IBGE. 13/04/2016. Em fevereiro, setor de serviços cai (-4,0%)
Período | Volume | Receita Nominal |
---|---|---|
Fevereiro 2016 / Fevereiro 2015
|
-4,0%
|
1,9%
|
Acumulado em 2016
|
-4,5%
|
0,9%
|
Acumulado em 12 meses
|
-3,7%
|
1,2%
|
Em fevereiro, o setor de serviços registrou queda de 4,0% no volume de serviços, na comparação com igual mês do ano anterior, tendo sido de -5,0% tanto em janeiro de 2016 quanto em dezembro de 2015. Observam-se variações negativas em todos os segmentos: Serviços prestados às famílias (-1,4%); Serviços de informação e comunicação (-5,3%); Serviços profissionais, administrativos e complementares (-4,3%), Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (-2,0%) e Outros serviços (-6,1%). A taxa acumulada no ano ficou em -4,5% e, em 12 meses, -3,7%. O agregado especial das Atividades turísticas registrou crescimento pelo segundo mês seguido, isto é, 1,3%, em fevereiro e 0,5%, em janeiro, contra queda de 1,6%, em dezembro. A receita nominal registrou crescimento de 1,9%, em fevereiro, em relação à fevereiro de 2015, após queda de 0,1% em janeiro e crescimento de 0,3% em dezembro. A taxa acumulada da receita nominal no ano ficou em 0,9% e, em 12 meses, ficou em 1,2%.
Tabela 1
Indicadores de Volume dos Serviços, Segundo Grupos de Atividades
Brasil - Fevereiro 2016
Atividades | Mês/Igual Mês do Ano Anterior | Acumulado | |||
---|---|---|---|---|---|
Taxa de Variação (%) | Taxa de Variação (%) | ||||
Dez
|
Jan
|
Fev
|
No Ano
|
12 Meses
| |
Brasil |
-5,0
|
-5,0
|
-4,0
|
-4,5
|
-3,7
|
1 - Serviços prestados às famílias |
-7,3
|
-4,1
|
-1,4
|
-2,9
|
-5,5
|
1.1 - Serviços de alojamento e alimentação |
-5,9
|
-3,0
|
-2,7
|
-2,8
|
-5,6
|
1.2 - Outros serviços prestados às famílias |
-14,9
|
-11,6
|
6,4
|
-3,1
|
-4,6
|
2 - Serviços de informação e comunicação |
-0,4
|
-2,1
|
-5,3
|
-3,7
|
-0,8
|
2.1 - Serviços TIC |
-0,3
|
-2,5
|
-4,7
|
-3,6
|
-0,4
|
2.11 - Telecomunicações |
-3,2
|
-3,0
|
-3,9
|
-3,4
|
-1,3
|
2.12 - Serviços de tecnologia da informação |
8,2
|
-0,8
|
-7,5
|
-4,2
|
3,1
|
2.2- Serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias |
-1,1
|
1,4
|
-10,4
|
-4,5
|
-3,9
|
3 - Serviços profissionais, administrativos e complementares |
-8,8
|
-9,1
|
-4,3
|
-6,7
|
-4,8
|
3.1 - Serviços técnico-profissionais |
-12,5
|
-14,6
|
0,5
|
-7,3
|
-8,6
|
3.2 - Serviços administrativos e complementares |
-7,3
|
-7,4
|
-5,7
|
-6,6
|
-3,5
|
4 - Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio |
-6,9
|
-5,8
|
-2,0
|
-4,0
|
-5,3
|
4.1 - Transporte terrestre |
-11,5
|
-12,1
|
-6,8
|
-9,6
|
-10,4
|
4.2 - Transporte aquaviário |
6,2
|
6,5
|
11,7
|
9,1
|
16,8
|
4.3 - Transporte aéreo |
16,3
|
24,6
|
14,2
|
19,3
|
10,3
|
4.4 - Armazenagem, serviços auxiliares dos transportes e correio |
-5,2
|
-3,7
|
-0,1
|
-1,9
|
-2,9
|
5 - Outros serviços |
-10,3
|
-7,9
|
-6,1
|
-7,0
|
-8,8
|
Atividades turísticas |
-1,6
|
0,5
|
1,3
|
0,9
|
-1,2
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
Em termos de composição da taxa global de volume, a contribuição dos segmentos, por ordem de contribuição, foram os seguintes: Serviços de informação e comunicação, com -2,2 p.p., Serviços profissionais, administrativos e complementares, com -0,8 p.p., Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, com -0,6 p.p, Outros serviços, com -0,3 p.p. e Serviços prestados às famílias, com -0,1 p.p.
Tabela 1A
Indicadores de Receita Nominal do Setor de Serviços, Segundo Grupos de Atividades
Brasil - Fevereiro 2016
Atividades | Mês/Igual Mês do Ano Anterior | Acumulado | |||
---|---|---|---|---|---|
Taxa de Variação (%) | Taxa de Variação (%) | ||||
Dez
|
Jan
|
Fev
|
No Ano
|
12 Meses
| |
Brasil |
0,3
|
-0,1
|
1,9
|
0,9
|
1,2
|
1 - Serviços prestados às famílias |
-0,9
|
2,1
|
5,0
|
3,4
|
0,9
|
1.1 - Serviços de alojamento e alimentação |
-0,1
|
2,9
|
3,1
|
3,0
|
0,4
|
1.2 - Outros serviços prestados às famílias |
-5,6
|
-3,0
|
16,6
|
6,4
|
4,3
|
2 - Serviços de informação e comunicação |
2,0
|
0,7
|
-2,0
|
-0,7
|
-0,1
|
2.1 - Serviços TIC |
2,2
|
0,0
|
-1,3
|
-0,6
|
0,3
|
2.11 - Telecomunicações |
-0,5
|
-0,3
|
-0,4
|
-0,4
|
-0,4
|
2.12 - Serviços de tecnologia da informação |
10,2
|
1,4
|
-4,6
|
-1,6
|
2,9
|
2.2- Serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias |
0,5
|
5,0
|
-6,6
|
-0,8
|
-2,6
|
3 - Serviços profissionais, administrativos e complementares |
-1,7
|
-2,3
|
3,0
|
0,3
|
2,5
|
3.1 - Serviços técnico-profissionais |
-5,4
|
-7,9
|
8,4
|
0,1
|
-1,1
|
3.2 - Serviços administrativos e complementares |
-0,3
|
-0,5
|
1,3
|
0,4
|
3,7
|
4 - Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio |
0,9
|
0,2
|
4,9
|
2,4
|
2,2
|
4.1 - Transporte terrestre |
0,7
|
-2,3
|
3,8
|
0,7
|
1,2
|
4.2 - Transporte aquaviário |
6,2
|
6,5
|
11,6
|
9,1
|
16,8
|
4.3 - Transporte aéreo |
-1,2
|
3,8
|
3,4
|
3,6
|
0,2
|
4.4 - Armazenagem, serviços auxiliares dos transportes e correio |
1,1
|
2,3
|
6,1
|
4,1
|
2,4
|
5 - Outros serviços |
-3,0
|
-0,7
|
1,4
|
0,3
|
-1,3
|
Atividades turísticas |
0,1
|
1,6
|
3,6
|
2,5
|
0,6
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
Tabela 2
Composição da Taxa Mensal dos Serviços,
Segundo Grupos de Atividades, Brasil - Fevereiro 2016
Atividades | Taxa | Contribuição absoluta (p.p.) |
---|---|---|
Brasil |
- 4,0
|
- 4,0
|
1 - Serviços prestados às famílias |
- 1,4
|
- 0,1
|
1.1 - Serviços de alojamento e alimentação |
- 2,7
|
- 0,1
|
1.2 - Outros serviços prestados às famílias |
6,4
|
0,0
|
2 - Serviços de informação e comunicação |
- 5,3
|
- 2,2
|
2.1 - Serviços TIC |
- 4,7
|
- 1,7
|
2.11 - Telecomunicações |
- 3,9
|
- 1,1
|
2.12 - Serviços de tecnologia da informação |
- 7,5
|
- 0,6
|
2.2- Serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias |
- 10,4
|
- 0,5
|
3 - Serviços profissionais, administrativos e complementares |
- 4,3
|
- 0,8
|
3.1 - Serviços técnico-profissionais |
0,5
|
0,0
|
3.2 - Serviços administrativos e complementares |
- 5,7
|
- 0,8
|
4 - Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio |
- 2,0
|
- 0,6
|
4.1 - Transporte terrestre |
- 6,8
|
- 1,1
|
4.2 - Transporte aquaviário |
11,7
|
0,2
|
4.3 - Transporte aéreo |
14,2
|
0,3
|
4.4 - Armazenagem, serviços auxiliares dos transportes e correio |
- 0,1
|
0,0
|
5 - Outros serviços |
- 6,1
|
- 0,3
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
(1) Base 2011=100
(1) Base 2011=100
O segmento de Serviços prestados às famílias apresentou uma queda de 1,4% no volume de serviços, em fevereiro, sobre igual mês do ano anterior, contra -4,1% em janeiro e -7,3% em dezembro, mantendo a série constante de variações negativas de volume, a partir de maio de 2014. A variação acumulada no ano ficou em -2,9% e em 12 meses, -5,5%. Os Serviços de alojamento e alimentação registraram que de -2,7% e Outros serviços prestados às famílias registraram crescimento de 6,4%.
Os Serviços de informação e comunicação registraram variação negativa de 5,3% no volume de serviços, em fevereiro, na comparação com igual mês do ano anterior, com variações negativas também de 2,1% em janeiro e 0,4% em dezembro. A variação acumulada no ano ficou em -3,7% e, em 12 meses, ficou em -0,8%.
Os Serviços de tecnologia da informação e comunicação-TIC apresentaram variação de -4,7% no volume de serviços, com destaque para Telecomunicações, com -3,9% e Serviços de tecnologia da informação, com -7,5%. Os Serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias, apresentaram queda de 10,4% no volume de serviços, frente à igual mês do ano anterior.
O segmento de Serviços profissionais, administrativos e complementares apresentou queda no volume de serviços de 4,3%, em fevereiro, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, com quedas também em janeiro (9,1%) e dezembro (8,8%). A variação de volume acumulada no ano ficou em -6,7% e em 12 meses, -4,8%.
Os Serviços técnico-profissionais, correspondentes aos serviços intensivos em conhecimento, apresentaram crescimento de 0,5% no volume de serviços e os Serviços administrativos e complementares, que abrangem as atividades intensivas em mão-de-obra, recuo de 5,7%.
O segmento de Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio registrou variação negativa de volume de 2,0%, em fevereiro, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Em janeiro e dezembro, o segmento registrou variações negativas de 5,8% e 6,9%, respectivamente. A variação de volume acumulada no ano ficou em -4,0% e, em 12 meses, -5,3%.
Por modalidade, os resultados de volume foram: Transporte terrestre, com -6,8%, Transporte aquaviário, com 11,7% e Transporte aéreo, com 14,2%. A atividade de Armazenagem, serviços auxiliares dos transportes e correio apresentou decréscimo de 0,1%.
O segmento de Outros serviços apresentou variação de volume de -6,1% em fevereiro, sendo -7,9% em janeiro e -10,3% em dezembro. A variação acumulada no ano ficou em -7,0% e, em 12 meses, -8,8%.
As Atividades turísticas registraram crescimento de 1,3%, em fevereiro, na comparação com fevereiro de 2015, acompanhando o crescimento de 0,5% de janeiro. Em dezembro de 2015, o setor turístico registrou queda de 1,6%. A variação acumulada no ano ficou em 0,9% e, em 12 meses, -1,2%.
Resultados regionais: Rondônia, Roraima, DF e Mato Grosso tiveram maiores altas
No que se refere aos resultados regionais do setor de serviços em fevereiro, na comparação com igual mês do ano anterior, as maiores variações positivas foram as seguintes: Rondônia (16,5%), Roraima (9,8%), Distrito Federal e Mato Grosso (ambas com 8,2%). As maiores variações negativas de volume foram observadas no Amapá (-18,3%), Amazonas (-18,1%) e Sergipe (-9,7%).
Em termos regionais, analisando-se as Atividades turísticas, segundo as Unidades da Federação selecionadas, as variações positivas de volume foram registradas no Distrito Federal (12,8%), Goiás (6,2%), Pernambuco (5,7%), Ceará (5,3%) e Rio de Janeiro (5,0%). As variações negativas de volume foram registradas no Paraná (-6,9%), Santa Catarina (-5,3%), Minas Gerais (-3,7%), Espírito Santo (-1,6%), Rio Grande do Sul (-1,1%), Bahia (-0,4%) e São Paulo (-0,3%). Destaca-se, também, que todas as Unidades da Federação selecionadas apresentaram crescimento na receita nominal em fevereiro, na comparação com igual mês do ano anterior.
DOCUMENTO: http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=3140
ANP. PORTAL G1. 13/04/2016. ANP espera aumento na importação de combustíveis em dez anos. Dependência externa deve atingir 198 mil barris por dia em 2026. Importação média do cenário atual é 32 mil barris por dia, diz Chambriard.
Cristiane Caoli
Do G1, no Rio
A estimativa da Agência Nacional de Petróleo (ANP) é de que a dependência externa de combustíveis no ciclo Otto (gasolina mais etanol) passe dos 32 mil barris por dia (b/d) do cenário atual para 198 mil barris por dia em 2026. Em 2030, a importação média de combustíveis no ciclo Otto deve atingir 408 mil b/d em 2030, declarou a diretora-geral Magda Chambriard.
Ainda de acordo com estimativa apresentada pela executiva, no 12º Fórum de Debates sobre Qualidade e Uso dos Combustíveis, a importação média brasileira de diesel A deve atingir 205 mil barris por dia em 2026 e 424 mil b/d em 2030, considerando que a refinaria do Comperj entre em operação em 2023.
Sem considerar a atividade da refinaria do Comperj, essa estimativa sobe para 264 mil barris ao dia em 2026 e 483 mil barris ao dia em 2030, disse Chambriard, nesta quarta-feira (13), no Centro do Rio de Janeiro.
“Como 2023 está longe, a gente apresentou os dois cenários. Vocês vêm que no mínimo tem movimentação portuária extremamente relevante a ser tratada”, ressaltou na apresentação.
De acordo com ela, "se vê principalmente" diesel e gasolina entrando por São Luiz, no Maranhão, Suape, em Pernambuco, e São Sebastião, no estado de São Paulo. A executiva afirmou que, se continuar dessa forma, os três portos terão "praticamente" um milhão de barris por dia entrando por eles.
"Diariamente a gente fornece subsídios para discussão dessa carência nos portos, que é absolutamente essencial para o abastecimento dos combustíveis. Fazer algo logo, do contrário, vamos ter problemas", afirmou.
Estoques estratégicos
Chambriard falou também sobre a necessidade do que ela denominou “estoque estratégico”, em caso de possíveis entreveros que possam surgir em uma situação de um milhão de barris por dia chegando aos três portos.
“Um ponto que não pode ser esquecido. Se chegar a esse número de um milhão de barris (...) dificilmente vai deixar de reconhecer que isso aí é uma operação complicada nos portos e tem muita chance de ter entreveros. E entreveros só vamos solucionar com estoque estratégico. Se a questão ficar complicada, necessariamente vai ter uma conta para pagar em estoque estratégico. É só um sinalzinho amarelo que estamos trazendo para a discussão”, concluiu.
Refinarias
A executiva declarou ainda que seria necessária, para o que ela chamou de “percurso da autossuficiência”, a existência no país de mais duas refinarias, além das que já estão planejadas.
"Se olhar a capacidade instalada, ou seja, o parque de refino do Brasil não mudou muito. Em termos de refinarias novas, não fizemos muito. (...) O Brasil tinha pensado antes uma [refinaria] no Maranhão e outra no Ceará. Na visão do ANP não é isso. Na visão da ANP, a gente teria que ter uma no Maranhão e a outra para cobrir o Sudeste e o Centro-Oeste, como a gente já tem uma refinaria em Minas mais ao leste, essa segunda refinaria poderia ser, por exemplo, no triângulo mineiro", disse.
Apesar de afirmar que o Brasil tem um cenário "que considero espetaculares no que se refere ao automotivo" e que o país hoje tem o quarto maior mercado consumidor do mundo no setor, ela ressaltou que a ANP entra somente no mérito do "tem carência ou não".
"O Brasil adora diagnósticos, a gente fez diagnóstico: temos que mitigar risco de abastecimento”, concluiu.
ANP. PORTAL UOL. JORNAL FSP. 13/04/2016. Brasil precisa de mais 2 refinarias para ser autossuficiente, diz ANP
NICOLA PAMPLONA
DO RIO
A diretora-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Magda Chambriard, afirmou nesta quarta-feira (13) que o Brasil precisará de mais duas refinarias para evitar riscos de desabastecimento de combustíveis na próxima década.
A conclusão é parte de estudo sobre a dependência do mercado nacional de combustíveis apresentado em seminário no Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP), que aponta para uma importação de 1,2 milhão de barris por dia em 2030.
O estudo considera que a Petrobras não construirá mais as refinarias Premium no Nordeste, projetos que foram pensados para cobrir parte deste déficit, mas foram suspensos diante da crise financeira da estatal e das investigações da Operação Lava Jato.
A ANP traçou dois cenários para calcular o déficit do mercado nacional de combustíveis. Sem a conclusão do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), o país importará 742 mil barris por dia em 2026 e 1,201 milhão de barris por dia em 2030.
Com a conclusão do Comperj, os números caem para 683 mil barris por dia em 2026 e 1,142 milhão de barris por dia em 2030. Hoje, às importações de combustíveis somam 323 mil barris por dia.
"Se tivermos 10 anos de crescimento moderado, vamos ter questões importantes para enfrentar no mercado de combustíveis", afirmou Chambriard.
Segundo ela, as duas alternativas são a construção de novas refinarias ou investimentos em dutos e terminais de importação, com a instituição de estoques estratégicos.
Se a opção for pelas refinarias, a ANP defende que uma unidade seja instalada no Maranhão, para abastecer o Nordeste, e outra na região do Triângulo Mineiro, para abastecer o Centro-Oeste e parte do Sudeste.
Se a opção for pela importação, serão necessários investimentos em ampliação da capacidade dos portos que já atuam com combustíveis – São Sebastião (SP), Itaqui (MA) e Suape (PE) – e construção de novos terminais nos portos de Vila do Conde (PA), Pecem (CE) e São Francisco do Sul (PR).
Além disso, este cenário prevê a criação de estoques estratégicos, para evitar o desabastecimento em caso de problemas na importação, disse a diretora-geral da ANP.
"Podemos ter um mix (das duas alternativas)", disse ela. Chambriard defende, porém, que a decisão seja tomada ainda este ano, para que os investimentos sejam concluídos em meados da próxima década.
"Isso tudo são oportunidades de negócio para aqueles que olham o Brasil no médio e longo prazo", comentou, para uma plateia formada por executivos do setor.
Questionado sobre os riscos para se construir refinarias no país, diante do monopólio da Petrobras no setor, ela afirmou que é preciso "diálogo" entre empresas, órgão regulador e governo.
"Temos no Brasil um grande desafio, que é alinhar posições", afirmou.
ANP. PORTAL G1. 13/04/2016. ANP espera aumento na importação de combustíveis em dez anos. Dependência externa deve atingir 198 mil barris por dia em 2026. Importação média do cenário atual é 32 mil barris por dia, diz Chambriard.
Cristiane Caoli
Do G1, no Rio
A estimativa da Agência Nacional de Petróleo (ANP) é de que a dependência externa de combustíveis no ciclo Otto (gasolina mais etanol) passe dos 32 mil barris por dia (b/d) do cenário atual para 198 mil barris por dia em 2026. Em 2030, a importação média de combustíveis no ciclo Otto deve atingir 408 mil b/d em 2030, declarou a diretora-geral Magda Chambriard.
Ainda de acordo com estimativa apresentada pela executiva, no 12º Fórum de Debates sobre Qualidade e Uso dos Combustíveis, a importação média brasileira de diesel A deve atingir 205 mil barris por dia em 2026 e 424 mil b/d em 2030, considerando que a refinaria do Comperj entre em operação em 2023.
Sem considerar a atividade da refinaria do Comperj, essa estimativa sobe para 264 mil barris ao dia em 2026 e 483 mil barris ao dia em 2030, disse Chambriard, nesta quarta-feira (13), no Centro do Rio de Janeiro.
“Como 2023 está longe, a gente apresentou os dois cenários. Vocês vêm que no mínimo tem movimentação portuária extremamente relevante a ser tratada”, ressaltou na apresentação.
De acordo com ela, "se vê principalmente" diesel e gasolina entrando por São Luiz, no Maranhão, Suape, em Pernambuco, e São Sebastião, no estado de São Paulo. A executiva afirmou que, se continuar dessa forma, os três portos terão "praticamente" um milhão de barris por dia entrando por eles.
"Diariamente a gente fornece subsídios para discussão dessa carência nos portos, que é absolutamente essencial para o abastecimento dos combustíveis. Fazer algo logo, do contrário, vamos ter problemas", afirmou.
Estoques estratégicos
Chambriard falou também sobre a necessidade do que ela denominou “estoque estratégico”, em caso de possíveis entreveros que possam surgir em uma situação de um milhão de barris por dia chegando aos três portos.
“Um ponto que não pode ser esquecido. Se chegar a esse número de um milhão de barris (...) dificilmente vai deixar de reconhecer que isso aí é uma operação complicada nos portos e tem muita chance de ter entreveros. E entreveros só vamos solucionar com estoque estratégico. Se a questão ficar complicada, necessariamente vai ter uma conta para pagar em estoque estratégico. É só um sinalzinho amarelo que estamos trazendo para a discussão”, concluiu.
Refinarias
A executiva declarou ainda que seria necessária, para o que ela chamou de “percurso da autossuficiência”, a existência no país de mais duas refinarias, além das que já estão planejadas.
"Se olhar a capacidade instalada, ou seja, o parque de refino do Brasil não mudou muito. Em termos de refinarias novas, não fizemos muito. (...) O Brasil tinha pensado antes uma [refinaria] no Maranhão e outra no Ceará. Na visão do ANP não é isso. Na visão da ANP, a gente teria que ter uma no Maranhão e a outra para cobrir o Sudeste e o Centro-Oeste, como a gente já tem uma refinaria em Minas mais ao leste, essa segunda refinaria poderia ser, por exemplo, no triângulo mineiro", disse.
Apesar de afirmar que o Brasil tem um cenário "que considero espetaculares no que se refere ao automotivo" e que o país hoje tem o quarto maior mercado consumidor do mundo no setor, ela ressaltou que a ANP entra somente no mérito do "tem carência ou não".
"O Brasil adora diagnósticos, a gente fez diagnóstico: temos que mitigar risco de abastecimento”, concluiu.
ANP. PORTAL UOL. JORNAL FSP. 13/04/2016. Brasil precisa de mais 2 refinarias para ser autossuficiente, diz ANP
NICOLA PAMPLONA
DO RIO
A diretora-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Magda Chambriard, afirmou nesta quarta-feira (13) que o Brasil precisará de mais duas refinarias para evitar riscos de desabastecimento de combustíveis na próxima década.
A conclusão é parte de estudo sobre a dependência do mercado nacional de combustíveis apresentado em seminário no Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP), que aponta para uma importação de 1,2 milhão de barris por dia em 2030.
O estudo considera que a Petrobras não construirá mais as refinarias Premium no Nordeste, projetos que foram pensados para cobrir parte deste déficit, mas foram suspensos diante da crise financeira da estatal e das investigações da Operação Lava Jato.
A ANP traçou dois cenários para calcular o déficit do mercado nacional de combustíveis. Sem a conclusão do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), o país importará 742 mil barris por dia em 2026 e 1,201 milhão de barris por dia em 2030.
Com a conclusão do Comperj, os números caem para 683 mil barris por dia em 2026 e 1,142 milhão de barris por dia em 2030. Hoje, às importações de combustíveis somam 323 mil barris por dia.
"Se tivermos 10 anos de crescimento moderado, vamos ter questões importantes para enfrentar no mercado de combustíveis", afirmou Chambriard.
Segundo ela, as duas alternativas são a construção de novas refinarias ou investimentos em dutos e terminais de importação, com a instituição de estoques estratégicos.
Se a opção for pelas refinarias, a ANP defende que uma unidade seja instalada no Maranhão, para abastecer o Nordeste, e outra na região do Triângulo Mineiro, para abastecer o Centro-Oeste e parte do Sudeste.
Se a opção for pela importação, serão necessários investimentos em ampliação da capacidade dos portos que já atuam com combustíveis – São Sebastião (SP), Itaqui (MA) e Suape (PE) – e construção de novos terminais nos portos de Vila do Conde (PA), Pecem (CE) e São Francisco do Sul (PR).
Além disso, este cenário prevê a criação de estoques estratégicos, para evitar o desabastecimento em caso de problemas na importação, disse a diretora-geral da ANP.
"Podemos ter um mix (das duas alternativas)", disse ela. Chambriard defende, porém, que a decisão seja tomada ainda este ano, para que os investimentos sejam concluídos em meados da próxima década.
"Isso tudo são oportunidades de negócio para aqueles que olham o Brasil no médio e longo prazo", comentou, para uma plateia formada por executivos do setor.
Questionado sobre os riscos para se construir refinarias no país, diante do monopólio da Petrobras no setor, ela afirmou que é preciso "diálogo" entre empresas, órgão regulador e governo.
"Temos no Brasil um grande desafio, que é alinhar posições", afirmou.
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LGCJ.: