I - Balanço de pagamentos - Janeiro de 2016
Em janeiro, as transações correntes apresentaram deficit de US$4,8 bilhões, acumulando nos últimos 12 meses deficit de US$51,6 bilhões, equivalente a 2,94% do PIB. Na conta financeira, as captações líquidas superaram as concessões líquidas em US$4,4 bilhões, com destaque para ingressos líquidos de investimento direto no país de US$5,5 bilhões.
No mês, a conta de serviços foi deficitária em US$1,4 bilhão, comparado a despesas líquidas de US$3,6 bilhões em janeiro de 2015. As despesas líquidas com transportes somaram US$174 milhões no mês, recuo de 73,2% com relação ao mesmo período do ano anterior. As viagens internacionais registraram deficit de US$190 milhões em janeiro, ante deficit de US$1,7 bilhão em janeiro de 2015, destacando-se os gastos de turistas brasileiros no exterior, que somaram US$840 milhões para o mês corrente, comparados a US$2,2 bilhões em janeiro do ano anterior. As despesas líquidas em aluguel de equipamentos totalizaram US$1,7 bilhão para janeiro de 2016, aumento de 13,4% com relação ao mesmo período de 2015. Outros serviços de negócio, incluindo serviços de engenharia e arquitetura, registraram receitas líquidas de US$1 bilhão no mês corrente, aumento de 7,8% com relação a janeiro do ano anterior. Destacam-se ainda os serviços de propriedade intelectual, que resultaram em despesas líquidas de US$235 milhões, recuando 42,1% com relação a igual período de 2015.
As despesas líquidas de renda primária somaram US$4,3 bilhões em janeiro de 2016, decréscimo de 26,2% comparadas a janeiro de 2015. As rendas de investimento direto registraram despesas líquidas de US$588 milhões, ante deficit de US$1 bilhão no mesmo mês do ano anterior. As despesas líquidas de lucros e dividendos de investimento direto totalizaram US$186 milhões, recuo de 75,7% com relação a janeiro do ano anterior. A renda de investimento em carteira registrou deficit de US$3,5 bilhões em janeiro, comparada a despesas líquidas de US$4,6 bilhões em igual período do ano anterior. Contribuíram para esse resultado despesas de juros de títulos negociados no mercado doméstico, US$2,3 bilhões, 18,2% abaixo do ocorrido no mês correspondente de 2015. As despesas líquidas com juros de títulos negociados no mercado externo totalizaram US$1,1 bilhão no mês, recuo de 24,2% em relação a janeiro do ano anterior.
Em janeiro de 2016 as receitas líquidas da conta de renda secundária somaram US$238 milhões, superando o ocorrido em janeiro de 2015 em 58,6%. Destaca-se o resultado superavitário de US$137 milhões de transferências pessoais, aumento de 162,2% comparativamente ao mesmo mês do ano anterior.
INVESTIMENTOS
Os investimentos diretos no exterior registraram retornos líquidos de US$351 milhões em janeiro, concentrados em participação no capital, US$425 milhões. Os lucros reinvestidos no exterior atingiram US$141 milhões.
Os investimentos diretos no país totalizaram ingressos líquidos de US$5,5 bilhões no mês, dos quais US$2,8 bilhões em ingressos líquidos de participação no capital, incluídos lucros reinvestidos de US$451 milhões, e US$2,7 bilhões em ingressos líquidos de operações intercompanhia.
No mês, os investimentos em carteira passivos apresentaram diminuição líquida de US$2,3 bilhões, destacando-se saídas líquidas de títulos de renda fixa, US$2,3 bilhões, compostas por saídas líquidas de US$1,2 bilhão de títulos negociados no mercado doméstico, e de US$1,1 bilhão de títulos negociados no mercado externo. Os investimentos em ações registraram saídas líquidas de US$4 milhões, comparadas a ingressos líquidos de US$1,8 bilhões em janeiro do ano anterior.
Em janeiro, os outros investimentos ativos registraram retornos líquidos de US$2,7 bilhões, com contribuição de retorno líquido de US$3,1 bilhões de moedas e depósitos no exterior. Os créditos comerciais e adiantamentos totalizaram aplicações líquidas de US$318 milhões no exterior.
Os outros investimentos passivos somaram saídas líquidas de US$1 bilhão no mês, contrastando com ingressos líquidos de US$4,7 bilhões em período correspondente do ano anterior. Em janeiro de 2016, as amortizações líquidas de empréstimos de longo prazo atingiram US$3,8 bilhões, enquanto os ingressos líquidos de empréstimos de curto prazo, em contrapartida, totalizaram US$2,1 bilhões no mês.
II - Reservas internacionais
As reservas internacionais no conceito liquidez totalizaram US$369,8 bilhões em janeiro de 2016, aumento de US$1 bilhão em relação ao mês anterior. No mês, o estoque de linhas com recompra permaneceu em US$12,3 bilhões, redução de US$10 milhões em relação à posição de dezembro de 2015. A receita de remuneração das reservas somou US$235 milhões. As variações por preços aumentaram o estoque em US$1,5 bilhão, e as variações por paridades provocaram redução de US$842 milhões. No conceito caixa, o estoque de reservas atingiu US$357,5 bilhões em janeiro, aumento de US$1 bilhão em relação ao mês anterior.
III - Dívida externa
A posição da dívida externa bruta estimada para janeiro de 2016 totalizou US$332,1 bilhões, diminuição de US$2,3 bilhões em relação ao montante estimado para dezembro de 2015. A dívida externa estimada de longo prazo atingiu US$277,2 bilhões, recuo de US$4,4 bilhões, enquanto o endividamento de curto prazo somou US$54,9 bilhões, aumento de US$2,1 bilhões, no mesmo período.
Dentre os determinantes da variação da dívida externa de longo prazo no período, destacam-se as amortizações de empréstimos dos setores financeiro e não financeiro, US$4,3 bilhões e US$1,9 bilhão, respectivamente; de novos empréstimos tomados pelo setor não financeiro, US$2,3 bilhões; além da redução de estoque provocada pela variação cambial, US$385 milhões. A variação da dívida externa de curto prazo no período é explicada, principalmente, pelos desembolsos de empréstimos registrados pelo setor financeiro de US$1,5 bilhão.
DOCUMENTO: http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPEXT
BACEN. 24/02/2016. Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro
I - Operações de crédito do sistema financeiro
O saldo das operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$3.199 bilhões em janeiro, com redução mensal de 0,6% e elevação de 6,2% em doze meses (ante variações respectivas de 1,3% e 6,7% em dezembro). A variação mensal refletiu o declínio de 1,3% na carteira de pessoas jurídicas e o aumento de 0,2% nas operações com as famílias, com saldos respectivos de R$1.685 bilhões e de R$1.514 bilhões. A relação crédito/PIB recuou de 54,3% para 53,7% (52,8% em janeiro de 2015).
A carteira de crédito com recursos livres somou R$1.617 bilhões, após retração de 1,2% no mês e aumento de 3,3% em doze meses. O segmento de pessoas jurídicas declinou 2,3% no mês, para R$813 bilhões, destacando-se os recuos em capital de giro e outros créditos. Em sentido inverso, as principais elevações ocorreram nos saldos de repasses externos e de adiantamentos sobre contratos de câmbio. O segmento de pessoas físicas recuou 0,1% no mês, para R$804 bilhões, com contração de 3,8% no saldo de cartão de crédito à vista.
O crédito direcionado totalizou R$1.583 bilhões em janeiro, registrando estabilidade no mês e expansão de 9,3% em doze meses. O saldos referente a pessoas físicas aumentou 0,5%, para R$710 bilhões, repercutindo o crescimento de 0,4% no financiamento imobiliário. A carteira de pessoas jurídicas declinou 0,3%, para R$873 bilhões, destacando-se a redução de 1,2% no crédito rural.
A segmentação do crédito por atividade econômica dos tomadores mostrou retrações mais significativas nos segmentos comércio (3,6%, para R$296 bilhões), indústria de transformação (1,6%, para R$464 bilhões), serviços industriais de utilidade pública (1,2%, para R$200 bilhões) e construção (1,3%, para R$111 bilhões).
Consideradas as operações acima de R$1 mil, os saldos das operações de crédito recuaram 0,7% no Sudeste (R$1.720 bilhões), 0,5% no Sul (R$553 bilhões), 0,5% no Centro-Oeste (R$330 bilhões), 0,5% no Norte (R$118 bilhões) e 0,3% no Nordeste (R$404 bilhões).
Taxas de juros e inadimplência
A taxa média de juros do crédito do sistema financeiro, incluindo operações com recursos livres e direcionados, situou-se em 31,4% a.a. em janeiro, alcançando o patamar mais elevado da série histórica iniciada em março de 2011, com elevações de 1,7 p.p. no mês e de 6,5 p.p. em doze meses. A taxa de juros atingiu 49,4% a.a. no crédito livre (aumentos de 2,2 p.p. no mês e de 10,3 p.p. em doze meses) e 11% a.a. no crédito direcionado (+1,2 p.p. no mês e +2,6 p.p. em doze meses).
A taxa média de juros situou-se em 39,2% a.a. no segmento de pessoas físicas, registrando elevações de 1,3 p.p. no mês e de 7,2 p.p. em doze meses. No mês, a taxa de juros subiu 2,4 p.p. nas contratações com recursos livres (cheque especial, +5,3 p.p.; cartão de crédito rotativo, +8,1 p.p.; cartão de crédito parcelado, +8,3 p.p.) e 0,2 p.p. no crédito direcionado, situando-se em 66,1% a.a. e 9,9% a.a., respectivamente.
A taxa média de juros no segmento de pessoas jurídicas atingiu 22,7% a.a., avançando 2 p.p. no mês e 5,3 p.p. em doze meses. No mês, a taxa aumentou 1,8 p.p. nas contratações com recursos livres e 2,3 p.p. nos créditos direcionados, alcançando 31,5% a.a. e 12,3% a.a.
O spread bancário referente às operações com recursos livres e direcionados situou-se em 20,1 p.p. em janeiro, com aumentos de 1,6 p.p. no mês e 4,1 p.p. em doze meses. O avanço mensal repercutiu elevações de 2,1 p.p., para 34,1 p.p., nas operações com recursos livres, e de 0,9 p.p., para 4,2 p.p., nas operações com recursos direcionados. O spread situou-se em 27,8 p.p. no segmento de pessoas físicas e em 11,5 p.p. no de pessoas jurídicas, aumentando 1,2 p.p. e 1,8 p.p. no mês, respectivamente.
A taxa de inadimplência das operações de crédito do sistema financeiro, que corresponde à participação percentual dos saldos com atrasos superiores a noventa dias, atingiu 3,5% em janeiro, elevando-se 0,1 p.p. no mês e 0,7 p.p. em doze meses. A taxa situou-se em 4,3% no segmento de pessoas físicas e em 2,7% no de pessoas jurídicas, com altas de 0,1 p.p no mês em ambos os segmentos. A inadimplência aumentou 0,1 p.p., para 5,4%, nas operações com recursos livres e permaneceu estável em 1,4%, no crédito direcionado.
II - Evolução dos agregados monetários
A média dos saldos diários da base monetária alcançou R$251,7 bilhões em janeiro, ao recuar 1,8% no mês e 0,6% em doze meses. A variação mensal refletiu a elevação de 8,7% nas reservas bancárias, que ainda refletem o aumento sazonal da demanda por moeda em dezembro, e o declínio de 3,5% no saldo de papel-moeda emitido.
Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, destacaram-se os ajustes nas operações com derivativos, com impacto expansionista de R$16,8 bilhões, e as operações com títulos públicos federais, que registraram contração de R$28,7 bilhões, a partir de vendas líquidas de R$105,4 bilhões no mercado secundário e resgates líquidos de R$76,7 bilhões, no mercado primário.
O saldo médio diário dos meios de pagamento restritos (M1) alcançou R$318,6 bilhões em janeiro, com declínios de 4,1% no mês, resultante das reduções de 3,6% no papel-moeda em poder do público e de 4,8% nos depósitos à vista, e de 4% em doze meses. O saldo dos meios de pagamento no conceito M2, que corresponde ao M1 mais depósitos de poupança e títulos privados, recuou 0,8% em janeiro, totalizando R$2,3 trilhões. Essa variação refletiu a retração do M1 e os aumentos de 0,3% nos saldos de títulos privados e depósitos de poupança, situados em R$1,3 trilhão e R$658,8 bilhões, respectivamente. No mês, ocorreram resgates líquidos de R$12 bilhões na poupança e de R$11 bilhões nos depósitos a prazo.
O M3, que compreende o M2, as quotas de fundos de renda fixa e os títulos públicos que lastreiam as operações compromissadas entre o público e o setor financeiro, avançou 0,2% no mês, somando R$4,8 trilhões. O saldo das quotas de fundos de renda fixa, que alcançou R$2,3 trilhões em janeiro, elevou-se 0,9% em relação a dezembro, enquanto o saldo das operações compromissadas com títulos federais cresceu 4,5%. O M4, que compreende o M3 e os títulos públicos de detentores não financeiros, cresceu 0,7% no mês e de 10,9% em doze meses, atingindo R$5,6 trilhões.
DOCUMENTO: http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOM
FGV. IBRE. 24/02/2016. Expectativa de inflação dos consumidores sobe
A inflação mediana prevista pelos consumidores brasileiros para os 12 meses seguintes subiu para 11,4% em fevereiro de 2016. Com a alta de 0,1 p.p. em relação ao mês anterior, as expectativas de inflação atingem um novo recorde da série iniciada em setembro de 2005.
“O resultado de fevereiro indica que a expectativa de inflação dos consumidores estabilizou no patamar de 11%. O resultado, estável com relação aos dois meses anteriores, mostra que, apesar de ter desacelerado, a expectativa de inflação dos consumidores para os próximos doze meses é bastante elevada. Tal resultado pode ser explicado pelo IPCA nos últimos 12 meses (10,71%) e pelo aumento dos preços de transportes e alimentação e gastos com educação”, afirma o economista Pedro Costa Ferreira, da FGV/IBRE.
Em fevereiro, a maior elevação ocorreu na faixa de renda mais baixa com alta de 0,4 p.p., alcançando 12,0%, o nível mais alto entre as quatro faixas pesquisadas.
A tabela abaixo mostra a frequência dos valores mais citados pelos consumidores ao prever a inflação futura. O intervalo entre 10,0% e 12,0% aparece pelo terceiro mês como o mais citado, por 33,7% dos consumidores, contra 38,0% em janeiro. Já a frequência relativa de respostas acima de 12,0% aumentou, ao passar de 23,2% do total em janeiro para 26,5% em fevereiro.
DOCUMENTO: http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumPageId=402880972283E1AA0122841CE9191DD3&lumItemId=8A7C82C5519A547801531044E3F5094D
FGV. IBRE. 24/02/2016. IPC-S Todas as capitais registraram decréscimo em suas taxas
O IPC-S de 22 de fevereiro de 2016 registrou variação de 1,10%, 0,32 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa divulgada na última apuração. Todas as sete capitais pesquisadas registraram decréscimo em suas taxas de variação.
A tabela a seguir, apresenta as variações percentuais dos municípios das sete capitais componentes do índice, nesta e na apuração anterior.
DOCUMENTO: http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumPageId=402880972283E1AA0122841CE9191DD3&lumItemId=8A7C82C5519A54780153102B45D01F86
_________________
LGCJ.: