March 30, 2016

FGV. IBRE. 30/03/2016. IGP-M desacelera em março

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) variou 0,51%, em março. Em fevereiro, o índice variou 1,29%. Em março de 2015, a variação foi de 0,98%. A variação acumulada em 2016, até março, é de 2,97%. Em 12 meses, o IGP-M registrou alta de 11,56%. O IGP-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) apresentou taxa de variação de 0,44%. No mês anterior, a taxa foi de 1,45%. O índice relativo aos Bens Finais variou 1,52%, em março. Em fevereiro, este grupo de produtos mostrou variação de 1,43%. Contribuiu para este avanço o subgrupo alimentos in natura, cuja taxa de variação passou de 2,48% para 10,08%. Excluindo-se os subgrupos alimentos in natura e combustíveis, o índice de Bens Finais (ex) registrou variação de 0,40%. Em fevereiro, a taxa foi de 1,29%.

O índice referente ao grupo Bens Intermediários variou -0,93%. Em fevereiro, a taxa foi de 1,16%. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura,cuja taxa de variação passou de 1,96% para -1,40%. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, variou -0,77%, ante 1,43%, em fevereiro.

No estágio inicial da produção, o índice do grupo Matérias-Primas Brutas variou 0,82%, em março. Em fevereiro, o índice registrou variação de 1,83%. Os itens que mais contribuíram para este movimento foram: milho (em grão) (17,79% para 3,94%), soja (em grão) (-1,45% para -6,73%) e mandioca (aipim) (8,47% para   -3,37%). Em sentido oposto, destacam-se: minério de ferro (-2,51% para 5,23%), aves (-4,20% para 4,34%) e laranja (-2,08% para 11,89%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou variação de 0,58%, em março, ante 1,19%, em fevereiro. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Habitação (0,83% para -0,06%).  Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de -0,58% para  -3,18%.

Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos: Transportes (1,73% para 0,54%), Educação, Leitura e Recreação (2,06% para -0,01%) e Alimentação (1,42% para 1,12%). Nestas classes de despesa, os destaques foram: tarifa de ônibus urbano (3,95% para -0,29%), cursos formais (3,26% para 0,05%) e hortaliças e legumes (5,29% para -1,56%), respectivamente.

Em contrapartida, apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos: Comunicação (0,71% para 1,13%), Despesas Diversas (1,32% para 1,90%), Vestuário (0,22% para 0,33%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,69% para 0,73%). Nestas classes de despesa, destacaram-se: tarifa de telefone móvel (0,44% para 2,30%), cigarros (2,25% para 4,08%), roupas (-0,04% para 0,50%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (0,73% para 0,83%), respectivamente.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou, em março, variação de 0,79%, acima do resultado de fevereiro, de 0,52%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,38%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,53%. O índice que representa o custo da Mão de Obra registrou taxa de 1,16%. No mês anterior, este grupo variou 0,51%.

DOCUMENTO: http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumPageId=402880972283E1AA0122841CE9191DD3&lumItemId=8A7C82C5519A54780153C70A447F3B07


BACEN. 30/03/2016. Política Fiscal em fevereiro/2016

I - Resultados fiscais

O setor público consolidado registrou deficit primário de R$23 bilhões em fevereiro. O Governo Central apresentou deficit de R$26,4 bilhões, e os governos regionais e as empresas estatais, superavits respectivos de R$2,7 bilhões e R$662 milhões.

No ano, o superavit primário acumulado é de R$4,9 bilhões, ante superavit de R$18,8 bilhões no primeiro bimestre de 2015. No acumulado em doze meses, registrou-se deficit primário de R$125,1 bilhões (2,11% do PIB), 0,34 p.p. do PIB superior ao valor registrado em janeiro.

Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$29,8 bilhões em fevereiro, comparativamente a R$56,2 bilhões em janeiro. Contribuíram para essa redução o menor número de dias úteis e o resultado favorável de R$11,7 bilhões das operações de swap cambial no mês, ante resultado desfavorável de R$16,8 bilhões no mês anterior. No acumulado no ano, os juros nominais somam R$86 bilhões, comparativamente a R$74,4 bilhões no mesmo período do ano anterior. Em doze meses, os juros nominais totalizaram R$513,4 bilhões (8,64% do PIB), reduzindo-se 0,48 p.p. do PIB em relação ao observado em janeiro.

O resultado nominal, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$52,8 bilhões em fevereiro. No ano, o deficit nominal soma R$81,1 bilhões, comparativamente a deficit de R$55,6 bilhões no primeiro bimestre do ano anterior. No acumulado em doze meses, o deficit nominal alcançou R$638,6 bilhões (10,75% do PIB), 0,13 p.p. do PIB inferior ao registrado em janeiro.

O deficit nominal de fevereiro foi financiado mediante expansões de R$23,9 bilhões na dívida mobiliária, R$17,2 bilhões na dívida bancária líquida e R$12,3 bilhões nas demais fontes de financiamento interno, que incluem a base monetária, compensadas, parcialmente, pela redução de R$602 milhões no financiamento externo líquido.

II - Dívida mobiliária federal

A dívida mobiliária federal interna, fora do Banco Central, avaliada pela posição de carteira, totalizou R$2.678,2 bilhões (45,1% do PIB) em fevereiro, registrando acréscimo de R$71,2 bilhões em relação ao mês anterior. O resultado refletiu emissões líquidas de R$38,5 bilhões, decréscimo de R$0,3 bilhão em razão da apreciação cambial e incorporação de juros de R$33 bilhões.

Destacaram-se as emissões líquidas de R$24,9 bilhões em LTN; de R$19,3 bilhões em LFT; e de R$4,6 bilhões em NTN-F; e os resgates líquidos de R$10,1 bilhões em NTN-B.

A participação por indexador registrou a seguinte evolução, em relação a janeiro: a porcentagem dos títulos indexados a câmbio permaneceu em 0,5%; a dos títulos vinculados à taxa Selic elevou-se de 18,6% para 19,2%, devido a emissões líquidas de LFT; a dos títulos prefixados aumentou de 27,2% para 28%, em decorrência de emissões líquidas de LTN e NTN-F; e a dos títulos indexados aos índices de preços permaneceu estável em 25,6%. A participação das operações compromissadas reduziu-se de 27,9% para 26,4%, apresentando compras líquidas de R$57,7 bilhões.

Em fevereiro, a estrutura de vencimento da dívida mobiliária em mercado era a seguinte: R$401,3 bilhões, 15% do total, com vencimento em 2016; R$333,3 bilhões, 12,4% do total, com vencimento em 2017; e R$1.943,6 bilhões, 72,6% do total, vencendo a partir de janeiro de 2018.

No final de fevereiro a exposição total líquida nas operações de swap cambial alcançou R$426,7 bilhões. O resultado dessas operações no período (diferença entre a rentabilidade do DI e a variação cambial mais cupom) foi favorável ao Banco Central em R$11,7 bilhões.

III - Dívida líquida do setor público

A dívida líquida do setor público alcançou R$2.186,8 bilhões (36,8% do PIB) em fevereiro, elevando-se 1 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. A valorização cambial de 1,6% no mês respondeu por elevação de R$19,2 bilhões no estoque da DLSP

No ano, a elevação de 0,6 p.p. na relação DLSP/PIB decorre da incorporação de juros (+1,4 p.p.), do superavit primário (-0,1 p.p.), do impacto da desvalorização cambial de 1,9% no período (-0,4 p.p.), do efeito do crescimento do PIB nominal (-0,2 p.p.) e do ajuste de paridade da cesta de moedas da dívida externa líquida (-0,1 p.p.).

A Dívida Bruta do Governo Geral (Governo Federal, INSS, governos estaduais e governos municipais) alcançou R$4.017,3 bilhões em fevereiro (67,6% do PIB), elevando-se 0,2 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.

DOCUMENTO: http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOLFISC

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