Brasília (11 de fevereiro) - A balança comercial da primeira semana de fevereiro, com cinco dias úteis, registrou superávit de US$ 1,162 bilhão, resultado de exportações de US$ 3,604 bilhões e de importações de US$ 2,442 bilhões. Os dados foram divulgados hoje pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
A média diária das exportações da primeira semana de fevereiro foi de US$ 720,8 milhões, valor 7,3% acima da média diária de fevereiro de 2015 (US$ 671,8 milhões), em razão do aumento nas vendas produtos semimanufaturados (44,7%) – principalmente açúcar em bruto, ouro em forma semimanufaturada, catodos de cobre, celulose, madeira serrada, alumínio em bruto, couros e peles, ferro-ligas – e manufaturados (10,6%) – por conta de tubos flexíveis de ferro e aço, etanol, suco de laranja não congelado, automóveis, polímeros plásticos, laminados planos, açúcar refinado, medicamentos, bombas e compressores, veículos de carga.
Por outro lado, caíram as vendas de produtos básicos (-7,9%) – especialmente soja em grão, minério de ferro, petróleo em bruto, farelo de soja, café em grão, fumo em folhas, carne de frango. Na comparação com o desempenho médio diário do mês passado, houve crescimento de 28,2% nas exportações em virtude da performance das três categorias de produtos: semimanufaturados (64,6%), manufaturados (37,9%) e básicos (7,5%).
Do lado das importações, a média diária da primeira semana de fevereiro, de US$ 448,4 milhões, foi 41,1% menor que a registrada em fevereiro de 2015 (US$ 829,6 milhões). Nesse comparativo, caíram os gastos, principalmente com veículos automóveis e partes (-64,7%), siderúrgicos (-63,7%), combustíveis e lubrificantes (-47,5%), produtos plásticos (-44,8%) e equipamentos eletroeletrônicos (-44,5%). No comparativo com janeiro deste ano, houve queda nas importações de 5,4%, por conta de veículos automóveis e partes (-30,3%), químicos orgânicos e inorgânicos (-26,8%), siderúrgicos (-22,9%) e equipamentos mecânicos (+18,1%).
Ano
Até a primeira semana de fevereiro, as exportações totalizaram US$ 14,849 bilhões e as importações US$ 12,765 bilhões, o que gerou um superávit US$ 2,084 bilhões, revertendo o déficit registrado no mesmo período de 2015, de US$ 3,195 bilhões.
As exportações acumularam média diária de US$ 594 milhões, valor 11,2% menor que o verificado no mesmo período de 2015 (US$ 668,5 milhões). Já as importações apresentaram desempenho médio diário de US$ 510,6 milhões, 35,5% abaixo do registrado no mesmo período de 2015 (US$ 791,4 milhões).
No ano, a corrente de comércio soma US$ 27,614 bilhões, com desempenho médio diário de US$ 1,104 bilhão, 24,3% menos que o verificado em 2015 (US$ 1,460 bilhão).
BACEN. PORTAL G1. 11/02/2016. Retirada supera ingresso de dólares no começo de fevereiro, diz BC. Na primeira semana deste mês, US$ 1,02 bilhão saíram do país. No acumulado de 2016, porém, ainda há ingresso de recursos.
Alexandro Martello
Do G1, em Brasília
As saídas de recursos superaram o ingresso de divisas no país no começo de fevereiro. Segundo números divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira (11), a retirada líquida de valores da economia brasileira somou US$ 1,02 bilhão na primeira semana deste mês.
Em janeiro, US$ 1,47 bilhão haviam ingressado no Brasil. Já em todo o ano passado, também houve entrada de recursos no país, no valor de US$ 9,4 bilhões, revertendo as retiradas registradas nos dois anos anteriores.
A saída de valores registrada no início mês deste ano favoreceria, em tese, a alta do dólar. Isso porque, com menos moeda norte-americana no mercado, seu preço tenderia, teoricamente, a ficar maior. Entretanto, o dólar começou este mês em queda. No fim de janeiro, estava cotado em R$ 4,02 e, nesta quarta-feira, estava sendo negociado a R$ 3,97 por volta das 12h40. Veja a cotação.
Fatores que influenciam o dólar
Além do fluxo de recursos, outros fatores também influenciam a cotação do dólar no Brasil. Entre elas, estão as sinalizações sobre a política de juros dos Estados Unidos, os indicadores da economia brasileira – que registraram desempenho ruim em 2015 – além de tensões políticas e notas das agências de classificação de risco (no ano passado, o Brasil perdeu o grau de investimento por duas das três maiores agências de rating).
Mais recentemente, a desaceleração na China e a queda do preço do petróleo têm causado tensão nos mercados e direcionamento dos investimentos para os mercados considerados mais "seguros", como os Estados Unidos - que subiram os juros no fim do ano passado, melhorando a rentabilidade destas aplicações. Com isso, há pressão sobre o dólar no mercado doméstico. O mercado acredita que o dólar terminará este ano em R$ 4,35.
Swaps cambiais
Outro fator que influencia a cotação do dólar são as operações de swaps cambiais (que funcionam como uma venda futura de dólares), que continua sendo levado adiante pelo Banco Central. Com estas operações, que funcionam com uma venda de dólares no mercado futuro, a autoridade monetária impede uma alta maior do dólar no mercado a vista e oferece garantia (hedge) às empresas contra a valorização do dólar.
Entenda: swap cambial, leilão de linha e venda direta de dólares
Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O Banco Central oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento deles, o BC se compromete a pagar uma taxa de juros sobre valor dos contratos e recebe do investidor a variação do dólar no mesmo período. Quando o dólar sobe, o BC perde e vice-versa.
Com a disparada do dólar em 2015, o BC registrou prejuízo recorde de R$ 89,66 bilhões com as operações de "swaps cambiais". Foi a maior perda anual da série histórica, que começa, para anos fechados, em 2003. Até então, o maior prejuízo, em todo um ano, havia sido registrado em 2014 (R$ 17,32 bilhões).
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