IBGE. 10/03/2016. Vendas no varejo caem (-1,5%) em janeiro
Período | Varejo | Varejo Ampliado | ||
---|---|---|---|---|
Volume de vendas | Receita nominal | Volume de vendas | Receita nominal | |
Janeiro / Dezembro
|
-1,5 %
|
0,1%
|
-1,6%
|
-0,7%
|
Média móvel trimestral
|
-1,2%
|
0,1%
|
-0,7%
|
0,1%
|
Janeiro 2016 / Janeiro 2015
|
-10,3%
|
1,0%
|
-13,3%
|
-4,7%
|
Acumulado 2016
|
-10,3%
|
1,0%
|
-13,3%
|
-4,7%
|
Acumulado 12 meses
|
-5,2%
|
2,8%
|
-9,3%
|
-2,3%
|
Em janeiro de 2016, as vendas no varejo recuaram 1,5% sobre o mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais. Nesse mesmo confronto, a variação da receita nominal foi de 0,1%. Com isso, a variação da média móvel trimestral amplia em janeiro (-1,2%) o ritmo de queda do volume de vendas, em relação ao resultado obtido no mês anterior (-0,5%), enquanto a taxa para receita nominal permanece estável (0,1%).
Na série sem ajuste sazonal, o total das vendas assinalou queda de 10,3% em relação a janeiro de 2015, décima variação negativa consecutiva nesse tipo de comparação. Com isso, o resultado para o volume de vendas registrou perda de ritmo em relação ao segundo semestre de 2015 (-6,3%). A taxa anualizada de -5,2%, indicador acumulado nos últimos 12 meses, assinalou a perda mais intensa da série histórica, iniciada em 2001, e manteve a trajetória descendente observada a partir de julho de 2014 (4,3%). A receita nominal apresentou taxas de variação de 1,0%, em relação a janeiro de 2015, e de 2,8%, nos últimos doze meses.
O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, as variações sobre o mês imediatamente anterior foram negativas, com taxas de -1,6% para volume de vendas e de -0,7% para a receita nominal. Em relação ao mesmo mês do ano anterior apresentou queda de 13,3% para o volume de vendas, e de 4,7% na receita nominal de vendas. No acumulado dos últimos doze meses, as perdas foram de -9,3% e -2,3% para o volume de vendas e para a receita nominal de vendas, respectivamente.
Seis das oito atividades pesquisadas apresentaram variação negativa
O recuo de 1,5% no volume de vendas do comércio varejista na passagem de dezembro de 2015 para janeiro de 2016, série ajustada sazonalmente, teve predomínio de resultados negativos entre as atividades que compõem o varejo. Setorialmente, os principais destaques negativos vieram do recuo de 4,3% registrado no setor de Móveis e eletrodomésticos, segunda taxa negativa consecutiva nessa comparação, período que acumulou uma perda de 12,3%, seguido por Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,9%), atividade de maior peso na estrutura do varejo e que recua pelo terceiro mês; e Combustíveis e lubrificantes (-3,1%), grupamento que voltou a mostrar taxa negativa nesse tipo de confronto. Os demais resultados foram: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,8%); Tecidos, vestuário e calçados (-0,5%); e Livros, jornais, revistas e papelarias (-0,1%). Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com variação de 0,1%, praticamente mantém estável o volume de vendas, em relação a dezembro de 2015.
Considerando o varejo ampliado, a redução de 1,6% amplia o ritmo de queda frente ao registrado no mês anterior (-1,0%). O resultado de janeiro teve influência, principalmente, das vendas em Material de construção, (-6,6%), após crescimento de 3,2% no mês anterior, seguido por Veículos e motos, partes e peças (-0,4%).
TABELA 1
BRASIL - INDICADORES DO VOLUME DE VENDAS DO COMÉRCIO VAREJISTA E COMÉRCIO
VAREJISTA AMPLIADO SEGUNDO GRUPOS DE ATIVIDADES: PMC
Janeiro 2016
ATIVIDADES | MÊS/MÊS ANTERIOR (1) | MÊS/IGUAL MÊS DO ANO ANTERIOR | ACUMULADO | |||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Taxa de Variação | Taxa de Variação | Taxa de Variação | ||||||
NOV
|
DEZ
|
JAN
|
NOV
|
DEZ
|
JAN
|
NO ANO
|
12 MESES
| |
COMÉRCIO VAREJISTA (2)
|
0,5
|
-2,7
|
-1,5
|
-7,8
|
-7,2
|
-10,3
|
-10,3
|
-5,2
|
1 - Combustíveis e lubrificantes
|
-0,4
|
0,6
|
-3,1
|
-12,0
|
-9,8
|
-14,1
|
-14,1
|
-7,3
|
2 - Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo
|
-1,7
|
-1,1
|
-0,9
|
-5,6
|
-3,7
|
-5,8
|
-5,8
|
-3,0
|
2.1 - Super e hipermercados
|
-1,4
|
-1,3
|
-0,6
|
-5,8
|
-3,9
|
-5,7
|
-5,7
|
-3,0
|
3 - Tecidos, vest. e calçados
|
0,5
|
-2,0
|
-0,5
|
-15,6
|
-9,7
|
-13,8
|
-13,8
|
-9,5
|
4 - Móveis e eletrodomésticos
|
4,5
|
-8,3
|
-4,3
|
-14,7
|
-18,9
|
-24,3
|
-24,3
|
-15,9
|
4.1 - Móveis
|
-
|
-
|
-
|
-18,9
|
-22,3
|
-11,2
|
-11,2
|
-16,6
|
4.2 - Eletrodomésticos
|
-
|
-
|
-
|
-13,0
|
-17,4
|
-29,4
|
-29,4
|
-15,6
|
5 - Artigos farmaceuticos, med., ortop. e de perfumaria
|
1,2
|
0,4
|
0,1
|
2,0
|
3,1
|
-0,2
|
-0,2
|
2,6
|
6 - Livros, jornais, rev. e papelaria
|
-0,5
|
-1,4
|
-0,1
|
-18,0
|
-15,0
|
-13,3
|
-13,3
|
-11,4
|
7 - Equip. e mat. para escritório informatica e comunicação
|
18,9
|
-9,7
|
1,6
|
-5,6
|
-15,9
|
-24,0
|
-24,0
|
-5,4
|
8 - Outros arts. de uso pessoal e doméstico
|
4,4
|
-4,5
|
-1,8
|
-5,4
|
-7,9
|
-12,5
|
-12,5
|
-2,7
|
COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO (3)
|
0,4
|
-1,0
|
-1,6
|
-13,2
|
-11,0
|
-13,3
|
-13,3
|
-9,3
|
9 - Veículos e motos, partes e peças
|
1,5
|
0,3
|
-0,4
|
-24,4
|
-20,0
|
-18,9
|
-18,9
|
-18,0
|
10- Material de Construção
|
0,1
|
3,2
|
-6,6
|
-13,6
|
-12,5
|
-18,5
|
-18,5
|
-9,7
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
(1) Séries com ajuste sazonal
(2) O indicador do comércio varejista é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 8.
(3) O indicador do comércio varejista ampliado é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 10
(1) Séries com ajuste sazonal
(2) O indicador do comércio varejista é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 8.
(3) O indicador do comércio varejista ampliado é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 10
Na comparação com igual mês do ano anterior, o volume do comércio varejista mostrou recuo de 10,3%, décima taxa negativa seguida, sendo esse o recuo mais acentuado desde março de 2003 (-11,4%). Vale citar que janeiro de 2016 (20 dias) teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (21 dias). Todas as oito atividades do varejo registrando variações negativas, por ordem de contribuição à taxa global os resultados, foram os seguintes: Móveis e eletrodomésticos (-24,3%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-5,8%); Combustíveis e lubrificantes (-14,1%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-12,5%); Tecidos, vestuário e calçados (-13,8%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-24,0%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-13,3%). Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com -0,2%, ficou praticamente estável em relação a janeiro de 2015.
Móveis e eletrodomésticos, com taxa de -24,3% no volume de vendas em relação a janeiro do ano passado, foi a atividade que exerceu o maior impacto negativo no desempenho global do varejo. Em termos de resultado acumulado nos últimos 12 meses, a taxa ficou em -15,9%. Com uma dinâmica de vendas associada à disponibilidade de crédito, os resultados do setor, abaixo da média geral, foram influenciados principalmente pela elevação da taxa de juros , além da redução renda real das famílias.
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com variação de -5,8% no volume de vendas sobre janeiro de 2015, foi a segunda maior contribuição negativa na formação da taxa de desempenho do Comércio Varejista. No acumulado de 12 meses, a atividade recuou 3,0%, desempenho, portanto, acima dos -10,3% registrados pelo varejo. A já citada redução da massa habitual real na passagem de janeiro 2015 a janeiro de 2016 e o aumento de preços dos alimentos em domicílio, no mesmo período, foram os principais fatores responsáveis pelo desempenho negativo do setor.
Combustíveis e lubrificantes, com -14,1% de variação do volume de vendas em relação ao mesmo mês do ano anterior, foi responsável pelo terceiro maior impacto na formação do resultado global. No acumulado dos últimos 12 meses, o recuo foi de 7,3%. O desempenho do setor foi influenciado pela alta de preços dos combustíveis, cuja variação superou a média geral de preços, além do impacto devido à redução do ritmo da atividade econômica.
Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, joalheria, artigos esportivos e brinquedos, recuou 12,5% na comparação com janeiro de 2015, e exerceu também a terceira maior influência negativa sobre a taxa global. Esse resultado é o sexto negativo consecutivo e o mais acentuado da série histórica. A taxa acumulada para os últimos 12 meses foi de -2,7%. O desempenho negativo reflete o menor ritmo de crescimento de crédito e da massa de salários.
Tecidos, vestuário e calçados, com recuo de 13,8%, foi responsável pela quarta maior participação negativa na composição da taxa global do varejo. Nos últimos 12 meses, a variação ficou em -9,5%. Mesmo com os preços de vestuário se posicionando abaixo do índice geral de inflação , a atividade apresenta desempenho inferior à média geral do varejo.
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com queda de 24,0% no volume de vendas em comparação a janeiro de 2015, teve a quinta maior participação negativa na formação da taxa global do varejo. Com isso, a taxa acumulada em últimos 12 meses ficou em -5,4%. Esse resultado reflete não só o quadro de redução de renda real, elevação dos juros e a desvalorização do real frente ao dólar, como também, especialmente para informática, um processo de migração dos computadores de mesa para equipamentos de maior portabilidade e custos mais baixos, tais como tablets e smartphones.
Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou variação no volume de vendas de -13,3% sobre janeiro de 2015 e taxa acumulada de -11,4% nos últimos 12 meses. Além da redução da renda real, a trajetória declinante desta atividade vem sendo influenciada, em especial no que tange a jornais e revistas, por certa substituição dos produtos impressos pelos de meio eletrônico.
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, ficou estável em relação a janeiro de 2015 (-0,2%), não sendo significativa na formação da taxa geral do comércio varejista. Vale destacar que embora com caráter essencial, o setor farmacêutico registrou, em janeiro, a menor taxa de crescimento da série histórica (2,6%), o que mantém o setor em trajetória descendente, iniciada em julho de 2014.
O comércio varejista ampliado registrou, para o volume de vendas, uma variação de -13,3% sobre janeiro de 2015, a mais acentuada da série histórica, acumulando em doze meses uma perda de 9,3%. Esse comportamento ocorre, principalmente, em função do desempenho negativo de Veículos, motos, partes e peças, cujo resultado interanual, de -18,9%, responde por 38% da taxa global do varejo ampliado. No acumulando em 12 meses, o setor registrou recuo de 18,0%. A redução das vendas no segmento está associada ao menor ritmo da atividade econômica, além de outros fatores tais como, menor ritmo na oferta de crédito e restrição orçamentária das famílias.
Embora com menor peso, a redução das vendas no segmento de Material de construção também influenciou o resultado total do varejo ampliado em janeiro de 2016. A variação no volume de vendas de -18,5% na comparação com o janeiro de 2015 corresponde a maior queda da sua série histórica, acumulando taxa de -9,7% no acumulado dos últimos 12 meses. Embora permaneçam alguns incentivos ao setor, tais como manutenção dos níveis do crédito habitacional, o desempenho da atividade, abaixo da média, reflete o atual quadro macroeconômico, especialmente no que tange a crédito e a massa de rendimento real das pessoas ocupadas.
TABELA 3
BRASIL - COMPOSIÇÃO DA TAXA MENSAL DO COMÉRCIO VAREJISTA,
POR ATIVIDADES: PMC - Janeiro 2016
(Indicadores de volume de vendas)
BRASIL - COMPOSIÇÃO DA TAXA MENSAL DO COMÉRCIO VAREJISTA,
POR ATIVIDADES: PMC - Janeiro 2016
(Indicadores de volume de vendas)
Atividades | COMÉRCIO VAREJISTA | COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO | ||
---|---|---|---|---|
Taxa de variação (%) | Composição absoluta da taxa (p.p.) | Taxa de variação (%) | Composição absoluta da taxa (p.p.) | |
Taxa Global |
-10,3
|
-10,3
|
-13,3
|
-13,3
|
1 - Combustíveis e lubrificantes
|
-14,1
|
-1,4
|
-14,1
|
-0,9
|
2 - Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo
|
-5,8
|
-2,8
|
-5,8
|
-1,8
|
3 - Tecidos, vest. e calçados
|
-13,8
|
-0,9
|
-13,8
|
-0,6
|
4 - Móveis e eletrodomésticos
|
-24,3
|
-3,1
|
-24,3
|
-2,0
|
5 - Artigos farmaceuticos, med., ortop. e de perfumaria
|
-0,2
|
0,0
|
-0,2
|
0,0
|
6 - Livros, jornais, rev. e papelaria
|
-13,3
|
-0,2
|
-13,3
|
-0,1
|
7 - Equip. e mat. para escritório informatica e comunicação
|
-24,0
|
-0,4
|
-24,0
|
-0,3
|
8 - Outros arts. de uso pessoal e doméstico
|
-12,5
|
-1,4
|
-12,5
|
-0,9
|
9 - Veículos e motos, partes e peças
|
-
|
-
|
-18,9
|
-5,0
|
10- Material de Construção
|
-
|
-
|
-18,5
|
-1,7
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
Nota: A composição da taxa mensal corresponde à participação dos resultados setoriais na formação da taxa global.
Nota: A composição da taxa mensal corresponde à participação dos resultados setoriais na formação da taxa global.
Resultados do varejo foram negativos em 17 das 27 unidades da federação
Na passagem de dezembro de 2015 para janeiro de 2016, série com ajuste sazonal, as vendas no varejo foram negativas em 17 as 27 Unidades da Federação. Com as maiores variações negativas observadas no Espírito Santo e Rio de Janeiro, ambos com taxa de -3,1%.
Frente a janeiro de 2015, série original, o comércio varejista registrou queda no volume de vendas para os 27 Estados, com destaque negativo, em termos de magnitude da taxa, para Amapá, com -24,4%, conforme Gráfico 6. Quanto à participação na composição da taxa negativa do varejo, destacaram-se, pela ordem: São Paulo (-9,7%) e Rio de Janeiro (-10,4%).
Em janeiro de 2016, no comércio varejista ampliado, as 27 Unidades da Federação apresentaram variações negativas no volume de vendas na comparação com o mesmo período do ano anterior, destacando-se Espírito Santo com -26,3% de queda, seguido por Amapá (-23,8%); Sergipe (-22,9%); Goiás (-21,4%); e Alagoas, com -20,8%.
IBGE. 10/03/2016. Em fevereiro, IBGE prevê safra de grãos 0,9% maior que a de 2015
Estimativa de fevereiro para 2016
|
211,3 milhões de toneladas
|
Variação fevereiro 2016 / janeiro 2015
|
0,3 % (+0,6 milhão toneladas)
|
Variação safra 2016 / safra 2015
|
0,9 % (+1,8 milhão de toneladas)
|
A segunda estimativa de 2016 para a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 211,3 milhões de toneladas, 0,9% superior à obtida em 2015 (209,5 milhões de toneladas). A estimativa da área a ser colhida é de 58,4 milhões de hectares, um acréscimo de 1,2% frente à área colhida em 2015 (57,7 milhões de hectares). Frente à informação de janeiro, a produção variou positivamente 0,3% enquanto a área decresceu 0,2%. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representaram 92,8% da estimativa da produção e responderam por 86,4% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimo de 2,7% na área da soja, e reduções de 1,0% na área do milho e de 6,0% na área de arroz. No que se refere à produção, houve acréscimos de 4,9% para a soja, reduções de 5,5% para o arroz e de 3,5% para o milho.
Regionalmente, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 89,0 milhões de toneladas; Sul, 75,7 milhões de toneladas; Sudeste, 20,6 milhões de toneladas; Nordeste, 18,7 milhões de toneladas, e Norte, 7,4 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, houve incrementos de 12,3% na região Nordeste e de 6,3% na região Sudeste, havendo reduções de 4,0% no Norte, de 0,4% no Sul e de 0,9% no Centro-Oeste. Nessa avaliação para 2016, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 24,1%, seguido pelo Paraná (18, 2%) e Rio Grande do Sul (14,6%), que, somados, representaram 56,9% do total previsto.
Estimativa de fevereiro em relação a janeiro de 2016
Frente a janeiro, destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção: milho 2ª safra (3,8%), café arábica (1,4%), batata 2ª safra (1,4%), soja (-0,8%), arroz (-1,8%), cebola (-1,8%), feijão 2ª safra (-2,0%), batata 1ª safra (-2,1%), mandioca (-2,8%), feijão 1ª safra (-2,8%), batata 3ª safra (-3,9%) e café canephora (-4,2%).
ARROZ (em casca) – A estimativa de fevereiro informa uma área a ser colhida de 2,0 milhões de hectares, com uma produção esperada de 11,6 milhões de toneladas e um rendimento médio esperado de 5.770 kg/ha, menores, respectivamente, em 1,0%, 1,8% e 0,8%, quando comparados aos dados do mês anterior. O Rio Grande do Sul, maior produtor do país, com 70,8% de participação na produção nacional de arroz, avalia uma produção de 8,2 milhões de toneladas, numa área a ser colhida de 1,1 milhão de hectares e um rendimento médio esperado de 7.689 kg/ha, menores, respectivamente, em 2,4%, 1,5% e 0,9%, quando comparados aos dados do mês anterior. Com exceção da região Centro-Oeste, as demais apresentaram variações negativas de produção.
CAFÉ (em grão) – A estimativa da produção foi avaliada em 2.983.406 toneladas, ou 49,7 milhões de sacas de 60 kg. A área a ser colhida apresenta retração de 0,3%, enquanto o rendimento aumentou 0,4%, repercutindo, principalmente, um clima mais chuvoso frente a 2015. A safra de café arábica foi calculada em 2,3 milhões de toneladas, ou 38,9 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 1,4% frente ao mês anterior. O clima mais favorável, com ocorrência de maiores quantidades de chuvas no início desse ano, nas principais áreas de produção de Minas Gerais e São Paulo, repercutiram na reavaliação do rendimento médio, que em fevereiro aumentou 1,6% frente ao mês anterior. São Paulo informou aumento de 12,0% na estimativa de produção frente ao mês anterior, devendo alcançar 302.446 toneladas ou 5,0 milhões de sacas de 60 kg, o que faz do estado o segundo maior produtor do país, com participação de 13,0% na safra nacional desse tipo de café. Quanto à produção do café canephora, os dados ainda repercutem o clima seco em seu principal produtor, o Espírito Santo, que informou queda de 5,9% na estimativa de produção em relação ao mês anterior. O estado aguarda colher 454.988 toneladas, ou 7,5 milhões de sacas de 60 kg, repercutindo queda de 5,7% no rendimento médio frente ao mês anterior. Ao todo, o país deve colher em 2016 uma safra de 648.312 toneladas, ou 10,8 milhões de sacas, queda de 4,2% frente ao mês anterior, com o rendimento médio caindo 4,0% no período.
CEBOLA – A produção de cebola está estimada em 1,5 milhão de toneladas, 1,8% menor em relação à estimativa de janeiro. A redução do rendimento médio de 27.222 kg/ha para 26.841 kg/ha foi o principal motivo da redução do volume total da produção. O Paraná apresentou os resultados de uma produção prejudicada pelo excesso de chuvas, tanto na fase de plantio quanto da colheita. Foram estimadas reduções de 16,7% na produção e de 16,2% no rendimento médio.
FEIJÃO (em grão) – Comparada a janeiro, a estimativa para a área plantada com feijão total diminuiu 2,5% e o rendimento médio aumentou 0,3%. A avaliação da produção ficou 2,2% menor. Neste levantamento, os maiores produtores são Paraná, com 21,6%, Minas Gerais, com 17,2%, e Bahia, com 10,2% de participação na produção nacional. A 1ª safra de feijão está estimada em 1,5 milhão de toneladas, o que representa uma diminuição de 2,8% frente à estimativa de janeiro, refletindo a queda na previsão do rendimento médio (2,4%) e da área colhida (0,4%). A diminuição na expectativa de produção da 1ª safra de feijão deve-se, principalmente, ao Paraná, onde houve redução de 0,2% na área plantada, de 12,5% no rendimento médio e de 12,7% na estimativa da produção. A estimativa da produção nacional de feijão 2ª safra totaliza, pelo levantamento de fevereiro, 1,3 milhão de toneladas, 2,0% menor que a estimativa de janeiro. Essa diminuição acompanha a previsão de redução da área plantada (5,7%), apesar de ser estimado um aumento de 4,0% para o rendimento médio. São Paulo teve uma redução de 40,6% na área plantada e de 17,1% no rendimento médio, levando a uma estimativa de produção 50,8% menor que a prevista em janeiro.
MILHO (em grão) – Espera-se produção 2,2% superior que no mês anterior, totalizando 82,7 milhões de toneladas. A recuperação do clima em janeiro trouxe melhores expectativas quanto ao rendimento médio, que foi elevado em 2,3%, totalizando 5.366 kg/ha. A produção de milho 1ª safra, que já está sendo colhido no Centro-Sul, apresentou retração de 0,7%, totalizando 28,4 milhões de toneladas. A redução de 0,8% na área colhida foi o principal responsável pela queda na produção. Dentre os cinco maiores produtores nacionais de milho 1ª safra, responsáveis por 66,5% da produção, quatro reduziram as suas área plantadas e colhidas para esta safra. Os cinco maiores produtores são: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, que possuem participação de 18,2%, 16,6%, 12,4%, 9,8% e 9,5%, respectivamente. Apenas Santa Catarina não demonstrou redução de área plantada e colhida na estimativa de fevereiro. Minas Gerais retoma a primeira colocação quanto à produção de milho 1ª safra. O estado estima produção de 5,2 milhões de toneladas, 0,9% maior em comparação ao mês de janeiro. As reduções de área plantada e colhida são, respectivamente, 1,8% e 2,3%. O acréscimo na produção advém da melhor estimativa do rendimento médio, que ficou em 6.088 kg/ha, maior 3,3% em relação ao mês anterior. Com expectativa de produção de 54,3 milhões de toneladas, a atual 2ª safra de milho reflete a melhoria do clima em janeiro, possibilitando que as estimativas de fevereiro, com relação ao rendimento médio, fossem positivas. Espera-se acréscimo de 3,5% no rendimento médio, ficando a média nacional em 5.505 kg/ha. Esta alta no rendimento médio permitiu que a estimativa da produção se elevasse em 3,8%, quando comparado ao mês de janeiro. Em Mato Grosso, os dados de produção foram reajustados positivamente. Espera-se 20,1 milhões de toneladas, 5,1% a mais que em janeiro. O rendimento médio passa de 5.511 kg/ha em janeiro para 5.687 kg/ha em fevereiro, alta de 3,2%. Paraná também encontra clima mais favorável para o plantio do milho segunda safra e, estimulados pela alta do preço do milho, os produtores estão investindo na cultura. A alta na área plantada é de 8,8% e no rendimento médio, 6,3%. Espera-se que possam ser colhidos 12,0 milhões de toneladas.
SOJA (em grão) – Apesar da redução de 0,8% na expectativa da produção com relação ao mês anterior, a soja nacional é novamente recorde. Espera-se serem colhidas 101,8 milhões de toneladas em uma área de 33,0 milhões de hectares. Todos os três principais produtores do país apresentam, até o momento, recordes em suas safras. O Mato Grosso lidera a produção nacional, com 27,3% de tudo que será produzido no país. O estado espera colher 27,8 milhões de toneladas. No Paraná, a estimativa de produção é de 17,7 milhões de toneladas, sendo que em torno de 50% já se encontram colhidos. A área plantada estimada é de 5,4 milhões de hectares. O rendimento médio é de 3.305 kg/ha, redução de 2,9% em relação ao mês de janeiro. O Rio Grande do Sul espera colher 16,1 milhões de toneladas, decréscimo de 0,8%, quando comparado com janeiro. A área plantada é estimada em 5,5 milhões de toneladas e o rendimento médio em 2.942 kg/ha.
Estimativa de fevereiro de 2016 em relação à produção obtida em 2015
Dentre os 26 principais produtos, 12 apresentaram variação positiva em relação ao ano anterior: amendoim em casca 1ª safra (21,1%), aveia em grão (9,0%), batata-inglesa 1ª safra (5,7%), cacau em amêndoa (2,5%), café em grão - arábica (17,3%), cebola (1,8%), cevada em grão (43,9%), feijão em grão 1ª safra (15,3%), mamona em baga (14,5%), mandioca (1,3%), soja em grão (4,9%) e trigo em grão (13,1%). Com variação negativa, foram 14 produtos: algodão herbáceo em caroço (7,4%), amendoim em casca 2ª safra (0,3%), arroz em casca (5,5%), batata-inglesa 2ª safra (2,3%), batata-inglesa 3ª safra (24,6%), café em grão - canephora (1,0%), cana-de-açúcar (4,3%), feijão em grão 2ª safra (0,2%), feijão em grão 3ª safra (19,2%), laranja (2,1%), milho em grão 1ª safra (3,7%), milho em grão 2ª safra (3,5%), sorgo em grão (3,9%) e triticale em grão (33,8%).
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA). Em atenção a demandas dos usuários, os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em março de 2007, para as principais lavouras brasileiras.
FGV. IBRE. 10/03/2016. IGP-M desacelera na primeira prévia de março
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou variação de 0,43%, na apuração referente ao primeiro decêndio[1] de março. No mesmo período de apuração do mês anterior, a variação foi de 1,23%. A apuração referente ao primeiro decêndio do IGP-M de março compreendeu o intervalo entre os dias 21 e 29 do mês de fevereiro.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou variação de 0,45%, no primeiro decêndio de março. No mesmo período do mês de fevereiro, o índice variou 1,44%. A taxa de variação do índice referente a Bens Finais passou de 1,27% para 1,20%. Contribuiu para este movimento o subgrupo bens de consumo duráveis, cuja taxa passou de 1,71% para -0,07%. O índice correspondente aos Bens Intermediários variou -0,60%, ante 1,26%, no mês anterior. A principal contribuição para este recuo partiu do subgrupo materiais e componentes para a manufatura,que passou de 1,76% para -0,82%.
O índice referente a Matérias-Primas Brutas registrou variação de 0,82%. No mês anterior, a taxa foi de 1,87%. Entre os itens com taxas em trajetória decrescente, destacam-se: milho (em grão) (15,72% para 1,63%), soja (em grão) (1,41% para -3,48%) e cana-de-açúcar (4,74% para 2,48%). Em sentido oposto, vale mencionar: aves (-3,73% para 3,57%), minério de ferro (-3,22% para 0,57%) e laranja (-3,24% para 7,01%).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou taxa de variação de 0,44%, no primeiro decêndio de março. No mesmo período do mês anterior, a taxa foi de 1,07%. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação, com destaque para o grupo Habitação (0,94% para 0,21%). Nesta classe de despesa, vale destacar o comportamento do itemtarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de 0,94% para -0,85%.
Também apresentaram decréscimos em suas taxas de variação os grupos:
- Transportes (1,63% para 0,56%),
- Educação, Leitura e Recreação (1,61% para -0,57%),
- Alimentação (1,05% para 0,51%) e
- Vestuário (1,12% para 0,65%).
Nestas classes de despesa, destacam-se os itens: tarifa de ônibus urbano (3,39% para -0,48%), cursos formais (3,39% para 0,00%), hortaliças e legumes (5,11% para -4,36%) e roupas (1,48% para 0,97%), respectivamente.
Em contrapartida, apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos:
- Despesas Diversas (1,09% para 2,00%),
- Comunicação (0,31% para 0,77%) e
- Saúde e Cuidados Pessoais (0,52% para 0,63%).
Nestas classes de despesa, vale mencionar o comportamento dos itens: cigarros (0,90% para 4,26%), tarifa de telefone móvel (0,00% para 1,67%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,54% para 0,52%), respectivamente.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou, no primeiro decêndio de março, taxa de variação de 0,30%, abaixo do resultado do mês anterior, de 0,31%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,16%. No mês anterior, a taxa foi de 0,39%. O índice que representa o custo da Mão de Obra apresentou variação de 0,43%. No mês anterior, este índice variou 0,23%.
[1] Também denominada primeira prévia.
FGV. IBRE. 10/03/2016. SONDAGEM DOS INVESTIMENTOS. Indústria ainda não vislumbra mudança no quadro de ociosidade e baixo crescimento
O Indicador de Intenção de Investimentos da Indústria da Fundação Getulio Vargas recuou 12,3 pontos no primeiro trimestre de 2016 em relação ao trimestre anterior. Com o resultado, o índice atingiu 72,6 pontos, mínimo da série iniciada no terceiro trimestre de 2012.
O Indicador de Intenção de Investimentos mede a disseminação do ímpeto de investimento das empresas industriais, colaborando, desta forma, para antecipar tendências econômicas1.
“A queda do indicador de Intenção de Investimentos no primeiro trimestre de 2016 mostra que a indústria ainda não vislumbra, até o final deste ano, uma mudança expressiva no quadro de ampla ociosidade e baixo crescimento. O resultado reflete também a elevada incerteza com o ambiente político“, afirma Aloisio Campelo Jr., Superintendente Adjunto para Ciclos Econômicos do FGV/IBRE.
Indicadores abaixo de 100 pontos decorrem da incidência de mais empresas prevendo diminuir investimentos que aumentar nos 12 meses seguintes. No primeiro trimestre de 2016, 16,8% das empresas estão prevendo investir mais nos 12 meses seguintes, e 44,2% prevendo investir menos. No trimestre do ano anterior, esses percentuais haviam sido de 15,7% e 30,8%, respectivamente.
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LGCJ.: