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April 7, 2016

BACEN. 07/04/2016. BC divulga Relatório de Estabilidade Financeira

O Banco Central (BC) divulgou hoje o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) referente ao segundo semestre de 2015. O REF é uma publicação semestral destinada a apresentar, com foco no risco sistêmico, os principais resultados das análises sobre o Sistema Financeiro Nacional, especialmente com respeito à sua dinâmica recente, às perspectivas e ao grau de resistência a eventuais choques na economia brasileira ou no próprio sistema.

O cenário externo permaneceu complexo no segundo semestre de 2015, por um lado, com o início do processo de elevação das taxas de juros pelo Federal Reserve Bank (Fed) e, por outro lado, com a manutenção de programas de compra de ativos pelo Banco Central Europeu  e pelo Banco do Japão. Os riscos associados aos mercados emergentes aumentaram, refletindo a desaceleração do crescimento econômico, a deterioração das condições de financiamento e, para os países exportadores de commodities, a redução dos preços das matérias-primas.

No âmbito doméstico, a percepção de risco da economia brasileira, o cenário de retração econômica e a redução no nível de confiança dos consumidores e dos empresários começou a se refletir de maneira mais pronunciada nos indicadores de crédito. Para fazer frente a esse cenário, os bancos vêm preservando a cautela na concessão de crédito e renegociando e reestruturando as dívidas dos tomadores.

A satisfatória situação de solvência do sistema pôde ser constatada pela estabilidade, no semestre, dos elevados níveis de capitalização e pelos resultados obtidos com os testes de estresse.  A liquidez no sistema financeiro manteve-se suficiente em todo o período. A liquidez de curto prazo do sistema bancário aumentou enquanto sua liquidez estrutural (de longo prazo) manteve-se essencialmente estável.

A rentabilidade do sistema bancário aumentou, influenciada por resultados positivos dos bancos privados, com destaque para ajustes nas taxas de concessão, maior diversificação de receitas e resultados não recorrentes. A majoração da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras proporcionou ganhos contábeis com ativação de créditos tributários. Em contrapartida, os bancos aumentaram suas provisões, preparando-se para um cenário adverso, com perspectiva de baixo crescimento das concessões e de aumento da inadimplência.

O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) funcionou de forma eficiente e segura no segundo semestre de 2015. Nos sistemas de transferência de fundos, a liquidez intradia agregada disponível continuou acima das necessidades das instituições financeiras participantes, o que garante que as liquidações ocorram com tranquilidade.

DOCUMENTO: http://www.bcb.gov.br/htms/estabilidade/2016_04/refPub.pdf

BACEN. PORTAL G1. 07/04/2016.  Mesmo com menos empréstimos, rentabilidade bancária avança, diz BC. Concessão de crédito é afetada por recessão e juros altos, acrescentou. Solvência do sistema bancário segue em patamar elevado, informou o BC.
Alexandro Martello
Do G1, em Brasília

A rentabilidade do sistema bancário aumentou no segundo semestre do ano passado, influenciada por "resultados positivos" dos bancos privados, com destaque para ajustes [para cima] nas taxas de juros de empréstimos, informou o Banco Central nesta quinta-feira (7) por meio do relatório de estabilidade financeira.
No ano passado, houve um aumento de 14,1 pontos percentuais na taxa de juros dos bancos para pessoas físicas com recursos livres (tirando crédito habitacional, rural e do BNDES), para 63,7% ao ano em dezembro de 2015. Esse foi o maior aumento anual da série histórica revisada do Banco Central, ou seja, dos últimos quatro anos. Com isso, os juros bancários subiram mais do que cinco vezes o aumento da taxa básica da economia, fixada pelo BC.
Segundo o BC, o aumento da da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras proporcionou "ganhos contábeis" com ativação de créditos tributários. "Em contrapartida, os bancos aumentaram suas provisões, preparando-se para um cenário adverso, com perspectiva de baixo crescimento das concessões e de aumento da
inadimplência", acrescentou a autoridade monetária.
O BC já havia revelado que o crédito bancário registrou, em 2015, a desaceleração pelo quinto ano consecutivo e, também, o menor crescimento anual já registrado. Nesta quinta-feira, no relatório de estabilidade financeira, explicou que o cenário de retração econômica, juros elevados, piora das condições de emprego e redução no nível de confiança dos consumidores e dos empresários começou a se refletir de "maneira mais pronunciada" nos
indicadores de crédito.
"Para fazer frente a esse cenário, os bancos vêm preservando a cautela na concessão de
crédito, renegociando e restruturando as dívidas dos tomadores e, no caso dos bancos privados, aumentando, de modo significativo, a cobertura de provisões [dinheiro separado para caso de calote] para a inadimplência, concomitante à ativação de créditos tributários durante o semestre", acrescentou a autoridade monetária.
Expectativa para 2016
Para este ano, ainda de acordo com análise do Banco Central, a perspectiva de baixo crescimento das concessões (de crédito) continuará a reduzir a participação do crédito na formação do resultado dos bancos.
"Assim, segue a tendência de maior contribuição das receitas de serviços, seguros e cartões na composição do lucro líquido. Além disso, ganhos com eficiência tendem a ser menores, uma vez que esforços nesse sentido já vêm sendo empreendidos há um bom tempo, e há esgotamento nesse resultado", acrescentou o BC.
Segundo a instituição, a inadimplência mais elevada implicará, porém, em maiores despesas com provisões (de recursos para fazer frente às perdas), acarretando "queda das margens líquidas [lucro] de intermediação e crédito, pressionando a rentabilidade do sistema, especialmente nos bancos públicos, por carregarem em seus portfólios maior proporção de linhas de crédito de menor margem".
Capacidade de pagamento
De acordo com a instituição, a solvência (capacidade de pagamento de dívidas) do sistema bancário segue em "patamar elevado" no segundo semestre de 2015.
"Os índices de capital, tanto dos bancos públicos quanto dos privados, permaneceram em níveis superiores aos dos requerimentos regulatórios, o que, associado à avaliação da Razão de Alavancagem [razão entre o capital de melhor qualidade e total de exposição a risco da instituição], confirmam a situação confortável de solvência do sistema", avaliou o BC.
A autoridade monetária informou ainda que, em simulações de situações de estresse (piora nos indicadores econômicos), o sistema bancário brasileiro apresentou "adequada capacidade
de suportar tanto os efeitos de choques decorrentes de cenários macroeconômicos adversos – por seis trimestres consecutivos.
Tabmém apresentou capacidade de suportar, informou o BC, mudanças abruptas nas taxas de juros e de câmbio, na inadimplência, ou quedas generalizadas dos preços dos imóveis residenciais, "muito embora os efeitos não sejam homogêneos para todas as instituições, e algumas apresentem desenquadramento em algum requerimento e/ou restrições na distribuição
de lucros".


FGV. IBRE. 07/04/2016. IGP-DI recua em março.

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) variou 0,43%, em março. A variação registrada em fevereiro foi de 0,79%. Em março de 2015, a variação foi de 1,21%. A taxa acumulada em 2016, até março, é de 2,78%. Em 12 meses, o IGP-DI acumulou alta de 11,07%. O IGP-DI de marçofoicalculado com base nos preços coletados entre os dias 1º e 31 do mês de referência.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou, em março, variação de 0,37%. Em fevereiro, a taxa foi de 0,84%. O índice relativo a Bens Finais apresentou variação de 1,34%. No mês anterior, a taxa de variação foi de 1,46%. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 1,49% para -0,12%. O índice de Bens Finais (ex), que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis, registrou variação de 0,19%, ante 1,07%, no mês anterior.

O índice do grupo Bens Intermediários apresentou taxa de variação de -0,83%, ante -0,20%, no mês anterior. O principal responsável por este recuo foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa de variação passou de -0,01% para -1,45%. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, apresentou variação de -0,91%. No mês anterior, a variação foi de 0,06%.

No estágio das Matérias-Primas Brutas, a taxa de variação passou de 1,35%, em fevereiro, para     0,63%, em março. Os destaques no sentido descendente foram: mandioca (aipim) (8,56% para         -10,74%), bovinos (2,36%para -0,67%) e soja (em grão) (-4,17% para -6,78%).Em sentido ascendente, vale mencionar: minério de ferro (-1,25% para 8,05%), aves (-1,77%para 4,13%) e laranja (1,18% para 12,68%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou variação de 0,50%, em março, ante 0,76%, no mês anterior. Seis das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. A contribuição de maior magnitude para o recuo da taxa do IPC partiu do grupo Habitação (0,39% para -0,15%). Nesta classe de despesa, vale mencionar o comportamento do item tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de -2,44% para -3,41%.

Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos: Transportes (1,13% para 0,43%), Educação, Leitura e Recreação (0,44% para 0,19%), Despesas Diversas (1,58% para 1,02%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,69% para 0,64%) e Comunicação (0,83% para 0,70%). Nestas classes de despesa, vale citar o comportamento dos itens: tarifa de ônibus urbano (1,50% para 0,04%), passagem aérea (1,75% para -8,01%), cigarros (3,28% para 2,12%), artigos de higiene e cuidado pessoal (1,00% para 0,41%) e pacotes de telefonia fixa e internet (0,82% para 0,00%), respectivamente.

Em contrapartida, apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos: Alimentação (1,07% para 1,15%) e Vestuário (0,04% para 0,32%). Nestas classes de despesa, os destaques foram: frutas (4,95% para 7,40%) e roupas (-0,11% para 0,53%), respectivamente.

O núcleo do IPC registrou taxa de 0,63%, ante 0,76%, apurada no mês anterior. Dos 85 itens componentes do IPC, 43 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 18 apresentaram taxas abaixo de 0,36%, linha de corte inferior, e 25 registraram variações acima de 0,90%, linha de corte superior. Em março, o índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, foi de 74,85%, ante 76,92%, no mês anterior.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou, em março, taxa de variação de 0,64%, acima do resultado do mês anterior, de 0,54%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços mostrou variação de 0,26%. No mês anterior, a taxa foi de 0,51%. O índice que representa o custo da Mão de Obra registrou variação de 0,97%. No mês anterior, este índice variou 0,56%.

DOCUMENTO: http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumPageId=402880972283E1AA0122841CE9191DD3&lumItemId=8A7C82C5519A54780153F03B4D6F76C4


IBGE. 07/04/2016. Produção industrial cai em 11 dos 14 locais pesquisados em fevereiro

A redução de ritmo observada na produção industrial nacional, na passagem de janeiro para fevereiro de 2016, série com ajuste sazonal, foi acompanhada por 11 dos 14 locais pesquisados, com destaque para os recuos mais intensos registrados por Bahia (-7,9%) e Amazonas (-4,7%). Com esses resultados, o primeiro local eliminou parte do avanço de 8,5% acumulado nos meses de dezembro e janeiro últimos; e o segundo completando nove meses consecutivos de taxas negativas, período em que acumulou perda de 26,7%. Região Nordeste (-3,6%), Santa Catarina (-3,3%) e Ceará (-2,8%) também apontaram recuos mais elevados do que a média nacional (-2,5%), enquanto Pernambuco (-2,5%), São Paulo (-2,1%), Rio de Janeiro (-1,9%), Paraná (-1,6%), Rio Grande do Sul (-1,3%) e Minas Gerais (-0,7%) completaram o conjunto de locais com índices negativos em fevereiro de 2016. Por outro lado, Pará (6,2%), Espírito Santo (5,3%) e Goiás (4,1%) assinalaram os resultados positivos nesse mês, com o primeiro acumulando expansão de 13,4%, em dois meses consecutivos de crescimento na produção; o segundo eliminando parte da perda de 20,5%, registrada entre outubro de 2015 e janeiro de 2016; e o último voltando a crescer após mostrar queda de 1,8% no mês anterior.

Indicadores Conjunturais da Indústria
Resultados Regionais
Fevereiro de 2016
LocaisVariação (%)
Fevereiro 2016/
Janeiro 2016*
Fevereiro 2016/
Fevereiro 2015
Acumulado
Janeiro-Fevereiro
Acumulado nos
Últimos 12 Meses
Amazonas
-4,7
-25,0
-28,0
-18,7
Pará
6,2
15,4
12,8
4,4
Região Nordeste
-3,6
-3,3
-3,2
-2,2
Ceará
-2,8
-10,4
-10,0
-10,2
Pernambuco
-2,5
-26,2
-28,0
-10,1
Bahia
-7,9
11,0
10,6
-2,9
Minas Gerais
-0,7
-11,6
-15,2
-9,1
Espírito Santo
5,3
-18,6
-22,5
-2,6
Rio de Janeiro
-1,9
-3,1
-9,1
-7,4
São Paulo
-2,1
-12,3
-14,2
-12,0
Paraná
-1,6
-9,0
-11,2
-9,3
Santa Catarina
-3,3
-4,8
-8,0
-7,9
Rio Grande do Sul
-1,3
-5,4
-4,9
-10,4
Mato Grosso
-
18,1
8,1
3,0
Goiás
4,1
-0,6
-6,8
-1,5
Brasil
-2,5
-9,8
-11,8
-9,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
* Série com Ajuste Sazonal

Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria nacional apontou queda de 1,0%, no trimestre encerrado em fevereiro de 2016 frente ao nível do mês anterior, e manteve a trajetória descendente iniciada em outubro de 2014. Em termos regionais, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, nove locais mostraram taxas negativas, com destaque para os recuos mais acentuados assinalados por Pernambuco (-7,6%), Amazonas (-4,8%), Santa Catarina (-1,6%) e São Paulo (-1,2%). Por outro lado, Pará, com expansão de 3,8%, Goiás (1,0%) e Rio Grande do Sul (1,0%) registraram os avanços em fevereiro de 2016.
Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou redução de 9,8% em fevereiro de 2016, com doze dos quinze locais pesquisados apontando resultados negativos. Vale citar que fevereiro de 2016 (19 dias) teve um dia útil a mais do que igual mês do ano anterior (18). Nesse mês, os recuos mais intensos foram registrados por Pernambuco (-26,2%), Amazonas (-25,0%) e Espírito Santo (-18,6%), pressionados, em grande parte, pela queda na fabricação dos setores de produtos alimentícios (açúcar refinado de cana, cristal e VHP, sorvetes e picolés), no primeiro local; de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (televisores, gravador ou reprodutor de sinais de áudio e vídeo - DVD, home theater e semelhantes, receptor-decodificador de sinais de vídeo codificados, rádios para veículos automotores, computadores e rádios), de outros equipamentos de transporte (motocicletas e suas peças), de máquinas e equipamentos (aparelhos de ar-condicionado de paredes, de janelas ou transportáveis – inclusive os do tipo “split system”) e de bebidas (preparações em xarope para elaboração de bebidas para fins industriais), no segundo; e de indústrias extrativas (minérios de ferro pelotizados), no último. São Paulo (-12,3%), Minas Gerais (-11,6%) e Ceará (-10,4%) também apontaram resultados negativos mais acentuados do que a média nacional (-9,8%), enquanto Paraná (-9,0%), Rio Grande do Sul (-5,4%), Santa Catarina (-4,8%), Região Nordeste (-3,3%), Rio de Janeiro (-3,1%) e Goiás (-0,6%) completaram o conjunto de locais com taxas negativas nesse mês. Por outro lado, Mato Grosso (18,1%), Pará (15,4%) e Bahia (11,0%) assinalaram os avanços nesse mês, impulsionados, em grande parte, pelo comportamento positivo vindo de produtos alimentícios (tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja, óleo de soja em bruto, carnes de bovinos frescas ou refrigeradas), no primeiro local; de indústrias extrativas (minérios de ferro em bruto), no segundo; e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel e óleos combustíveis), no último.
No indicador acumulado para o período janeiro-fevereiro de 2016, frente a igual período do ano anterior, a redução na produção nacional alcançou doze dos quinze locais pesquisados, com cinco recuando com intensidade superior à média nacional (-11,8%): Amazonas (-28,0%), Pernambuco (-28,0%), Espírito Santo (-22,5%), Minas Gerais (-15,2%) e São Paulo (-14,2%). Paraná (-11,2%), Ceará (-10,0%), Rio de Janeiro (-9,1%), Santa Catarina (-8,0%), Goiás (-6,8%), Rio Grande do Sul (-4,9%) e Região Nordeste (-3,2%) completaram o conjunto de locais com resultados negativos no fechamento do primeiro bimestre do ano. Nesses locais, o menor dinamismo foi particularmente influenciado por fatores relacionados à diminuição na fabricação de bens de capital (em especial aqueles voltados para equipamentos de transportes – caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões e veículos para transporte de mercadorias); bens intermediários (autopeças, produtos de minerais não-metálicos, produtos têxteis, produtos siderúrgicos, produtos de metal, petroquímicos básicos, resinas termoplásticas e defensivos agrícolas); bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos da “linha branca” e da “linha marrom”, motocicletas e móveis); e bens de consumo semi e não-duráveis (medicamentos, produtos têxteis, vestuário e bebidas). Por outro lado, Pará (12,8%), Bahia (10,6%) e Mato Grosso (8,1%) assinalaram os avanços no índice acumulado no ano, impulsionados, em grande parte, pelo comportamento positivo vindos de indústrias extrativas (minérios de ferro em bruto), no primeiro local; de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel e óleos combustíveis), no segundo; e de produtos alimentícios (carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas e óleos de soja em bruto), no último.
Os sinais de menor dinamismo da atividade industrial também ficaram evidentes na manutenção da queda de dois dígitos verificada no total nacional no confronto do último trimestre de 2015 (-11,9%) com o resultado do primeiro bimestre de 2016 (-11,8%), ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior. Entre os locais investigados, seis mostraram perda de dinamismo, com destaque para a redução registrada por Pernambuco, que passou de -7,6% para -28,0%. Vale citar, também, os recuos assinalados por Espírito Santo (de -14,1% para -22,5%), Minas Gerais (de -9,9% para -15,2%) e Amazonas (de -23,0% para -28,0%). Por outro lado, Bahia (de -8,9% para 10,6%), Pará (de 0,9% para 12,8%), Rio Grande do Sul (de -14,3% para -4,9%) e Mato Grosso (de 1,7% para 8,1%) assinalaram os principais ganhos entre os dois períodos.
A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, com o recuo de 9,0% em fevereiro de 2016 para o total da indústria nacional, assinalou a perda mais intensa desde novembro de 2009 (-9,4%) e manteve a trajetória descendente iniciada em março de 2014 (2,1%). Em termos regionais, treze dos quinze locais pesquisados mostraram taxas negativas em fevereiro de 2016, mas somente seis apontaram menor dinamismo frente ao índice de janeiro último. As principais reduções de ritmo, entre janeiro e fevereiro, foram registradas por Pernambuco (de -7,6% para -10,1%) e Espírito Santo (de 0,7% para -2,6%), enquanto Bahia (de -5,2% para -2,9%) e Mato Grosso (de 1,6% para 3,0%) mostraram os principais ganhos entre os dois períodos.

DOCUMENTO: http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=3134

IBGE. 07/04/2016. Em março, IBGE prevê safra de grãos 0,2% maior que a de 2015

Estimativa de Março para 2016
210,0 milhões de toneladas
Variação Março / Fevereiro 2016
-0,6% ( - 1,3 milhões de toneladas)
Variação safra 2016 / safra 2015
0,2% ( + 0,5 milhões de toneladas)
A terceira estimativa de 2016 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (algodão herbáceo, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) totalizou 210,0 milhões de toneladas, 0,2% superior à obtida em 2015 (209,5 milhões de toneladas). A estimativa da área a ser colhida (58,4 milhões de hectares) apresentou acréscimo de 1,1% frente à área colhida em 2015 (57,7 milhões de hectares). Em comparação a estimativa de fevereiro, a produção variou negativamente 0,6% e a área decresceu 18.742 hectares. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representaram 93,0% da estimativa da produção e responderam por 86,9% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimo de 3,1% na área da soja e de 0,4% na área do milho; na área de arroz houve redução de 7,9%. No que se refere à produção, houve aumento de 3,2% para a soja e reduções de 7,8% para o arroz e de 2,2% para o milho. 
Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 90,0 milhões de toneladas; Sul, 75,2 milhões de toneladas; Sudeste, 20,8 milhões de toneladas; Nordeste, 17,0 milhões de toneladas e Norte, 7,0 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, foram constatados incrementos de 2,1% na região Nordeste, de 7,7% no Sudeste e de 0,2% no Centro-Oeste, havendo reduções de 9,2% na região Norte e de 1,1% no Sul. Nessa avaliação para 2016, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 24,2%, seguido pelo Paraná (18,2%) e Rio Grande do Sul (14,7%), que, somados, representaram 57,1% do total nacional previsto.
Estimativa de março em relação a fevereiro de 2016
No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de março destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, comparativamente ao mês de fevereiro: feijão 2ª safra (4,6%), batata 2ª safra (4,5%), algodão herbáceo (3,7%), milho 2ª safra (3,2%), café canephora (1,8%), café arábica (0,7%), batata 1ª safra (-1,1%), mandioca (-1,5%), soja (-1,6%), milho 1ª safra (-2,2%), arroz (-2,4%), feijão 1ª safra (-2,5%), feijão 3ª safra (-2,5%), cacau (-2,8%) e sorgo (-10,0%).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) - As estimativas do mês de março trazem revisão da produtividade do algodão. Espera-se que o rendimento médio para esta cultura seja de 3.903 kg/hectare, superior 3,7% em relação ao mês anterior. O reajuste positivo do rendimento médio nacional elevou a produção para 4,0 milhões de toneladas. Este reajuste positivo no rendimento médio advém principalmente da Bahia, onde houve elevação de 12,3%. Mesmo com a redução da estimativa de área plantada em 2,9%, a produção no estado baiano foi estimada em 1,2 milhão de toneladas, alta de 9,0% em relação a fevereiro. Com alta de 2,0% na estimativa, a produção de Mato Grosso passa a ser de 2,3 milhões de toneladas. A área plantada também foi reajustada positivamente em 1,7%, totalizando 591,7 mil hectares.
ARROZ (em casca) – A estimativa de março, para a safra nacional 2016 informa uma área a ser colhida de 1.975.137 hectares, com uma produção esperada de 11.349.137 toneladas, e um rendimento médio esperado de 5.746 kg/ha, menores, respectivamente, em 2,0%, 2,4% e 0,4%, quando comparados aos dados do mês anterior. O Rio Grande do Sul, maior produtor do país, com 72,3% de participação no total nacional, aguarda uma produção de 8.207.836 toneladas, com um rendimento médio esperado de 7.655 kg/ha, menores, respectivamente, em 0,3% e 0,4% quando comparados aos dados do mês anterior. Já á área a ser colhida, de 1.072.150 hectares, foi 0,1% maior. Santa Catarina, segundo maior produtor nacional, estima uma produção de 1.054.768 toneladas, com um rendimento médio esperado de 7.141 kg/ha, menores, respectivamente, em 0,9% e 1,0%, quando comparados aos dados do mês anterior. Já a área a ser colhida, de 147.714 hectares, encontra-se 0,1%, maior.
CAFÉ (em grão) – A atual estimativa para a produção total de café do país é de 3,0 milhões de toneladas, ou 50,2 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 0,9% frente ao mês anterior. A estimativa de produção do café arábica aumentou 0,7% frente a fevereiro, devendo ser colhidas 2,4 milhões de toneladas, ou 39,2 milhões de sacas de 60 kg. Em março, o destaque ficou com a Bahia, que teve sua estimativa de produção elevada em 15,5%, devendo alcançar 134.786 toneladas, ou 2,2 milhões de sacas de 60 kg. O rendimento médio foi revisto e aumentou 15,1% frente ao mês anterior, em função do clima mais chuvoso e maiores investimentos nas lavouras. A Bahia é o 4º maior produtor desse tipo de café no país, participando com 5,7% do total a ser colhido.
A estimativa da produção do café canephora aumentou 1,8% em março, frente ao mês anterior, devendo alcançar 660.051 toneladas, ou 11 milhões de sacas de 60 kg. O rendimento médio e a área a ser colhida aumentaram 1,2% e 0,6%, respectivamente. A Bahia, segundo maior produtor do canephora no país, com participação de 13,5% no total nacional, aumentou em 16,9% sua estimativa de produção, devendo alcançar 89.217 toneladas, ou 1,5 milhão de sacas de 60 kg. O Espírito Santo, principal produtor desse tipo de café, com participação de 68,9% do total a ser produzido pelo país, manteve os dados do mês anterior. O estado, que nos últimos dois anos vem enfrentando estiagens nos principais municípios produtores, aguarda uma produção de 454.988 toneladas, ou 7,6 milhões de sacas de 60 kg.
CACAU (em amêndoa) - A estimativa de produção de cacau em março alcançou 254.497 toneladas, queda de 2,8% frente ao mês anterior. A área plantada e a área a ser colhida foram reduzidas em 5,7% e 6,1%, respectivamente, com o rendimento médio esperado sendo reavaliado positivamente em 3,4%. Os dados refletem redução das estimativas da Bahia, onde a produção esperada apresenta queda de 5,0%, reflexo, principalmente, da redução de 7,9% da área a ser colhida com a cultura frente ao mês anterior, apesar de aumento de 3,0% no rendimento médio esperado, em decorrência, principalmente, do clima mais chuvoso nos principais municípios produtores do estado.
FEIJÃO (em grão) - Comparada ao mês de fevereiro, a estimativa para a área plantada com feijão total diminuiu 0,5% e o rendimento médio aumentou 1,1%. A estimativa de produção ficou 0,4% maior, totalizando 3,2 milhões de toneladas para 2016. Neste levantamento, os maiores produtores são Paraná com 21,6%, Minas Gerais com 17,1% e Bahia com 10,1% de participação na produção nacional.
A 1ª safra de feijão está estimada em 1,5 milhão de toneladas, o que representa uma diminuição de 2,5% frente à estimativa de fevereiro, refletindo a queda na estimativa da área colhida (3,4%). A diminuição na expectativa de produção da 1ª safra de feijão deve-se, principalmente, aos estados do Nordeste, onde houve redução de 4,7% na área plantada, de 0,6% no rendimento médio e de 5,6% na estimativa da produção.
A estimativa da produção nacional de feijão 2ª safra totaliza, pelo levantamento de março, 1,4 milhão de toneladas, 4,6% maior que a estimativa de fevereiro. Esse aumento acompanha a previsão de elevação da área plantada (3,6%) e do rendimento médio (0,6%). Nesta avaliação, Pernambuco se destaca com um aumento de 40,6% na área plantada e de 19,5% no rendimento médio, levando a uma estimativa de produção 66,5% maior que a de fevereiro.
Para a 3ª safra, juntamente com a diminuição de 5,0% na estimativa da área plantada, a expectativa de produção foi reduzida em 2,5% em relação a fevereiro, ficando em 362.961 toneladas. O rendimento médio foi estimado 2,6% maior que o mês anterior. Destaque para o Mato Grosso, que produz 15,5% do total nacional para a 3ª safra, e teve a expectativa de área plantada reduzida em 18,5% e a estimativa da produção em 16,0%. O rendimento médio foi estimado 3,1% superior ao mês de fevereiro.
MILHO (em grão) – A produção nacional de milho foi reajustada positivamente no mês de março em decorrência da avaliação positiva da área colhida. A elevação de 1,4% da área colhida propiciou a elevação da produção também em 1,4%, visto que o rendimento médio manteve-se estável. É esperada colheita de 83,8 milhões de toneladas de milho.
A produção de milho 1ª safra está estimada em 27,8 milhões de toneladas, retração de 2,2% em relação ao mês de fevereiro. Esta retração tem como fator principal a redução da estimativa do rendimento médio nacional em 1,6%. Dentre os três principais estados produtores de milho primeira safra, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, apenas o estado do Rio Grande do Sul apresentou elevação da sua estimativa de produção. Em Minas Gerais houve redução de 1,6% na área plantada e de 2,4% na produção, quando comparados ao mês de fevereiro. Ao todo, espera-se que no estado mineiro sejam produzidos 5,1 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul, apesar de também demonstrar queda na área plantada (-0,5%), teve a estimativa de produção compensada pela elevação de 1,3% na estimativa de rendimento médio. Espera-se que sejam produzidos 4,7 milhões de toneladas. O Paraná ainda apresenta as consequências das fortes chuvas enfrentadas ao longo de todas as fases das lavouras. O rendimento médio caiu 2,2% e com isso a produção foi reajustada em -2,1%. A produção esperada no estado é de 3,4 milhões de toneladas.
Para a 2ª safra de milho, a estimativa é positiva em relação ao mês anterior. São esperados 56,0 milhões de toneladas para esta safra, elevação de 3,2%. Para este mês, tanto a estimativa de área plantada quanto o rendimento médio cresceram 2,6% e 0,6%, respectivamente. O Mato Grosso estima colheita de 20,1 milhões de toneladas, valor este que representa 35,8% do esperado nacionalmente para a segunda safra de milho. O Paraná eleva a sua expectativa de área plantada em 4,4% em relação ao mês de fevereiro. Com o acréscimo de 4,4% na área plantada e de 0,9% no rendimento médio, a estimativa de produção foi elevada em 5,3%. Espera-se que a produção no estado seja de 12,6 milhões de toneladas.
SOJA (em grão) - Apesar da redução de 1,6% com relação ao mês anterior, a produção de soja nacional é novamente recorde. Espera-se serem colhidas 100,2 milhões de toneladas de soja em uma área de 33,1 milhões de hectares. Os três principais produtores de soja do país – Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul – apresentam até o presente momento recordes em suas safras de soja. O Mato Grosso lidera a produção nacional com 27,8% de tudo que será produzido no país. O estado mato-grossense espera colher 27,9 milhões de toneladas. No Paraná, a estimativa de produção é de 17,2 milhões de toneladas. A área plantada estimada é de 5,4 milhões de hectares. O rendimento médio é de 3.159 kg/ha, redução de 4,4% em relação ao mês de fevereiro. O Rio Grande do Sul espera colher 16,0 milhões de toneladas, decréscimo de 0,8% quando comparado com fevereiro. A área plantada é estimada em 5,5 milhões de toneladas e o rendimento médio em 2.921 kg/ha.
Estimativa de março de 2016 em relação à produção de 2015
Dentre os 26 principais produtos, 13 apresentaram variação percentual positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: amendoim em casca 1ª safra (19,5%), amendoim em casca 2ª safra (0,1%), aveia em grão (6,9%), batata-inglesa 1ª safra (4,6%), batata-inglesa 2ª safra (2,2%), café em grão - arábica (18,1%), café em grão - canephora (0,8%), cevada em grão (44,8%), feijão em grão 1ª safra (12,4%), feijão em grão 2ª safra (4,4%), mamona em baga (14,7%), soja em grão (3,2%) e trigo em grão (6,0%) Com variação negativa foram treze produtos: algodão herbáceo em caroço (4,0%), batata-inglesa 3ª safra (24,1%), arroz em casca (7,8%), cana-de-açúcar (3,9%), cacau em amêndoa (0,3%), cebola (4,8%), feijão em grão 3ª safra (21,3%), laranja (2,7%), mandioca (0,2%), milho em grão 1ª safra (5,8%), milho em grão 2ª safra (0,3%), sorgo em grão (13,5%) e triticale em grão (35,2%).
Os levantamentos de Cereais, leguminosas e oleaginosas foram realizados em colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento - Conab, órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra das principais lavouras brasileiras, iniciado em outubro de 2007.


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