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July 28, 2015

PORTAL G1. 28/07/2015. Standard & Poor's muda perspectiva de nota do Brasil para negativa. Nota foi mantida em BBB- e segue classificada como 'grau de investimento'. Perspectiva significa previsão de maior demora na volta ao crescimento.
Do G1, em São Paulo

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s informou nesta terça-feira (28) que manteve em "BBB-" a nota de crédito do Brasil, mas alterou a perspectiva para negativa. A nota do país segue classificada como “grau de investimento”, mas com a revisão o país ficou mais perto de perder o cobiçado selo de "bom pagador".
No mercado financeiro, a nota de um país funciona como um "certificado de segurança" que as agências de classificação dão a países que elas consideram bons pagadores.
A nota "BBB-" é o último degrau do chamado grau de investimento concedido a países com baixo risco de calotes a investidores financeiros internacionais.
A perspectiva negativa significa a tendência de rebaixamento da nota do Brasil no futuro, o que pode fazer com que a dívida do país caia para a categoria "especulativa".
A agência acredita que há uma probabilidade maior que uma em três de que haverá mais correções dada a “dinâmica política fluida” e de que o retorno a uma trajetória de crescimento firme vai demorar mais que o esperado.
'Riscos de piora no Brasil cresceram'
A Standard and Poor's teme, inclusive, uma contração de 2% do PIB brasileiro em 2015, e um crescimento zero no ano que vem, o que implicaria um déficit orçamentário de 7,5% do PIB nesse ano, em comparação aos 6,1% do ano passado, antes de situar-se em 5,2% em 2017.
“Desde 23 de março de 2015, quando reafirmamos os ratings pela última vez, acreditamos que os riscos de piora no Brasil cresceram. Revisamos a perspectiva para negativa porque, apesar das amplas mudanças a caminho, que continuamos a acreditar que têm o apoio da presidente, os riscos para sua execução cresceram. Em nosso ponto de vista, esses riscos vêm tanto da frente econômica quanto da política”, diz a S&P.
Um novo rebaixamento da nota pela S&P faria com que o Brasil voltasse ao grau especulativo. Na classificação das outras duas principais agências de classificação de risco (Fitch e Moodys), o Brasil segue em melhor situação (entenda as classificações no quadro mais abaixo).
A S&P foi a primeira a conceder o grau de investimento ao país, em abril de 2008.

classificação de risco nta Brasil (Foto: Editoria de Arte/G1)






































Circunstâncias desafiadoras
Na análise, a agência ressalta que o Brasil enfrenta “circunstâncias políticas e econômicas desafiadoras” durante o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
“O número de investigações de corrupção envolvendo certos políticos e empresas está crescentemente pesando sobre as perspectivas fiscais e econômicas do Brasil, colocando em risco a implementação efetiva de medidas, particularmente no Congresso”, diz a agência.
A agência ressalta que a coesão política do Congresso está em risco, e vê menos apoio do Congresso para aprovar as medidas de ajuste fiscal. A possibilidade de impeachment de Dilma “ressalta os desafios que a presidente tem para conseguir apoio consistente para a correção de curso das políticas e a retomada da economia”.
Fitch também mudou perspectiva
Em abril, a Fitch também decidiu manter manter a nota de crédito do Brasil e alterar a perspectiva para negativa. De acordo com a agência, o contínuo baixo desempenho da economia, os crescentes desequilíbrios macroeconômicos, a deterioração fiscal e o aumento da dívida pública estão aumentando a pressão negativa sobre o perfil de crédito soberano do país.
"Enquanto o governo começou um processo de ajuste macroeconômico para impulsionar a credibilidade e a confiança, riscos negativos relacionados à sua implementação efetiva e durabilidade persistem, especialmente no contexto de um ambiente econômico e político desafiador", diz a Fitch em comunicado.


PORTAL UOL. Agência de risco S&P mantém nota do Brasil, mas com 'ameaça' de corte
Do UOL, em São Paulo 28/07/2015 16h17
Brendan McDermid/Reuters

A agência de avaliação de risco Standard & Poor's (S&P) manteve, nesta terça-feira (28), a nota de crédito de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira em "BBB-", mas trocou a perspectiva de "estável" para "negativa" ---isso significa que a tendência é de rebaixamento, em vez de manutenção, nos próximos 12 a 18 meses.

Com isso, o país manteve o chamado "grau de investimento", uma espécie de selo de bom pagador. Isso que dizer que, segundo a S&P, o país ainda é considerado um lugar recomendável para os investidores aplicarem seu dinheiro.

Em teleconferência, a analista da S&P Lisa Schineller disse que "embora estejamos assumindo uma situação fiscal mais fraca, também estamos assumindo que ela melhorará e que o Brasil evitará um rebaixamento do rating [da nota]". Ela citou o exemplo da Índia, que teve a perspectiva para seu rating "BBB-" colocada em "negativa" e foi capaz de evitar um rebaixamento. Segundo ela, o corte da nota ocorrerá somente caso o governo recue em seu comprometimento com políticas fiscais no próximo ano.

O país ainda mantém o "grau de investimento" de acordo com as três principais agências de classificação de risco do mundo: Fitch, Moody's e Standard & Poor's. A Fitch já indicou que deve rever essa nota. Na semana passada, a agência brasileira Austin Rating tirou o grau de investimento do país.

Situação 'desafiadora'
Segundo a S&P, o país enfrenta circunstâncias políticas e econômicas "desafiadoras", apesar de  "uma correção de política significativa durante o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff". Ainda segundo a agência, aumentou a probabilidade de deslizes na correção da política em curso.

A agência afirmou, ainda, que as investigações de corrupção envolvendo empresas e políticos têm tido cada vez mais peso sobre o cenário econômico e fiscal do Brasil, e que "o retorno a uma trajetória de crescimento mais firme demorará mais do que o esperado".

"Apesar das mudanças generalizadas de política em andamento, que continuamos a acreditar que tem o apoio da presidente, os riscos de execução aumentaram. Na nossa visão, esses riscos derivam tanto do front econômico quanto político", afirmou a S&P em nota.

Metas fiscais
Mesmo assim, a decisão da S&P representa um revés para os esforços do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de reconquistar a confiança do investidor no país.

Levy tem tentado proteger o grau de investimento do Brasil com cortes de gastos e aumentos de impostos, para equilibrar as contas públicas.

Na semana passada, porém, o governo reduziu suas metas de superavit primário --a economia feita para o pagamento de juros da dívida pública--, diante de uma arrecadação bastante aquém do previsto devido à fraqueza da economia.

Para 2015, a meta foi diminuída de 1,1% para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, o governo terá a prerrogativa de fazer um abatimento da meta, o que na prática poderá significar um deficit fiscal neste ano.

Para 2016 e 2017, a meta de superavit primário caiu para 0,7% e 1,3% do PIB, respectivamente, contra objetivo anterior de 2% nos dois próximos anos.

Ao reduzir as metas fiscais, o governo também traçou uma trajetória pra a dívida pública do país que não convenceu o mercado e especialistas de modo geral. Passou a prever que a relação dívida bruta/PIB --importante indicador monitorado pelas agências de classificação de risco-- fechará este ano a 64,7%, indo a 66,4% em 2016 e 66,3% em 2017. Para 2018, a vê em 65,6%.

No geral, o mercado acredita que a dívida pública vai ultrapassar o patamar de 70% devido às condições econômicas brasileiras antes que comece a estabilizar.

"O futuro da nota do Brasil tem muito a ver com a questão do endividamento do país. O governo trabalha com estabilização a partir de 2017. O que o mercado questiona é como o governo vai chegar a esse ponto, como o Brasil vai mostrar para as agências que vai estabilizar a dívida", disse o analista Bruno Gonçalves, da Alpes Corretora, à agência de notícias Reuters.

Avaliação de agências indica risco de calote aos investidores
Um governo consegue dinheiro vendendo títulos no mercado. Os investidores compram papéis com a promessa de receberem o dinheiro de volta no futuro com juros. Quando um governo tem avaliação ruim, considera-se que há risco de dar um calote e não pagar esses investidores.

Se houver desconfiança sobre essa devolução, fica difícil conseguir vender esses títulos, e o país tem de pagar mais juros aos investidores para compensar o risco maior. O país com mais confiança são os EUA.

O chamado grau de investimento indica aos investidores que uma economia tem baixo risco de dar calote, e que as aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros nesse país terão risco próximo a zero.

Cada agência de risco tem uma escala própria de avaliação. A nota "BBB-", pela S&P, indica que o país ainda está no chamado "grau de investimento", que recebeu da S&P em 2008.

Entenda como as agência fazem o cálculo da nota
O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa ou um país.

Ele busca medir a probabilidade de calote de obrigações financeiras. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

Do ponto de vista econômico, é bastante vantajoso, pois uma vez feito, pode ser utilizado para vários objetivos e por diversas instituições. Com a globalização, o rating se apresenta como uma linguagem universal que aborda o grau de risco de qualquer título de dívida.

Agências de risco falharam na crise
As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.

Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, um país, um título ou uma operação financeira.

Ele busca mensurar a probabilidade de calote de obrigações financeiras, ou seja, o não-pagamento, incluindo-se atrasos e ou falta efetiva do pagamento. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

(Com Reuters)


REUTERS. Markets | Tue Jul 28, 2015 6:13pm EDT. Brazil investment grade rating is at risk, S&P warns.
SAO PAULO | BY WALTER BRANDIMARTE

Standard & Poor's on Tuesday said Brazil could lose its coveted investment-grade rating in the coming year if fallout from a number of corruption investigations further stymies economic growth and implementation of austerity measures.

The warning is a setback to Finance Minister Joaquim Levy's efforts to win back investor confidence in Latin America's largest economy, headed to a steep recession.

S&P affirmed Brazil at BBB-minus, its lowest investment grade rating, and revised the outlook on that rating to negative from stable, signaling a downgrade is possible over 12 to 18 months.

The Brazilian real BRL= slid 2 percent after S&P's announcement to 3.43 per dollar, the weakest in more than 12 years. It trimmed most of those losses to close at 3.37 after the ratings agency's analysts said the country could still head off a downgrade.

"We're assuming an even weaker fiscal story (in 2016), but we're also assuming that it will improve and that Brazil will avoid a rating downgrade," S&P analyst Lisa Schineller said on a conference call, citing the example of India.

India, also rated at BBB-minus by S&P, last year avoided a downgrade to junk after Prime Minister Narenda Modi unveiled an ambitious reform agenda.

Still, Schineller said there was significant risk that Congress may not approve the austerity policies.

Investors said the threatened downgrade should be a wake-up call to the government.

"This is the consequence of years of bad fiscal policies. They are finally taking their toll on Brazil," said Will Landers, who oversees $2.1 billion in Latin American equities at BlackRock Inc. "We need to see how the government deals with this decision."

Although some Brazilian government officials had fretted about the country's ratings, few saw the S&P revision coming so soon. "This caught the team by surprise," a Finance Ministry official said.

Asked about S&P's decision, Planning Minister Nelson Barbosa said the government is working to improve the economy and that those efforts will bear fruits.

Levy himself considered the S&P warning an incentive for Congress to speed up the approval of austerity measures, a government source who heard the minister's remarks said.

Some lawmakers seemed to agree. Senator Romero Juca, a leader with Brazil's largest party, the PMDB, said Congress "needs to act fast not to let the situation deteriorate even further."

Yet most market participants now expect Brazil to lose its investment grade from S&P and at least one other rating agency by the end of 2016, a Reuters poll showed.

Levy has been trying to retain Brazil's investment grade rating through spending cuts and tax increases aimed at curbing fiscal deficits that ballooned during President Dilma Rousseff's first term.

But his strategy has fallen short. Last week, the government slashed its budget savings target for this year and the next.

Government revenues have plunged since the beginning of the year. The economy is expected to shrink this year and possibly in 2016. Inflation remains above target, forcing the central bank to raise interest rates.

A massive corruption scandal at state-run oil company Petrobras (PETR4.SA) has also damaged investor sentiment, along with a growing political crisis which included calls for Rousseff's impeachment.

Loss of the investment-grade rating would boost financing costs for Brazil's government and companies. It also would hurt dollar inflows to the country since many investors are barred from buying junk-rated securities.

S&P was the first of the Big Three ratings agencies to raise questions about Brazil's investment grade. Both Moody's Investors Service and Fitch Ratings have the country at BBB, two notches above junk, with a negative outlook.

(Additional reporting by Alonso Soto in Brasilia and Guillermo Parra-Bernal in Sao Paulo; Editing by David Gregorio and Lisa Shumaker)

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LGCJ.: