A balança comercial da quarta semana de março, com quatro dias úteis, registrou superávit de US$ 1,277 bilhão, resultado de exportações de US$ 3,572 bilhões e de importações de US$ 2,295 bilhões. No mês, as exportações somam US$ 13,485 bilhões e as importações, US$ 9,502 bilhões, com saldo positivo de US$ 3,982 bilhões. Os dados foram divulgados hoje pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
A média das exportações da quarta semana de março foi de US$ 892,9 milhões, desempenho que foi 26,1% acima da média registrada no mês até a terceira semana (US$ 708,1 milhões). Nessa comparação, cresceram as exportações de produtos das três categorias: semimanufaturados (108,1%), puxados por borracha sintética e artificial, açúcar em bruto, celulose, semimanufaturados de ferro e aço, couros e peles, catodos de cobre, óleo de soja em bruto; manufaturados (15,3%), especialmente aviões, automóveis de passageiros, veículos de carga, autopeças, motores para automóveis, suco de laranja não congelado; e básicos (12,9%), em razão de soja em grãos, minério de ferro, petróleo em bruto, carne de frango, farelo de soja, café em grãos.
Na semana, também foi observado crescimento da média diária das importações (US$ 573,7 milhões) de 11,4% em relação ao desempenho médio verificado até a terceira semana do mês (US$ 514,8 milhões) explicado, principalmente, pelo aumento nos gastos com combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos, veículos automóveis e partes, farmacêuticos, adubos e fertilizantes, instrumentos de ótica e precisão.
Mês
Até a quarta semana de março, a média diária das exportações soma US$ 749,1 milhões, valor 2,9% menor que a verificada em todo o mês de março do ano passado (US$ 771,8 milhões), em razão da queda nas vendas de produtos manufaturados (-3,7%), principalmente óxidos e hidróxidos de alumínio, laminados planos de ferro e aço, motores para automóveis, autopeças, motores e geradores elétricos, bombas e compressores, suco de laranja não congelado.
Na mesma comparação, observa-se também queda de exportações de básicos (-2,7%), especialmente, minério de cobre, minério de ferro, petróleo em bruto, farelo de soja, café em grãos, arroz em grãos. Por outro lado, cresceram as vendas de semimanufaturados (2,3%), alavancadas por borracha sintética e artificial, óleo de soja em bruto, catodos de cobre, ouro em forma semimanufaturada, alumínio em bruto.
Na comparação com fevereiro de 2016, as exportações, também pela média diária, apresentam um crescimento de 6,6%, como resultado das vendas de produtos básicos (20,6%). Entretanto, na mesma comparação, foram observadas retrações nas exportações de produtos semimanufaturados (-4,7%) e manufaturados (-1,9%).
As importações, até a quarta semana do mês, apresentaram média diária de US$ 527,9 milhões, valor que foi 29,7% abaixo da média de todo o mês de março de 2015 (US$ 750,8 milhões), em especial pela queda nos gastos de siderúrgicos (-43,1%), aparelhos eletroeletrônicos (-41,9%), veículos automóveis e partes (-39,5%), combustíveis e lubrificantes (-36,6%), produtos químicos orgânicos e inorgânicos (-31,6%) e produtos plásticos (-28,4%). Na comparação com fevereiro de 2016, que registrou média diária de US$ 542,4 milhões, a queda foi de 2,7%, impactada pelas vendas de combustíveis e lubrificantes (-18,2%), produtos químicos orgânicos e inorgânicos (-12,3%), farmacêuticos (-5,5%), produtos plásticos (-3,3%) e aparelhos eletroeletrônicos (-1,6%).
Ano
Até a quarta semana de março, as exportações totalizaram US$ 38,075 bilhões e as importações US$ 30,130 bilhões, gerando um superávit US$ 7,946 bilhões e revertendo o déficit registrado no mesmo período de 2015 de US$ 5,941 bilhões. As exportações acumularam média diária de US$ 668 milhões, valor 3,9% menor que o verificado no mesmo período de 2015 (US$ 695 milhões).
Já as importações apresentaram desempenho médio diário de US$ 528,6 milhões, 33,6% abaixo do registrado no mesmo período de 2015 (US$ 795 6ilhões). No ano, a corrente de comércio soma US$ 68,205 bilhões, com desempenho médio diário de US$ 1,196 bilhão, 19,7% menos que o verificado em 2015 (US$ 1,490 bilhão).
RESULTADOS GERAIS
Na quarta semana de março de 2016, a balança comercial registrou superávit de US$ 1,277 bilhão, resultado de exportações no valor de US$ 3,572 bilhões e importações de US$ 2,295 bilhões. No mês, as exportações somam US$ 13,485 bilhões e as importações, US$ 9,502 bilhões, com saldo positivo de US$ 3,982 bilhões. No ano, as exportações totalizam US$ 38,075 bilhões e as importações, US$ 30,130 bilhões, com saldo positivo de US$ 7,946 bilhões.
ANÁLISE DA SEMANA
A média das exportações da 4ª semana chegou a US$ 892,9 milhões, 26,1% acima da média de US$ 708,1 milhões até a 3ª semana, em razão do aumento nas exportações das três categorias de produtos: semimanufaturados (+108,1%, de US$ 92,3 milhões para US$ 192,1 milhões, em razão de borracha sintética e artificial, açúcar em bruto, celulose, semimanufaturados de ferro/aço, couros e peles, catodos de cobre, óleo de soja em bruto), manufaturados (+15,3%, de US$ 276,6 milhões para US$ 319,0 milhões, em razão de aviões, automóveis de passageiros, veículos de carga, autopeças, motores para automóveis, suco de laranja não congelado) e básicos (+12,9%, de US$ 323,7 milhões para US$ 365,4 milhões, por conta de soja em grãos, minério de ferro, petróleo em bruto, carne de frango, farelo de soja, café em grãos).
Do lado das importações, apontou-se crescimento de 11,4%, sobre igual período comparativo (média da 4ª semana, US$ 573,7 milhões sobre a média até a 3ª semana, US$ 514,8 milhões), explicado, principalmente, pelo aumento nos gastos com combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos, veículos automóveis e partes, farmacêuticos, adubos e fertilizantes, instrumentos de ótica e precisão.
ANÁLISE DO MÊS
Nas exportações, comparadas as médias até a 4ª semana de março/2016 (US$ 749,1 milhões) com a de março/2015 (US$ 771,8 milhões), houve retração de 2,9%, em razão da queda nas vendas de produtos manufaturados (-3,7%, de US$ 296,9 milhões para US$ 286,0 milhões, por conta de óxidos e hidróxidos de alumínio, laminados planos de ferro/aço, motores para automóveis, autopeças, motores e geradores elétricos, bombas e compressores, suco de laranja não congelado) e básicos (-2,7%, de US$ 342,0 milhões para US$ 333,0 milhões, por conta, principalmente, de minério de cobre, minério de ferro, petróleo em bruto, farelo de soja, café em grãos, arroz em grãos). Por outro lado, cresceram as vendas de semimanufaturados (+2,3%, de US$ 111,9 milhões para US$ 114,5 milhões, por conta de borracha sintética e artificial, óleo de soja em bruto, catodos de cobre, ouro em forma semimanufaturada, alumínio em bruto). Relativamente a fevereiro/2016, houve crescimento de 6,6%, em virtude do aumento na venda de produtos básicos (+20,6%, de US$ 276,1 milhões para US$ 333,0 milhões). Por outro lado, caíram as vendas de semimanufaturados (-4,7%, de US$ 120,1 milhões para US$ 114,5 milhões) e manufaturados (-1,9%, de US$ 291,7 milhões para US$ 286,0 milhões).
Nas importações, a média diária até a 4ª semana de março/2016, de US$ 527,9 milhões, ficou 29,7% abaixo da média de março/2015 (US$ 750,8 milhões). Nesse comparativo, decresceram os gastos, principalmente, com siderúrgicos (-43,1%), aparelhos eletroeletrônicos (-41,9%), veículos automóveis e partes (-39,5%), combustíveis e lubrificantes (-36,6%), químicos orgânicos e inorgânicos (-31,6%) e plásticos e obras (-28,4%). Ante fevereiro/2016, houve retração de 2,7%, pelas quedas em combustíveis e lubrificantes (-18,2%), químicos orgânicos e inorgânicos (-12,3%), farmacêuticos (-5,5%), plásticos e obras (-3,3%) e aparelhos eletroeletrônicos (-1,6%).
Balança Comercial Brasileira - Março de 2016 | |||||||||
US$ milhões FOB | |||||||||
Período | Dias Úteis | EXPORTAÇÃO | IMPORTAÇÃO | CORR. COMÉRCIO | SALDO | ||||
Valor | Média | Valor | Média | Valor | Média | Valor | Média | ||
p/dia útil | p/dia útil | p/dia útil | p/dia útil | ||||||
Março (até a 4ª semana) | 18 | 13.485 | 749,1 | 9.502 | 527,9 | 22.987 | 1.277,1 | 3.982 | 221,2 |
1a. semana (01 a 06) | 4 | 3.124 | 780,9 | 1.885 | 471,2 | 5.008 | 1.252,1 | 1.239 | 309,7 |
2a. semana (07 a 13) | 5 | 3.330 | 666,0 | 2.502 | 500,5 | 5.833 | 1.166,5 | 828 | 165,5 |
3a. semana (14 a 20) | 5 | 3.459 | 691,9 | 2.820 | 564,1 | 6.280 | 1.256,0 | 639 | 127,8 |
4a. semana (21 a 27) | 4 | 3.572 | 892,9 | 2.295 | 573,7 | 5.866 | 1.466,6 | 1.277 | 319,2 |
Acumulado no ano | 57 | 38.075 | 668,0 | 30.130 | 528,6 | 68.205 | 1.196,6 | 7.946 | 139,4 |
Janeiro | 20 | 11.243 | 562,2 | 10.322 | 516,1 | 21.565 | 1.078,3 | 921 | 46,0 |
Fevereiro | 19 | 13.347 | 702,5 | 10.305 | 542,4 | 23.652 | 1.244,9 | 3.043 | 160,1 |
Março | 18 | 13.485 | 749,1 | 9.502 | 527,9 | 22.987 | 1.277,1 | 3.982 | 221,2 |
Março/2015 | 22 | 16.979 | 771,8 | 16.519 | 750,8 | 33.498 | 1.522,6 | 460 | 20,9 |
Fevereiro/2016 | 19 | 13.347 | 702,5 | 10.305 | 542,4 | 23.652 | 1.244,9 | 3.043 | 160,1 |
Var. % Mar-2016/Mar-2015 | -2,9 | -29,7 | -16,1 | 765,1 | 957,4 | ||||
Var. % Mar-2016/Fev-2016 | 6,6 | -2,7 | 2,6 | 30,9 | 38,1 | ||||
Jan-Março/2016 (até a 4ª semana) | 57 | 38.075 | 668,0 | 30.130 | 528,6 | 68.205 | 1.196,6 | 7.946 | 139,4 |
Jan-Março/2015 (até a 4ª semana) | 59 | 41.002 | 695,0 | 46.943 | 795,6 | 87.945 | 1.490,6 | -5.941 | -100,7 |
Var. % Jan/Mar - 2016/2015 | -3,9 | -33,6 | -19,7 | ||||||
Fonte: SECEX/MDIC | |||||||||
Março/2016: 22 dias úteis; Março/2015: 22 dias úteis; Fevereiro/2016: 19 dias úteis. |
MDIC. 28/03/2016. Camex aprova 168 ex-tarifários para incentivar investimentos na indústria
Foram publicadas nesta segunda-feira, no Diário Oficial da União, as listas de 168 ex-tarifários aprovados pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) - entre novos e renovações. A Resolução Camex n° 21/2016 traz a relação de 17 ex-tarifários para bens de informática e telecomunicações (cinco novos e 12 renovações), com redução de alíquotas para 2% até 31 de dezembro de 2017.
Já a Resolução Camex n° 22/2016 tem a descrição de 151 ex-tarifários para bens de capital (86 novos e 65 renovações), com redução de alíquotas de 14% para 2% - a maioria também até 31 de dezembro de 2017.
Os ex-tarifários publicados reduzem custos de investimentos de projetos orçados em mais de US$ 2,6 bilhões, em diversas regiões brasileiras. Entre eles, destacam-se empreendimentos como a fabricação de aerogeradores, a implantação de uma nova unidade de indústria do setor químico e a construção de três novos terminais ferroviários para o transporte de produtos agrícolas.
Os principais setores contemplados, em relação aos investimentos globais, são energia (35,24%); mineração (21,73%); ferroviário (21,29%); autopeças (7,64%); madeira e móveis (2,92%); agronegócio (1,89%); bens de capital (1,58%) e de telecomunicações(1,53%).
Em relação aos países de origem das importações destacam-se: Estados Unidos (23,29%); Espanha (22,16%); Alemanha (12,80%); China (12,70%); Polônia (7,97%), Coreia do Sul (3,40%); Índia (3,30%); Itália (3,07%) e Holanda (2,58%).
O que são ex-tarifários
O Regime de Ex-tarifário reduz temporariamente a alíquota do Imposto de Importação de Bens de Capital (BK) e de Informática e Telecomunicações (BIT) - assim descritos na Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC) - quando não houver produção nacional equivalente.
Os ex-tarifários reduzem o custo de projetos industriais, viabiliza o aumento de investimentos em bens que não possuam produção equivalente no Brasil, além de possibilitar a geração de empregos e o aumento da inovação por parte de empresas de diferentes segmentos da economia.
MDIC. 28/03/2016. Camex prorroga redução da alíquota para importação de metanol
A Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu prorrogar o prazo de vigência da redução do Imposto de Importação para o metanol, um dos principais insumos para a produção de formol e seus derivados, e de resinas industriais, além de outros produtos.
A redução de 12% para zero, que está em vigor até abril deste ano, será prorrogada de 04/04/2016 até 03/10/2016. A importação com imposto reduzido será válida para uma cota de 225 mil toneladas.
Segundo dados analisados pela Camex, a fabricação nacional de metanol tem sido insuficiente para atender à demanda interna. O produto, classificado no código 2905.11.00 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), teve a redução da alíquota de importação prorrogada pela Resolução Camex n°28/2015, publicada hoje, no Diário Oficial da União de 28/03/2016.
MDIC. 28/03/2016. Camex reduz Imposto de Importação de automóveis elétricos para transporte de mercadorias
Foi publicada nesta segunda-feira, no Diário Oficial da União, a Resolução Camex nº 27/2016, que inclui os automóveis elétricos para transporte de mercadorias na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec), com redução de alíquota.
O produto classificado no código 8704.90.00 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), teve o Imposto de Importação reduzido de 35% para zero, com a criação de três destaques tarifários, com as seguintes especificações técnicas:
1. Automóvel para transporte de mercadorias semidesmontado, assim classificado o automóvel que, com exceção da carroceria, se apresenta desmontado, equipado unicamente com motor elétrico para propulsão, com energia proveniente de acumuladores elétricos, com autonomia de, no mínimo, 80 km. (001);
2. Automóvel para transporte de mercadorias desmontado, assim classificado o automóvel que apresenta carroceria desmontada, equipado unicamente com motor elétrico para propulsão, com energia proveniente de acumuladores elétricos, com autonomia de, no mínimo, 80 km. (002);
3. Automóvel para transporte de mercadorias, montado, equipado unicamente com motor elétrico para propulsão, com energia proveniente de acumuladores elétricos, com autonomia de, no mínimo, 80 km. (003);
A medida está inserida na política de fomento para novas tecnologias de propulsão por meio da qual já foram concedidas reduções tarifárias para importação de veículos híbridos (códigos NCM 8703.22.10 e 8703.23.10) e elétricos (8703.90.00), de acordo com as Resoluções Camex no 86/2014 e n° 97/2015.
MDIC. 28/03/2016. Lista de autopeças não produzidas no Mercosul é alterada pela Camex
A Câmara de Comércio Exterior publicou nesta segunda-feira no Diário Oficial da União a Resolução Camex° 23/2016 e a Resolução Camex nº 24/2016 que alteram a lista de autopeças não produzidas no Brasil. A medida está alinhada à política industrial e tem o objetivo de dar mais competitividade ao setor automotivo. As autopeças que integram a lista publicada hoje possuem alíquotas originais de 18%, 16% e 14% e foram reduzidas para 2%.
A revisão da lista foi promovida a partir de propostas de entidades representativas do setor privado. Houve inclusão de 61 novos produtos, revogação de cinco itens por inexistência de fabricação nacional, além de alterações nas descrições de quatro ex-tarifários.
As novas reduções concedidas contemplam autopeças destinadas a máquinas agrícolas e rodoviárias autopropulsadas, além de motores de transmissões automáticas sem capacidade de produção nacional. No caso dos motores a gasolina ou bicombustíveis, as reduções foram concedidas pelo prazo de 12 meses e com cotas que variam de acordo com o tipo de produto. No caso das transmissões automáticas e motor do tipo diesel, as reduções foram concedidas igualmente por 12 meses, mas sem determinação de cota
O regime de autopeças não produzidas é regulamentado pela Resolução Camex nº 61/2015 e está previsto no acordo automotivo Brasil-Argentina, estabelecido no 38° Protocolo Adicional ao Acordo de Complementação Econômica (ACE) nº 14.
BNDES. 28/03/2016. BNDES registra lucro de R$ 6,2 bilhões em 2015. Baixa inadimplência de 0,06% reflete boa qualidade da carteira do Banco
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 6,199 bilhões em 2015. O principal fator positivo foi o aumento do resultado de intermediação financeira, que alcançou R$ 18,691 bilhões, valor 39,6% superior ao registrado em 2014. Outro indicador positivo foi a manutenção da inadimplência em nível muito baixo, de 0,06%, bem inferior à média do Sistema Financeiro Nacional, de 3,4%, refletindo a alta qualidade da carteira de crédito do Banco.
O aumento do resultado de intermediação financeira reflete o crescimento na carteira de crédito, a revisão dos spreads nos últimos anos, bem como a gestão de tesouraria, compatível com o volume de operações do Banco.
Por outro lado, o resultado do Sistema BNDES com participações societárias foi determinante na redução de 27,9% do lucro líquido em relação aos R$ 8,594 bilhões apurados em 2014, em função da forte depreciação do mercado de capitais. O resultado com participações societárias foi negativo em R$ 5,4 bilhões, ante um valor positivo de R$ 2,865 bilhões em 2014, retração de R$ 8,272 bilhões no comparativo dos exercícios.
O principal responsável pela queda mencionada foi o investimento na Petrobras. Além do não pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio em 2015, ante uma contribuição de R$ 1,842 bilhão em 2014, a queda da cotação das ações da empresa levou o BNDES a registrar perdas por impairment no montante de R$ 7,35 bilhões (R$ 4,49 bilhões líquido de efeitos tributários) em 2015.
Desconsiderado o efeito do impairment da Petrobras, o lucro do BNDES seria de R$ 10,684 bilhões em 2015, o mais elevado de sua história. A rentabilidade sobre o patrimônio passaria, no mesmo exercício, de 15,37% para 23,6%, contra 21,2% em 2014.
Vale ressaltar que as perdas por impairment são exclusivamente contábeis – já que não houve venda de ativos – e representam a mera transferência do efeito negativo registrado em conta específica do patrimônio líquido para o resultado do exercício. Tal resultado, portanto, não gerou impacto no fluxo de caixa do BNDES, nem em sua posição patrimonial, dado que as perdas já estavam reconhecidas em seu ativo e patrimônio líquido. Com uma futura valorização das ações da Petrobras, os ganhos contábeis serão incorporados ao patrimônio líquido do BNDES.
Para o BNDES é de grande importância garantir a qualidade de sua carteira de crédito, tendo em vista que, além de ser um banco público, o retorno de suas operações representa o principal funding para concessão de financiamentos a novos projetos de investimentos. Em 2015, o retorno das operações do Banco representou 92% dos recursos desembolsados no ano.
Posição financeira – O patrimônio líquido do Sistema BNDES totalizou R$ 31,0 bilhões em dezembro de 2015, estável em relação aos R$ 30,7 bilhões de dezembro de 2014. O patrimônio de referência (base regulatória que determina a capacidade de financiamento) atingiu R$ 95,0 bilhões em dezembro de 2015, redução de 2,9% em relação aos R$ 97,9 bilhões de 2014. O índice de Basileia atingiu 14,7% em 31 de dezembro de 2015, situação confortável diante dos 11,0% exigidos pelo Banco Central.
BNDESPAR – A BNDESPAR apurou um prejuízo de R$ 7,6 bilhões em 2015, em contrapartida a um lucro de R$ 2,905 bilhões em 2014. O desempenho foi efeito direto do resultado do impairment no valor das ações da Petrobras, de R$ 8,333 bilhões. Sem o efeito do impairment, a BNDESPAR teria registrado lucro de R$ 692 milhões. Além do efeito do impairment, também contribuíram para o resultado: (i) a queda de R$ 2,063 bilhões na receita com dividendos e juros sobre capital próprio, e (ii) o resultado positivo de R$ 1,437 bilhão com receita de alienações.
Importa ressaltar que o impairment das ações da Petrobras não gerou impacto em seu fluxo de caixa, uma vez que as ações não foram alienadas, nem em sua posição patrimonial, dado que as perdas já estavam reconhecidas em seu ativo e patrimônio líquido. O registro do impairment representa a mera transferência contábil do efeito negativo registrado em conta específica do patrimônio líquido para o resultado do exercício.
Historicamente, a BNDESPAR tem sido responsável por uma parcela significativa do lucro consolidado do BNDES. Entre 2010 e 2014, acumulou lucro líquido de R$ 12,8 bilhões, um resultado expressivo mesmo diante da volatilidade do mercado de capitais no período.
Posição financeira – O ativo total alcançou R$ 67,3 bilhões em dezembro de 2015, inferior aos R$ 77,2 bilhões de dezembro de 2014 como reflexo da redução da carteira de participações societárias. A carteira de participações societárias totalizou R$ 46,3 bilhões em dezembro de 2015, uma redução diante dos R$ 56,0 bilhões em dezembro de 2014 provocada pela desvalorização das ações que compõem esta carteira, especialmente Petrobras. O patrimônio líquido da BNDESPAR totalizou R$ 61,4 bilhões em dezembro de 2015, inferior aos R$ 66,1 bilhões de dezembro de 2014 em razão do prejuízo de R$ 7,6 bilhões em 2015.
CNI. 28/03/2016. Custos da indústria cresceram 8,1% em 2015. Pesquisa da CNI mostra que setor não repassou aos preços dos produtos o total do aumento dos custos, o que reduziu a lucratividade das empresas.
O aumento dos custos industriais se acelerou em 2015. O crescimento médio dos custos foi de 8,1% no ano passado, a segunda maior alta anual da série iniciada em 2006. Mesmo com a redução média de 2,2% dos custos com tributos, o indicador foi puxado pelo custo de produção – que inclui pessoal, energia e bens intermediários –, que subiu 10,6%, e pelo custo com capital de giro, com alta de 16,3%. As informações são do estudo trimestral Indicador de Custos Industriais, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira, 28 de março.
Segundo a pesquisa, em 2015 houve mudança na tendência de estabilidade no aumento dos custos que, desde 2011, variavam anualmente, em média, entre 4,5% e 5,5%. Além disso, houve mais influência dos custos com bens intermediários importados e com energia na alta do indicador. A elevação do custo com bens intermediários importados se deve à desvalorização do real em 2015, que depreciou 42% frente aos valores de 2014. Já o aumento do custo com energia foi puxado pela alta de 51,1% no valor da energia elétrica devido ao acionamento das termoelétricas, mais caras do que as fontes hidrelétricas.
O crescimento de 16,3% do custo com capital ocorreu pelo alta na taxa de juros, que passou de uma média de 11%, em 2014, para 13,5% em 2015. “A elevação das taxas de juros, embora necessária para controle da inflação, gera altos custos de financiamento para as empresas e deprime ainda mais o investimento em momentos de crise”, destaca o documento da CNI.
Devido à crise econômica, a indústria não repassou para os preços dos produtos todo o aumento de custos, o que reduziu a lucratividade do setor. O crescimento do preço dos bens industriais foi de 7% no ano passado.
Já a desvalorização do real frente ao dólar contribui para a competitividade dos produtos brasileiros no exterior, já que, em média, os bens importados tiveram alta de 30,5%. Especialmente para os produtos norte-americanos o aumento dos preços foi ainda maior, de 34,4%.
DESEMPENHO TRIMESTRAL – O Indicador de Custos Industriais cresceu 3,3% no quarto trimestre de 2015 em relação ao terceiro trimestre, descontados os efeitos sazonais. Foi a maior alta trimestral desde o terceiro trimestre de 2013, indicando uma tendência de aumento dos custos ao longo de 2015. Apesar da alta dos custos, a indústria conseguiu elevar os preços em 4,3% frente ao terceiro trimestre, o que ajudou a recompor parte da margem de lucro, embora na média anual tenha havido perda de lucratividade.
Esse aumento foi puxado pela energia (alta de 10,7%) e pelos insumos (elevação de 5,7%). A redução de 5,2% nos custos tributários ajudou a conter a alta do indicador.
A pesquisa sinaliza ainda que a alta de alguns componentes do custo começa a ser repassada pela indústria de bens intermediários. O custo com bens intermediários nacionais teve crescimento de 5,3% frente ao terceiro trimestre, a maior variação trimestral da série histórica iniciada em 2006.
Indicador de Custos Industriais
O Indicador de Custos Industriais (ICI) foi desenvolvido pela CNI com o objetivo de conhecer a evolução dos custos e seu impacto sobre a competitividade da indústria brasileira. Calculado trimestralmente, o ICI permite um acompanhamento conjuntural dos custos, essencial para a construção e avaliação de políticas e ações em prol da competitividade. O indicador passou a ser divulgado em janeiro de 2013, mas a série histórica se inicia em 2006.
Custos industriais aceleram ao longo de 2015 e fecham o ano com crescimento de 8,1%
O Indicador de Custos Industriais (ICI) apresentou crescimento dessazonalizado de 3,3% no quarto trimestre de 2015 em relação ao terceiro. Esta foi a maior taxa trimestral do ano, que se encerrou com tendência de crescimento dos custos industriais. Na média de 2015 em relação a 2014, o ICI apresentou crescimento de 8,1%, segundo maior crescimento anual da série histórica iniciada em 2006, pouco abaixo do crescimento registrado em 2008.
FGV. IBRE. 28/03/2016. INCC-M registra variação de 0,79% em Março
O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) registrou, em março, taxa de variação de 0,79%, acima do resultado do mês anterior, de 0,52%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de0,38%. No mês anterior, a taxa havia sido de0,53%. O índice referente à Mão de Obra registrou variação de 1,16%. No mês anterior, a taxa de variação foi de 0,51%. O INCC-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
Materiais, Equipamentos e Serviços
No grupo Materiais, Equipamentos e Serviços, o índice correspondente a Materiais e Equipamentos registrou variação de 0,38%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,39%. Dos quatro subgrupos componentes, apenasmateriais para instalação apresentou decréscimo, cuja taxa passou de 1,40% para 0,79%.
A parcela relativa a Serviços passou de uma taxa de 1,06%, em fevereiro, para 0,38%, em março. Neste grupo, vale destacar a desaceleração da taxa do subgrupo vale transporte, cuja variação passou de 3,89% para 0,15%.
Mão de obra
O índice referente à Mão de Obra registrou variação de 1,16%, devido aos reajustes salariais registrados em Belo Horizonte e Recife e, ainda, pela antecipação salarial em Porto Alegre. No mês anterior, a taxa de variação foi de 0,51%.
Capitais
Duas capitais apresentaram aceleração em suas taxas de variação: Brasília e Belo Horizonte. Em contrapartida, Salvador, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo registraram desaceleração.
FGV. IBRE. 28/03/2016. Sondagem da Construção apresentou alta de 0,2 ponto em Março
O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, apresentou alta de 0,2 ponto em março, alcançando 66,8 pontos. O resultado sucede três recuos seguidos, que haviam levado o índice ao nível mínimo histórico em fevereiro. Dessa forma, o indicador acumulado no ano fechou com redução de 2,6 pontos, sinalizando a continuidade do encolhimento da atividade do setor em 2016.
“A Sondagem de março mostra que a atual situação do setor alcançou o pior patamar desde o início de sua série, em julho de 2010. Esta percepção tem se traduzido nos números do emprego, que vêm registrando queda de forma sistemática. A Sondagem aponta que os empresários devem continuar demitindo, reproduzindo a mesma dinâmica negativa do ano passado, que culminou com a queda acumulada de 10% do contingente de mão de obra”, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE.
O ligeiro crescimento do ICST em março deveu-se à melhora da perspectiva das empresas no futuro: o Índice de Expectativas (IE-CST) avançou 1,0 ponto, atingindo 71,1 pontos. Dentre os quesitos integrantes do índice-síntese, a demanda prevista para os próximos três meses foi o que mais contribuiu para a alta do índice, com uma variação de 2,1 pontos em relação a fevereiro.
Já o Índice da Situação Atual (ISA-CST ) recuou pelo terceiro mês consecutivo, em 0,6 ponto, alcançando 63,0 pontos. A maior contribuição negativa para o ISA-CST, com queda de 0,9 ponto, em relação ao mês anterior, veio do indicador que capta a percepção em relação ao tamanho atual da carteira de contratos da empresa. O resultado sinaliza, portanto, que ainda não há qualquer perspectiva de mudança de cenário negativo no curto prazo.
FGV. IBRE. 28/03/2016. Expectativa de Inflação dos Consumidores recua em março
A inflação mediana prevista pelos consumidores brasileiros para os 12 meses seguintes recuou 0,3 p.p em março, de 11,4%, em fevereiro, para 11,1%. Esta foi a primeira queda do indicador após 13 meses de altas consecutivas. O nível da inflação projetada pelos consumidores é ainda o terceiro maior desde 2005.
“Apesar da ligeira desaceleração das expectativas de inflação dos consumidores, o patamar mantém-se alto em termos históricos, em torno de 11%. As projeções realizadas pelos consumidores podem ter sido influenciadas pela observação da evolução atual da inflação, com desaceleração de altas em itens do grupo Habitação, no preço da gasolina e em serviços de telefonia fixa e internet, associadas a uma possível desaceleração de preços administrados em 2016.”, afirma a economista Viviane Seda Bittencourt, da FGV/IBRE.
A desaceleração das expectativas de inflação entre as classes de renda foi disseminada de forma homogênea em março, o que manteve o diferencial dos nível de inflação previstos em fevereiro. A faixa de renda mais baixa continua prevendo a inflação mais alta para os 12 meses seguintes: 11,7%.
O intervalo entre 10,0% e 12,0% continua sendo o mais citado pelos consumidores, mas houve redução da frequência de citações nesta faixa, de 33,7% do total em fevereiro para 31,3% em março.
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LGCJ.: