio-alimentação e flexibilidade do horário de trabalho.
A pesquisa também investigou em detalhes as informações sobre a sindicalização. Dos 94,4 milhões de trabalhadores com 16 ou mais anos de idade existentes em 2015, 18,4 milhões (19,5%) eram sindicalizados, 11,4% a mais que o número encontrado em 2014, representando um acréscimo de 1,9 milhão – o que contrasta com a queda da população ocupada em 2015 em relação a 2014 (-3,8% ou redução de 3,7 milhões de trabalhadores). Dos sindicalizados, 50,8% afirmaram que haviam se associado por acreditarem que os sindicatos defendiam os direitos dos trabalhadores. Já entre os 83,1 milhões (80,9%) dos trabalhadores do Brasil que não eram sindicalizados, 26,4% disseram que o principal motivo da não associação era o desconhecimento do sindicato que representava sua categoria e 23,6% consideravam que o sindicato não tinha os serviços que lhes interessavam.
O conceito de Trabalho Decente, usado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), se aplica para expressar a promoção das normas internacionais do trabalho, a geração de empregos produtivos e de qualidade para homens e mulheres, a extensão da proteção social e a promoção do diálogo social tripartido (ou seja, envolvendo trabalhador, empregador e governo). Além das medidas de geração de postos de trabalho e de enfrentamento do desemprego, a noção de Trabalho Decente propõe a superação de formas de trabalho que geram renda insuficiente para que os indivíduos e suas famílias superem a situação de pobreza ou que se baseiam em atividades insalubres, perigosas, inseguras e/ou degradantes.
A noção de Trabalho Decente integra as dimensões quantitativa e qualitativa do emprego e representa o ponto de convergência dos quatro objetivos estratégicos da OIT: 1) Normas e princípios e direitos fundamentais no trabalho 2) Emprego 3) Proteção Social e 4) Diálogo Social.
Dos 51,7 milhões de empregados, cerca de 1,5 milhão, ou 2,9%, tinham algum tipo de débito financeiro com seus empregadores que os impediam de sair do trabalho. Entre os empregados contratados de forma direta pelo empregador, o débito com o patrão era limitação de saída do trabalho para aproximadamente 1,0 milhão ou 2,5% deles. Entre os empregados contratados de forma intermediária esta proporção era superior, 4,3% ou 420 mil empregados.
Entre os tipos de débitos financeiros desses empregados com seus empregadores, que os impediam de sair do trabalho, 948 mil tinham algum tipo de débito relacionado com alimentação; 774 mil estavam relacionados com transporte, 373 mil com instrumentos de trabalho, 266 mil com aluguel; e 156 mil com outro tipo de débito.
Um quinto dos trabalhadores do Norte e Nordeste foram contratados de forma intermediária
Aproximadamente 9,8 milhões (18,9%) do total de empregados foram contratados através de intermediário (pessoa ou empresa). Este tipo de contratação era mais frequente nas Regiões Norte e Nordeste, onde cerca de um quinto dos empregados eram contratados dessa forma. Na Região Sul, esta estimativa era a menor do País: 16,0%.
Nas atividades não agrícolas, a maioria das contratações intermediárias (64,7%) se deu através de pessoa intermediária; a contratação feita através de empresa locadora de mão de obra representou 30,4%. Na Região Nordeste o percentual de contratações através por pessoa intermediária era superior, chegando a 74,7%: nas atividades agrícolas, 46,3% das contratações intermediárias aconteceram através de gato/empreiteiro, seguidas pela contratação feita através de empresas empreiteiras, exceto cooperativas (41,1%). A construção foi o grupamento com a maior proporção da contratação intermediária de empregados: cerca de 1,2 milhão (ou 28,3% dos empregados da construção).
Benefícios relativos ao Trabalho Decente são mais frequentes no Sul e Sudeste
Com o objetivo de avaliar alguns aspectos das relações de trabalho associados à noção de Trabalho Decente, foram feitas oito perguntas sobre o grau de satisfação dos empregados do setor privado e trabalhadores domésticos remunerados em dinheiro. Os aspectos foram: o nível do salário e dos complementos salariais; a existência e valor do auxílio-alimentação; a jornada de trabalho; a existência e avaliação da flexibilidade de horário; o processo de capacitação profissional; a promoção de igualdade e de oportunidade e tratamento no ambiente de trabalho; a salubridade e segurança no ambiente de trabalho; e os benefícios sociais complementares. Foi usada uma escala de avaliação subjetiva: Insatisfeito, Pouco satisfeito, Indiferente, Satisfeito e Muito Satisfeito. Para facilitar a compreensão dos resultados, os percentuais referentes às respostas “Satisfeito” e “Muito Satisfeito” foram agregados.
Entre os direitos usufruídos pelos 51,7 milhões de trabalhadores analisados, a pesquisa observou que 58,6% (30,1 milhões) não recebiam auxílio-alimentação; 14,8% (7,6 milhões) não tinham flexibilidade de horário; 37,3% (19,1 milhões) não tinham acesso a processos de capacitação profissional; 51,0% (26,2 milhões) não recebiam benefícios sociais complementares.
Na avaliação do nível de salário e complementos/gratificações salariais, 60,1% dos empregados estavam satisfeitos ou muito satisfeitos, com maior percentual na Região Sul (67,2%). Os maiores percentuais de insatisfação estavam nas regiões Nordeste (14,8%) e Norte (12,6%).
Na avaliação do auxílio-alimentação nas Grandes Regiões, observou-se que, no Sudeste estava o maior percentual de trabalhadores que recebiam o benefício (48,8%), sendo que o percentual não chegou a 40% nas demais regiões – os menores percentuais foram no Nordeste (32,4%) e Norte (34,4%). Entre os que recebiam o benefício, 66,1% dos trabalhadores se disseram satisfeitos ou muito satisfeitos com o valor do mesmo, com a proporção chegando a 70,5% na Região Sul.
A flexibilidade de horário, considerada um fator importante no processo de conciliação com a vida familiar, cuidados com saúde e capacitação nos estudos, alcançava 43,8 milhões (85,2%). Com destaque para a Região Sul, com 89,0%. Dos que tinham acesso ao benefício, 76,0% se disseram satisfeitos ou muito satisfeitos. Entre as Grandes Regiões, o Sul se destacou com a maior proporção de satisfeitos ou muito satisfeitos (80,6%) e o Norte, com a menor (70,2%)
O acesso a processos de capacitação profissional chegou a 62,7% dos empregados remunerados com 16 anos ou mais de idade, com destaque para o Sul (69,7%) e menores percentuais no Nordeste (52,5%) e Norte (56,0%). A proporção de trabalhadores satisfeitos ou muito satisfeitos chegou a 70,3% no país e foi maior no Sul (75,1%) e menor no Norte (64,2%).
A salubridade e a segurança no ambiente de trabalho foram avaliadas para empregados remunerados em dinheiro do setor privado com pelo menos três empregados no empreendimento em que trabalhavam. Do total, 71,1% se disseram satisfeitos ou muito satisfeitos, enquanto 6,4% se disseram insatisfeitos. O Nordeste teve a menor proporção de satisfeitos ou muito satisfeitos (61,7%) e a maior proporção de insatisfeitos (9,6%).
No recorte por sexo, cor ou raça e grupos de idade, pode-se observar que os homens, os brancos e as pessoas na faixa de 50 anos ou mais de idade se sentem satisfeitos ou muito satisfeitos com maior frequência do que os demais grupos (vide o quadro a seguir). O percentual de mulheres satisfeitas ou muito satisfeitas só suplantou o de homens em três aspectos: aqueles que investigaram a flexibilidade de horário no trabalho; a salubridade e a segurança no ambiente de trabalho e o referente à igualdade de oportunidade e de tratamento no trabalho. Já os jovens só se mostraram mais satisfeitos nos aspectos referentes ao valor do auxílio alimentação e no referente a flexibilidade no horário de trabalho.
O grau de satisfação também variou em proporção com a instrução e com a carga horária; por exemplo na faixa de 40 a 44 horas semanais, 74,6% dos trabalhadores se consideravam satisfeitos ou muito satisfeitos com suas jornadas de trabalho. Na comparação entre trabalhadores com e sem carteira de trabalho, os com carteira se mostraram satisfeitos ou muito satisfeitos em maior proporção na maioria dos itens, exceto em relação ao auxílio-alimentação e à flexibilidade de horário.
Entre 2014 e 2015, a população ocupada caiu, mas o número de trabalhadores associados a sindicatos aumentou
Dos 94,4 milhões de trabalhadores com 16 ou mais anos de idade existentes em 2015, um total de 18,4 milhões (19,5%) eram sindicalizados. Embora a população ocupada tenha decrescido de 2014 para 2015 em -3,8% ou 3,7 milhões de trabalhadores, o contingente de sindicalizados cresceu 11,4%, com um acréscimo de 1,9 milhão. A série histórica mostra que o ano de 2015 apresentou o maior contingente de trabalhadores sindicalizados e a maior variação percentual de crescimento anual desde 2004.
50,8% dos associados acreditam que os sindicatos defendem os direitos dos trabalhadores
Além das questões sobre associação sindical, tradicionalmente investigadas pela PNAD desde 1992, na edição de 2015 foram inseridas perguntas adicionais para subsidiar a atuação de diversos grupos da sociedade e aprimorar as políticas públicas de emprego e renda desenvolvidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. As novas informações se referem tanto aos trabalhadores associados a sindicato como aos que não eram associados.
Um destaque desse grupo de perguntas é que quando questionados sobre o motivo da associação, 50,8% dos sindicalizados responderam que se filiaram por acreditar que os sindicatos defendiam os direitos dos trabalhadores. Aproximadamente 4/5 deles declararam que não utilizavam os serviços oferecidos pelo sindicato e 81,8% não participavam das atividades por ele promovidas.
Entre os associados que participavam de atividades sindicais, 76,8% frequentavam as assembleias, cerca de 1/3 iam a manifestações, pouco mais da metade (56,3%) participavam de palestras, cursos ou debates, 46,1% de eventos comemorativos e 26,9% das atividades de lazer ou esportivas.
A pesquisa também revelou que 82,5% dos empregados estavam associados a sindicatos que não participaram de negociação ou dissídio coletivo no intervalo de um ano. Regionalmente, as Regiões Sul e Centro-Oeste apresentaram percentual maior que a média nacional. Destaca-se ainda a Região Nordeste, com apenas 14,5%.
Entre os 2,4 milhões (17,5%) de empregados associados a sindicato que tiveram participação em negociação ou dissídio coletivo, 92,2% informaram que a negociação foi referente a rendimento monetário, 56,9% a benefícios, 43,0% a jornada de trabalho e 40,4% relativas a condições de saúde e segurança do trabalho. Quase ¼ dos empregados informaram que o treinamento ou capacitação para o trabalho ou a igualdade de oportunidade de tratamento foi objeto de negociação do sindicato ao qual era associado.
Não conhecer o sindicato é o principal motivo da não associação
Em 2015, cerca de 83,1 milhões (80,9%) dos trabalhadores do Brasil não eram sindicalizados, dentre os quais 26,4% disseram que o principal motivo da não associação era o desconhecimento do sindicato que representava sua categoria. Para 23,6% dos entrevistados pesou o fato de o sindicato não ter os serviços que lhes interessavam. O descrédito do sindicato e o entendimento de que ele não representava seus interesses foi a razão para 16,6% dos trabalhadores não estarem associados, enquanto 11,8% disseram que não sabiam como se associar.
DOCUMENTO: http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=3418
FGV. IBRE. Confiança do Consumidor sofre queda em abril
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getúlio Vargas alcançou 82,2 pontos em abril, um recuo de 3,1 pontos na margem, devolvendo ¼ da alta de 12,2 pontos observada nos três meses anteriores.
“A queda da confiança dos consumidores em abril está relacionada a uma calibragem das expectativas, retratada pelo recuo do Índice de Expectativas para um nível distante da neutralidade (100 pontos), em um quadro que pode ser considerado como de pessimismo moderado. Não há como se descartar a possibilidade de que esta calibragem tenha relação com o mau humor provocado pela nova rodada de eventos políticos - como a divulgação da lista de políticos mencionados nas planilhas de controle da Odebrecht, ocorrida em 16 de abril.”, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora da Sondagem do Consumidor.
Em abril, tanto as avaliações sobre a situação atual quanto as expectativas em relação aos próximos meses pioraram. O Índice da Situação Atual (ISA) caiu 0,7 ponto, alcançando 70,8 pontos, e o Índice de Expectativas (IE) recuou 4,6 pontos, para 91,1 pontos.
Após três meses consecutivos de resultados positivos, as avaliações dos consumidores sobre o estado atual da economia e das finanças familiares pioraram. O indicador que mede o grau de satisfação com a situação econômica caiu 0,9 ponto, para 76,9 pontos. Já o Indicador de percepção com a situação financeira da família devolveu a alta discreta de março, estabilizando-se em 65,4 pontos.
Os consumidores ajustaram seu otimismo em relação às perspectivas futuras da economia, finanças familiares e intenção de compras de duráveis. Dentre os quesitos que integram o ICC, o Indicador de Ímpeto de Compras de Duráveis nos meses seguintes foi o que mais contribuiu para a queda do índice no mês, ao recuar 7,2 pontos e atingir 71,1 pontos. Os demais indicadores de Expectativas também recuaram: o que mede o otimismo com a economia caiu 3,0 pontos, para 112,4 pontos; o que mede o otimismo com situação financeira familiar recuou 3,0 pontos para 91,3 pontos. Apesar de algumas variáveis econômicas (inflação e taxa de juros) e incentivos como o FGTS colaborem para aumentar a satisfação e perspectivas, o aumento de incerteza, principalmente no ambiente político parecem agir como uma ducha de água fria no sentimento dos consumidores.
A queda da confiança ocorreu em todas as faixas de renda, sendo mais expressiva entre os consumidores pertencentes às duas primeiras (até R$4.800,00 de renda familiar mensal), nas quais o índice caiu, respectivamente, 4,3 e 4,2 pontos. Os consumidores com renda familiar até R$2.100,00 são os que apresentam o menor nível de confiança, influenciado por avaliações negativas sobre a situação financeira atual e a piora das expectativas em relação à situação econômica.
A edição de abril de 2017 coletou informações de 2047 domicílios entre os dias 1 e 22 de abril.
DOCUMENTO: http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumPageId=402880972283E1AA0122841CE9191DD3&lumItemId=8A7C82C5593FD36B015BA9CDBF167F7D
FGV. IBRE. 26/04/2017. INCC-M recua em Abril
O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) registrou, em abril, taxa de variação de -0,08%, abaixo do resultado do mês anterior, de 0,36%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de -0,18%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,26%. O índice referente à Mão de Obra não registrou variação. No mês anterior, a taxa de variação foi de 0,45%. O INCC-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
Materiais, Equipamentos e Serviços
No grupo Materiais, Equipamentos e Serviços, o índice correspondente a Materiais e Equipamentos registrou variação de -0,21%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,24%. Dos quatro subgrupos componentes, três apresentaram decréscimo em suas taxas de variação, destacando-se materiais para estrutura, cuja taxa passou de -0,08% para -0,67%.
A parcela relativa a Serviços passou de uma taxa de 0,32%, em março, para -0,07%, em abril. Neste grupo, vale destacar a desaceleração de taxas de serviços e licenciamentos, cuja taxa passou de 1,19% para 0,16%.
Mão de obra
O índice referente à Mão de Obra não registrou variação. No mês anterior, a taxa de variação foi de 0,45%.
Capitais
Seis capitais apresentaram desaceleração em suas taxas de variação: Brasília, Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo. Em contrapartida, Salvador registrou aceleração.
DOCUMENTO: http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumPageId=402880972283E1AA0122841CE9191DD3&lumItemId=8A7C82C5593FD36B015BA9C5F1015427
SECOVI. INCORPORAÇÃO. 26/04/2017. Vendas de imóveis novos de fevereiro superam as de janeiro. Mas resultados ainda são tímidos, conforme o presidente do Secovi-SP, Flavio Amary
A Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, apurou que em fevereiro foram comercializadas na cidade de São Paulo 798 unidades residenciais novas. O volume é 28,3% superior ao total vendido em janeiro (622 unidades) e 4,5% inferior a fevereiro de 2016, quando foram comercializadas 836 unidades. No acumulado de 12 meses (março de 2016 a fevereiro de 2017), foram comercializadas 15.804 unidades, uma redução de 22,8% em relação ao mesmo período de 2016, quando foram vendidas 20.465 unidades.
Apesar da melhora em relação a janeiro, os números permanecem tímidos comparativamente aos dados históricos. Na avaliação do presidente do Secovi-SP, Flavio Amary, o comportamento do mercado ainda reflete os resultados econômicos negativos dos anos de 2015 e 2016. “No entanto, com a inflação cada vez mais próxima do centro da meta, de 4,5% a.a., as perspectivas de queda da taxa de juros vão se concretizando mês a mês, reforçando a expectativa de que este ano será o marco inicial para a retomada do setor”, diz.
Lançamentos – De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), a cidade de São Paulo registrou no mês de fevereiro um total de 179 unidades residenciais lançadas, volume 244,2% superior ao registrado em janeiro (52 unidades). Comparado a fevereiro de 2016, quando foram lançadas 171 unidades, houve aumento de 4,7%. No acumulado de 12 meses (março de 2016 a fevereiro de 2017), foram lançadas 16.724 unidades, uma variação negativa de 26,2% comparativamente aos 12 meses calculados de março de 2015 a fevereiro de 2016, período que totalizou o lançamento de 22.669 unidades.
O que explica a inércia do setor imobiliário mesmo diante da melhora da inflação e da taxa de juros neste início do ano são os altos índices de desemprego, que afetam a confiança do consumidor e fazem com que ele ainda evite comprometer o orçamento familiar com gastos significativos, como a compra de um imóvel, analisa Celso Petrucci, economista-chefe da entidade.
O vice-presidente de Incorporação Imobiliária, Emilio Kallas, lembra que, nesse sentido, o governo vem sinalizando disposição para impulsionar a indústria imobiliária, justamente por confiar na sua capacidade de reativar a economia e em seu forte poder de gerar emprego e renda.
Na capital paulista, ele reforça que os empreendedores imobiliários aguardam ajustes na Lei de Zoneamento para que possam lançar novos projetos. “Alguns parâmetros precisam revistos, a fim de equilibrar os custos de produção com o preço final para o comprador”, conclui.
Oferta de imóveis novos – A capital paulista encerrou o mês de fevereiro de 2017 com a oferta de 22.546 unidades disponíveis para venda. Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (março de 2014 a fevereiro de 2017). Fevereiro apresentou queda de 3,7% em relação ao mês anterior (23.414 unidades) e redução de 13,6% em comparação com fevereiro de 2016 (26.083 unidades).
Dormitórios - Em fevereiro, os imóveis de 2 dormitórios predominaram nas vendas e na oferta final, com 337 unidades e 9.230 unidades, respectivamente. Com 73 unidades lançadas, os imóveis de 2 dormitórios foram superados pelos de 3 dormitórios, que tiveram 76 unidades lançadas e também o melhor VSO, de 4,3%, com 234 unidades comercializadas em relação à oferta de 5.473 unidades (5.397 de oferta inicial mais 76 lançamentos).
Área útil - Imóveis com até 45 m² de área útil registraram a maior volume de vendas (272 unidades). Em relação aos lançamentos, as faixas de 45 m² a 65 m² e de 85 m² a 130 m² dividiram a liderança com 70 unidades lançadas cada. As unidades com área útil de 85 m² a 130 m² ainda apresentaram o melhor VSO (4,5%), resultado da venda de 107 unidades em relação à oferta de 2.368 unidades.
Faixa de preço - Os imóveis com preços na faixa de R$ 225 mil a R$ 500 mil lideraram as vendas (347 unidades), os lançamentos (61 unidades) e a oferta final (11.053 unidades). O melhor VSO foi de 8,4% dos imóveis com preços inferiores a R$ 225 mil, resultado de 105 vendas em relação à oferta de 1.244 imóveis.
Zonas da cidade - A análise por zonas da cidade mostra que, em fevereiro, a zona Oeste registrou a maior quantidade de vendas (218 unidades) e o melhor VSO (4,4%). A zona Sul ficou com a melhor marca de lançamentos (84 unidades) e de oferta final (5.914 unidades).
UNICA. 26/04/2017. SETOR. MOAGEM PREVISTA PARA O CENTRO-SUL NA SAFRA 2017/2018 É DE 585 MILHÕES DE TONELADAS
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), em conjunto com os demais sindicatos e associações de produtores do Centro-Sul e o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), concluiu a estimativa para a safra 2017/2018 de cana-de-açúcar.
A projeção indica uma moagem de 585 milhões de toneladas, queda de 22,14 milhões de toneladas em relação às 607,14 milhões de toneladas processadas na safra anterior. Esta queda resulta, sobretudo, da ligeira retração na área disponível para colheita e da diminuição esperada na produtividade agrícola do canavial a ser colhido no ciclo 2017/2018.
Os dados apurados e compilados pela UNICA e demais associações, bem como o mapeamento da lavoura a partir de imagens de satélite, apontam para uma redução de aproximadamente 1,5% na área disponível para colheita em 2017/2018. Esse recuo decorre da estagnação da área cultivada e da maior renovação do canavial com plantio de 18 meses.
Com efeito, informações sobre o plantio coletadas pelo CTC no início de 2017, para uma amostra de 230 empresas, revelam um crescimento de 45,12% na área de cana plantada entre dezembro de 2016 e março de 2017, quando comparado ao índice registrado no mesmo período dos anos anteriores. O maior plantio foi estimulado pela necessidade de renovação do canavial e pelos preços mais remuneradores observados ao longo do ciclo 2016/2017.
Em relação à produtividade agrícola, dois fatores principais influenciaram a expectativa de queda para a safra 2017/2018: a redução na quantidade de cana bisada e o envelhecimento do canavial.
No ciclo 2016/2017, quase 8% da área colhida foi representada por cana bisada, cujo rendimento agrícola médio atingiu 97,19 toneladas por hectare. Já para a safra 2017/2018, este percentual deve totalizar cerca de 1%, reduzindo, portanto, o efeito positivo dessa variável sobre a produtividade média do canavial colhido no Centro-Sul.
No tocante ao envelhecimento do canavial, no último ano a área de reforma e de expansão da lavoura respondeu por apenas 14,5% da área colhida, muito aquém dos 18% que deveriam ser observados em uma condição regular de produção. Como resultado, a idade média do canavial disponível para a colheita no ciclo 2017/2018 aumentou: saltou de 3,55 anos registrados na safra 2016/2017, para 3,72 anos na 2017/2018.
O efeito do envelhecimento da lavoura e da menor proporção de cana bisada sobre o rendimento agrícola deve ser atenuado pelas melhores condições climáticas observadas até o momento em diversas regiões canavieiras e pela retomada dos tratos culturais em níveis satisfatórios ao longo do último ano. Adicionalmente, no ciclo 2016/2017 a produtividade agrícola foi impactada pela geada que acometeu parte dos canaviais - fenômeno que, a princípio, não deve ocorrer nessa nova safra.
Como consequência direta da conjunção de todos esses elementos supramencionados, o rendimento esperado para a área a ser colhida no ciclo 2017/2018 apresenta queda de aproximadamente 2% na comparação com o último ano, quando alcançou 76,64 toneladas de cana por hectare.
Número de unidades em operação
A capacidade de moagem e o número de unidades em operação não devem sofrer alteração significativa na safra 2017/2018.
Levantamento conduzido pela UNICA e demais sindicatos do Centro-Sul indica que duas unidades fechadas nos últimos anos devem ser reativadas no ciclo que se inicia, sendo uma no Estado de São Paulo e outra no Mato Grosso do Sul.
Em contrapartida, quatro unidades que operaram na última safra não devem processar cana em 2017. Devido à baixa oferta de matéria-prima, essas empresas decidiram direcionar a cana-de-açúcar para processamento em outras plantas industriais.
Qualidade da matéria-prima
A projeção para a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana é de 134,40 kg na safra 2017/2018, contra 133,03 kg verificados no último ano.
Produção de açúcar e de etanol
Do volume total de matéria-prima a ser processada na safra 2017/2018, a UNICA estima que 46,99% deverá ser destinada à produção de açúcar. Com isso, a fabricação projetada é de 35,20 milhões de toneladas de açúcar, ligeira queda de 1,2% no comparativo com as 35,63 milhões de toneladas a registradas na safra 2016/2017.
Esse cenário fundamenta-se na expectativa de que a menor quantidade de matéria-prima deva limitar a expansão da produção de açúcar, mesmo com o aumento observado na capacidade instalada de cristalização no Centro-Sul.
Nesse contexto, a produção esperada de etanol deverá somar 24,70 bilhões de litros, retração de 3,71% no comparativo com os 25,65 bilhões verificados na safra 2016/2017. Deste volume, 10,84 bilhões serão de etanol anidro e 13,86 bilhões de litros de hidratado.
A produção estimada de etanol incorpora mais de 300 milhões de litros fabricados no Brasil a partir de milho. Com efeito, o volume produzido de etanol de milho no ciclo 2016/2017 totalizou 234,15 milhões de litros, sendo 36,64 milhões de litros de etanol anidro e 197,51 milhões de litros de hidratado.
O volume de produção projetado, associado a um crescimento de 0,50% previsto para o consumo de combustíveis leves no País, apontam para uma retração próxima de 600 milhões de litros das vendas de etanol hidratado carburante na safra 2017/2018 em relação ao ciclo anterior. No caso do anidro, a estimativa indica um crescimento superior a 200 milhões de litros para o mesmo período.
No que tange à exportação do biocombustível pelo Centro-Sul, esta deve totalizar cerca de 1,10 bilhão de litros no ciclo 2017/2018, abaixo do volume registrado em 2016/2017 (1,36 bilhão de litros).
Estimativa da safra 2017/2018: http://www.unicadata.com.br/listagem.php?idMn=81
APEX-BRASIL. PROMOÇÃO COMERCIAL. 25/04/2017. EMPRESAS BRASILEIRAS NA MAIOR FEIRA DE RADIODIFUSÃO DO MUNDO
Começa hoje, 24 de abril, a maior feira mundial do setor de radiodifusão, na cidade de Las Vegas – EUA. O Pavilhão Brasil, presente no evento desde 2007, terá a participação de 15 empresas. Roberto de Souza Pinto, Presidente do Sindvel, fala um pouco sobre a importância da feira para o Brasil: “O Vale da Eletrônica, através do Projeto PS Eletroeletrônicos Brasil coordenado pelo SINDVEL e desenvolvido em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), não só participa como é o responsável pela organização do pavilhão brasileiro na NAB, demonstrando e comprovando a importância e a força do evento para impulsionar os negócios, ampliar nossas empresas, gerar emprego e renda para o Brasil”.
O CEO da VoiceInteraction, João Neto é contundente: "Não podíamos perder esta oportunidade única!”. A empresa apresenta na feira o Audimus.Media, que gera legendas de forma automática e em tempo real para todo o tipo de programação ao vivo e streaming. É uma solução inteligente que assegura o cumprimento dos requisitos da ANATEL sem aumentar os custos dos canais de televisão.
Na área de monitoramento de mídia e controle de qualidade sobre conteúdos, está sendo apresentado o MMS – Edição Broadcast, um sistema de gravação, armazenamento e acesso de vídeo combinado com ferramentas automáticas de transcrição, segmentação e indexação de programas de TV para gravação legal da própria emissão ou criação de arquivo com vários fins. O CEO conclui: “Esperamos terminar a feira não só com novas oportunidades de negócio em vista, mas também acompanhar as tendências atuais da indústria que detêm uma atmosfera única que favorece o desenvolvimento de relações interpessoais”.
Edson Tessarini Pedroso, da EiTV, afirma que é durante a NAB Show que muitos empresários decidem sobre compra de equipamentos e serviços para seus projetos, lá está a principal vitrine tecnológica de TV do planeta. A EiTV apresenta quatro produtos nessa edição, onde se destaca o EiTV Inspector, produto completo para emissoras, pois monitora o sinal RF (Nível, CNR e BER) e analisa o Transport Stream com decodificação das tabelas e descritores do ISDB-Tb. O principal objetivo é atender as exigências para gravação de censura, uma grande necessidade do mercado atual.
O representante da WiMobilis, Mozart Franco, espera que a feira dê continuidade em uma série de oportunidades em curso e consolide parcerias comerciais estratégicas. Por isso, o foco é o WM-OneTV, um dos carros chefes da empresa hoje, que é um produto com altíssimo nível de integração dos principais equipamentos para transmissão de TV Digital, bem como Codificadores de áudio e vídeo, implementador de funcionalidades ISDB-T, Mux e Remux, em apenas uma unidade de rack. Entre outros produtos,a WiMobilis apresenta também soluções para geração de Closed Caption por reconhecimento de fala.
Uma das mais importantes instituições de ensino de tecnologia do Brasil também prestigia a NAB Show. Segundo Leandro Furtado Guerzoni, “O objetivo é fortalecer o processo de internacionalização do Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações) como provedor de Educação em Tecnologia, a prospecção de oportunidades nos mercados latino e norte americano para soluções que possam ser desenvolvidas e transferidas para o mercado brasileiro e estreitar oo relacionamento com o setor de broadcast nas Américas”.
A instituição apresenta os resultados do projeto do Centro de Referência em Rádio Comunicações (CRR), cujo objetivo é gerar conhecimento para ser transferido ao mercado, agregando tecnologia nacional para aumentar a competitividade global. O Inatel também se apresenta como unidade EMBRAPII para desenvolvimento de soluções em comunicações digitais aceleradas com apoio de fomento à inovação e seu portfólio de capacitações na modalidade de Educação à Distância
Hélida Carvalho, da Palylist Soluções, está animada e com as melhores expectativas para o evento, já que é uma grande oportunidade de demonstrar softwares para pessoas do mundo inteiro e colher informações para saber como inovar no setor. Além dos softwares já conhecidos, a Playlist Soluções lança o Aires Mobile Studio, software que dará ainda mais dinâmica e interatividade nas transmissões de áudio. “Somos inovadores e experientes e queremos ampliar nosso rol de clientes por toda parte”, diz Hélida.
O Brasil está muito bem representado na NAB Show e o Presidente do SINDVEL, Roberto, completa: “A NAB é uma oportunidade única de se relacionar com os maiores e melhores players do mercado mundial de radiodifusão, conhecer e acompanhar as tendências do mercado, encontrar fabricantes de produtos com soluções para integração no sistema de TV digital, encontrar clientes e amigos, estabelecer parcerias e abrir novas frentes de mercado, com significativo aumento de vendas.” A feira se encerra no dia 27 de abril.
Eletroeletrônicos Brasil
O Projeto Eletroeletrônicos Brasil é uma parceria do SINDVEL - Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica e da Apex-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, e tem por objetivo abrir novos mercados, consolidar e ampliar a atuação de empresas brasileiras no mercado internacional sobretudo através do incremento nas vendas de itens com maior valor agregado. Saiba mais em: http://eletroeletronicosbrasil.com.br/projeto/
APEX-BRASIL. PROMOÇÃO COMERCIAL. 24/04/2017. COMPONENTES BRASILEIROS EM NOVA IORQUE
Nesta quinta-feira, 20/04, o design para calçados brasileiros desembarca em Nova Iorque para se apresentar, em evento fechado para 200 pessoas, na Material Connexion - principal espaço físico permanente de materiais e design de Nova Iorque, que reúne acervo físico e virtual permanente de materiais para criações em moda, arquitetura e artes, entre outros segmentos.
A presença do setor de componentes para calçados, acessórios e moda acontece por meio do projeto de exportação By Brasil Components and Chemicals - projeto de incentivo às exportações executada em parceria entre a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Convidados para integrar o hall de peças e produtos, após celebrado o encontro, os componentes brasileiros ficarão disponíveis no painel Spotlight da biblioteca em Nova Iorque - por onde passam anualmente milhares designers e profissionais de grandes marcas.
Segundo a Superintendente da Assintecal, Ilse Guimarães, que estará representando o By Brasil, o evento possibilita conectar-se com profissionais da indústria, clientes e imprensa. “É uma oportunidade única para encontrar compradores que estão em busca de materiais inovadores e ser apresentado à imprensa de moda e designers. O Material Connexion é voltado à qualidade e inovação em design, onde o Brasil se vê cada vez mais representado pelo seu cluster de componentes de calçados”.
Além da biblioteca em Nova Iorque, após dia 20 de abril, todos os materiais verde-amarelos também estarão disponíveis on-line no site da Material Connexion https://www.materialconnexion.com/
By Brasil (http://www.bybrasil.org.br)
Os fabricantes brasileiros que integram o setor de componentes interessados em ampliar suas relações comerciais com o mercado externo têm a oportunidade de participar, assim como outras 190 empresas, do projeto By Brasil Components and Chemicals, realizado pela Assintecal e pela Apex-Brasil, que pretende promover um bom desempenho das exportações e, consequentemente, do setor. O projeto possui soluções adequadas a cada nível de internacionalização, mantendo ao alcance das empresas ações de promoção comercial, inteligência, capacitação, entre outros. Para mais informações, entre em contato por meio do e-mail relacionamento@assintecal.org.br.
Assintecal (http://www.assintecal.org.br)
Há três décadas a Associação Brasileira de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) atua diretamente na expansão de seu setor coureiro-calçadista. Seu trabalho é reconhecido pela força e diálogo com todas as esferas governamentais, pela consolidação do mercado internacional e pelo desenvolvimento em pesquisas e conteúdo de moda. A entidade responde por um setor que possui 3 mil empresas. Sediada em Novo Hamburgo (RS), possui também escritórios em São João Batista (SC), Nova Serrana (MG), Birigui (SP), Franca (SP) e Jau (SP).
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LGCJ.: